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terça-feira, 19 de abril de 2011

Nonato Buzar



"Rio Antigo", belíssima composição de Chico Anysio e Nonato Buzar.

Raimundo Nonato Buzar (Itapecuru Mirim, 26 de agosto de 1932) é um cantor, compositor e produtor musical brasileiro. Descendentes de libaneses, Nonato iniciou sua carreira em 1953, quando tranfeiu-se para o Rio de Janeiro.

Rio Antigo. (Como nos velhos tempos)

Quero bate-papo na esquina
Eu quero o Rio antigo com crianças na calçada
Brincando sem perigo, sem metrô e sem frescão
O ontem no amanhã
Eu que pego o bonde 12 de Ipanema
pra ver o Oscarito e o Grande Otelo no cinema
domingo no Rian
Hum... deixa eu querer mais, mais paz
Quero um pregão de garrafeiro
Zizinho no gramado, eu quero um samba sincopado
Taioba, bagageiro
E o Desafinado que o Jobim sacou

Quero um programa de calouros com Ari Barroso
O Lamartine me ensinado um la-la-lá gostoso
Quero o Café Nice de onde o samba vem
Quero a Cinelândia estreando "E o Vento Levou"
Um velho samba do Ataulfo que ninguém jamais gravou
PRK-30 que valia 100... como nos velhos tempos!
Quero o carnaval com serpentina
Eu quero a Copa Roca entre Brasil e Argentina
Os Anjos do Inferno, Quatro Ases e um Coringa
Eu quero porque é bom!
Eu que pego no meu rádio uma novela
Depois eu vou à Lapa e faço um lanche no Capela

Mais tarde eu e ela pros lados do Hotel Leblon...
Quero um som de fossa da Dolores,
uma valsa do Orestes, zum-zum-zum dos Cafajestes,
um bife lá no Lamas
cidade sem aterro como Deus criou
Quero o chá-dançante lá no clube com Valdir Calmon
Trio de Ouro com a Dalva, estrela dalva do Brasil
Quero o Sérgio Porto e o seu bom humor
Quero ver um show do Walter Pinto com mulheres mil
O Rio aceso em lampiões e violões que quem não viu
Não pode entender o que é paz e amor!


Buzar teve composições gravadas por Maysa, Adriana, Elis Regina, Alcione, Elizeth Cardoso, João Nogueira, Nana Caymmi, Rosinha de Valença, Luiz Gonzaga, Cauby Peixoto, MPB-4, Jair Rodrigues, Wilson Simonal, Sílvio César, Nélson Gonçalves, Ivan Lins e Milton Nascimento, entre outros.

Como produtor musical, trabalhou nas gravadoras PolyGram (de 1969 a 1971) e RCA Victor. Nessa função, foi responsável por discos de Jair Rodrigues, Regininha, A Turma da Pilantragem, Jimmy Cliff, Festival Internacional da Canção e Wilson Simonal, entre outros.

Em 2003, sua canção "Menininha do portão" (c/ Paulinho Tapajós) fez parte do primeiro CD da cantora Maria Rita, que atingiu a vendagem de 350.000 cópias apenas dois meses após o lançamento.




O cantor e compositor maranhense Nonato Buzar parafraseou os “Versos íntimos”, de Augusto dos Anjos em noite melancólica no Teatro Arthur Azevedo. Aplaudido por não mais que vinte pares de mãos, o artista nascido em Itapecuru-Mirim relutou em subir ao palco diante da imensa solidão. Até mesmo um dos convidados da noite planejada para ser “do amor, do sorriso e da flor” - como nos tempos da Bossa Nova -, o também cantor e compositor Gerude, declinou do convite do parceiro sem aviso prévio.

Nonato Buzar é o ilustre autor de “Verão Vermelho”, tema de abertura da novela homônima da TV Globo de 1970, e também de “Irmãos Coragem”, folhetim televisivo levado ao ar logo em seguida, no mesmo ano, que inspiraria a ocupação do bairro Coroado, na periferia de São Luís. A novela de Janet Clair ganharia um remaker de Dias Gomes em 1995.

O maranhense também é autor de “Razão de Cantar”, parceria com Chico Anisio”, defendida pelo cantor Luiz Eduardo no III Festival Internacional da Canção Popular, o mesmo evento em que Chico Maranhão compareceu com “Dança da Rosa” , interpretado pelo Tradicional Jazz Band; e Geraldo Vandré registrou “Pra não dizer que não falei das flores”. Venceu o festival a canção “Sabiá”, de Antonio Carlos Jobim e Chico Buarque. O ano era 68. O lugar era o Rio de Janeiro.

Segundo Nelson Motta em "Noites Tropicais", Nonato Buzar fazia parte da terceira divisão da bossa nova. A turma da corte de Carlos Imperial, produtor de TV que reuniu a nata musical brasileira na década de 1960.

Em cerca de uma hora e meia o artista radicado no Rio de Janeiro desde a década de 1960, contou contou com a colaboração dos cantores e compositores Nosly e Beto Pereira, que em meio a frases embargadas, entrecortadas aqui e ali por um “é triste”.

Aos poucos que lhe ouviram Buzar cantou a parceria com Ronaldo Bôscoli, uma das últimas obras produzidas pelo bossanovista, preconizando a morte do Rio São Francisco; uma canção feita para a praia do Olho D Água de outrora. Falou ainda de seus sonhos irrealizáveis e conformados, como o de reunir em uma coletânea a produção dos grandes compositores maranhenses...



FONTE

wikipédia

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