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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Arnaldo Antunes


Arnaldo Antunes é compositor e intérprete da canção "Lava as Mãos", que era exibida no programa educativo Castelo Rá-Tim-Bum, que, por sua vez, é o maior sucesso de audiência da história da TV Cultura.

Lavar As Mãos
Composição: Arnaldo Antunes

Uma
Lava outra, lava uma
Lava outra, lava uma mão
Lava outra mão, lava uma mão
Lava outra mão
Lava uma
Depois de brincar no chão de areia a tarde inteira
Antes de comer, beber, lamber, pegar na mamadeira
Lava uma (mão), lava outra (mão)
Lava uma, lava outra (mão)
Lava uma
A doença vai embora junto com a sujeira
Verme, bactéria, mando embora embaixo da torneira
Água uma, água outra
Água uma (mão), água outra
Água uma
A segunda, terça, quarta, quinta e sexta-feira
Na beira da pia, tanque, bica, bacia, banheira
Lava uma mão, mão, mão, mão
Água uma mão, lava outra mão
Lava uma mão
Lava outra, lava uma

Confira aqui  textos de Arnaldo Antunes.

VIDA E OBRA

Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho nasce no dia 2 de setembro/1960, em São Paulo/SP. Filho de Arnaldo Augusto Nora Antunes e Dora Leme Ferreira Antunes. Arnaldo, o quarto do sete filhos do casal, tem como irmãos Álvaro, Maria Augusta (Uche), José Leopoldo (Léo), Cira, Sandra e Maria.

Arnaldo Antunes é um músico, poeta, compositor e artista visual brasileiro. Em 1967, entra no Colégio Luís de Camões e lá estuda até o segundo ano do ginásio. Torce para o Santos Futebol Clube (até hoje).

Em 1973, transfere-se para o colégio de aplicação da PUC SP, o São Domingos, no bairro de Perdizes. Passa a gostar de ir a escola e a ter interesse pelas linguagens artísticas de forma geral. Começa a desenhar e a fazer os primeiros poemas.

Em 1975, entra no Colégio Equipe, que desenvolve forte trabalho de arte-educação. Serginho Groissman está a frente da programação musical do Centro Cultural do Equipe, que apresenta shows de artistas como Nelson Cavaquinho, Cartola, Clementina de Jesus, Caetano Veloso, Gilberto Gil, entre outros.

No Equipe tem aula de cinema, e realiza Temporal, um super 8 de ficção, com 40 minutos de duração. Conhece Branco Mello, Sérgio Britto, Paulo Miklos, Ciro Pessoa, Nando Reis e Marcelo Fromer, que também estudam no Equipe.

Começa a compor bastante com Paulo, que é da mesma classe. Dos Titãs, só o Bellotto e o Charles não estudaram no Equipe. Do 2º para o 3º ano publica a novela CAMALEÃO, impressa na gráfica da escola.

Em 1978 ingressou em Letras da FFLCH-USP, onde seguiria o curso de Lingüística, não fosse o sucesso dos Titãs lhe tomar todo o tempo entre shows, gravações, ensaios, turnês e entrevistas.

Em 1979, a família muda-se para o Rio de Janeiro, e Arnaldo vai junto, transferindo a faculdade para a PUC-RJ. Realiza, com um grupo de cinema da faculdade o super 8 experimental Jimi Gogh, de 15 minutos, com quadros de Van Gogh e música de Jimi Hendrix.

Em 1980, seus pais continuam morando no Rio, mas Arnaldo resolve voltar para São Paulo, para onde se muda com Go, sua primeira mulher, com quem fica casado por sete anos.

Por uns dois anos, eles moram na casa do artista plástico José Roberto Aguilar, com quem realizam diversas performances, até a formação da Banda Performática. Apresentam-se em diversos eventos no MAM (RJ), Pinacoteca do Estado (SP), Cooperativa dos Artistas Plásticos de São Paulo (SP), Galeria São Paulo (SP), Teatro da Fundação Getúlio Vargas (SP), Paulicéia Desvairada (SP), Parque Lage (RJ), entre outros.

Nas performances, Arnaldo, com uma mala cheia de objetos, canta, toca percussão e inventa situações nonsenses, como pentear discos, bater panelas ou jogar livros para o alto.

Escreve e produz com Go, artesanalmente, pequenos livros impressos em xerox: A FLECHA SÓ TEM UMA CHANCE, e DEU NA CABEÇA DE ALGUÉM UMA ÁRVORE, UM PIANO E MUITAS GALINHAS. Edita com Beto Borges e Sergio Papi a revista Almanak 80.


Em 1981 edita com Beto Borges, Sergio Papi e Nuno Ramos a revista Kataloki (Almanak 81). Arnaldo e Paulo Miklos chamam o Trio Mamão (formado por Toni Belloto, Branco Mello e Marcelo Fromer) mais Nuno Ramos, Sérgio Britto, Ciro Pessoa, Fausto Fawcett e outros para participarem da gravação da Fita das musas, que foi lançada no Bar Terceiro Mundo em São Paulo.

Arnaldo segue escrevendo e compondo.

Participa dos vídeos Kataloki, realizado por Walter Silveira especialmente para o lançamento da revista, e Sonho e contra-sonho de uma cidade, de Aguilar.

Canta no evento A idade da pedra jovem, na Biblioteca Mário de Andrade, show que marca a estréia de Arnaldo, Sérgio Britto, Paulo Miklos, Marcelo Fromer, Nando Reis, Ciro Pessoa e Tony Bellotto, entre outros, num mesmo palco.


Compõe intensamente com Paulo Miklos, que também faz parte da Banda Performática. Os dois inscrevem a música Desenho no Segundo Festival da Vila Madalena. Com outra parceria composta com Paulo, A Menor Estrela, Arnaldo ganha o prêmio de melhor letra no Festival de Música da FAAP.

Em 1982 os Titãs do Ieiê apresentam-se pela primeira vez, no Teatro Lira Paulistana e no Sesc Pompéia, em São Paulo, com nove integrantes: Arnaldo (vocal), Paulo Miklos (vocal e sax), Sérgio Britto (vocal e teclado), Branco Mello (vocal), Nando Reis (baixo e vocal), Ciro Pessoa (vocal), Marcelo Fromer e Tony Bellotto (guitarras) e André Jung (bateria).
 
Aguilar e Banda Performática gravam seu primeiro LP, pelo selo independente Neon Fonográfica.

O grupo segue por dois anos fazendo shows em casas como Napalm, Rose Bombom, Madame Satã, Radar Tantan, Circo Voador (RJ), entre outros. Apresentam-se em programas de TV como Fábrica do Som e Paulicéia Desvairada.

Arnaldo e Go fazem a exposição Caligrafias, na Galeria Cultura, em São Paulo, onde apresentam, na inauguração, a ópera performática A espada sinfônica, com vários convidados. Realizam também performances na Pinacoteca do Estado, Defeitos cônicos, na Livraria Belas Artes, Noite de performance: epicaligráfica, no Sesc Pompéia, Robôs efêmeros, entre outras.

Arnaldo monta com Paulo Miklos, Go e Nuno Ramos o grupo Os intocáveis, que toca no Teatro Lira Paulistana e com o qual apresenta pela primeira vez a canção Bichos escrotos, com participação especial de Nando Reis.

Nesse ano, pela primeira vez, canções de Arnaldo são gravadas por outro intérprete — Belchior inclui em seu disco Paraíso as canções Estranheleza, de Arnaldo, e Ma, uma parceria dele com Aguilar e Nuno Ramos.

Em 1983 Arnaldo publica seu primeiro livro, OU E, um álbum de poemas visuais, editado artesanalmente. O lançamento é no Sesc Pompéia, com apresentação de Os intocáveis.


"OU/E é um livro e uma caixa. Na tampa da caixa tem dois buracos com um círculo giratório dentro; quando você gira esse círculo, os alfabetos mais distantes vão passando pelos buracos: cine-letra. Dentro da caixa tem 29 poemas soltos: são charadas, coincidências visualizadas, releitura de outros textos (Hoelderlin, Haroldo de Campos, Flaubert, Mick Jagger, Blake, Pagu), perguntas longas com respostas curtas e, em quase todos, caligrafias entoando a leitura. Em tudo você tem de pegar, virar, abrir, cheirar, morder, descobrir, enfim, onde está o poema. […]" (Cine-letra; ou/e, por Nuno Ramos, em Folhetim, 15/01/1984 – Folha de S. Paulo.)

Em 1984 Arnaldo participa da mostra de poesia visual Poesia Evidência, na PUC-SP.


A música Sonífera ilha é sucesso nacional e Arnaldo participa com o grupo dos programas de auditório, de maior audiência na TV, apresentados por Chacrinha, Bolinha, Raul Gil e Barros de Alencar.

Em 1985 Arnaldo participa do encontro Conversa à luz dos vinte anos de Gil, no jornal Folha de S. Paulo, com Antonio Risério, Waly Salomão e outros.

Arnaldo grava com os Titãs o LP TELEVISÃO, produzido por Lulu Santos.

Arnaldo segue com os Titãs apresentando o show Televisão, em várias cidades do Brasil, e com eles participa do filme "Areias Escaldantes", de Francisco de Paula, no Rio de Janeiro.

No dia 13 de novembro de 1985, foi preso, juntamente com o colega de Titãs Tony Bellotto, por porte de heroína. Arnaldo passou 26 dias preso e foi condenado por tráfico de drogas. Desligou-se da banda em 1992, depois de dez anos de grupo, por conta de suas direções artísticas. Apesar de sua saída, Arnaldo continuou compondo com os demais integrantes do grupo e várias dessas parcerias foram incluídas em discos dos Titãs, assim como em seus discos solo.

Usina Press/Gotham City realizam o vídeo Auto-retrato, sobre Arnaldo Antunes, com sua participação.

Arnaldo publica seu segundo livro, PSIA, pela editora Expressão.

A banda Barão Vermelho grava Eu tô feliz, parceria de Arnaldo Antunes e Frejat, no LP DECLARE GUERRA!


Em 1987 Arnaldo publica artigos e poemas em vários jornais e revistas. Participa da exposição Palavra Imágica, no MAC/Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e do vídeo Agráfica, produzido por Walter Silveira, em São Paulo, para lançamento da revista homônima.

Em 1988 Passa a viver com Zaba Moreau, com quem tem sua primeira filha, Rosa.


Co-edita a revista gráfico-poética Atlas (Almanak 88). Ao todo são 84 criadores num álbum que combina poesia, artes gráficas, artes plásticas, música e cinema. Participa da jam session Clássicos do Samba, no Aeroanta, com Akira S., Paulo Zinner, Branco Mello, Hélcio Aguirra e Pamps, tocando músicas de Ataulfo Alves, Noel Rosa, Jackson do Pandeiro, Clementina de Jesus, Luiz Gonzaga, entre outros compositores.


Atua com os Titãs no filme curta-metragem Rock paulista, de Anna Muylaert, São Paulo. Uma parceria de Arnaldo e Paulo Leminski, U.T.I., é gravada pela banda Clínica. Sandra Sá grava Tempo, de Arnaldo e Paulo Miklos, e Roberto de Carvalho grava O Que você quer, de Arnaldo e Roberto de Carvalho.
 
Grava com os Titãs o álbum produzido por Liminha, e que recebe disco de ouro.

Em 1997, fez participação especial no álbum Acústico MTV, dos Titãs. Na ocasião, Antunes cantou a faixa "O Pulso", música originalmente gravada no álbum Õ Blésq Blom, de 1989.

Ainda em 1997 Arnaldo tem poemas incluídos nas antologias NORTE Y SUR DE LA POESÍA IBEROAMERICANA - ARGENTINA, BRASIL, CHILE, COLÔMBIA, ESPANHA, MÉXICO, VENEZUELA, organizada por Consuelo Triviño, Editorial Verbum, Colômbia e NOTHING THE SUN COULD NOT EXPLAIN — CONTEMPORARY BRAZILIAN POETS, antologia bilíngüe de vinte poetas brasileiros contemporâneos, organizada por Michael Palmer, Régis Bonvicino e Nelson Ascher, com colaboração de João Almino, Sun & Moon Press, Los Angeles, EUA.

Em 2002, formou, em parceria com os amigos Marisa Monte e Carlinhos Brown, o trio Tribalistas, pelo qual lançaram o álbum homônimo.


O álbum foi sucesso de público e crítica e vendeu, até 2009, mais de 2.100.000 cópias no Brasil e na Europa. Foi também indicado a cinco categorias do Grammy Latino em 2003, ganhando o prêmio de Melhor Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro.

Arnaldo ainda atuou como ensaísta na Folha de São Paulo, onde deixou evidente o substrato teórico que transparece no seu trabalho estético. Lançou no final do ano de 2007 o primeiro DVD de sua carreira, o premiado Ao Vivo no Estúdio, que passeia por toda sua carreira e que conta com as participações especiais do ex-titã Nando Reis, do titã Branco Mello, do ex-Ira! Edgard Scandurra e dos tribalistas Marisa Monte e Carlinhos Brown.

 É conhecido na América do Sul por ser um dos principais compositores da música pop brasileira, respirando de influências concretistas e pós-modernas. Compositor de hits como "Pulso", "Alma", "Socorro", "Não vou me adaptar", "Beija Eu", "Infinito Particular", "Vilarejo", "Velha Infância" e "Quem Me Olha Só", já teve suas canções interpretadas por artistas como Jorge Drexler, Marisa Monte, Nando Reis, Zélia Duncan, Cássia Eller, Frejat, Margareth Menezes, Pepeu Gomes, além, claro dos Titãs, banda da qual fez parte até 1992.


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2010: PROJETO INFANTIL E DVD AO VIVO

Ex-titã fecha 2010 com DVD gravado na laje e celebra sucesso de projeto infantil e lançamento de livro. Em setembro, Arnaldo Antunes completou 50 anos, publicou o livro de poemas n.d.a, faz sucesso com o projeto infantil "Pequeno Cidadão" e acaba de lançar o DVD Ao Vivo "Lá em Casa", gravado no terraço de sua casa. É o resultado de um ano de um artista que poderia já colocar o pé no freio, mas, longe disso, prefere não parar de acelerar.


Ao Vivo Lá em Casa, um especial feito para o canal pago VH1, é uma espécie de coroamento de um dos principais anos da carreira do ex-titã "Estava montando o repertório, ouvi a música e achei que renderia um bom arranjo, então adaptei para a linguagem do Iê, Iê, Iê. Temos de quebrar fronteiras entre os gêneros; gosto de fazer traduções criativas", disse o cantor ao Destak.

Pela laje de Arnaldo passaram convidados como Erasmo Carlos e Jorge Ben Jor, todos ídolos do músico. "Com Jorge, eu queria muito regravar 'Árvores'. Já o Erasmo é o pai do Iê, Iê, Iê; por coincidência, lancei o CD enquanto ele viajava com a turnê de Rock 'N' Roll. Foi interessante até simbolicamente", afirmou o músico.

Do encontro com Erasmo surgiu um convite para fazer uma música com o Tremendão, histórico parceiro de Roberto Carlos. "Quando existe afinidade e admiração mútua, a gente acaba encontrando as pessoas certas. Gosto quando acontece naturalmente", disse.

Para manter o pé no acelerador, Arnaldo tem ouvidos atentos não apenas aos seus ídolos ou aos músicos de sua geração. Olha para os que estão nascendo, os que o viram, pela TV, surgir nos Titãs.


"Acompanho com curiosidade o que acontece de novo. Gosto de Marcelo Jeneci, Céu, Cidadão Instigado. A internet também ajuda e cria um público próprio, como o da Mallu Magalhães", avalia Arnaldo.

Ao fugir do formato convencional dos DVDs musicais, Arnaldo Antunes acabou brindando o público com lançamentos superoriginais. O primeiro foi Ao vivo no estúdio, de 2007, em que Arnaldo dividia a intimidade com privilegiados fãs, especialmente convidados. Agora, o cantor, compositor e instrumentista paulistano radicaliza um pouco mais: levou amigos, familiares e convidados para o interior de seu lar em "Lá em casa", ao vivo, dirigido pelo cineasta Andrucha Waddington.

“A gente mistura o show com situações de mostrar a casa, de mostrar os convidados”, diz Arnaldo. Wanderléa, Marina Lima, BNegão, Arto Lindsay e Marcelo Sommer, estilista responsável pelo belo cenário feito de camisetas penduradas no varal, são alguns deles. “Mostramos situações muito íntimas, a informalidade, pois era uma plateia formada só de amigos, familiares, meus filhos etc.”, conta ele.


Mesmo trabalhando o repertório autoral, ao promover o registro ao vivo do CD "Iê iê iê", de 2009, o cantor, compositor e poeta acabou realizando o seu primeiro projeto conceitualmente temático. A laje da casa de Arnaldo virou palco.

Em janeiro/2011, Arnaldo Antunes vai tirar férias da turnê de lançamento do DVD, mas em fevereiro estará de volta à estrada. Além do Tremendão, ele recebe como convidados os Demônios da Garoa, que abrem o show, além de Fernando Catatau e Jorge Benjor, uma verdadeira festa de arromba no quintal.



FONTE

pernambuco.com

site oficial

Wikipédia

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