Páginas

segunda-feira, 7 de março de 2011

Bezerra da Silva


Marcelo D2 antecipou a noite do samba no Polo do Marco Zero. O cantor, que subiu ao palco já na madrugada desta segunda-feira (07), por volta de 1h, fez um show baseado no seu mais recente trabalho, que reverencia o sambista Bezerra da Silva. No setlist, músicas consagradas do mestre e outras não tão conhecidas, como: Verdadeiro Canalha, A Semente, Vou Apertar, Na Aba, e Saudação às Favelas.

O público aprovou o projeto e caiu no samba junto com o músico. "Esse show é em homenagem ao 'carioca-malandro-pernambucano' Bezerra da Silva", disse o cantor. Além de fazer questão de ressaltar que o sambista era pernambucano, Marcelo D2 também homenageou o Estado ao entrar no palco usando uma máscara de papangu.

BIO

José Bezerra da Silva (Recife, 23 de fevereiro de 1927 — Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2005) foi um cantor, compositor e violonista, percussionista e interprete brasileiro dos gêneros musical Coco e Partido Alto, sub-gêneros do Samba.



Considerado o embaixador dos morros e favelas, cantou sobre os problemas sociais encontrados dentro das comunidades, se apresentando no limite da marginalidade e da indústria musical, também é considerado um dos principais expoentes do samba do estilo partido alto.

Nordestino, desde a infância foi ligado à música e sempre "sentiu" que apresentava o dom de tocar, causando atritos com a família.

O pai, da Marinha mercante, saiu de casa quando Bezerra era pequeno, vindo morar no Rio de Janeiro. Com isso, depois de ingressar e ser expulso da Marinha mercante, descobriu o paradeiro do pai e veio atrás dele. Causando mais atritos com o pai, foi morar sozinho, no Morro do Cantagalo, trabalhando como pintor na construção civil. Juntamente, era instrumentista de percussão e logo entrou em um bloco carnavalesco, onde um dos componentes o levou para a Rádio Clube do Brasil, em 1950.

Durante sete anos viveu como mendigo nas ruas de Copacabana, onde tentou suicídio e foi salvo por um Santo da Umbanda. A partir daí passou a atuar como compositor, instrumentista e cantor, gravando o primeiro compacto em 1969 e o primeiro LP seis anos depois.

Inicialmente gravou músicas sem sucesso. Mas a partir da série Partido Alto Nota 10 começou a encontrar o público. O repertório dos discos passou a ser abastecido por autores anônimos (alguns usando codinomes para preservar a clandestinidade) e Bezerra notabilizou-se por um estilo Sambandido (ou Gangsta Samba), precursor mesmo do Gangsta Rap norte-americano.

Antes do Hip Hop brasileiro, ele passou a mostrar a sua realidade em músicas como: "Malandragem Dá um Tempo", "Sequestraram Minha Sogra", "Defunto Caguete", "Bicho Feroz", "Overdose de Cocada", "Malandro Não Vacila", "Meu Pirão Primeiro", "Lugar Macabro", "Piranha", "Pai Véio 171", "Candidato Caô Caô".




Em 1995 gravou pela gravadora carioca CID "Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró: Os Três Malandros In Concert", uma paródia ao show dos três tenores, Luciano Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras. O sambista virou livro em 1998, com "Bezerra da Silva - Produto do Morro", de Letícia Vianna.

Em 2001 tornou-se evangélico da Igreja Universal do Reino de Deus e em 2003 gravou o CD Caminho de Luz com músicas gospel.

Em 2005, perto da morte, mas ainda demostrando plena atividade, participou de composições com Planet Hemp, O Rappa, Velhas Virgens e outros nomes de prestígio da Música Popular Brasileira.

Morreu em 2005, aos 77 anos de idade, perto de completar 78, eternizando-se no mundo do samba.

Bezerra morreu na manhã de segunda-feira, dia 17 de janeiro de 2005 aos 77 anos, depois de sofrer uma parada cardíaca. De acordo com o último boletim médico, a causa do óbito foi falência múltipla dos órgãos. O corpo de Bezerra foi velado no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. O sepultamento foi em uma terça-feira no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju.

Bezerra estava internado desde o dia 28 de outubro, no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro, com embolia pulmonar e pneumonia.

O curioso desta data é que Bezerra se auto-intitulava "bom malandro", por isso quando morresse, queria que não fosse numa sexta-feira ou feriado, para não atrapalhar a praia dos amigos. E morreu numa segunda-feira - ou seja, depois do fim-de-semana e no dia 17 de janeiro, o primeiro mês do ano.se foi o rei do SAMBA deixando todos abalados pela sua morte. Um fato curioso lembrado pelo sambista e amigo Dicró foi que a morte de Bezerra da Silva se deu no dia 17/1, uma verdadeira sátira ao 171 tão aclamado em suas músicas. "Malandro é malandro e mané é mané"

Os principais temas de suas músicas foram a vida do povo e os problemas da sociedade e das favelas, como a exploração e a opressão sofridas pelos trabalhadores, a malandragem e ladrões à margem da lei, a questão do uso de drogas como a maconha e cocaína e a condenação à caguetagem, ou delação.



Esta última temática se refere a uma das principais estratégias de sobrevivência da "malandragem" em comunidades militarizadas pelo Estado e sob constante vigilância policial, onde a "malandragem" exerce influência e medo para que os moradores destas localidades não os delatem aos órgãos do Estado. São numerosos os sambas de Bezerra da Silva que "condenam" de forma apológica os "dedo-duros".



BIOGRAFIA

Wikipédia

Nenhum comentário:

Postar um comentário