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domingo, 28 de dezembro de 2008

Elton John



Conheci a canção "Nikita", de Elton John nas aulas de inglês, quando eu cursava o 1º Ano do Ensino médio, em 1986. É perfeita.

A letra da canção aborda a Guerra fria. "Nikita" lançada no final do ano de 1985, como faixa do álbum Ice on Fire, é considerada um dos maiores sucessos da carreira de John. Na canção, Elton John descreve seu amor platônico por uma guarda de fronteira da Alemanha Oriental chamada Nikita, a quem ele não pode visitar já que não tem permissão para entrar no país. O videoclipe foi dirigido por Ken Russell, com a participação de Anya Major como Nikita. Russell não percebeu que Nikita era um nome masculino na Rússia, mas Elton John aceitou o roteiro mesmo assim.


Sir Elton Hercules John, Kt, GBE (nascido Reginald Kenneth Dwight; Londres, 25 de março de 1947), é um pianista, cantor, compositor e produtor. Tem o letrista Bernie Taupin como parceiro de composições desde 1967, com mais de trinta álbuns produzidos juntos. Em sua carreira de cinco décadas, Elton John já vendeu mais de 300 milhões de discos, tornando-o um dos músicos de maior sucesso no mundo.

O artista tem mais de cinquenta sucessos no Top 40, incluindo sete álbuns Nº. 1 consecutivos nos Estados Unidos, 58 singles na Billboard Top 40, 27 Top 10, quatro Nº. 2 e nove No. 1. Durante 31 anos consecutivos (1970-2000), teve ao menos uma canção na Billboard Hot 100.

Seu único tributo, uma canção reescrita em 1997 em homenagem à amiga falecida princesa Diana, Candle in the Wind, vendeu mais de 33 milhões de cópias em todo o mundo, sendo o single mais vendido na história do Reino Unido e dos EUA nas paradas de singles.


Elton John também compôs as músicas, produziu álbuns, e ocasionalmente atuou em filmes. Foi dono do Watford Football Club de 1976 a 1987 e de 1997 a 2002. É presidente honorário vitalício do clube, e em 2014 uma das arquibancadas do estádio do clube, com capacidade para 3 400 espectadores, recebeu oficialmente o nome "The Sir Elton John".

O nome de registro de Elton John é Reginald Dwight. Nascido em 1947, cresceu na área de Pinner, Londres. Aprendeu a tocar piano cedo, e em 1962 formou uma banda de blues chamada Bluesology. Conheceu seu parceiro Bernie Taupin em 1967, depois de ambos responderem a um anúncio para compositores. Por dois anos, produziram canções para outros artistas, incluindo Roger Cook e Lulu. John também trabalhou como músico de estúdio para artistas como The Hollies e The Scaffold. Em 1969, lançou seu álbum de estreia, Empty Sky.

Em 1970, lançou o single Your Song, de seu segundo álbum, Elton John, alcançando o top dez no Reino Unido e dos EUA, seu primeiro single de sucesso.


Elton John recebeu cinco prêmios Grammy, cinco Brit Awards - vencendo dois prêmios de contribuição para a música e o primeiro Brits Ícone em 2013 por seu "impacto duradouro sobre a cultura britânica", um Oscar, um Globo de Ouro, um prêmio Tony, um Disney Legends, e o Kennedy Center Honors, em 2004.

No mesmo ano, a revista Rolling Stone o classificou em 49º lugar em sua lista dos cem músicos mais influentes da era do rock and roll.

Em 2013, a Billboard o colocou como o artista solo masculino mais bem sucedido na Billboard Hot 100 de todos os tempos (terceiro no geral atrás dos Beatles e Madonna).

Foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame em 1994, no Songwriters Hall of Fame, e é membro da Academia Britânica de Letristas, Compositores e Autores (en). Foi condecorado com a Ordem do Império Britânico em 1996 e feito Cavaleiro Celibatário em 1998, pela rainha Elizabeth II, por "serviços prestados à música e serviços de caridade". Já se apresentou em vários eventos para a família real britânica, como no funeral da princesa Diana na Abadia de Westminster em 1997, a festa no Palácio em 2002 e o Concerto Jubileu de Diamante da Rainha nos jardins do Palácio de Buckingham em 2012.

O artista tem se envolvido intensamente na luta contra a AIDS desde o final dos anos 1980. Em 1992, criou a Fundação Elton John para a AIDS (en) e a partir do ano seguinte, passou a hospedar em sua sede, a festa anual do Oscar, que desde então se tornou um dos eventos do Oscar de maior destaque na indústria cinematográfica de Hollywood. Desde a sua criação, a fundação arrecadou mais de US $ 200 milhões. John, que anunciou ser bissexual em 1976, assumiu publicamente ser gay em 1988. Assumiu a união civil com David Furnish em 21 de dezembro de 2005, e depois que o casamento entre pessoas do mesmo sexo tornou-se legal na Inglaterra e País de Gales em 2014, eles se casaram em 21 de dezembro de 2014. O Projeto My Hero (en) nos EUA, fundado em 1995, que em 2013 atuava em 194 países e que busca identificar pessoas que se tornaram símbolos de alguma causa, considera Elton John "Herói na categoria música", por sua atuação nos movimentos sociais LGBT por todo o mundo.

Reginald Kenneth Dwight cresceu em Pinner em uma council house que pertencia aos seus avós maternos. Filho de Sheila Eileen (Harris) e Stanley Dwight, começou a tocar piano com três anos de idade e foi educado na Pinner Wood Junior School, Reddiford School e mais tarde na Pinner County Grammar School, onde mais tarde iria conseguir uma bolsa de estudos para a Royal Academy of Music. Sua mãe, embora fosse rigorosa, era também mais carinhosa e dedicada do que o pai. Stanley Dwight é descrito atualmente por Elton como um pai desnaturado e grosseiro, que o agredia verbalmente várias vezes.

A família colecionava muitos álbuns musicais, o que o fez se interessar pelo estilo de Elvis Presley e Bill Haley & His Comets durante a década de 1950. Seu pai, antigo tenente da RAF, tocava trompete em uma banda amadora chamada Bob Millar Band, que animava festas militares. Quando percebeu que o filho começava a se interessar pela carreira musical, tentou convencê-lo a seguir uma carreira mais convencional. O garoto não aceitou os conselhos do pai e sua rotina passou a ser bastante agitada, tocando em festas e reuniões de família. Iniciou seus estudos de música aos sete anos, tornando-se um aluno de destaque nas escolas onde estudou, sendo comparado a Jerry Lee Lewis por seus colegas de classe.

Aos onze anos, conseguiu uma bolsa de estudos para a Royal Academy of Music, uma das instituições musicais mais respeitadas do Reino Unido. Aos quinze anos, seus pais se divorciaram e sua mãe foi viver com um pintor, chamado Fred Farebrother. Fred se tornou um padrasto carinhoso, assumindo o lugar da figura paterna, que seu pai biológico nunca assumiu.

Na década de 70, já consagrado com o nome artístico de Elton John, foi considerado pela crítica como um dos maiores cantores de rock na década, com canções de sucesso como Your Song e Goodbye Yellow Brick Road.

 Goodbye Yellow Brick Road

Entretanto, a fama trouxe também o envolvimento com as drogas. Em 1974, usou cocaína pela primeira vez, quando estava gravando o álbum Caribou, no estúdio Caribou Ranch (en), no Colorado. Ao entrar em uma sala atrás do estúdio, viu seu empresário e mais algumas pessoas utilizando a droga.

Segundo declarou em uma entrevista concedida ao periódico britânico The Telegraph em outubro de 2010, ele perguntou “What on earth is that?” (expressão que significa "Que diabos é isso?"). Eles responderam e Elton pediu para experimentar também. A partir de então, o uso de drogas o fez passar por inúmeras tribulações, como relacionamentos interrompidos e tentativas de suicídio. Houve momentos em que se convenceu que estava prestes a morrer, com graves convulsões, mas sua paixão pela música o fazia superar tudo, segundo relatou também na entrevista ao Telegraph.

Elton sempre teve o sonho de ser dono do clube de futebol pelo qual torcia, o Watford FC, tendo realizado esse projeto em 1976, quando o clube figurava na série B da Liga Inglesa. Injetou recursos para contratações, levando o clube até a primeira divisão. Vendeu-o em 1987, mesmo ano em que sofreria uma intervenção cirúrgica nas cordas vocais, que o afastaria dos palcos por vários meses. Também ajuda um clube de futebol da Austrália e é dono de um restaurante em Hollywood.

Apesar de ter declarado sua bissexualidade em 1976, em entrevista à revista Rolling Stone, casou-se com a engenheira de som Renate Blauel em 1984, tendo a união se dissolvido em 1988.

Elton John no World AIDS Day - dezembro de 2011 em Sydney

John é filantropo e participou do Live Aid de 1985, ao lado de artistas como David Bowie, Sting, Phil Collins, entre outros. Mantém também a Fundação Elton John para a AIDS (en), tida como uma das maiores do mundo no gênero, criada em 1992.

Em 2005, Elton uniu-se em contrato civil com David Furnish, com quem já convivia desde meados da década de 90. Em dezembro de 2014 oficializaram a união, convertida para casamento, em uma cerimônia realizada em sua propriedade na cidade de Windsor, tendo como convidados celebridades como o casal David e Victoria Beckham, o ator David Walliams e o músico Ed Sheeran. Também estavam presentes os dois filhos do casal, Zachary e Elijah, nascidos através de gestação em "barriga de aluguel", Zachary em 2010 e Elijah em 2013.

Carreira

Ainda na adolescência, no início dos anos 60, integrou o grupo de blues Bluesology (en). Em 1967, já não participando mais da banda, estabeleceu parceria com o letrista Bernie Taupin, com quem lançou grande parte de sua obra musical, mantendo-se a parceria até os dias de hoje. Adotou nessa época o nome artístico de Elton John, inspirado nos nomes de dois integrantes da Bluesology, Elton Dean (saxofonista) e Long John Baldry (líder).

Apesar de ter lançado o disco Empty Sky em 1969, que não trazia em seu repertório algum imediato sucesso, a guinada de sua carreira ocorreu com o lançamento do disco Elton John, de 1970, que o lançou como cantor de sucesso nos Estados Unidos e trouxe ao público um de seus maiores sucessos, a canção Your Song.

Bernie Taupin e Elton John em 1971.

Em 1972, Elton John lança sua canção Crocodile Rock, composta em parceria com Bernie Taupin, no estúdio francês Château d'Hérouville (en).

Crocodile Rock

Neste mesmo ano, lançaria o álbum Honky Château, com a canção Rocket Man, também composta em parceria com Taupin.

Rocket Man

Depois de Crocodile Rock e Rocket Man, vieram outras canções também de grande sucesso, destacando-se os álbuns Goodbye Yellow Brick Road (1973) e Captain Fantastic and The Brown Dirt Cowboy (1975). São também os seus discos mais bem colocados no ranking de melhores discos do século XX elaborado pela revista Rolling Stone.

Goodbye Yellow Brick Road

Captain Fantastic and The Brown Dirt Cowboy

Sua carreira atravessa quase cinco décadas de ininterrupto sucesso. Nos anos setenta, época que muitos consideram como sendo o auge da sua carreira (foi considerado o segundo artista mais importante dessa década, superado apenas por Paul McCartney), já podia ser considerado como um dos maiores cantores de rock do planeta.

Além de Bernie Taupin, outros letristas trabalharam com Elton, entre os quais Gary Osborne e Tim Rice. Enquanto a parceria com o primeiro está presente nos discos A Single Man, 21 at 33, The Fox, Jump Up! e Leather Jackets, o trabalho com o segundo, iniciado com a música Legal Boys, de 1982, resultou anos depois na trilha sonora dos filmes O Rei Leão (1994), com a qual Elton ganhou o Oscar de melhor canção original por Can You Feel the Love Tonight; e, a canção "Someday Out Of The Blue", em O Caminho para El Dorado (2001).

Can You Feel the Love Tonight

Someday Out Of The Blue

Elton John manteve-se em evidência na década de 1980, época em que lançou um álbum inédito por ano, levando ao público hits como I Guess That's Why They Call It the Blues (en), I'm Still Standing, Sacrifice, Nikita e diversos outros.

I Guess That's Why They Call It the Blues

 I'm Still Standing

Sacrifice

Nikita

Em janeiro de 1987, submeteu-se a uma intervenção cirúrgica na garganta, depois de ter sido diagnosticado com pequenos pólipos nas suas cordas vocais, que lhe causavam dores, levando ao cancelamento da tournê Tour De Force (en) na Austrália no final de 1986. Segundo a revista Rolling Stone, o problema na sua garganta foi causado pelo uso descontrolado de cocaína e álcool. Depois dessa cirurgia, sua voz teria sofrido uma diminuição na altura (pitch).

Embora tenha diminuído o ritmo de lançamento de novos discos, Elton John permaneceu em evidência na década de 1990, lançando canções de sucesso como Can You Feel the Love Tonight, Something About The Way You Look Tonight (en), Blessed (canção de Elton John) (it) e o álbum The One.

Something About The Way You Look Tonight

Blessed

The One

Nos últimos anos compôs o musical Aida um enorme sucesso da Broadway, lhe rendendo um Tony Award de Melhor Trilha Sonora Original. Também compôs para Billy Eliot, outro sucesso da Broadway e Lestat, que ficou em cartaz em 2006.

Aida

Em 1992, Elton cantou com a banda Queen, a música The Show Must Go On, no Freddie Mercury Tribute Concert.

The Show Must Go On

Ele cantou neste mesmo concerto, em homenagem a Freddie Mercury, a música Bohemian Rhapsody, junto com Axl Rose e os integrantes restantes do Queen.

Bohemian Rhapsody

É o único artista que até hoje conseguiu obter seis lançamentos consecutivos no primeiro lugar da Billboard, sendo detentor, ademais, do recorde de single de maior vendagem da história, com a adaptação feita em 1997 da canção Candle in the Wind em homenagem à Princesa Diana, com quem tinha uma grande amizade. O single totalizou quarenta milhões de cópias vendidas.

Candle in the Wind

Em 2007, Elton John comemorou o seu aniversário de sessenta anos, realizando o seu sexagésimo show no Madison Square Garden, em Nova York. O discurso de abertura do espetáculo foi feito pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.

Em 2008, foi escolhido pela Billboard como o cantor solo de maior sucesso da história.

fonte

https://pt.wikipedia.org/wiki/Elton_John

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nikita_(can%C3%A7%C3%A3o)

sábado, 27 de dezembro de 2008

Cláudio Nucci


Cláudio José Moore Nucci, mais conhecido como Cláudio Nucci (Jundiaí, 9 de junho de 1956), é cantor, compositor, violonista e produtor musical brasileiro.

Cláudio foi para o Rio de Janeiro na adolescência.

Integrou o grupo Boca Livre na 1ª formação oficial do grupo - sendo Zé Renato, Maurício Maestro e David Tygel os outros integrantes - tendo participado do 1º LP do grupo - homônimo - lançado em 1979 de forma independente. O disco foi recordista de vendas até então para um trabalho lançado e distribuído desta forma no Brasil. Nota-se clara influência e ecos do "Clube da Esquina" neste primeiro trabalho do grupo. Ex-integrante dos conjuntos Semente e Boca Livre, partiu para a carreira solo em 1980, lançando o compacto "Quero Quero", seguido por outros discos individuais.

Cláudio Nucci - QUERO-QUERO

Em 1985 lançou o LP "Pelo Sim, Pelo Não" com Zé Renato, que teve duas músicas incluídas na trilha da novela "Roque Santeiro", da TV Globo. Mais tarde fundou a banda Zil, que participou da edição do Free Jazz Festival de 1988 e gravou um disco, "Zil", no mesmo ano.


Clip de "Pelo Sim, Pelo Não", de Cláudio Nucci e Zé Renato, 1985.

Participou de diversos projetos isolados - músicas feitas por encomenda para novelas ("Garça Branca" para a novela "Pantanal"; "Ciranda do Sassá" para a novela "O Salvador da Pátria"), participações em compilações temáticas e inéditas e festivais de música, como o "Som das Águas" da extinta Rede Manchete.

No começo dos anos 90 trabalhou em parceria com a cantora Ithamara Khoorax. Como compositor tem atuação destacada, e já teve dezenas de músicas gravadas por intérpretes como Nana Caymmi, César Camargo Mariano, Roupa Nova e outros. Como intérprete, participa de trilhas sonoras e discos.

Em 1995 gravou o CD "Ê Boi" (c/ músicas temáticas e folclóricas sobre o animal e a natureza que o cerca, incluindo desde sucessos consagrados como outras belas canções menos conhecidas: "Correnteza" de Luiz Bonfá e Tom Jobim, "O Menino da Porteira" - sucesso na voz de Sérgio Reis - "Vide, Vida Marvada" de Rolando Boldrin, "Boiadeiro" - sucesso na voz de Luiz Gonzaga, dentre outras) com o grupo vocal "Nós e Voz" lançado pela gravadora independente Atração Fonográfica.

Voltou aos discos de carreira com o CD "Casa da Lua Cheia" (independente/1999) que inclui regravações de sucessos de sua autoria nunca gravados por ele como "Sapato Velho" (gravado pelo Roupa Nova) e "Meu Silêncio" (gravado por Nana Caymmi, com quem fora casado), regravações de sucessos do Boca Livre e outros (como "Alegre Menina" de Dori Caymmi feita originalmente para a trilha-sonora da novela "Gabriela" tendo Djavan como intérprete da 1ª versão) e inéditas também de sua autoria.

Em 2000, relançou seu disco "Casa da Lua Cheia", gravado em 1998 através de uma lei municipal de incentivo à cultura. No mesmo ano participou do disco "Villa-Lobos Coração Popular", de Mario Adnet, e voltou ao Boca Livre, no lugar de Zé Renato, que decidiu dedicar-se integralmente à carreira solo.

Claudio Nucci - A Hora e a Vez (The Hour and the Time)

Cláudio Nucci e Zé Renato - QUEM TEM A VIOLA

Em 2004 lançou pela gravadora independente Lua Music: "Ao Mestre com Carinho", somente com músicas de autoria de Dorival Caymmi.

Como curiosidade possui um trabalho lançado pelo IEB (Instituto Escola Brasil) em 2001 - patrocinado pelo Banco Real, com tiragem e distribuição limitadas e lucro das vendas destinadas ao Instituto - mais uma vez como integrante do Boca Livre (substituíndo Zé Renato na formação do grupo à época) só com músicas inéditas e ainda a luxuosa participação da cantora, violonista e compositora Joyce (que fora a compositora da melodia da música "Mistérios" - com letra de Maurício Maestro - já citada como um dos sucessos do primeiro trabalho do grupo e que a própria Joyce também gravou em seu LP "Feminina" de 1980).

Show realizado no SESC VILA MARIANA - Projeto Vitrola Moderna em 14/01/2009
Composição de Mu Carvalho, Cláudio Nucci e Paulinho Tapajós; Rafael Lorga na percussão



FONTE:
Wikipédia

Claudia Telles


Filha do violonista Candinho e de uma das precursoras da bossa nova, a cantora Sylvinha Telles, Claudia Telles, ainda menina, foi convidada pela mãe para subir ao palco do Teatro Santa Rosa (RJ) no último show da temporada do espetáculo "Reencontro", que reuniu Sylvia Telles, Edu Lobo, Trio Tamba e Quinteto Villa-Lobos, para cantar "Arrastão" (de Edu Lobo e Vinicius de Moraes).

Claudia Telles de Mello Mattos (Rio de Janeiro, 26 de agosto de 1957), é uma cantora e compositora brasileira.

Claudia iniciou sua carreira fazendo coro para artistas famosos em suas gravações, entre eles Fevers, Roberto Carlos, José Augusto, Gilberto Gil, Jerry Adriani, Jorge Ben, Belchior, Simone, Rita Lee, Fafá de Belém, entre vários outros.

Sua chance de "brilhar" veio, entretanto, quando uma amiga do Trio Esperança, Regina, precisou se afastar do grupo por causa da gravidez, Claudia a substituiu em gravações e shows, ganhando experiência de público.


Claudia lançou em 1976, seu primeiro compacto com a música "Fim de Tarde" (Robson Jorge/ Mauro Motta), sucesso na área das baladas com uma pitada de soul. No fim dos anos 70 gravou outros compactos e um LP, "Miragem".


Na década de 90 lançou um CD com músicas de Cartola e Nelson Cavaquinho, e outro com repertório de bossa nova, onde faz "duetos" com gravações de Sylvinha Telles da década de 50, como "Dindi" e "Se Todos Fossem Iguais a Você". Além das gravações em estúdio, Claudia foi crooner do conjunto de Chiquinho do acordeon, um dos mais conceituados da época, durante um ano.


Saiu quando Walter D'Ávila Filho, ao escutar uma música nova de seu parceiro e também produtor na época da CBS (hoje Sony Music) Mauro Motta, se lembrou dela e de sua voz - um pouco parecida com a da mãe, mas com um timbre metálico, diferente das vozes que havia no mercado e deu-lhe, a título de experiência a “tal” música para gravar. O sucesso foi estrondoso.

A música logo passou aos primeiros lugares das paradas. Todos queriam saber de quem era aquela voz suave e vieram os diversos convites para programas de televisão.

O público jovem se identificou imediatamente com aquela menina de cabelos escorridos, tímida, que lhes derramava versos de amor. "Fim de Tarde" foi um dos grandes sucessos daquele ano de 1976 e agora menina-mulher, amadurecida pelo tempo e pelas circunstâncias, conhecia a fama.

Foram vendidas mais de 500 mil cópias do compacto simples, o que lhe valeu o primeiro disco de ouro da carreira, oportunidades para excursionar e também para gravar a música em inglês e espanhol.

Aos 19 anos, Claudia se projetava nos mesmos caminhos antes trilhados com incomparável êxito pela mãe. Passou então a ser requisitada para shows, cantando do samba ao bolero. Mas sua paixão era a Bossa Nova, chegando a ser considerada a mais perfeita intérprete de "Dindi", uma das muitas músicas que havia feito de sua mãe uma celebridade e unanimidade nacional, ultrapassando as fronteiras do Brasil.


No seu primeiro LP, em 1977, Claudia regrava “Dindi”, de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, grande sucesso na voz de sua mãe, e faz mais dois grandes sucessos, “Eu preciso te esquecer” e “Aprenda a amar”.


A primeira foi tema principal da novela “Locomotivas” da Rede Globo, dos mesmos compositores de “Fim de tarde”, que também vem fechando esse LP, e a segunda de autoria de Claudia com Walter D’ávila Filho. Nesse disco, Claudia faz uma homenagem aos “Beatles”, regravando “And I love her” e se lança como compositora, com três canções suas.


O LP seguinte, em 1978, também foi produzido por Lincoln Olivetti, e teve como música de trabalho “Miragem” de Mariozinho Rocha, Renato Correa e Paulo Sérgio Valle, essa música seria defendida num festival por Claudia, mas acabou não acontecendo, e virou carro chefe desse lp, todas as músicas inéditas, parcerias de Claudia com Peninha, com o próprio Lincoln e Ronaldo Bastos.


Um lp com músicas dançantes, o verdadeiro “Funk” dos anos 70 e músicas souls românticos de compositores brasileiros. Mas Claudia mais uma vez homenageia sua mãe, regravando “Primavera” de Carlos Lira e Vinícius de Morais.

Você Sabia?
*No final dos anos 90, Claudia Telles é convidada para fazer parte do CD "Casa da Bossa", na faixa "Balanço Zona Sul", ao lado de Tito Madi.

*O talento vem de família. Claudia Telles, cantora e compositora, é filha do violinista Candinho e da cantora Sylvia Telles e sobrinha do compositor e cantor Mário Telles.

*Claudia iniciou na carreira artística em 1972, no coro de artistas como Jorge Benjor, Simone, Fafá de Belém e Roberto Carlos. Durante a gravidez de Regina do Trio Esperança, a substituiu em shows, além de ter sido crooner de Chiquinho do Acordeon.

Eu Preciso Te Esquecer - Sampa Crew e Claudia Telles


CLAUDIA TELLES - POR CAUSA DE VOCÊ


Nila Branco


Nila Branco (Unaí, Minas Gerais) é uma cantora brasileira. Mineira de Unaí, Nila tornou-se conhecida no circuito musical de Goiânia apresentado-se em bares ou abrindo shows para visitantes, como os Raimundos.

Era banquinho e violão. Ela cantava de tudo: rock anos 80, Rita Lee, Itamar Assumpção, Caetano, Gil, só para citar alguns.

Foi uma grande escola, em que a cantora acredita que aprendeu no improviso.

Vale lembrar que nesta época, Nila Branco foi uma das criadoras do Go Rock, movimento que reuniu as várias vertentes do pop-rock goiano e despertou a atenção da crítica.

Nila Branco - Chama



Gravou seu primeiro disco independente em 1998, o Nila Branco.

Dois anos depois, pela Abril Music, lançou o CD Parte II.

Com a música "Diversão", que fez parte da trilha sonora novela "Desejos de Mulher", da TV Globo, ficou conhecida no cenário nacional.



Nila Branco é da EMI, onde gravou seu terceiro disco com o título Tudo o que Eu Quis em 2004.

Curiosamente, Nila tentou gravar a canção "Eu Sei" (Legião Urbana) que não foi cedida pela gravadora. Entretanto, os parentes de Renato Russo, falecido vocalista da extinta banda, favoreceram-na para que obtivesse êxito.



Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nila_Branco

Claudia

Maria das Graças Rallo nasceu no Rio de Janeiro (RJ) em 10 de maio de 1944 e foi criada em Juiz de Fora (MG), ficou conhecida como Claudia. Começou a cantar aos oito anos de idade, participando de um programa de calouros na Rádio Sociedade de Juiz de Fora. Aos 13 anos, atuou como crooner do conjunto Meia-Noite, que se apresentava em festas e bailes daquela cidade.

Iniciou sua carreira profissional na década de 60, participando do programa “O Fino da Bossa” (TV Record), de onde foi definitivamente banida por Elis Regina, preocupada com a competição de Cláudia, que foi considerada de cara uma cantora tão boa quanto ela. Recebeu, logo no primeiro ano de sua carreira, o troféu Roquete Pinto, como cantora revelação.

Viajou para o Japão, onde se apresentou com o saxofonista Sado Watanabe. Ficou nesse país durante seis meses, apresentando-se em clubes, hotéis, boates e teatros. Gravou um LP em japonês, que atingiu a tiragem de 200 mil cópias.


De volta ao Brasil, classificou em 1º lugar a canção “Razão de paz para não cantar” (Eduardo Lage e Alézio de Barros) no I Festival Fluminense da Canção, realizado em 1969, em Niterói (RJ). Ainda nesse ano, classificou a mesma música em 4º lugar no IV Festival Internacional da Canção (TV Globo), recebendo o prêmio de melhor intérprete.

Em 1970, representou o Brasil no XI Festival da Canção, no México, tendo sido contemplada com quatro medalhas de ouro, inclusive a de melhor intérprete.


Em 1971, gravou o LP “Jesus Cristo”, com destaque para a faixa-título, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, e “Com mais de 30” (Marcos e Paulo Sérgio Valle), esta também com grande êxito.


Ainda nesse ano, participou da IV Olimpíada da Canção, na Grécia, defendendo a canção “Minha voz virá do sol da América” (Marcos e Paulo Sérgio Valle), ganhando os prêmios de melhor intérprete, melhor arranjo, melhor letra e melhor música.

Em 1972, representou o Brasil no Festival de Hola Nueva, na Venezuela, tendo recebido o prêmio de melhor intérprete.


No ano seguinte, lançou o LP “Deixa eu dizer”, que registrou canções de sua autoria como “Noite de verão” (c/ Raul Telles) e “Agora quem sorri sou eu” (c/ Cristiê), além de músicas de outros autores, como “Esse cara” (Caetano Veloso) e a faixa-título, de Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza.

Em 1975, participou do Festival da Espanha, em que se destacou como a melhor cantora. Ainda nesse ano, apresentou-se com o violonista Baden Powell na França e na Itália.


Em 1979, gravou o LP “Pássaro imigrante”, em que registrou composições próprias como “Morena de Uganda” e “Boiadeiro”, em parceria com Chico Medori.


No ano seguinte, lançou o LP “Cláudia”, incluindo canções de sua autoria como “Baião agressivo” e “Brasileirinho multinacional”, ambas com Chico Medori, e músicas de outros autores, como “Canção de quem se espera” (Sivuca e Glorinha Gadelha) e “Me deixa em paz” (Monsueto e Airton Amorim), entre outras.


Em 1982, foi convidada para estrelar o musical “Evita”, seu maior sucesso de público e crítica. O espetáculo ficou em cartaz durante seis meses em São Paulo e quase dois anos no Rio de Janeiro.

Em 1986, gravou o LP “Sentimentos”, com destaque para a versão de Victor Berbara “Não chores por mim, Argentina” (A.L.Webber e T. Rice), seu maior sucesso, e “Quero que vá tudo pro inferno” (Roberto e Erasmo Carlos).


Em 1992, lançou o CD “A estranha dama”, que incluiu as canções “Podres poderes” (Caetano Veloso), “O bem e o mal” (Danilo Caymmi e Dudu Falcão) e “É” (Gonzaguinha), entre outras.


Dois anos depois, gravou, com o Zimbo Trio, o CD “Entre amigos”, interpretando músicas como “Beatriz” (Edu Lobo e Chico Buarque), “De frente pro crime” (João Bosco e Aldir Blanc), “Cantiga por Luciana” (Edmundo Souto e Paulinho Tapajós) e “Domingo no parque” (Gilberto Gil), entre outras.


Em 1998, lançou o CD “Claudya canta Taiguara”, contendo as canções “Hoje”, “Universo no teu corpo” e “Teu sonho não acabou”, entre outras.


Em 2005 gravou o CD “A Lua Luará”, onde canta músicas do compositor finlandês Heikki Sarmanto letradas por Fernando Brant.

Claudia - Deixa eu dizer

Claudia - Com Mais de Trinta

Claúdia e Taiguara cantam "Memória Livre de Leila Diniz"


sábado, 6 de dezembro de 2008

Cida Moreyra

Maria Aparecida Guimarães Campiolo, mais conhecida como Cida Moreyra, é uma cantora, atriz e pianista Brasileira. Dona de uma voz potente e de uma personalidade cênica dramática, a cantora Cida Moreyra diz amar o silêncio e confessa não ter entendido ainda sua missão nesta vida.

Entre discos e livros, vive uma das mais respeitadas personalidades da música brasileira: Cida Moreyra. Fã de Janis Joplin, Tom Jobim, Villa Lobos e Chico Buarque, gosta mesmo é de arroz, feijão e bife com batatas fritas. Ama viajar (quer morrer em Veneza), considera-se solitária, gosta de plantas, animais, não tem medo da morte e se define como inteligente e desiludida.

Porém, Cida divide a densidade de seu temperamento artístico com uma vida cotidiana comum e confessa adorar as bobagens da televisão. Cida já cantou em países como Alemanha, França, Itália, Holanda, Portugal e não tem ritual nenhum antes de subir no palco senão aquecer a voz e maquiar-se.

Maria Aparecida Guimarães Campiolo nasceu em São Paulo/SP, em 12 de novembro de 1951, mais conhecida como Cida Moreyra, é uma cantora, atriz e pianista Brasileira.

Com cinco anos tocava piano e cantava na rádio em Paraguaçú.

Na adolescência, participava de corais no colégio, em Londrina/PR, onde morou dos 13 aos 17 anos. Uma fase muito importante na sua vida. Quando terminou o conservatório voltou a São Paulo.

Na faculdade, houve um momento muito profícuo de teatro universitário e muita política estudantil. Aí Cida exerceu sua profissão de psicóloga por cinco anos.

Só em 1978 voltou a trabalhar com arte, já profissionalmente. Mas Cida diz que ainda pretende voltar a exercer a profissão de pisicóloga.

Consagrou-se nos palcos brasileiros como Cida Moreira após estrear profissionalmente em 1977 com a peça "A Farsa da Noiva Bombardeada", de Alcides Nogueira, com direção de Marcio Aurélio e um elenco que contava, dentre outros, com Miguel Magno.

Era o grupo de teatro experimental "Pompa e Circunstância", com o qual Cida fez ainda outro texto de Alcides: "Tide Moreyra e sua Banda de Najas".

Participou ainda em 1977 do espetáculo "Teatro do Ornitorrinco canta Brecht e Weill", com Cacá Rosset, Maria Alice Vergueiro e Luiz Roberto Galízia, com os quais ainda trabalharia em 1982 em "Mahagonny Songspiel", também do dramaturgo alemão.

Integrou o elenco original de "Ópera do Malandro", adaptação de Chico Buarque de Hollanda para a "Ópera dos Três Vinténs" de Bertolt Brecht, após Chico ter ido ver ao Teatro do Ornitorrinco cantando as parcerias do dramaturgo com Kurt Weill, trabalhando, assim, com Elba Ramalho, Marieta Severo, Ary Fontoura e Emiliano Queiroz, dentre outros.

Substituiu Miucha no fim da temporada de "Saltimbancos", fazendo a personagem da Galinha.

Quando as pessoas já estam acostumadas ao vinil colorido como marca dos disquinhos infantis, surgiu no mercado um grande LP lilás, com capa no mesmo tom e - impressionante - as melodias cantadas em lilás.

Seu primeiro espetáculo solo foi "Summertime", no início dos anos 1980, o qual viria a ser seu primeiro registro fonográfico (com grande sucesso de público e crítica). O show, dirigido por José Possi Neto, tratava-se de uma homenagem à cantora Janis Joplin e à sua época.

Em seu disco de estréia, "Summertime" de 1981, gravado
AO VIVO no antigo Lira Paulistana em São Paulo. Cida Moreira já começou pegando pesado - denso e único, ela fez uma revisão de grandes clássicos do blue e do jazz norte-americano - além de cantar, pela primeira vez, a versão censurada da música "Geni e o Zepelim", de Chico Buarque e "Gota de Sangue", de Angela Ro Ro.

Seguiu fazendo espetáculos como "Serpente Rara" e "Arte", lançou seu segundo disco "Abolerado Blues" e fez na década de 1980 ainda, vários filmes que marcaram a produção de uma geração de cineastas paulistas.

Com a trilha sonora de "Estrela Nua", no entanto, composta por Arrigo Barnabé, recebe um convite para ir, com ele, à Europa, onde passa uma temporada fazendo shows.

Quando volta, retoma sua carreira no País. Os discos da cantora Cida Moreira são repletos da atriz Cida Moreira, ela toma o palco como uma deusa de Hollywood - sua interpretação não se abstém à voz: o corpo, a expressão do rosto, o toque no piano - ela canta inteira.

Com um repertório refinadíssimo que passa pelo melhor da MPB e chega até Bretch, é uma das únicas cantoras brasileiras que sabe, como ninguém, abrir os ouvidos de seu público para a verdadeira arte cultural - não apenas musical.

Em 1986 lança o álbum "Cida Moreyra", em 1988 o aclamado "Cida Moreyra interpreta Bertolt Brecht", realizando um sonho de anos.

Lançou ainda "Na Trilha do Cinema", "Cida canta Chico", "Uma canção pelo ar" e "Angenor" (em tributo ao compositor Cartola), além de participar de discos como "Mensagem" com poemas musicados de Fernando Pessoa, "Essa Chama que não vai Passar", em tributo à Maysa e "Dolores", em tributo à Dolores Duran, dentre outros.

Desenvolve inúmeros projetos de pesquisa musical que terminam sempre em espetáculos repletos de cultura e inteligência como "Cabará Bilbao", "Canções Para Cortar Os Pulsos" (com André Frateschi, uma homenagem a Tom Waits), "Modinhas imperiais", "Cole Porter", "Porgy and Bess", além de outras montagens teatrais como sua participação em "Às Margens Plácidas" com Pod Minoga, por exemplo.

Para Cida Moreira cantar Tom Waits, Mario de Andrade, Chico Buarque, Bertolt Brecht & Kurt Weill "não há segredo, apenas entrega".

É o que a cantora faz mais uma vez, ao se aprofundar no lirismo de Cartola (1908-1980), sendo "o menos óbvia possível".

Da beleza de seu cancioneiro, Angenor (Lua Music) recupera canções menos difundidas como Feriado na Roça, Evite Meu Amor, Fim de Estrada, Senões e O Silêncio de Um Cipreste, esta com participação de Marcelo Fonseca.

"O repertório foi dividido de modo a trazer as pérolas que eu já cantava, e as menos conhecidas... Para nossa própria riqueza", diz Cida.

"Cartola já tem extraordinárias gravações, como a do Ney Matogrosso e da Leny Andrade, por exemplo. Ouvi tudo que pude e principalmente o próprio, e acho que reaprendi a cantar com ele."

Ela, então, cantou com uma "simplicidade desconhecida" nela, só "pelo impacto da beleza de sua obra". Esse reaprendizado, ou seja, o exercício de tornar seu canto mais delicado, Cida diz que já vem acontecendo desde 2004, ano que marcou uma grande mudança pessoal e profissional na vida da cantora.

"Deixei de trabalhar com Gil Reyes, com quem trabalhei
durante 16 anos, maravilhosos anos. Ele fez todos os meus discos da Kuarup, tínhamos uma linguagem comum de piano, sopros, canções muito dramáticas", conta a cantora.

Decidida a "optar por outras sonoridades instrumentais", ela conheceu Camilo Carrara "e seu violão delicado e sofisticado".

Cida e Carrara então levaram para o palco o projeto Modinhas e Canções do Brasil, baseado nas modinhas imperiais recolhidas por Mário de Andrade, em 1936, que ela ainda vai gravar, "com certeza".

Já era para ter gravado, aliás. "Eu havia mandado o projeto das modinhas para todos os editais oficiais, etc., e fui rejeitada em todos eles", observa.

Então, o violonista Omar Campos , resolveu pesquisar Cartola e Adoniran Barbosa (que ela promete também gravar um dia) e eles se decidiram pelo compositor carioca, coincidindo com seu centenário de nascimento.

Campos assina a produção musical do CD com a cantora e já havia tocado com ela e Reyes por anos, incluindo os discos dedicados a Chico Buarque (1993) e a temas de filmes brasileiros (1997).

Quem levou o projeto de Cartola para a Lua Music foi o produtor Thiago Marques Luiz, que fez um belo tributo a Maysa (1936-1977), com diversos intérpretes além de Cida, em 2007.

Carrara imprime seu toque elegante, digno de Cartola, em 14 das 16 faixas de Angenor. As exceções são a ruralista Feriado na Roça, com Campos (violão e viola caipira) e Oswaldinho do Acordeon, e Peito Vazio, em que ela canta acompanhada apenas do piano de Keko Brandão.

Outros músicos "extraordinários que ajudaram o fino bordado": Toninho Carrasqueira, Mario Manga, Adriano Busko, Loyola, Chiquinho de Almeida e Passarinho. A filha de Cida, Julia, canta com ela em Alvorada.

Uma das faixas despojadas e, ao mesmo tempo, de resultado mais requintado do CD é O Mundo É Um Moinho, em que ela canta apenas acompanhada do violão de Carrara.

Outros exemplares são a já citada Peito Vazio, em que ela destila sua porção seresteira, e Autonomia, esta reunindo Brandão e Carrara.

Deixando o próprio piano de lado, Cida vai na essência das canções de Cartola, reverente e minuciosa, mas também intensa e com a mesma personalidade que demonstra ao interpretar Tom Waits no ótimo show Canções Para Cortar os Pulsos.

"Conheci o Cartola, assisti ao Cartola, e ele me parecia até agora um pouco inatingível, pois eu não possuía a sutileza que sinto nele o tempo todo. E fui caminhando até ele. Por incrível que pareça, Tom Waits trabalhou muito em mim essa mesma delicadeza. A fúria dramática ficou como opção estética", conta Cida.

Há quem ache inusitado uma cantora cujo nome é ligado à performance teatral, à "vanguarda paulista" dos anos 80, homenagear o centenário de um compositor carioca, que nem a própria escola de samba que ele simboliza, a Mangueira, o fez.

"O senso comum me liga à vanguarda paulista, me liga ao teatro todo o tempo, me chama de paulista, como se eu não fosse apenas uma cantora brasileira. Acho engraçado tudo isso, pois faço parte sim de tudo isso, mas nunca representei apenas um papel como artista, e sempre fiz o que me deu na cabeça, e faço até hoje."

Dedicado ao ator e cantor gaúcho Antonio Carlos Brunet e ao falecido cantor Ney Mesquita, o CD teve shows de lançamento nos dias 4, 5 e 6 de julho/2008 no Auditório Ibirapuera.

Além dos músicos que participaram das gravações, Cida vai receber convidados de gerações e estilos diversos como Zélia Duncan ("querida amiga de muitos anos"), Alaíde Costa ("minha deusa"), Célia ("enorme cantora"), Zé Luiz Mazziotti, Márcia Castro e Helio Flanders, do Vanguart, estes talentos contemporâneos e seus "xodós atuais".

Cida diz: "Sou filha de imigrante. Sou concreta. Meu pai veio da Itália pra substituir os escravos na lavoura de café. Então eu tenho esse jeito de abordar o mundo. Menos fantasioso. Qualidade: honestidade desconsertante, embora me traga muitos problemas até hoje. Defeito: essa mesma honestidade. Segundo minha filha, sou generosa beirando o excesso e nunca recebo o que dou em troca. Mas não acho. Penso que só sou doadora quando quero e acho que as pessoas merecem."

Você Sabia?
*Angenor, disco lançado por Cida Moreira, em 2008 pela via Lua Music, em justo tributo ao centenário de Cartola, entre outras músicas traz "O Mundo É um Moinho", interpretada, às vezes como um grito de alerta, renasce na voz de Cida com outra nuance - um tom sentido e interiorizado como uma súplica feita com delicadeza.

Eduardo Dusek e Cida Moreira - Singapura

"Singapura" (Eduardo Dusek/Luiz Carlos Góes), interpretada por Eduardo Dusek e Cida Moreira no programa "Um Toque de Classe", de Cesar Camargo Mariano, na extinta TV Manchete, circa 1986.

Cida Moreira - Back to Black (Amy Winehouse)

Cida Moreira interpreta Back to Black (Amy Winehouse e Mark Ronson), no show "Canções para cortar os pulsos III", no Instituto Cultural Brasileiro Norte-americano, em Porto Alegre, no dia 17 de maio de 2009.

Cida Moreira - Leilão

Cida Moreira cantando no programa Sr. Brasil do Rolando Boldrin. Esta canção é "Leilão", do violeiro alagoano Hekel Tavares e do dramaturgo carioca Joraci Camargo. Foi gravado por Grande Otelo e Inezita Barroso e possui subtítulo de Scenas Coloniais. Fala de um amor doloroso em tempos de escravidão.

Clube do Balanço

O Clube do Balanço é um conjunto musical paulistano de samba-rock, sambalanço, Samba Funk e soul.

A história do Clube do Balanço é bem peculiar, não tem nada em comum com a trajetória de outras bandas, não surgiu numa mesa de bar e nem é resultado de uma reunião de amigos da escola.

O Clube do Balanço foi criado, em 1999, para uma festa. Nenhum dos músicos envolvidos sabia bem no que ia dar, mas aceitaram a divertida empreitada.O local escolhido para a festa foi a COHAB I, localizada em Arthur Alvim, periferia de São Paulo.

A divulgação foi feita pelo “boca-a-boca” e por cartazes improvisados. A apresentação foi um sucesso e a pista ficou pequena para comportar todos os que queriam dançar. A coisa deu tão certo que logo eles tiveram que procurar novos espaços para tocar, e lá se foram rumo à Vila Madalena - bairro boêmio de São Paulo- com a proposta de fazer uma domingueira.

As domingueiras comandadas pelo Clube reunia admiradores saudosos do samba-rock e também uma garotada que tinha acabado de descobrir este estilo musical, ali era, literalmente, um espaço democrático. Diversos cantores passaram por lá para curtir a festa e acabaram participando dos shows, alguns deles tornaram-se parceiros do CDB entre eles: Bebeto, Paula Lima, Luís Vagner, Marku Ribas, Max de Castro, Wilson Simoninha e outros tantos.

O primeiro álbum do Clube do Balanço - Swing & Samba-Rock -foi lançado em 2001, O lançamento deste disco aconteceu no extinto Blen Blen e bateu recorde de público. A festa, assim como o álbum, contou com diversas participações especiais, entre elas a do "Tremendão"- Erasmo Carlos.

Em 2005, veio o segundo disco - Samba Incrementado - mais autoral e sem participações. O Clube do Balanço, despretensiosamente, conseguiu resgatar o Samba Rock do ostracismo e o levou para dar um rolê em 15 países da Europa, eles também estiveram na Nova Zelândia, Singapura e Austrália. Agora podemos dizer que todo o mundo, ou pelo menos boa parte dele, já ouviu “o tal do samba-rock”.

Os experientes e experimentados músicos do CDB: Marco Mattoli, (guitarra e voz), Edu Salmaso (baterista), Fred Prince (percussionista), Tiquinho (trombonista), Marcelo Maita (tecladista) e Gringo Pirrongeli (baixista), Reginaldo Gomes (trompete) e Tereza Gama (voz).

Você Sabia:
*Em 1992, Edu passou a integrar a banda do sambista Royce do Cavaco, com quem gravou e fez shows durante quatro anos.

*Edu "Peixe" Salmaso - Bateria - já trabalhou com Alcione, Jamelão, Maestro Jobam, Jotinha, Zeca Pagodinho, Monica Salmaso, Lua Lafaiette, Ivan Lins, Almir Guineto, Jovelina Pérola Negra, Paula Lima, Exaltasamba, Bebeto, Alexandre Pires e Demônios da Garoa, entre outros. Ainda hoje, Edu concilia a agenda do Clube do Balanço com aulas, gravações e shows com outros artistas.

*Leonardo Russo Pirrongelli, o Gringo - Baixo - chegou ao Brasil no início da década de 80 com o propósito de fazer música. Com outros músicos de sua terra natal, o Uruguai, trouxe na mala a idéia de um projeto que mesclava o candombe (folclore afro-uruguaio), música latino-americana, samba, jazz e rock. Mas a grana acabou e Gringo acabou indo para São Paulo, onde começou a trabalhar como desenhista.

*Léo "Gringo" freqüentava os bares da cidade e nas noites de samba de Santana (bairro da zona norte) conheceu Edu Salmaso que o apresentou a Mattoli.

*Gringo já dividiu o palco com Maria Creuza, Eliana de Lima, Elizabeth Viana, Benito di Paula, grupo Casa Nossa e Lula Barbosa, entre outros.

*Marcelo Maita - Piano Fender - viveu a fase da lira paulistana, onde se projetaram músicos como Arrigo Barnabé, Ná Ozzeti, Itamar Assumpção e Scowa.

*Marcelo Maita esteve no palco com Wilson Simonal e até hoje acompanha Jair Rodriguesa. Quando não está com ele ou com o Clube, Maita pode ser visto nos palcos e estúdios com outros importantes nomes da nova geração da música brasileira, como Simoninha e Max de Castro.

*Música sempre foi algo presente na casa de Reginaldo Gomes, de família evangélica, o pai tocava trompete na igreja. Mas "16" (como é conhecido hoje em dia) só decidiu estudar aos 20 anos, época em que também cursava biologia em São Paulo.

*Reginaldo "16" Gomes - Trompete - entrou no circuito musical da cidade com a Banda Cara de Pau, depois passou pela Orquestra Paulista de Soul, conheceu Tiquinho e também foi para as noites do Espaço Anexo, que deram origem ao Funk Como le Gusta.

*Reginaldo "16" já tocou com Xis, Rita Ribeiro, Zeca Baleiro e Mundo Livre S/A.

*Além da metaleira, Reginaldo estudou canto e integrou, durante muito tempo, o Coral da Orquestra Sinfônica de São Paulo. Hoje Reginaldo pode ser visto com o Clube, Funk Como le Gusta e Seu Jorge, entre outras bandas.

*Os integrantes do Clube têm um milhão de atividades, por isso encontrar a formação da banda inteira no palco é algo raro. Assim, entram em cena os músicos substitutos, que também já fazem parte da família do Clube: Barba é sub do Fred. Bruninho é sub do Edu. Pedro Cunha é sub do Maita. Ronald Pequeno também é sub Maita. Ed Trombone é sub do Tiquinho. Otávio Nestares é sub do Reginaldo. Azeitona também é sub do Reginaldo. Américo substitui Edu Salmaso.

*Augusto Bocão, deixou de fazer parte da banda desde março de 2008, e atualmente toca com outros artistas, como: Paula Lima, Banda Instituto e Max de Castro.

*Quando não está na estrada com o Clube, Gringo pode ser visto nos corredores da MTV Brasil, onde trabalha como Coordenador de Operações e Produção.

*Tocar na banda marcial do Liceu Noroeste, colégio da cidade de Bauru (SP), era a vontade de Marco Aurélio de Santis, o Tiquinho. Descobriu o trombone com 13 anos e logo estava acompanhando as bandas de baile da cidade.

*Depois de tocar em vários bares, no início dos anos, Tiquinho - Trombone - 90 resolveu ir a São Paulo, onde se integrou à banda Professor Antena. Aos poucos foi conhecendo a cena musical paulistana, foi músico substituto do mestre Bocato na Orquestra Paulista de Soul e, na seqüência, vieram Chico César (com quem fez a turnê do disco Cuzcuz Klan), Karnak e Funk Como le Gusta.

*O Clube do Balanço é um conjunto musical paulistano de samba-rock, sambalanço, Samba Funk e soul.

*A história musical de Marco Mattoli - Voz e Guitarra -se confunde com toda a retomada do samba-rock no circuito musical brasileiro. Ele começou sua carreira ao fundar a banda Guanabaras, uma proposta de fazer música pop com raiz genuinamente brasileira.

*Mattoli gravou o CD "Balanço Bom é Coisa Rara", com a participação de Luiz Vagner na canção "Segura a Nêga". O disco contou com a participação de Edu Salmaso, Gringo Pirrongelli, Fred Prince e Tiquinho, formação que deu origem ao Clube do Balanço.

*Além de ser o "Presidente" do Clube, Mattoli é técnico de som em um estúdio de jingles em São Paulo.

*Aos 15 anos, Tereza Gama (Voz) encantou-se com os Beatles. Adorava rock e compartilhava este "rebelde" gosto musical com as modas de viola que o pai gostava de entoar. Nessa mesma época, ganhou um concurso de calouros na rádio Praça Clóvis, em São Paulo, com a música "Filme Triste", do Trio Esperança.

*No final dos anos 80, Tereza Gama começou a cantar em rodas de samba dos bares de São Paulo. Foi quando conheceu Mattoli, que se encantou com a voz contralto da diva e a convidou para cantar com o Clube.

*Foi para Tereza que Mattoli compôs a música "Sereia".

*Além do Clube do Balanço, Tereza tem um trabalho solo de samba de raiz e partido alto, e vem fazendo shows por várias cidades apresentando seu CD solo "Aos Mestres com Carinho".

*Edu "Peixe" Salmaso teve seu primeiro contato com a bateria no final de 1989, aos 17 anos. Em 1990, Edu começou a tocar em bares e fazer apresentações com grupos de samba. Logo surgiram convites para atuar ao lado de artistas de maior expressão.

*O irmão tocava bateria e ele ia para os ensaios. Escolheu o piano e aprendeu a tocar sozinho. Marcelo Maita começou cedo: aos 17 anos já acompanhava bandas de baile.

*Quando não está fazendo arranjos ou shows com o Clube e o Funk, Tiquinho pode ser visto nos palcos do Brasil e do mundo com Jorge Ben Jor.

*O percussionista Fred Prince também deve a uma banda marcial sua inserção no meio musical, aos 15 anos, onde tocava caixa.

*Aos 18 anos, Fred Prince - Percussão entrou para a Banda do Quartel e teve certeza que seu negócio era a música, mais precisamente o samba.

*Fred tocou em grandes bailes de samba de São Paulo, com Almir Guineto e o grupo Fundo de Quintal. Gravou com Branca di Neve, Originais do Samba, Bebeto e Orquestra Jazz Sinfônica. Jair Rodrigues, Jair Oliveira, Max de Castro e Simoninha contam com a presença de Fred nas gravações e nos palcos. Além disso, Fred integra a Banda Mantiqueira.

Clube do Balanço - "Aeroporto" - Trama/Radiola


Clube do Balanço-"A Sereia e o Marujo"+Entrevista-Trama/Rad

Geraldo Vandré


Geraldo Vandré entrou para a história da MPB fazendo sucesso com suas músicas de letras e melodias marcantes como: "Caminhando", "Porta Estandarte", "Aroeira", "Disparada"...

VIDA E OBRA

Geraldo Vandré, nome artístico de Geraldo Pedroso de Araújo Dias Vandregísilo  (João Pessoa, 12 de setembro de 1935) é um advogado, cantor e compositor brasileiro. Foi o primeiro filho do casal José Vandregísilo e Marta. O nome artístico Vandré é uma abreviatura do segundo nome do pai.

Vandré apresentou-se num programa de calouros na Rádio Tabajara de João Pessoa quando tinha 14 anos. Em Nazaré da Mata, Pernambuco, onde cursava o ginásio em internato, participou de alguns shows organizados para as missões.

Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1951, onde conheceu pessoas ligadas ao meio artístico, como o compositor Valdemar Henrique, Baden Powell e Luís Eça. Vandré ingressou na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Militante estudantil, participou ativamente do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Vandré apresentou no programa de calouros de César de Alencar, no qual foi desclassificado. Aproximou-se então de Ed Lincoln, que nessa época tocava com Luís Eça, na boate do Hotel Plaza, tentando cantar nos intervalos das apresentações.

Em 1955, com o pseudônimo de Carlos Dias, defendeu a canção "Menina" (Carlos Lyra) num concurso musical promovido pela TV-Rio. Mais tarde, o encontro com o folclorista Valdemar Henrique abriu-lhe a oportunidade de se apresentar no programa da Rádio Roquete Pinto, usando o nome Vandré, que resultou da abreviatura do nome do pai, José Vandregisilo. Cursou a Faculdade de Direito, do Rio de Janeiro, época em que participou do Centro Popular de Cultura, da extinta União Nacional dos Estudantes, onde conheceu seu primeiro parceiro, Carlos Lyra.

Geraldo Vandré fez a letra da música de Carlos Lyra Quem quiser encontrar o amor, gravada por ele em abril de 1961 em 78 rpm, na RGE, e em 1962 por Carlos Lyra no LP O sambalanço de Carlos Lyra, pela Philips. Esta música seria incluída no episódio "Couro de gato" do filme Cinco vezes favela, trabalho produzido pelo Centro Popular de Cultura. Em 1962, Vandré apresentou-se no Juão Sebastião Bar, em São Paulo SP, iniciando trabalhos com Luís Roberto, Baden Powell e Vera Brasil...

Em 1966, Geraldo Vandré chegou à final do Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com o sucesso "Disparada", interpretada por Jair Rodrigues. A canção arrebatou o primeiro lugar ao lado de A Banda, de Chico Buarque.



Descrição do vídeo: Aos vigorosos acordes iniciais do Quarteto Novo combinado com o Trio Marayá, a platéia que lotava o Teatro Record explodia em gritos e aplausos. E ainda em meio ao tumulto, Jair Rodrigues começava a cantar os primeiros versos desta moda para viola e laço. Seguia-se uma letra enorme, que só não foi maior porque os autores - Geraldo Vandré e Theófilo de Barros Filho, passaram a madrugada anterior à primeira apresentação fazendo cortes na historia épica do vaqueiro que foi boi e um dia sem montou. Após muitas discussões entre os jurados e brigas de torcidas, a música acabou dividindo o primeiro lugar daquele festival da TV Record (1966) com A Banda, de Chico Buarque de Hollanda. A gravação dessa faixa foi feita pela Philips, na época do festival, com a mesma equipe que havia defendido a música.

Em 1968, Geraldo Vandré participou do III Festival Internacional da Canção com "Pra não dizer que não falei de flores" ou "Caminhando". A composição era um hino de resistência contra o governo militar e foi censurada. O Refrão: "Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora, / Não espera acontecer" foi interpretado como uma chamada à luta armada contra os ditadores.



Em setembro de 1968, Vandré defendeu  Chico Buarque e Tom Jobim, diante de milhares de pessoas no Maracanãzinho (jornais da época falam em 30 mil), no Rio de Janeiro. A maioria queria ver “Pra não dizer que não falei das Flores" ou "Caminhando” como vencedora da fase nacional do 3° Festival Internacional da Canção, promovido pela TV Globo, e por isso vaiava a decisão do júri, que escolhera “Sabiá”.

“Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque de Hollanda merecem o nosso respeito. (...) Pra vocês que continuam pensando que me apóiam vaiando... (...) A vida não se resume em festivais”, disse Vandré, enquanto a multidão acenava com lenços brancos. O sucesso de Geraldo Vandré ficou em segundo lugar no festival, perdendo para "Sabiá", de Chico Buarque e Tom Jobim.

"Caminhando" na interpretação de Zé Ramalho...




1967





Vídeo raro (talvez uma das filmagens mais antigas do Hermeto, de cabelo curto e sem barba) do legendário Quarteto Novo acompanhando Geraldo Vandré junto do Trio Marayá.

Ainda em 1968, com o AI-5, Vandré foi obrigado a exilar-se. Depois de passar dias escondido na fazenda da viúva de Guimarães Rosa, morto no ano anterior, o compositor partiu para o Chile e, de lá, para a França. No Chile, seu primeiro destino, Vandré manteve contatos com artistas locais e gravou um compacto com as músicas “Desacordonar” e “Caminando” – quem recebeu da mão dele um desses compactos tem o exemplar numerado pelo próprio autor.

De lá, Vandré viajou para a Europa – no final de 1970, gravaria na França o pungente “Das Terras de Benvirá”, seu quinto LP – e seria o último, lançado no Brasil apenas em 1973 (na França, foi lançado um compacto, "La Passion Bresilienne"). "Foi algo quase de improviso", conta Marcelo Melo, que participou da gravação e pouco depois formaria o grupo Quinteto Violado.

Em 1971, Vandré voltou ao Chile.

Em 1972, Geraldo Vandré ganhou um festival no Peru com "Pátria Amada Idolatrada, Salve, Salve", parceria com Manduka (falecido em 2004), filho do poeta Thiago de Mello e da jornalista Pomona Politis.

O retorno oficial ao Brasil aconteceu em 21 de agosto de 1973. “Quero agora só fazer canções de amor e paz”, declarou ao Jornal Nacional, na chegada, em Brasília, lembrando que nunca esteve vinculado a qualquer grupo político.

No início de agosto de 1982, por volta de 200 pessoas testemunharam a volta de Geraldo Vandré aos palcos. Foi em uma sala de cinema em Puerto Stroessner, na fronteira do Paraguai com o Brasil. Cantou do lado paraguaio. Defendia a anulação de todos os atos praticados com base no AI-5 – o que, na prática, significaria o retorno à Constituição de 1946. “Não houve aplausos nem gritos (na entrada de Vandré)”, contou a repórter Ruth Bolognese, do Jornal do Brasil, em texto publicado dia 9 de agosto. Foram dez músicas, quase todas inéditas. “E falam em liberdade, soldados, homens fracos e fortes, homens aprendendo a ser gente.”

Após o exílio compôs "Fabiana", em homenagem à Força Aérea Brasileira. Em março de 1995 apresentou-se no Memorial da América Latina, em São Paulo, no concerto realizado pelo IV Comando Regional (CONAR), em comemoração a Semana da Asa. Na ocasião, um coral de cadetes lançou sua música Fabiana, uma homenagem a FAB.


Vandré, militares, Força Aérea? A relação parece estranha, mas vem dos tempos de criança. O pequeno Geraldo tinha 4 anos quando explodiu a 2ª Guerra Mundial, e ele gostava de imitar o vôo de caças. “Porque só tu soubeste enquanto infante/ As luzes do luzir mais reluzente/ Pertencer ao meu ser mais permanente” são os versos finais de “Fabiana”, escrita em 23 de outubro de 1985 “em honra da Força Aérea Brasileira”.

Daí o nome, “Fabiana”. Em 1995, ele esteve presente a uma comemoração da Semana da Asa, em que cadetes da FAB cantaram a sua composição. “Musicalmente é uma valsa. Literariamente, compõe de três estrofes de seis decassílabos e um refrão de três versos de seis sílabas”, explicou, didático, em entrevista ao jornal paulistano Diário Popular (atual Diário de São Paulo) em 26 de julho de 1991.

Nos anos 90 foram lançadas coletâneas com obras suas. Em 1997 o Quinteto Violado lançou o CD Quinteto Violado canta Vandré (selo Atração), incluindo antigos sucessos e apenas uma música inédita: Republica brasileira. Ainda em 1997, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho regravaram Disparada e Canção da despedida no CD Grande encontro 2.
CURIOSIDADES

*A canção "Pra não Dizer que não Falei das Flores", foi usada em 2006 pelo Governo Federal como trilha musical para publicidade de suas Políticas de Educação como o ProUni e o ENEM, sendo executada em um ritmo diferente. Dessa forma, a música que foi considerada uma ameaça ao governo ditatorial passou a ser usada para publicidade do governo no período democrático.

*Muitos ao de citar “Pra não Dizer que não Falei das Flores” (subtítulos "Caminhando" e "Sexta Coluna") como a sua música mais famosa. Outros lembrarão de “Disparada”, celebrizada por Jair Rodrigues. Poucos, certamente, lembrarão de “Pequeno Concerto que virou Canção”, “Samba em Prelúdio”, “Quem Quiser Encontrar Amor”, “Canção Nordestina”.

*Foi Vandré quem primeiro defendeu uma música de Chico Buarque em um festival? Pois foi ele quem cantou “Sonho de um Carnaval”, do novato Chico, no 1° Festival de Música Popular Brasileira, em 1965. Os dois dividiriam o prêmio do Festival da Música Popular Brasileira em 1966, quando "A Banda", de Chico, e “Disparada”, de Vandré e Théo de Barros, dividiram a torcida. "A Banda" ganhou no júri, mas o prêmio foi dividido entre os dois...

Geraldo Vandré reside na pequena cidade de Imbituba, no litoral sul de Santa Catarina.

FONTE

Site Letras
Wikipédia
Digestivo Cultural