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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Clara Sandroni


De timbre inconfundível, Clara Sandroni é uma das belas vozes que emprestam seu talento à música popular. De Paulinho da Viola a Caetano Veloso, Chico Buarque, e tantos outros, os maiores compositores da MPB são homenageados pela intérprete, em seu repertório.

Pão doce by Clara Sandroni


VIDA E OBRA
 
Brasil, anos 80 - os ventos de liberdade política que esvoaçam sobre o País inspiram muitos jovens a buscar novos rumos para a música que se faz por aqui. Clara Sandroni logo se revela como uma das principais vozes desta geração de artistas, corajosos e talentosos.

A cantora Clara Sandroni, filha do jornalista Cícero Sandroni e da escritora e cantora Laura Austregésilo de Athaide Sandroni, e irmã do violonista Carlos Sandroni, iniciou sua carreira artística, em 1981. Dois anos depois realizou o primeiro show, "Bem baixinho", no Teatro da Casa das Artes de Laranjeiras; depois no Teatro Ipanema, na PUC, e na UFRJ, no Rio de Janeiro, e no Teatro Lira Paulistana (SP); lançando seu primeiro disco em 1984.

Quase trinta anos se passaram e Clara Sandroni continua a ser a voz que canta, com absoluta liberdade, a melhor música que se produz no Brasil – e também as canções que ecoam de diversos rincões deste nosso planeta de sons.

Clara Sandroni - Guardanapos de Papel


Ao longo destes anos, a incansável busca de Clara Sandroni por experiências sonoras e poéticas únicas e inovadoras, sempre aberta a autores e idéias inéditas, se alicerçou também num mergulho profundo nas mais arraigadas tradições do cancioneiro brasileiro, através de shows e discos memoráveis, baseados no repertório de Sinhô, dos notáveis sambistas dos anos 20, nos seminais afrosambas de Baden e Vinícius.

Clara Sandroni chega ao presente com sua voz intacta – ao mesmo tempo forte e delicada, precisa na afinação e na emoção que empresta a cada nota, a cada palavra. Com energia renovada, consciente de sua importância para a música brasileira, Clara continua não se acomodando ao já-ouvido, ao que toca por aí.

Paralelamente, Clara Sandroni também desenvolve uma carreira de estudos e pesquisas ligados ao aperfeiçoamento da técnica vocal e ao conhecimento científico deste que é o mais precioso instrumento musical que existe: a voz humana.

No site Clara Sandroni você encontrará um pouco da trajetória desta cantora e poderá conhecer seus discos e livros, acompanhar sua agenda, acessar diversos links interessantes. Sempre encontrando novidades.

                                  Essa foto tirada em 1978 é do Arthur Cavaliér

T R A J E T Ó R I A

1981 - Clara Sandroni inicia sua carreira artística atuando com o irmão, Carlos Sandroni, com o grupo "Terças e Quintas" e com o coral feminino "Olhos nos Olhos".

1982 - Participa do musical "Godspell" e apresenta-se, com Carlos Sandroni, no bar "O Cortiço".

1983 - Estréia seu primeiro show, "Bem baixinho", no Teatro da Casa das Artes de Laranjeiras (CAL). Neste mesmo ano, apresenta-se no Teatro Ipanema, na PUC, e na UFRJ, no Rio de Janeiro, e no Teatro Lira Paulistana (SP).

1984 - Lança seu primeiro disco, "Clara Sandroni", uma produção independente, realizando shows na Sala Funarte/Sidney Miller, no Teatro Ipanema, no Teatro Benett, no Teatro da UFF e em casas noturnas do Rio de Janeiro. Atua em temporada no bar The Thinker com o cantor Felipe Abreu e o violonista Carlos Sandroni, interpretando obras de Sílvio Rodrigues e Garcia Lorca. Ainda nesse ano, formou-se como atriz, pela CAL.

1985 - Faz shows no Circo Voador, em casas noturnas, no projeto "Quintas Musicais" do Banco Nacional (RJ), no Teatro Lira Paulistana (SP) e no Teatro da Cidade (RJ). Estréia seu novo show "Delirar destampado" na CAL (RJ). Viaja com Carlos Sandroni e a cantora Joyce para Cuba, onde conhece Sílvio Rodrigues, Pablo Milanês e a Nova Trova Cubana. Grava com Milton Nascimento a faixa "A primeira estrela" no disco "Encontros e Despedidas". Participa de show em homenagem ao Centenário de Villa-Lobos no Circo Voador.

1986 - Começa a gravar seu segundo disco, "Daqui". Participa do Projeto Pixinguinha com Joyce e Lazzo, faz shows na Casa de Cultura Laura Alvim (RJ) e apresenta-se no espetáculo "Vozes do avesso", no Circo Voador (RJ), e ainda em shows no metrô do Largo da Carioca, no Projeto Metrô Música (Rio Arte), e no Projeto "Nelson Cavaquinho" ( Rio Arte). Atua, com Olívia Byington e Cida Moreira, no espetáculo "Três garotas no Ipanema", realizado no Teatro Ipanema (RJ), além de apresentar-se no Espaço Cultural Paraty e abrir o show de Cazuza em Vitória (ES) no projeto "Coluna Voadora".

1987 - Abre o projeto "Elas no Jazzmania", grava em Nova York com o guitarrista Al Di Meola e lança o disco "Daqui", apresentando-se no Circo Voador (RJ). Em seguida, fez temporada na Casa de Rui Barbosa, no Teatro Ipanema (RJ) e no Centro Cultural Vergueiro (SP). Ainda nesse ano, participa do show "Cruzada contra a Aids" no Circo Voador, atua no show em homenagem a Chico Mário, no Teatro João Caetano (RJ), e canta, a convite de Milton Nascimento, na trilha sonora do filme "Sonho de Valsa", de Ana Carolina.

1988 - Viaja para Bogotá, como convidada do Terceiro Taller de Música Popular Latino-Americana. Produz e participa do projeto "Encontros com a nova música dos anos 80", realizado no Parque da Catacumba (RioArte/RJ). Estréia o show "Quimeras", no Teatro João Theotônio, canta no projeto "Sextas Musicais" da Faculdade Hélio Alonso (RJ) e apresenta-se no show "Volta por Cima", promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda. Recebe o prêmio de Melhor Cantora de 1987, oferecido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Abre o II Festival de Inverno da UFRJ e participa da cantata popular "Santa Maria de Iquique", no IBAM.

1989 – Faz turnê pelo Brasil com Milton Nascimento e Paulo Moura, no projeto "Basf Chrome Music", que estréia no Canecão (RJ). Grava seu terceiro disco, "Clara Sandroni", que conta com a participação de Milton Nascimento e Jaques Morelenbaum. Canta no projeto "Dia Internacional da Mulher", no SESC Pompéia (SP), ao lado de Ângela Rô Rô, e participa do projeto "Ação Chico Mendes", com show no Circo Voador (RJ).

1990 - Participa do vídeo "One world, one voice", produção internacional da Rádio BBC de Londres. Faz shows de lançamento do disco "Clara Sandroni" no Rio de Janeiro, Angra dos Reis e Friburgo. Canta no projeto "Cantão", no Teatro João Theotônio. Apresenta-se no show beneficente à Casa das Palmeiras da Dra. Nise da Silveira, no Circo Voador (RJ). Faz, ainda, temporadas no Rio Jazz Club (RJ) e no bar Duerê de Niterói (RJ) e participa da criação do Grupo de Estudos da Voz do Rio de Janeiro (GEV/RJ).

1991 - Estréia o show "Noite Clara", no Espaço 22 do Museu de Arte Moderna (RJ), e abre o show de Milton Nascimento em Friburgo (RJ). Canta no SESC de São João de Meriti, em Angra dos Reis e em Friburgo (RJ), e também no Teatro Paiol em Curitiba (PR).

1992 - Participa do show de Milton Nascimento na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, comemorando os 30 anos da Anistia Internacional. Estréia também o show "Pão doce" na Sala Funarte/Sidney Miller. Canta no Real Gabinete Português de Leitura, na Casa de Benjamim Constant e no Gula Bar do Hotel Marina (RJ), tendo participado, nesse mesmo ano, do projeto sobre o compositor uruguaio Leo Masliah, realizado no Espaço Cultural Sérgio Porto (RJ). Apresenta-se, ainda, na casa de jazz New Morning, em Paris, fazendo pequena turnê pela França.

1993 - Realiza workshop de Canto Popular no Centro Ian Guest de Aperfeiçoamento Musical. Apresenta-se no projeto "Quase às sete", realizado no Teatro Gonzaguinha, e ainda no Espaço Cultural Paraty.

1994 - Ministra os cursos de Canto Popular e de História do Canto Popular no Festival de Verão do Conservatório de Música Popular de Curitiba. Canta no projeto "Quintas Culturais" (Rio Arte) e apresenta-se no Café Concerto da Sala Cecília Meirelles (RJ). Associa-se à Sociedade Brasileira de Laringologia e Voz (SBLV) e apresenta-se, ao lado de Cláudio Nucci, no projeto "Segundas Musicais", no Teatro Dulcina (Funarte).

1995 - Participa da criação da Associação Brasileira de Canto. Faz shows no Café Concerto La Mainate, no Espaço Cultural Le Corbusier (Maison de Suisse) e no Piano Bar Fiap Jean Monet, em Paris. Coordena a oficina "A atualidade do ensino do Canto Popular no Rio de Janeiro", com o Grupo de Estudos da Voz (GEV-RJ), na Pró-Arte (RJ). Reabre sua matrícula na UNI-Rio para terminar seu curso de Licenciatura em Música. Estréia o show "Larga tudo e vem", na Sala Funarte/Sidney Miller, e também o show "Baden, bossas, sambas e canções" no Espaço Cultural Sérgio Porto (RJ).

1996 - Apresenta o mesmo show no Tribunal de Contas do Município e no Espaço Cultural Sérgio Porto.

1997 – Participa, ao lado do cantor Marcos Sacramento e do grupo Lira Carioca, do show "É sim, Sinhô", realizado em homenagem ao compositor Sinhô (J. B. da Silva) na Casa de Rui Barbosa, no Teatro Municipal de Niterói e no Clube Paissandu (RJ). Apresenta-se no show "Paulo Baiano na voz de Clara Sandroni", no Rio Jazz Club e Hipódromo Up (RJ) e, com o cantor Marcos Sacramento e o violonista Maurício Carrilho, no show "Homenagem a Baden Powell", realizado na Sala Funarte/Sidney Miller (RJ). Reapresenta os shows "Paulo Baiano na voz de Clara Sandroni", no Espaço Cultural Sérgio Porto, e "É sim Sinhô", no Teatro João Caetano e no Teatro da UFF e também no Museu da Imagem e do Som (RJ).

1998 - Lança o livro "260 dicas para o cantor popular - profissional e amador", pela editora Lumiar, de Almir Chediak. Ministra aulas de canto popular no Conservatório Brasileiro de Música, apresenta-se no show "É sim, Sinhô", na Praia de Ipanema, Teatro de Arena (RJ), no Teatro SESI em Campos (RJ), no Teatro da UERJ e no Museu do Telefone (RJ).

1999 - Estréia o show "Palavras", ao lado do pianista Paulo Malagutti, na Sala Funarte Sidney Miller (RJ), na oportunidade do relançamento em CD do seu primeiro LP "Clara Sandroni", apresentando-se também na Casa de Cultura Laura Alvim (RJ). Ainda nesse ano, lança o CD "É sim, Sinhô", com shows no Teatro do SESI (RJ). 2000 - Apresenta-se no Centro Cultural Estácio de Sá da Barra da Tijuca e no Shopping Iguatemi (RJ). Lança, nesse ano, o CD "É sim, Sinhô vol. II".

2001 - Lança o CD "Tempo algum", com Paulo Baiano.

2002 – Lança o CD "Saravá, Baden Powell!", com Marcos Sacramento e Maurício Carrilho.

2003 - Faz turnê pelo Sul da França com Marcos Sacramento divulgando o CD "Saravá, Baden Powell!" e outros trabalhos.

2004 - Seu disco "Clara Sandroni" (Kuarup/1989) é relançado pela Biscoito Fino. Nesse ano, apresenta-se na Sala Funarte (RJ), com o show "Clara Sandroni canta palavras".

2005 - Faz show em Porto Alegre no projeto do Banco Santander, em Guaxupé (MG) e termina as gravações de seu novo CD, ainda inédito.

2007 - Lançou o CD "Cassiopéia", com show no Centro Municipal de Referência da Música Carioca, no Rio de Janeiro. Gravado e mixado no estúdio Tenda da Raposa (RJ), o disco, foi produzido por Carlos Fuchs. No repertório, canções de Silvio Rodriguez, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Chico Buarque, Carlos Sandroni, Paulo Baiano, Marcos Sacramento e Paulo Malaguti.

2010 - Em 2010, lançou o CD “Gota pura”.

Ao longo de sua carreira, Clara Sandroni participou como solista em discos de Milton Nascimento, Al Di Meola (Estados Unidos), Yuri Poppov, Mury Costa, nos Songbooks de Ary Barroso e Djavan (Lumiar Discos), e de Assis Valente (Funarte), Nelson Cavaquinho (Rio Arte), além do projeto fonográfico “Canto Carioca”, da Carioca Engenharia. Participa ainda dos discos do grupo Cão Sem Dono, Circo Voador Brasil, Família Roitmam, Aldo Medeiros, Sérgio Rojas, Artur Campela, Zé Zuca, Dirceu Leite, Keiko Takeda (Japão), Bambakerê, Daniel Tochtermann (Alemanha) , Xekerê e Mário Séve (ainda inédito).

A faceta pesquisadora de Clara pôde ser vista há uma década, com o lançamento dos três volumes da antologia: É sim, Sinhô, levantamento caprichado e carinhoso da obra do compositor popular José Barbosa da Silva, o grande Sinhô (1888-1930), juntamente com o grupo Lira Carioca e o cantor Marcos Sacramento, com quem Sandroni faz uma dupla de intérpretes. Nesta linha também trabalhou a partir da obra do violonista e compositor Baden Powell, em disco realizado com Sacramento e Maurício Carrilho.

Em 2010, Clara Sandroni está de CD novo na praça, dessa vez com boa promessa de divulgação, possivelmente com direito à distribuição que ela merece. Gota Pura (Biscoito Fino), em parceria com o compositor e pianista Paulo Malaguti (responsável também pelos arranjos), reafirma o talento da cantora, na condução carinhosa e harmônica das faixas e na escolha do repertório, onde a boa garimpeira nos reapresenta compositores como Luiz Peixoto (com sua Linda flor Iaiá, parceria com Henrique Vogeler, Cândido Costa e Marques Porto), João do Vale (Na asa do vento, com Luiz Vieira) ou a dupla Marino Pinto/Zé da Zilda, de quem regrava a cândida Ao pé da cruz.

“Gota pura”, contem as faixas “Já passou”, “Iracema voou” e “Carioca”, todas de Chico Buarque, “Laser” (José Miguel Wisnik e Ricardo Breim), “Aos pés da Santa Cruz” (Marino Pinto e Zé da Zilda), “Cajuína” (Caetano Veloso), “Quase” (Luiz Tatit), “Ladeira da Memória” (Zé Carlos Ribeiro), “Moreninha, se eu te pedisse” (anônimo), “Na asa do vento” (João do Vale e Luiz Vieira), “Linda flor” (Henrique Vogeler, Candido Costa, Luiz Peixoto e Marques Porto), “Rosa Morena” (Dorival Caymmi) e “Desafinado” (Tom Jobim e Newton Mendonça).

Este é o 11º CD de Clara Sandroni, e pela primeira vez ela experimenta a simplicidade da dupla, da voz pura em conversa íntima e sincera com o piano. E diz sobre a experiência: “Nunca me senti tão próxima do público, tão exposta, só, ao lado do piano, numa conversa tão costurada com ele e ao mesmo tempo despida diante do ouvinte”.

Nos outros dez discos da cantora, tudo era bem diferente, o último, “Cassiopéia”, levou 7 anos para gravar e mixar, cada música tinha participação de músicos e grupos diferentes, dando o tom ao disco a complexidade e a experimentação, diferente deste, que traz a simplicidade e a profundidade para dar o tom.

**Paulo Malaguti Pauleira é pianista, arranjador, compositor e maestro. Foi um dos fundadores do grupo Céu da Boca. E já traz muitos destaques em sua carreira, em 1985, participou, ao lado de Marlene, do show "É com esse que eu vou", sobre a obra do compositor Pedro Caetano. Formou o grupo Arranco de Varsóvia, com o qual lançou um disco que foi indicado para o Prêmio Sharp de Música e faz parte também do Grupo instrumental Aquarela Carioca, além de já ter tocado com diversos outros artistas como Edu Lobo, Wagner Tiso, César Camargo Mariano, Verônica Sabino, Luna Messina e Sebastião Tapajós.

PARIS by MARCOS SACRAMENTO e CLARA SANDRONI


FONTE

Clara Sandroni - Blogspot

Site Oficial: ClaraSandroni.com

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