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segunda-feira, 5 de maio de 2008

Adriana Calcanhotto



Em 2010, a música "Tua", de Adriana Calcanhotto, foi reconhecida como a "Melhor canção brasileira", no Grammy Latino, em cerimônia realizada em Las Vegas.

Tua
by Maria Bethânia
Composição: Adriana Calcanhoto


Dentro da noite voraz
Detrás do avesso do véu
Atravessa este verso
A vontade nua

Tua, tua
Tua e só tua

Dentro da noite feroz
No breu das noites brancas de hotel
No clarão, no vasto, no vago
No vão, no não, na multidão

Tua, tua
Tua e só tua

Dentro da noite fulgás
Estrelas a se consumir
Arde o gás que faz esta canção
Será que você vai me ouvir?

Tua, tua
Tua e só tua

Na areia, na neve marinha
No dentro do dia, tua
Na areia, na neve marinha
No motor do dia, tua

Tua, tua
Tua e só tua

VIDA E OBRA

Adriana da Cunha Calcanhotto, mais conhecida por Adriana Calcanhotto ou Adriana Partimpim, (Porto Alegre, 3 de outubro de 1965) é uma cantora e compositora brasileira.

Recentemente ampliou a atuação num álbum para crianças, o Adriana Partimpim (2004), com o qual obteve grande sucesso em espetáculos e pelo qual foi nomeada para concorrer ao prêmio Grammy latino de melhor álbum infantil na casa de espetáculos nova-iorquina Madison Square Garden (2 de novembro de 2006).

As composições abordam estilos variados: samba, bossa nova, funk, rock, pop, baladas. Dentre as características de repertório, observa-se a regravação de antigos sucessos da MPB e arranjos diferenciados.

Filha de um baterista e de uma bailarina, aos seis anos Adriana ganhou do avô o primeiro instrumento: um violão. Aprendeu a tocar o instrumento e também, mais tarde, a cantar. Logo imergiu nas influências musicais (MPB) e literárias (Modernismo Brasileiro). Ficou fascinada pela Antropofagia de Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e outros nomes daquele movimento cultural.

A vida artística iniciou-se em bares, como o Fazendo Artes, situado próximo à I Cia. de Guardas do Exército, próximo ao Parque Farroupilha, e o Porto de Elis, na av. Protásio Alves. Também trabalhou em peças teatrais e depois se lançou em concertos e festivais por todo o país no estilo voz e violão.



O primeiro disco, Enguiço, lançado em 1990 pela gravadora CBS, foi muito elogiado e o primeiro sucesso foi Naquela Estação, no repertório deste, que também trouxe músicas de autoria (a faixa-título e Mortais) e regravações de clássicos da MPB (Sonífera ilha, do grupo Titãs, Caminhoneiro, de Roberto e Erasmo Carlos, Disseram que eu voltei americanizada, que fez sucesso na voz de Carmem Miranda, e Nunca, do conterrâneo Lupicínio Rodrigues).


Adriana, chegou a ser comparada a Elis Regina. Naquela estação, por sua vez, integrou a trilha sonora da telenovela da Rede Globo Rainha da Sucata, de Sílvio de Abreu (1990). No ano seguinte, recebeu o Prêmio Sharp de revelação feminina.


No segundo trabalho, Senhas, de 1992, o repertório estava focado nas canções de autoria, com destaque para Esquadros e Mentiras; esta última foi incluída na trilha da novela Renascer, de Benedito Ruy Barbosa.

Em 1994, a fórmula dá sinais de cansaço e desgaste devido à exposição excessiva na mídia. Por isso, nesse mesmo ano lançou o LP A fábrica do poema, com algumas doses de experimentalismo (poemas de Augusto de Campos, Gertrude Stein, textos do cineasta Joaquim Pedro de Andrade e parcerias com Waly Salomão, Arnaldo Antunes, Antônio Cícero e Jorge Salomão).



No terceiro disco, que também foi o último a ter versão em vinil, os destaques foram Metade e Inverno.


Prosseguiu com o álbum Maritmo, que simulou uma incursão pela dance music (Pista de dança, Parangolé Pamplona), samples (Vamos comer Caetano), e a regravação de Quem vem para beira do mar, de Dorival Caymmi. O maior sucesso do disco foi "Vambora", que incluída na trilha de Torre de Babel, de Sílvio de Abreu, obteve enorme repercussão.


Uma das participações foi uma performance na livraria Argumento, no Rio de Janeiro, musicando poemas do poeta português Mário de Sá Carneiro em 1996. Um deles, "O outro" acabou por entrar no CD Público (2000), que trazia regravações dos antigos sucessos entre outras canções consagradas e também rendeu um DVD, lançado no ano seguinte pela gravadora BMG.


O outro
Adriana Calcanhotto, Mário de Sá Carneiro
in: Público 02:34

Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o outro.

Em 2004, Adriana lançou o álbum Adriana Partimpim, uma seleção de canções para crianças., em que a cantora usou um pseudônimo, utilizado também para o título do disco, feito para crianças, ou como Adriana prefere chamar, “disco de classificação livre”.


O título do CD é um apelido de infância e, segundo Adriana, seu pai continua a chama-lo. Esse é o sétimo álbum da carreira e um projeto audacioso iniciado em 1999. Por este magnífico trabalho Adriana recebeu os prêmios “Faz Diferença” do jornal O Globo, e na categoria “Melhor Disco Infantil”, o Prêmio Tim e recebeu um Disco de Ouro, por ter vendido mais de 100.000 cópias no Brasil.


Em 2007, participou da cerimônia de abertura dos Jogos Panamericanos no Rio de Janeiro. O CD Maré (2008), uma seleção de canções da nova MPB. Duas músicas estiveram nas trilhas de novelas da Rede Globo: "Mulher Sem Razão", em A Favorita, e "Três", em Ciranda de Pedra.



Nesse mesmo ano, Adriana aventurou-se pela primeira vez no texto em prosa e lançou o livro Saga Lusa, no qual relata o "surto" que teve durante uma viagem à Lisboa.

Você Sabia?
  • Durante uma apresentação da cantora e compositora Rita Lee no Gigantinho, em Porto Alegre, no final dos anos 80, a cantora teria feito uma performance na música "Doce Vampiro", vestida apenas com um longo manto negro e utilizando uma dentadura de vampiro.
  • Adriana nasceu envolvida pela música, seu pai era músico e a mãe bailarina.
  • Em sua versão em CD, o álbum Senhas trouxe uma música a mais: "Negros", com citação de "Aquarela do Brasil". Ela não havia entrado no LP original por problemas de espaço.
  • Em 2008, Adriana lançou seu primeiro livro, Saga Lusa. O livro é um relato da viagem a Portugal em sua turnê do disco Maré. O relato mostra como foram as 120 horas sem dormir e delirando aos efeitos causados por uma mistura de remédios para curar uma forte gripe. A escrita feita nos momentos de delírio, insônia e medos torna-se a única atividade que Adriana, sentada em frente ao seu computador realiza e com muito bom - humor. O livro está repleto de passagens engraçadas nos momentos de delírio, onde a própria escritora ri de si mesma. O livro foi lançado pela Editora Cobogó (Brasil) com capa em 4 cores diferentes e por Quasi Edições (Portugal).

FONTE


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