Sereia tropical, Carmem Miranda pós-moderna e nova Astrud Gilberto. São apenas alguns elogios carinhosos que definem o estilo colorido e abravanista de Cibelle Cavalli. A cantora, a mais nova parceira criativa da Melissa, foi o assunto em outubro/2010 na mídia brasileira com sua versão especial da Melissa Amazonista na cor azul Klein – batizada de Melissa Amazonista by Sonja Khalecallon.
Os elogios acima são do Caderno 2, do Estado de São Paulo de 24 de outubro, onde Lauro Lisboa Garcia fez um perfil completo de Cibelle, intitulado “A sereia do sapato azul”. Nele, ela explica de onde surgiu a expressão “abravana!”. “Rick inventou essa gíria sem querer. Foi quando a filha do Sílvio Santos, Patricia Abravanel, perdoou o sequestrador – ela abravanou, se desapegou”, explica, citando o amigo e artista-plástico Rick Castro.
Já o blog da jornalista Lilian Pacce publicou uma entrevista com Cibelle, em que a musa fala de suas preferências fashion. Veja um trecho aqui:
Você tem bem o estilo mais alternativo do pessoal do East. Onde compra suas roupas?
Adoro achar loja de caridade em bairro de gente rica. É mais legal que brechó. Esse vestido que eu tô usando é um Collete vintage, que eu comprei numa feira de igreja em South Hampton, em NY. Paguei US$ 35!
Mas fora as lojas de caridade, os brechós, quais as marcas que você gosta de comprar roupa?
Só uso jeans da Amapô. E amo tudo que é da Neon e da Vanessa da Silva, meus amigos. Ah, esse sapato é do Lucas Nascimento, meu irmãzinho.
A revista Estilo conta que a cantora fez projetos com Devendra Banhart, hype da música independente e mostra um clipe dos dois. E, falando em clipe, quem ainda não viu o da canção “Meu sapato azul”, em homenagem à parceria com a Melissa, só tem que clicar aqui e matar a curiosidade!
O vídeo, assim como seu making of, foram assunto do site da Jovem Pan, que explicou: “Lançado oficialmente na semana passada, este é o vídeo novo da cantora Cibelle. A novidade faz parte do disco ‘Las Vênus Resort Palace Hotel’. As cenas foram capturadas no galpão da Vai-Vai. O programa Glam, da Fashion TV, exibiu o making of”.
E para quem quer mais fotos da festa de lançamento da Melissa Amazonista assinada por Cibelle, o site da RG tem ótimas imagens!
A partir do momento em que Suba lançou São Paulo Confessions em 2000, a música eletrônica e experimental marcou o seu lugar no Brasil. Infelizmente, Suba faleceu em 1999 deixando assim um vazio. Entretanto, seu legado está sendo levado com Bebel Gilberto, Suba Tributo e agora com o primeiro trabalho de Cibelle.
Com influências tão diversas como Nina Simone, Tom Jobim, Jackson do Pandeiro e Bjork, Cibelle é uma estrela em ascendência. Seu primeiro trabalho é eclético, e isto pode ser uma vantagem ou não.
Alguns ouvintes irão desfrutar deste repertório e estilos variados enquanto outros podem pensar que Cibelle está procurando o seu próprio espaço na música brasileira. Das 11 faixas do álbum, nove foram escritas por Cibelle, que canta com a mesma facilidade quer seja em português ou inglês.
Sua voz tem às vezes uma semelhança muita forte com a de Bebel Gilberto, como na faixa "Luísas" de influências jobinianas, ou às vezes com a voz de Adriana Calcanhotto, como em "Só Sei Viver no Samba". Entretanto, estas semelhanças não impedem que você curta o balanço bossa nova de "Luísas" onde João Parahyba (do Trio Mocotó) se apresenta na percussão.
A letra da canção se utiliza das belezas do Rio de Janeiro e de vários títulos de outras canções de Tom Jobim (e.g., "Dindi" e "Lígia"). João ainda retorna em mais outras duas faixas.
A admiração que Cibelle tem por Jobim recebe outro destaque ainda no dueto com Johnny Alf, que toca teclado Rhodes em "Inútil Paisagem".
O arranjo é pós-bossa nova, suave e inovativo, principalmente no acompanhamento do baixo de Robinho e vários efeitos eletrônicos. O arranjo é preciso na recriação ambiental das boates cariocas e sons do oceano. A voz de Cibelle e sua interpretação são excelentes aqui.
O álbum encerra com a faixa blues "Pequenos Olhos" com uma letra muito tocante. Esta faixa tem duração de mais de nove minutos. Entretanto, depois dos primeiros cinco minutos, só existe silêncio por quase três minutos. No finzinho você então ouve um piano antigo que resurge e uma voz muito semelhante ao estilo de Billie Holiday. É bonitinha mas um pouco destoante do resto do álbum.
Cibelle traz um tropicalismo psicodélico para show intimista no Recife
Ela exala cores e sons. Um psicodélico mix tropicalista modernizante, alucinógeno e extasiante. Sua ornamentação remete ao kitsch e ao exótico. Pérola florida na orelha, vestimentas coloridas, franja avolumada, um arco-íris maquiado no olhar e todo um cenário ornamentado com fitas laminadas, escada, panos e diversas flores fakes de samambaias. Tudo preparado cuidadosamente por essa cantora paulista de sonoridade, afinação e performance tão particular.
Essa é a atmosfera de um dos muitos universos lúdicos criados por Cibelle Cavalli - ou simplesmente Cibelle, uma multiartista de 33 anos que se apresentou nesse sábado (22) no Santander Cultural, Bairro do Recife, dentro do projeto Ouvindo Música.
A cantora, que vive em Londres há quase dez anos, deu uma pausa na extensiva agenda de apresentações por todo o hemisfério norte e aportou em uma das afuniladas salas do antigo Instituto Real para compartilhar com cerca de 100 pessoas o prazer expressivo e sensorial da música.
Para aqueles que conseguiram garantir a entrada, antes que os ingressos se esgotassem, foi possível acompanhar um show intimista de pouco mais de uma hora (começou pontualmente às 17h), com cerca de oito músicas, todas de seu terceiro álbum, o elogiado Las Vênus Resort Palace Hotel, lançado ano passado.
"Estou aqui como estivesse fazendo um show em um lobby de hotel, mas é estranho ver tantos olhos me mirando; estou mais acostumada a shows à noite, onde só enxergo fumaça e cabeças", afirmou de forma descontraída a cantora.
FONTE
JCONLINE
MUSICABRASILEIRA
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