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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Beto Guedes



Alberto de Castro Guedes, conhecido como Beto Guedes, (Montes Claros/MG, 13 de agosto de 1951) é um violonista, cantor e compositor brasileiro. É filho de Godofredo Guedes, seresteiro e compositor, que tem músicas gravadas pela cantora portuguesa Eugênia Melo e Castro (a valsa Noite sem luar).

Biografia

A música e os aviões sempre tiveram muito em comum na vida de Beto Guedes. Quando pegou num instrumento pela primeira vez - aos oito anos, em Montes Claros (MG), sua cidade natal - ele não seria capaz de adivinhar que um dia voaria tão alto na carreira de músico. E nem que conseguiria pisar num avião de verdade - seu medo de voar contrastava com a obsessão por aeromodelismo. O tempo livre de Beto sempre foi dividido entre os aviõezinhos de brinquedo e a paixão pelos instrumentos herdada do pai, Godofredo Guedes, músico e compositor, responsável pela maioria dos bailes e serestas de Montes Claros.

O gosto pela música estava diretamente ligado aos Beatles. Em 1964, aos 12 anos, quando o quarteto de Liverpool já era febre no mundo inteiro, Beto, morando em Belo Horizonte, juntou-se aos vizinhos para formar o grupo, The Bevers (com repertório dedicado aos Beatles, obviamente). Os vizinhos, no caso, eram os irmãos Márcio, Yé e Lô Borges.

A Beatlemania durou toda a adolescência e ainda incluiu um outro grupo, Brucutus, que animava festinhas durante as férias em Montes Claros. No final da década, mais amadurecidos, Beto e Lô começaram a compor e participar de festivais. Desde a adolescência tocava em bandas e aos 18 anos participou do V Festival Internacional da Canção, com sua composição Feira Moderna, em parceria com Fernando Brant.

Em 1969, quando foram ao Rio participar do Festival Internacional da Canção com a música "Feira Moderna", bateram na porta do conterrâneo Milton Nascimento.


A acolhida de Milton não poderia ter sido mais proveitosa. A amizade e a admiração profissional mútua fizeram com que ele convidasse Beto Guedes para participar do antológico LP "Clube da Esquina", de 1971. Tocando baixo, guitarra, percussão e fazendo vocais, Beto começava a ganhar projeção junto com uma turma talentosa, que incluía nomes como Wagner Tiso, Ronaldo Bastos e Toninho Horta.


A safra de novos músicos mineiros era completada por Flávio Venturini, Sirlan, Vermelho, Tavinho Moura, entre outros, que Belo foi encontrar quando decidiu voltar a BH. As gravadoras passaram a abrir os olhos e em 1973 a Odeon resolveu bancar o LP "Beto Guedes/Danilo Caymmi/Novelli/Toninho Horta".


A Beto, coube um quarto do disco. Não era muito, mas para ele, era o suficiente. Perfeccionista e naquela altura ainda muito inseguro, não conseguia acreditar no valor de suas músicas, embora a gravadora já lhe acenasse com ofertas para gravar um disco solo.

Tendo a música mineira como uma de suas principais influências (ao lado do rock dos anos 60 e dos choros que o pai seresteiro compunha), participou ativamente do Clube da Esquina, que projetou nacionalmente os compositores mineiros (de nascimento ou de coração) contemporâneos como Milton Nascimento, Lô Borges, Fernando Brant e o próprio Beto Guedes.


Quatro anos foi o tempo necessário para que criasse asas próprias. Em 1977, ele finalmente levantou vôo, a bordo do LP "A Página do Relâmpago Elétrico". O título foi sugestão do parceiro Ronaldo Bastos, depois que este viu no álbum de um colecionador de fotos de aviões da 2ª guerra, uma imagem do avião "Relâmpago Elétrico".


Tá na cara que Beto, fanático por aviõezinhos de brinquedo, adorou a sugestão. O disco, que tinha a colaboração de vários amigos mineiros, chamou a atenção por revelar seus dotes como cantor, já que até então, ele era conhecido apenas pela versatilidade de multiinstrumentista.


O tímido sucesso das músicas "Lumiar" e "Maria Solidária" foi suficiente para que o disco chegasse às 21 mil cópias vendidas, três vezes mais do que calculava a gravadora.


Foi acompanhado pelo também mineiro grupo 14 Bis e em 1977 lançou o primeiro LP, A Página do Relâmpago Elétrico que superou expectativa comercial. Mal sabiam eles, que "Lumiar" viraria um dos hinos da juventude cabeluda paz-e-amor e pró-natureza. E que Beto seria um dos ídolos dessa geração, principalmente após o lançamento de seu segundo álbum, "Amor de Índio".


A faixa-título, dele e de Ronaldo Bastos, integrava o espírito de todo o disco. Versos como "A abelha fazendo o mel/Vale o tempo em que não vôou" ou "Todo dia é de viver/Para ser o que for/E ser tudo", segundo Beto, expressavam o lado primitivo e puro que ainda havia em cada uma das pessoas, como um canto de louvor à vida.



Quando lançou seu terceiro disco, "Sol de Primavera", em 1980, já tinha uma legião de fãs no eixo Rio-São Paulo. Mas nunca abandonou a mineirice que se tornara sua marca registrada. Botava o pé na estrada - de carro, porque não perdia o medo de voar - , mas continuava morando em Belo Horizonte, onde tinha a tranqüilidade para se dedicar aos brinquedinhos voadores e às novas composições. Era na janela, esperando o anoitecer que as idéias surgiam. E amadureciam tanto, que seus álbuns demoravam no mínimo dois anos para sair. O quinto deles, "Viagem das Mãos", de 1984, foi um marco em sua carreira.


Àquela altura, Beto Guedes já era um artista de primeira linha, com vendagens oscilando entre 50 e 60 mil cópias e uma marca sonora registrada. Mas este álbum trazia a canção que, junto com "Amor de Índio", seria o maior sucesso de sua carreira: "Paisagem da Janela", de Lô Borges e Fernando Brant.


Ao mesmo tempo, representava o estouro nacional do compositor, que naquele momento superava o medo de voar e, pasmem, já cogitava pilotar um ultraleve construído por ele mesmo! A viagem de Beto alcançara as alturas, e o ápice acabou sendo "Alma de Borracha", que, lançado em 1986, finalmente lhe rendeu um Disco de Ouro e o reconhecimento no exterior.

Em 1986, saiu LP Alma de Borracha pela ODEON, dando-lhe seu 1º Disco de Ouro, ultrapassando a marca de 200 mil cópias vendidas. O título do disco (tradução de "Rubber Soul") homenageava os Beatles, enquanto o repertório trazia uma grata surpresa: a faixa "Objetos Luminosos", primeira parceria com seu mentor e padrinho musical Milton Nascimento. O Rio de Janeiro - cidade onde fez shows antológicos e sempre teve recepção calorosa do público - foi o local escolhido para a gravação de um disco ao vivo, no final de 1987. Ao todo, foram cinco anos longe dos estúdios. 


Atualmente segue a carreira solo, e seus LPs foram relançados no formato de CD pela EMI em 1997. Em 1998 gravou Dias de Paz, uma seleção de releituras que inclui duas inéditas. Em 1991, Beto Guedes voltou a gravar. Com a meticulosidade de sempre, ele cuidou de cada detalhe de "Andaluz", seu oitavo disco e último contrato com a EMI-Odeon. Um disco em que o uso de sintetizadores dava um chega pra lá em alguns instrumentos barrocos tão utilizados pelo compositor em trabalhos anteriores.


No ano seguinte, era de se esperar que Beto caísse na estrada mais uma vez. Mas ele preferiu trocar o violão pelo macacão de mecânico e passou a dedicar cada vez mais à sua paixão por aviões, só que construindo um monomotor de verdade. Foram mais sete anos restritos a shows esporádicos e muita reflexão.

Até que, lá no alto, sobrevoando os céus de Minas, ele sentiu a sensação de quem venceu o medo de um desafio e se tornou dono de seu próprio destino. Olhou para o futuro e viu, no horizonte infinito, música. Os versos já estão escritos. Mineiramente, Beto Guedes está de volta.

Visite o blog de Beto Guedes



2010: PARTICIPE DO NOVO DVD DO BETO GUEDES
Participe do novo DVD de Beto Guedes.Ajude a escolher o repertório aqui no site. A gravação será ao vivo , dia 14 de julho de 2010, no Grande Teatro do Palácio das Artes em Belo Horizonte.

Será dia 14 de julho,no Grande Teatro do Palácio das Artes em Belo Horizonte, o show para a gravação do novo DCD/CD de Beto Guedes, acompanhado de uma super banda com vocais, sopros, cordas e percussão. O projeto, denominado "OUTROS CLÁSSICOS", irá resgatar melodias já gravadas pelo artista e que, na época de seu lançamento, acabaram ofuscadas pelo sucesso de seus grandes clássicos.

Observação: divulgaremos a abertura das bilheterias pelo site.

Numa pré-seleção, encontramos tantas lindas canções que resolvemos convocar os fãs de Beto para ajudar na escolha do repertório final, que será enriquecido com novos arranjos de Wagner Tiso.

Escolha uma entre as 56 melodias pré-selecionadas abaixo e envie sua sugestão.


Eu escolhi a número 30 "Paisagem da Janela" que eu acreditava chamar-se "Da Janela Lateral" :D essa música é belíssima e tem uma letra que me lembra O HOMEM DA JANELA...


Dois homens seriamente enfermos ocupavam o mesmo quarto em um hospital. A um deles, que estava próximo da janela, era possível ver tudo o que acontecia do lado de fora. Como o companheiro não podia se levantar, o homem da janela descrevia o que via lá fora. O homem da outra cama aguardava ansiosamente aquele momento, quando então seu mundo se iluminava com a descrição de todas as atividades e cores do mundo do lado de fora.

"Da janela, avistava-se um parque com um adorável lago. Patos e cisnes brincavam na água, enquanto as crianças passeavam em barquinhos. Casais apaixonados andavam de braços dados por ruas floridas sob a luz das cores vivas de um arco-íris. Imensas árvores faziam parte daquela paisagem mágica encravada no visual de edifícios da cidade."

Enquanto, sentado, o homem descrevia essas cenas maravilhosas, seu companheiro fechava os olhos e, do outro lado do quarto, imaginava todo o cenário.

Em uma tarde muito quente, o homem da janela descreveu um desfile que via na rua. Embora seu companheiro de quarto pudesse ouvir a marcha da banda, podia muito bem ver com os olhos da mente os detalhes descritos pelo homem da janela.

Algum tempo depois, o homem da janela não resistiu, e morreu.

O homem da outra cama foi transferido para a cama próximo da janela. Vagarosamente e, com muita dificuldade, o homem ergueu-se sobre os cotovelos para lançar sua primeira olhada no mundo do lado de fora da janela. Mas quando se ajeitou melhor e já ia se sentar viu que a janela dava apenas para uma parede em branco.

Confuso, o homem perguntou à enfermeira o que poderia ter feito seu antigo companheiro de quarto descrever cenas tão maravilhosas.

Ela respondeu:
- Talvez ele quisesse justamente encorajá-lo. E conseguiu!

A emoção do homem foi maior ainda quando soube que o companheiro de quarto era cego e tudo o que descrevia não passava de imagens criadas no coração de uma pessoa que tinha como objetivo transmitir esperança e fé para outra.


Para refletir: Muitas vezes temos a oportunidade de ser o "HOMEM DA JANELA" e temos que aproveitar passando boas imagens para as pessoas. Todos serão mais felizes e esperançosos.

Fonte: Autor Desconhecido

Paisagem na Janela - Beto Guedes


Da janela lateral do quarto de dormir 
Vejo uma igreja, um sinal de glória 
Vejo um muro branco e um vôo, pássaro 
Vejo uma grade, um velho sinal 

Mensageiro natural de coisas naturais 
Quando eu falava dessas cores mórbidas 
Quando eu falava desse homens sórdidos 
Quando eu falava desse temporal 
Você não escutou 

Você não quer acreditar 
Mas isso é tão normal 
Você não quis acreditar 
Que eu apenas era 

Cavaleiro marginal lavado em ribeirão 
Cavaleiro negro que viveu mistérios 
Cavaleiro e senhor de casa e árvores 
Sem querer descanso nem dominical 

Cavaleiro marginal banhado em ribeirão 
Conhecia as torres e os cemitérios 
Conhecia os homens e os seus velórios 
Quando olhava da janela lateral 
Do quarto de dormir


Se ela deixar - Beto Guedes

Quando te vi - Beto Guedes


Fonte

http://www.betoguedes.com.br/framerelease.html

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