Páginas

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Almira Castilho


De beleza brejeira e nordestina, Almira era linda de se ver no palco, ao lado do exuberante pandeirista, cantando, dançando e arrebatando olhares e sorrisos de Jackson e dos músicos. Dançava e cantava bem, também compunha e ficou famosa exatamente pela parceria com Jackson do Pandeiro, que ela conheceu em 1952, na rádio Jornal do Commercio, onde era rádio-atriz e cantora.

Almira Castilho (Olinda, 24 de agosto de 1924 — Recife, 26 de fevereiro de 2011) foi uma cantora, compositora e dançarina brasileira. Foi parceira de Jackson do Pandeiro, com quem foi casada, em composições e apresentações no rádio e no cinema.

Almira Castilho era professora. Iniciou sua carreira artística em 1954, participando do coro na apresentação de Sebastiana por Jackson do Pandeiro. Foi rumbeira e radioatriz na Rádio Jornal do Commercio.

Compôs músicas com Jackson do Pandeiro e com Gordurinha. Com Jackson, compôs: 1 x 1; A mulher de Aníbal; Forró em Limoeiro. Com Gordurinha, compôs: Chiclete com banana.



  • No cinema

No cinema, Almira Castilho participou dos seguintes filmes:

Minha Sogra É da Polícia (1958)

O Batedor de Carteiras (1958)

Aí Vem a Alegria (1960)

O Viúvo Alegre (1960)

Pequeno por Fora (1960)

Cala a Boca, Etelvina (1960)


Jackson do Pandeiro, Almira e Jayro Aguiar - Fantasia Nordestina - Do Filme "Cala a Boca Etelvina"

Bom Mesmo É Carnaval (1962)

Rio à Noite (1962)



 Almira Castilho foi casada com Jackson do Pandeiro entre 1955 e 1967. Nesse tempo, foram parceiros em composições e interpretações

Quando, em 1954, Almira Castilho, aceitou um convite para participar do coro de Sebastiana, que seria cantada por Jackson do Pandeiro, não imaginou o quanto aquilo iria afetar sua vida. Nascida em Olinda, ex-professora, ela na época iniciaria uma promissora carreira na Rádio Jornal do Commercio como rumbeira e radioatriz.
 
 

Morena bonita, alta, corpo violão, olhos claros, descendente de espanhóis, dificilmente se poderia pensar que ela se enamorasse de Jackson do Pandeiro, um paraibano, baixinho, de físico mirrado, feio por qualquer padrão de beleza a que fosse comparado. E mais: nem era ainda famoso, estava contratado pela radio como simples pandeirista.

Porém, assim como era exímio intérprete de frevos, cocos, xotes e o que mais viesse, o paraibano era também bom de papo e, logo, ele e Almira Castilho não apenas namoravam como começaram uma das mais famosas duplas da música brasileira. Uma parceria que durou 12 anos e foi responsável por uma série invejável de sucessos que até hoje ecoam pelo Brasil afora; 1x1, A Mulher do Aníbal, Forró em Limoeiro.



Naquele mesmo ano a dupla começou a fazer apresentações. Quando viajavam ficavam em quartos separados, "Eu ainda era virgem", faz questão de ressaltar Almira, garantindo que Jackson do Pandeiro só dormiu na mesma cama em que ela depois de casados, brinca e relembra o cuidado que Jackson do Pandeiro dedicava à noiva, numa viagem que fizeram ao interior, para um show em uma vaquejada.

"Depois da apresentação nós fomos para o hotel. Quando me preparo pra dormir, avistei uma barata enorme e soltei aquele grito. Em um segundo, Jackson estava batendo na minha porta, abro e lá está ele com a maior peixeira na mão."

Recife era então terceira maior cidade do país, e com um dos maiores conglomerados de comunicação do Brasil, comandado pelo senador F. Pessoa de Queiroz, que reunia dois jornais, uma TV e várias emissoras de rádio. Isto implicava que o artista que fazia sucesso aqui tinha fama espalhada por diversas regiões da federação. Dava para inclusive viver da profissão sem deixar o Recife.

Foi exatamente a fama da dupla que fez com Almira Castilho e Jackson do Pandeiro fossem obrigados emigrar para o Rio.

Jackson, Almira e o conjunto que os acompanhavam foram contratados para animar uma festa nos jardins da mansão do presidente do Náutico, Eládio Barros de Carvalho. O episódio que aconteceu nesta noite ficou meio lendário, e muita gente teima que aconteceu na sede do Clube Náutico.

Os rapazes vidrados na dança de Almira Castilho, que usava por baixo da saia rodada, uma espécie de perneira, exigência do marido. Enquanto Jackson do Pandeiro desfiava seus sucessos, Almira dançava e os rapazes, aditivados por scotch e lança-perfume começaram a pegar nos tornozelos dela. Jackson do Pandeiro, enciumado, pediu para a mulher maneirar mais no rebolado e afastar-se dos "playboys". Mas não adiantou muito. O assédio continuou e de repente era como se o Forró em Limoeiro virasse um Forró nos Aflitos. De repente Jackson do Pandeiro e seu conjunto distribuíam pernadas entre o distinto público, mas estavam inferiorizados em número. Agredidos a pontapés, socos, cadeiradas eles foram obrigados a bater em retirada.

Almira Castilho recorda que ela e o Jackson escaparam do linchamento saltando o muro da mansão: "Quando chegamos do outro lado foi que notei que um dos olhos dele estava fora do globo ocular, pendurado."

O caso foi muito comentado na cidade mas discretamente abordado pela imprensa. Afinal, pela ótica conservadora de então, os agredidos tinham sido dois simples artistas de rádio, enquanto os demais envolvidos era a fina flor da high society pernambucana. De vítima a dupla passou a vilã.

Não houve nenhuma solidariedade vinda dos patrões de Almira Castilho e Jackson do Pandeiro. Os dois decidiram então rescindir contrato com a rádio, o que para o senador Pessoa de Queiroz foi tomado quase como uma afronta pessoal. Ele acabou liberando o casal, mas os discos deles durante muito tempo entraram no index da emissora, que ignorou os sucessos de Jackson do Pandeiro e Almira mesmo quando eles viraram ídolos nacionais.

A cantora Almira Castilho morreu, aos 87 anos, em Recife. Há dois anos ela sofria de mal de Alzheimer, e tinha acompanhamento médico em casa. A cantora foi casada com Jackson do Pandeiro por 12 anos, entre 1955 e 1967, e compôs com ele ao menos 30 canções.

Almira também era parceira de palco do ex-marido, com quem emplacou sucessos nas décadas de 50 e 60 como "A mulher de Aníbal" e "Forró em Limoeiro". Além disso ela atuou como atriz de rádio e chegou a participar de oito filmes entre 1958 e 1962.




CURIOSIDADES

*Em 1995, aos meus 16 anos, tive o prazer de conhecer pessoalmente em um recital de poesia na Quinta da Boa Vista, a grande compositora Almira Castilho. Sentamos à mesma mesa e tomamos algumas taças de vinho e conversamos sobre alguns momentos de sua carreira. Aquela noite foi o suficiente para que eu percebesse que estava diante de uma das maiores compositoras da Música Popular Brasileira. Cheguei a conclusão que Almira e Jackson eram inseparáveis, pelo menos quando se fala na junção do trabalho deles: ela com suas composições, como Chiclete com Banana, sua mais conhecida em parceria com Gordurinha(regravada por Gilberto Gil), Garoto de Caculé, Velho Gagá,entre tantas outras, além de cantar e fazer suas performaces no palco. Ele também compositor, cantor e ritmista. Talvez pouco se saiba sobre a vida dessa grande artista que é Almira Castilho e que anda assim "esquecida", como tantos outros artistas desse nosso país. Deixo esse texto, para que nossas gerações não "percam de vista" suas raizes e nem sepultem a história da nossa rica música. (*Texto de Cecília Villanova)

*A última aparição pública que se tem noticia, de Almira foi no carnaval de 2009, em Recife, quando recebeu homenagem póstuma em nome de Jackson do Pandeiro, prestada pela Prefeitura Municipal, a atriz, cantora e compositora Almira Castilho, viúva e parceira de Jackson – morreu no último dia 26 de fevereiro, em sua casa, no bairro da Boa Vista, na capital pernambucana. Almira faria 87 anos em 2011, no mês de setembro.

*Depois de se separar de Jackson, Almira Castilho viajou pela Europa, onde fez apresentações como dançarina de ritmos latinos. Casou-se com um alemão, chamado Aswin Fabere. Almira teve também destacada atuação no cinema nacional, participando de filmes como: O batedor de carteiras (1958), O viúvo alegre (1960), Cala a boca, Etelvilna (1960), e Bom mesmo é carnaval (1962), entre outros.

*José Gomes Filho ganhou o apelido de Zé Jack por imitar o ator norte-americano de faroestes Jack Perrin. Nos anos 40, em João Pessoa, acrescentaram-lhe o “son” a Jack. Era exímio pandeirista e tinha uma forma suingada de cantar inspirado em Jorge Veiga, até que o discípulo superou o mestre gerando certa ciumeira. Em 1948, em Recife, conheceu grandes músicos como a cantora Adelaide Chiozzo e o sanfoneiro Sivuca. Lá também, em 1953,  conheceu sua parceira, amiga, amante e empresária: a olindense Almira Castilho. Acabaram casando, cuja festa durou 3 dias.

FONTE

VersuDiversus

Wikipédia

Nenhum comentário:

Postar um comentário