Páginas

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Charlie Brown Jr.


Charlie Brown Jr. (também abreviada como CBJR) foi uma banda brasileira de rock formada em Santos no ano de 1992. As canções da banda misturavam vários gêneros musicais como o hardcore punk, reggae, rap, funk rock, rock alternativo e skate punk, criando assim um estilo próprio e original. Suas letras faziam diversas críticas à sociedade, além de uma abordagem da perspectiva do universo jovem contemporâneo. Todos os membros da banda eram naturais da cidade de Santos, exceto o vocalista Chorão, que nasceu em São Paulo.


No dia 6 de março de 2013, o membro-fundador Chorão faleceu em seu apartamento em São Paulo devido a uma overdose de cocaína e álcool. Os membros remanescentes da banda decidiram não mais usar o nome Charlie Brown Jr., assim mudando-se para A Banca, na intenção de preservar a memória de Chorão com o antigo nome e homenageá-lo. Porém o novo grupo se extinguiu já em setembro, quando na madrugada do dia 9, após pouco mais de seis meses da morte de Chorão, o baixista-fundador do Charlie Brown Jr. e vocalista d'A Banca, Champignon foi encontrado morto em sua casa, em São Paulo, com grande probabilidade de suicídio.


Em julho de 2015, um levantamento da plataforma de streaming Deezer revelou que o Charlie Brown Jr. é a segunda banda brasileira de rock mais ouvida no exterior, atrás apenas do Sepultura.

Em Setembro de 2015, levantamento similar da Billboard Brasil divulgou uma lista similar com 47 brasileiros, e o CBJr. apareceu na 31ª posição, o quarto grupo (depois do Sepultura, Natiruts e Tribalistas).


Em 1987, o então adolescente paulistano de apenas dezessete anos de idade Alexandre Magno Abrão, mais conhecido como Chorão, ouvia muito a banda Pretensão Salarial e se mudou para Santos, litoral de São Paulo, após uma infância difícil e traumática. Passou a se interessar pela prática do skate e teve uma entrada repentina no cenário musical. Um dia, em um bar local, substituiu o vocalista de uma banda, quando o mesmo precisou se ausentar devido a necessidades fisiológicas. Uma pessoa da plateia, ao vê-lo cantar, convidou-o para ser vocalista em sua banda.

Em 1990, quando o baixista da referida banda saiu, Champignon, então com 12 anos de idade, foi apresentado ao Chorão por músicos conhecidos que frequentavam o mesmo estúdio do cantor, em São Vicente, para fazer um teste para baixista. Os dois formaram então a banda What's Up. Não há registros da What's Up disponíveis na internet, mas a banda, segundo relatos, praticava um som ligado ao thrash metal, hardcore e crossover. As letras eram em inglês e a pegada era semelhante a de bandas como Biohazard e Suicidal Tendencies. Os dois tentaram divulgar a banda ao longo da cidade.

Tempos depois Chorão e Champignon decidiram convidar o baterista Renato Pelado, egresso de bandas da cidade como Ecossistema, Jornal do Brasil, entre outros projetos. Mais tarde, Marcão e Thiago Castanho completaram a primeira formação do grupo, que ainda não tinha um nome.


Eventualmente Chorão escolheu em 1992 o nome Charlie Brown Jr., inspirado em um incidente no qual o cantor atropelou uma barraca de água de coco com o desenho de Charlie Brown, o protagonista da tira Peanuts. O "Júnior" foi acrescido, nas palavras de Chorão, "pelo fato de sermos filhos do rock", inspirado por músicos do rock brasileiro à época como Raimundos, O Rappa, Nação Zumbi, e Planet Hemp.

A sonoridade do grupo tinha influências de grupos como Blink 182, Sublime, Bad Brains, 311, Rage Against The Machine, NOFX e Suicidal Tendencies, misturando hardcore, skate rock, reggae e ska.

O vocalista da banda, Chorão, era skatista, chegando a figurar nas melhores posições do ranking de diversos campeonatos brasileiros, e costumava apresentar-se nos shows em cima de um skate. Por volta de 1993, já com esta formação da banda, começaram a tocar no circuito underground de Santos e São Paulo e a fazer shows em vários eventos de skate. As primeiras apresentações do quinteto aconteceram em Santos e São Paulo, especialmente em campeonatos de skate.


Em 1993, a banda começou a se destacar em Santos. Sempre que a banda se apresentava em casas noturnas Champignon, na época menor de idade tinha que levar uma autorização judicial para acompanhar o grupo. Foi nesta época que Chorão procurou o produtor musical Rick Bonadio, presidente da Virgin Records no Brasil e produtor dos Mamonas Assassinas, e lhe entregou uma fita demo com 3 faixas, que seriam gravadas no primeiro álbum da banda. Esta demo tem uma sonoridade bem pesada.

Bonadiogostou do som da banda e os contratou. Nasce então o álbum Transpiração Contínua Prolongada, produzido por Tadeu Patolla e Rick Bonadio com o selo da Virgin. O título do álbum, segundo a banda, retratava tudo que passaram para chegar onde chegaram. Lançado em 1997, o disco vendeu por volta de 500 mil cópias, e foi bem recebido pelas rádios, que executaram faixas como "O Coro Vai Comê!", "Proibida pra Mim (Grazon)", "Tudo que Ela Gosta de Escutar" e "Quinta-Feira".


Em 1999, após a estreia promissora, o grupo voltou com Preço Curto... Prazo Longo, composto por 25 canções inéditas, entre elas "Confisco", "Zóio de Lula", "O Preço" e "Não Deixe o Mar te Engolir", que sedimentaram a boa recepção da banda e garantiram sua presença nas rádios.


De 1999 a 2006, a canção "Te Levar" foi tema do seriado Malhação, da Rede Globo, fazendo com que a banda expusesse seu trabalho às mais diferentes classes sociais. Com sua propagação na mídia, o grupo ganhou vários prêmios e chegou assim, por várias vezes, ao topo de grandes rádios espalhadas pelo país. Pouco antes de entrar no estúdio para gravar o terceiro álbum, a banda passou por uma forte crise interna, causada pelas brigas entre Chorão e Champignon, que quase encerrou o grupo.


Apesar das dificuldades, a evolução da fórmula hip hop/reggae/hardcore continuou em Nadando com os Tubarões, lançado em 2000, cujos destaques foram as faixas "Rubão - O Dono do Mundo" e "Não é Sério". O disco marcava a entrada de DJ Anderson Faria como acompanhante fixo na turnê deste disco, que também contou com participações especiais, como o rapper Sabotage, a cantora Negra Li(na música "Não é Sério") e seu grupo RZO. Este disco apresentou uma sonoridade mais produzida e carregada se comparado aos dois primeiros álbuns, com algumas letras refletindo o momento delicado pelo qual Chorão estava passando, devido à morte do seu pai.


No fim do ano, o Charlie Brown Jr. foi uma das bandas brasileiras que decidiu não participar do Rock in Rio 3 que ocorreria em janeiro de 2001, por discordar do tratamento dispensado às bandas nacionais. Ao mesmo tempo, o guitarrista Thiago Castanho deixa o grupo alegando divergências pessoais.

Em 2001, a banda vence o Video Music Brasil, levando o prêmio "Escolha da Audiência" pelo clipe de "Rubão". Como um quarteto, o Charlie Brown Jr. lançou seu quarto álbum, 100% Charlie Brown Jr. (Abalando a sua Fábrica). As faixas de maior destaque foram "Hoje eu Acordei Feliz", "Lugar ao Sol", "Sino Dourado" e "Como Tudo Deve Ser". Nesse álbum o grupo focou-se mais no rock e no hardcore, deixando um pouco de lado suas outras influências. Ao contrário do que fizeram nos 3 primeiros discos, optaram por gravar o novo trabalho ao vivo (método em que todos os músicos tocam ao mesmo tempo no estúdio), resultando em uma sonoridade mais crua. Em abril de 2002, uma apresentação da banda no Rio de Janeiro acabou em tumulto generalizado. Devido a uma briga, os integrantes da banda saíram do palco antes do previsto, causando revolta na plateia. Lojas e lanchonetes do parque Terra Encantada foram depredadas, porém não houve feridos graves.

O título do quinto álbum, Bocas Ordinárias, se apropriou de uma expressão lusitana, devido ao sucesso do grupo em apresentações realizadas em Portugal. A fusão de estilos gerou novos hits, como "Papo Reto (Prazer é Sexo, O Resto é Negócio)" e "Só por uma Noite", "Bocas Ordinárias, Guerrilha!" e "Somos Poucos Mas Somos Loucos", além de uma versão de "Baader-Meinhof Blues", da Legião Urbana. Para este disco a banda optou por uma sonoridade mais polida, diferente do disco anterior.


Álbum acústico (2003)
Em 2003, chegou a vez do Charlie Brown Jr. gravar seu Acústico MTV. Entre os convidados, o grupo chamou Negra Li, Marcelo Nova e Marcelo D2, que participaram de versões de "Não é Sério" , "Hoje" (do grupo de Nova, Camisa de Vênus) e de "Samba Makossa" (Nação Zumbi), respectivamente. Entre as regravações, a banda santista optou pelas canções "Proibida pra Mim", "Zóio de Lula", "Tudo que Ela Gosta de Escutar". O primeiro single foi a canção inédita "Vícios e Virtudes". O disco foi marcado pelo grande sucesso de vendas e mídia e, curiosamente, foi gravado enquanto a banda estava no auge da carreira, contrariando a tradição de retomar ao auge carreiras de outros artistas.

Durante a turnê acústica, em 2004, Chorão se desentendeu com Marcelo Camelo, do grupo Los Hermanos, quando as duas bandas se encontraram no aeroporto de Fortalezaantes da apresentação das mesmas no festival Piauí Pop daquele ano. O motivo teria sido uma suposta crítica à participação do Charlie Brown Jr. em um comercial para a Coca-Cola. O vocalista do grupo carioca processou Chorão por danos morais decorrentes da agressão, que acabou por quebrar o nariz de Camelo na sala de desembarque do voo da Tam, sem êxito, visto que foi imputado a este culpa concorrente pelo acontecido.

Após mais de dois milhões de álbuns vendidos, o Charlie Brown Jr. lança em 2004 o sétimo disco da carreira, Tâmo Aí Na Atividade, marcando o retorno do produtor Rick Bonadio após os dois primeiros discos, e algumas inovações na parte sonora, como batidas eletrônicas e teve como músicas de trabalho as faixas "Tamo aí na atividade" e "Champagne e Água Benta".


Nova formação

No início de 2005, o vocalista Chorão foi surpreendido com o anúncio de que todos os outros músicos da banda estavam deixando o grupo, alegando divergências contratuais. Contrariando as expectativas, Chorão apareceu com uma nova formação para o Charlie Brown Jr. O novo núcleo era baseado na cidade de Santos, onde a banda surgiu. Thiago Castanho, guitarrista que fez parte dos três primeiros discos da banda, retornou ao grupo. Dois novos músicos assumiram, respectivamente, a bateria e o baixo; André Luís Ruas, conhecido como Pinguim; e Heitor Gomes, filho do contra-baixista Chico Gomes.

“ "O lance da banda foi um desentendimento com o empresário Pipo e o Chorão comprou a dele. Então eu, o Marcão e o Pelado fomos cada um para um lado. Tem coisas aí que não podem ser abertas porque são particulares e prefiro nem falar. Neguinho aí até parou de tocar porque ficou abalado com a situação, não acreditou. Na boa, eu não quero ficar falando mal do (Chorão), jogando bomba, quero mais que ele fique bem rico, bem milionário e me esqueça. Esqueça a gente. Tem uma parte que não pode ser falada. Todo mundo gostaria de saber, mas a gente tem um acordo." ”

O álbum Imunidade Musical é lançado em 2005 com destaque para o primeiro single "Lutar pelo que É Meu", além de "Cada Cabeça Falante tem sua Tromba de Elefante", com as participações de Rappin Hood e Parteum, do Mzuri Sana. Ainda neste ano, o Charlie Brown lança o DVD Skate Vibration, que mostra imagens da banda se apresentando em disputas de skate e imagens nos estúdios Digital Grooves e Midas Studios, onde gravaram o disco.


No DVD, além de uma apresentação ao vivo, estão os videoclipes que misturam imagens da banda Charlie Brown Jr. nos shows realizados em 2005, nas viagens e durante as gravações de seu oitavo álbum. Imunidade Musical, no qual a sonoridade do Charlie Brown Jr. foi restabelecida através de 23 faixas, se tornou um álbum emblemático na trajetória da banda. A canção "Lutar pelo que É Meu" substituiu "Te Levar" na abertura do seriado Malhação, de abril de 2006 até outubro de 2007.

Ritmo, Ritual e Responsa (2007)

O nono álbum da carreira lançado pelo Charlie Brown Jr. foi intitulado de Ritmo, Ritual e Responsa. Trouxe 22 faixas inéditas e uma faixa bônus, e chegou às lojas no final de setembro de 2007. Produzido por Chorão e Thiago Castanho, possui letras com forte apelo urbano e que vão de encontros aos anseios da juventude, com direito a toques eletrônicos e a presença do rap. No dia 9 de abril de 2007 chegou às rádios do Brasil "Não Viva Em Vão", canção de Chorão e Thiago Castanho que foi escolhida como primeira música de trabalho. Logo em seguida é lançado o segundo, "Pontes Indestrutíveis", e posterIormente outra, a canção "Be Myself", que foi escolhida para fazer parte da trilha sonora da telenovela Duas Caras, exibida pela Rede Globo. Destaque também para o quarto single do álbum, "Uma Criança com Seu Olhar".


Saída de Pinguim e Camisa 10 (Joga Bola até na Chuva)

No dia 23 de abril de 2008, foi divulgado no site oficial que o baterista André Ruas, o Pinguim, não fazia mais parte da banda. O motivo seria o fim do contrato que já estava se aproximando, sem que houvesse interesse de ambas as partes em renová-lo.

“ "Eu gostaria de comunicar aos fãs e a quem mais possa interessar que o meu contrato com a banda CBJr. acabou, e não houve interesse de ambas as partes em renovar o contrato. Boa sorte a todos nós!!!”

Depois de sete anos na EMI, a banda muda para a gravadora Sony Music. Novamente produzida por Rick Bonadio, a banda lança o álbum Camisa 10 (Joga Bola até na Chuva). O nome "Camisa 10", é um trocadilho por este ser o décimo álbum da banda. É o primeiro com o baterista Bruno Graveto. O disco possui a canção "O Dom, a Inteligência e a Voz" feita a pedido da cantora Cassia Eller, que Chorão fez para entrar no disco que a cantora iria fazer em 2002. Mas, 15 dias após a criação da música, Cássia faleceu. A canção "Me Encontra", foi lançada como primeiro single do álbum no final de julho de 2009.

Rompimento com a Sony, a volta de Marcão e Champignon e a saída de Heitor Gomes.


No início de 2011, a banda gravou um CD e DVD ao vivo em São Paulo. Problemas na organização do evento levaram a um rompimento com a gravadora Sony Music, e a banda passou a trabalhar de forma independente.

Após esse acontecimento, na edição 2011 do Viradão Carioca, no Rio de Janeiro, Chorão disse que tinha uma surpresa para o público, e que a banda não era mais formada por 4 integrantes, mas sim 5. Logo após isso, chamou Marcão para o palco, selando oficialmente sua volta ao grupo. Em julho daquele ano, o contrato com o baixista Heitor Gomes foi encerrado e saiu da banda de forma amigável, alegando buscar o sucesso independente, mais tarde se juntando à banda CPM 22. Com isso, Champignon voltava ao grupo, surpreendendo os fãs com um vídeo postado no YouTube onde dizia: "Voltei pra ficar! Aqui é minha casa!". Após isso a banda passa a contar quase com sua formação original. Em entrevista dada no dia da morte de Chorão, Champignon afirmou que ele e Chorão brigaram algumas vezes na vida, mas felizmente puderam refazer a amizade.” "A gente tinha uma relação profissional. Apesar das muitas brigas, éramos amigos há mais de 20 anos"


Eventualmente decidiram refazer o show, batizado Música Popular Caiçara, em setembro de 2011, dessa vez, gravado em Curitiba e na cidade natal da banda. Com a produção de Liminha, o show conta com as participações especiais de Marcelo Falcão, vocalista d'O Rappa, Zeca Baleiro, e dos compositores baianos Marcelo Nova e Márcio Mello. Gravado de maneira independente, o DVD demorou cerca de 7 meses para ser lançado. Em maio de 2012, Música Popular Caiçara foi lançado com a distribuição do selo Radar Records, em comemoração aos vinte anos de carreira do grupo. Nova briga com Champignon

Charlie Brown Jr. em apresentação no Pepsi on Stage em Porto Alegre.

Durante um show da turnê em Apucarana, no Paraná, Chorão criticou o baixista, afirmando que ele deveria ser muito grato por ter sido aceito de volta ao grupo "depois de tudo que fez". Após quase cinco minutos, Champignon deixou o palco quando Chorão disse que ia tocar a canção "O preço". O show continuou sem o baixista, e com a plateia gritando "arregou, arregou". A briga virou notícia após um fã, que gravou todo o discurso de Chorão, divulgar o vídeo com a discussão no YouTube. Com a repercussão negativa da briga, Chorão e Champignon divulgaram um vídeo no Youtube pedindo desculpas aos fãs, e reafirmando suas amizades.


Morte de Chorão
Na madrugada do dia 6 de março de 2013, o vocalista do Charlie Brown Jr., Chorão, foi encontrado morto em seu apartamento, localizado na zona oeste da cidade de São Paulo. A banda estava de férias, com seu último show tendo sido em janeiro em Camboriú, e o próximo show programado marcado para o dia 22 de março, em Campo Grande, no Rio de Janeiro. "Íamos voltar a tocar no dia 22, mas isso não vai mais acontecer". Champignon declarou que o futuro da banda era incerto.

Poucos dias antes de morrer, o cantor Chorão divulgou o novo single do Charlie Brown Jr., intitulado "Meu Novo Mundo", que seria lançada no próximo álbum da banda. A canção foi apresentada no dia 28 de fevereiro de 2013, em visita ao estúdio da rádio 89FM, em São Paulo.

Na semana da morte do Chorão, o Charlie Brown Jr. dominou a lista de compras eletrônicas no Brasil. No top 10 das músicas mais compradas da semana, a banda apareceu em nove das 10 posições. O único single da lista que não era do grupo correspondia à 5ª posição. Além disso, no dia 14 de março, havia sete discos da banda entre os 200 mais vendidos em uma loja virtual no Brasil. A coletânea Charlie Brown Jr: de 1997 a 2007, figurou na segunda posição dos álbuns mais vendidos deste dia.


Fim do Charlie Brown Jr. e A Banca

Em março Champignon já declarara que não havia como o Charlie Brown Jr. continuar em atividade com a ausência de Chorão, e em abril o baixista confirmou que os integrantes sobreviventes iriam formar uma nova banda, A Banca, onde Champignon assumiria os vocais, com a entrada da baixista Lena Papini. O nome vinha da conclusão de Chorão que "a gente não era o Charlie Brown, nós éramos a banca do Charlie Brown.", enquanto seu papel como vocalista vinha de uma sugestão do próprio Chorão, que no começo de 2013 manifestou exaustão à Champignon, declarando que gostaria de ver o baixista assumindo os vocais do Charlie Brown Jr. durante suas férias para que pudesse descansar.

A primeira apresentação da banda foi no programa de TV Altas Horas gravado no dia 11 de abril de 2013, e A Banca foi confirmada como uma das atrações do festival João Rock 2013. No dia 9 de setembro de 2013, o líder da banda, Champignon, foi encontrado morto em seu "estúdio" na sua residência em São Paulo, após ter efetuado dois tiros, um para teste em direção ao chão acertando em um de seus instrumento musicais e outro na região de sua boca resultando em seu falecimento, câmeras de seguranças flagraram Champignon realizando dois gestos o primeiro de "paz e amor" em direção ao chão e o segundo realizando o gesto de "degola" com dois dedos sendo uma prévia de seu suicídio, sua mulher grávida de cinco meses estava na residência e foi levada em estado de choque ao hospital.

Os músicos remanescentes seguiram seus próprios rumos, com Marcão, Papini e Graveto se reunindo no grupo D'Chapas, e todos mais o predecessor de Graveto no Charlie Brown, Pinguim, na banda Bula.


Álbum Póstumo "La Família 013" (2013)

La Família 013 foi o 10° álbum de estúdio, e o 12° álbum da banda, lançado em 8 de outubro de 2013 pela Som Livre, após seu lançamento inicial em setembro ser adiado pela morte de Champignon. O disco vazou antes do lançamento no site de streaming Deezer. Segundo comunicado da banda, o nome do álbum tem a ver com o DDD da cidade de Santos, que é 013. Com as mortes de Chorão e Champignon o álbum ganhou bastante notoriedade no cenário nacional, o álbum conta com os singles intitulados "Meu Novo Mundo" e "Um Dia a Gente Se Encontra".

Em 2014, o videoclipe da canção “Rock Star” foi lançado. Estrelado pelo filho de Chorão, Alexandre, o vídeo mostra a vida de um filho de roqueiro que entra em turnê com a banda do pai, as mordomias e as farras. O clipe tem a participação dos integrantes sobreviventes da última formação (Marcão, Bruno Graveto e Thiago Castanho), além de Luciano Amaral (ex-Castelo Rá-Tim-Bum), Clara Aguilar (ex-Big Brother Brasil) e a modelo e apresentadora Fiorella Mattheis.


Festival “Tâmo Aí Na Atividade”

Em 2014, o filho de Chorão, Alexandre Abrão, organizou o Festival “Tâmo Aí Na Atividade” (batizado em homenagem ao nome de um dos discos da banda), realizado na cidade de São Bernardo do Campo, no Estância Alto da Serra, para homenagear o legado do Charlie Brown Jr.[41]. O evento, que recebeu uma atração internacional, além de atividades como grafite e uma pista de skate, foi realizado em 13 de abril, 4 dias depois do que seria o 44° aniversário de Chorão, e o 22° aniversário da primeira apresentação do Charlie Brown.[42] A atração principal foi o show CBJr. e Convidados que reúniu no palco, pela primeira vez após a morte de Chorão e Champignon, ex-membros do CBJr. (guitarristas Marcão e Thiago Castanho, o baterista Bruno Graveto, e o baixista Heitor), além da baixista d'A Banca, Lena Papini, e diversos músicos convidados.[43] Apesar de Alexandre querer lançar o show em DVD, razões burocráticas impediram as filmagens.

Musical "Dias de Luta, Dias de Glória"
O musical Dias de Luta, Dias de Glória, de montagem do diretor Bruno Sorrentino e escrito por Well Rianc, narra a saga da banda através da ótica de Chorão. São 25 atores, 26 canções e dez coreografias, desenvolvidas pelo coreógrafo Guto Muniz. A estreia está agendada para 13 de março de 2015, no Teatro Gamaro, de São Paulo.


Atualmente

Os integrantes remanescentes da então formação do Charlie Brown Jr. têm investido na carreira solo e em projetos paralelos na música como forma de seguir em frente suas carreiras musicais.

No final de outubro de 2014, Bruno Graveto passou a ser baterista oficial da banda Strike. Além disso, ele trabalha no projeto D'Chapas. Ele revelou ao site G1 que os integrantes do grupo poderiam se reunir em um novo projeto, para formar o D'Chapas, uma banda que toca rock clássico.

“ “Temos um projeto junto, que ainda é embrionário, no qual tocamos clássicos do rock." ”

Em novembro de 2014, Marcão Britto e André Pinguim Ruas, se uniram a Lena Papini (ex-integrante de A Banca) para formar a banda Bula (banda).


Em novembro de 2014, Thiago Castanho anuncia sua nova banda, intitulada de "O Legado", com duas músicas já lançadas, "Mais um dia sem você" e "Paraíso de Ilusão".

Em maio de 2015, em entrevista ao site UOL, Alexandre Abrão disse que algumas músicas inéditas da banda devem ser lançadas em breve. Ele afirmou, no entanto, que não há data certa para lançar as canções.

“ "Tem algumas músicas que vão sair futuramente, mas nada para esse ano, nem para o ano que vem, mas quando eu achar que está na hora de mostrar. É possivelmente um novo CD, mas eu não posso falar. É segredo de estado.”

No dia 21 de Agosto de 2015, em entrevista ao programa Boa da Pan, da Jovem Pan Curitiba, Alexandre Magno Abrão, informou que a música "Fina Arte", presente no álbum La Família 013 será liberada, em breve, pela primeira vez em sua versão acústica – original. Além disso, ele contou que um documentário em livro da banda será lançado até o fim de 2015. Outra novidade revelada por ele foi que o Charlie Brown Jr. será “namingbrand” em breve, emprestando seu nome para uma marca de cerveja.


Estilo Musical e Legados
Segundo a revista Super Interessante, "o Charlie Brown Jr. foi a primeira e a maior entre as bandas brasileiras do chamado “novo rock”." Para ela "com seu vocalista carismático e uma banda com impressionante domínio de palco, entre 1997 e 2002, o Charlie Brown Jr. foi colecionando hits em rádios roqueiras e mantendo sua reputação extreme com faixas mais pesadas e discurso repleto de menções a esportes e à vida familiar conturbada de Chorão."

Em 2014, o jornalista André Forastieri publicou o livro "O Dia Em Que O Rock Morreu". Nele, há uma passagem que diz:

“ "O Charlie Brown não foi sempre essa auto-parodia de hoje. Quando a banda apareceu, era única. Ninguém mais no Brasil captou essa vibração californiana, praiana-urbana, surf e também skate, relax e tensão, vida boa e vida lôca. Fora tínhamos Sublime, Red Hot Chili Peppers, Urban Dance Squad. Aqui, ninguém, e ninguém seguiu o Charlie Brown. Eles descobriram um mundo lá fora, recriaram esse mundo aqui dentro, e ali reinaram sem rivais." ”

Mauro Ferreira, crítico musical carioca, afirma que "ao tocar rap, rock e reggae com a linguagem e os códigos do hardcore, a banda santista estabeleceu empatia quase imediata com a parcela (imensa) da juventude que se sentia à margem da sociedade, excluída dos círculos da elite burguesa."


Para Marcelo Moreira, do site Combate Rock, "o Charlie Brown Jr., faz falta ao cenário do pop rock nacional, ainda que, em termos de qualidade, estivesse longe das grandes bandas nacionais do gênero. Mesmo em processo de decadência, com alta rotatividade na formação e nos constantes barracos e polêmicas que envolviam a banda, Chorão conseguia manter a cabeça acima da água no pântano lamacento que se tornou o pop rock nacional". Bruno Saruê complementa afirmando que "O Charlie Brown Jr. mudou completamente o cenário decadente do rock nacional, trazendo o rock de volta ao mainstream e angariando fãs de outros segmentos musicais, em razão da sua mistura de ritmos e letras que representavam o sentimento dos jovens na época"



FONTE

https://pt.wikipedia.org/wiki/Charlie_Brown_Jr.