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domingo, 22 de maio de 2011

Tonico e Tinoco



O programa Menino da Porteira, da Rádio Jacuí FM, apresentou neste domingo (22/05) uma entrevista com Tinoco, da dupla Tonico e Tinoco, com a participação de seu filho e empresário José Carlos Perez.

Na entrevista Tinoco divulgou a campanha de lançamento da Associação Cultural dos Cantores Sertanejos "Tinoco do Brasil", que tem por meta promover novos talentos da música sertaneja em nosso país.

Uma rifa beneficente já está sendo vendida para arrecadar recursos em prol do cantor Tinoco e desta associação. O sorteio será no dia 25 de Junho pela Loteria Federal. O prêmio é uma moto Honda CG 125 FAN KS Zero KM .

O programa Menino da Porteira, apresentado por Fabricio Ceolin, vai ao ar todos os domingos das 5 às 7 horas da manhã. A entrevista com Tinoco e seu filho José Carlos será retransmitida amanhã no programa Boa Noite da Rádio Sobradinho AM, e também já está disponível em PODCAST no site do programa.

Tristeza do Jeca

Nestes verso tão singelo
Minha bela, meu amor
Pra você quero contar
O meu sofre e a minha dor
Eu sô que nem sabiá
Quando canta é só tristeza
Desde o gaio onde ele está

Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Eu nasci naquela serra
Num ranchinho beira chão
Tudo cheio de buraco
Donde a lua fai clarão
Quando chega a madrugada
Lá no mato a passarada
Principia um baruião

Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Vou parar com a minha viola já não posso mai cantar,
Pois o jeca quando canta tem vontade de chorar
O choro que vai caindo

Devagá se sumindo, como as água vão pro mar...

**Festival Regional da Música Sertaneja**

O cantor Tinoco participou das atrações do V Festival Regional da Música Sertaneja Raiz Zé Carreiro, evento que teve início no dia 19/05/2011, e encerrou hoje dia 22 de maio no Anfiteatro Municipal Izaltino Casemiro.

- Veja a programação:

• 19/05 - Tributo a Zé Carreiro - Show com violeiros ferreirenses e Vocal Vozes da Natureza;
• 20/05 - 1º eliminatória - Show com Ciranda Violeira, de São Paulo. Participação de Arnaldo de Freitas, violeiro de Inezita Barroso.
• 21/05 - 2º eliminatória - Show com Mariangela Zan (filha do acordeonista Mario Zan).
• 22/05 - Final do Festival - Show com Tinoco, da famosa dupla Tonico e Tinoco.

O festival teve por objetivos:

a) Incentivar a música raiz sertaneja, a confraternização entre músicos e poetas da região, visando resgatar e manter as tradições culturais;
b) Direcionar o interesse da população à importância da arte como fonte de cultura e lazer;
c) Aprimorar e difundir a cultura musical sertaneja raiz/caipira regional;
d) Revelar novos talentos.

Tonico e Tinoco


Tonico & Tinoco foi uma dupla sertaneja brasileira, considerada uma das mais importantes da história da música brasileira e uma das de maior referência. Tonico e Tinoco são filhos do imigrante espanhol Salvador Perez, que chegou ao Brasil no início do século 20, e da brasileira (neta de escravos) Maria do Carmo.

João Salvador Perez, nasceu no município paulista de São Manuel, em 2 de março de 1917.

José Perez, nasceu em uma fazenda de Botucatu, que hoje pertence ao município de Pratânia, em 19 de novembro de 1920.

O gosto pela música veio dos avós maternos Olegário e Izabel, que alegravam a colônia com suas canções, ao som de uma antiga sanfona. A primeira música que aprenderam foi “Tristeza do Jéca” em 1925.


Aprendiam as letras com Virgílio de Souza, violeiro das redondezas. Num baile que Tonico conheceu e apaixonou-se por Zula, filha do administrador da fazenda, Antônio Vani. O pai proibiu o namoro e magoado, Tonico compôs “Cabocla”.


Como não havia rádio na região, o conjunto ficou famoso. Mas Tonico & Tinoco só cantavam em dupla nas horas vagas ou nas folgas do trabalho, quando a turma parava para tomar café. Cantavam as modas de viola de Jorginho do Sertão, um autor imaginário, que utilizavam para assinar suas canções, que falava da crise no país com as revoluções de 1930 e 1932.

Em 15 de agosto de 1935 fizeram a primeira apresentação profissional. Cantaram na Festa de Aparecida de São Manuel, onde milhares de pessoas de todo o Brasil visitam o segundo Santuário dedicado à Padroeira do Brasil. Junto com o primo Miguel, formavam o "Trio da Roça".

Em 1938 a família mudou-se para Sorocaba, e dois anos mais tarde para São Paulo, instalando-se no bairro da Mooca. João trabalhou como office-boy, e José como servente de pedreiro e depois como metalúrgico.

Em 1942, os “Irmãos Perez” inscreveram-se no programa de calouros comandado por Chico Carretel (Durvalino Peluzo), na Rádio Emissora de Piratininga. O capitão Furtado, que estava sem violeiro em seu programa Arraial da Curva Torta, na Rádio Difusora, promoveu então concurso para preencher a vaga: os dois irmãos, formando a dupla Irmãos Perez, cantaram o cateretê "Tudo tem no sertão" (Tonico).


Classificados para a final, interpretaram de Raul Torres e Cornélio Pires, (esse último um radialista e pesquisador que foi pioneiro no estudo da vida sertaneja, especialmente a paulista, e que deixou uma extensa obra a respeito.) "Adeus Campina da Serra".


Quando terminaram, o auditório aplaudiu de pé, em meio a lágrimas. Todos pediam bis àquela dupla que cantava diferente, com afinação, fino e alto. Todos os outros violeiros foram abraçá-los. O cronômetro marcava 190 segundos de aplausos, contra apenas 90 segundos da dupla segundo colocada.

Capitão Furtado, o Arioswaldo Pires, sobrinho de Cornélio Pires , apresentador do programa e também lendário divulgador da música sertaneja - disse que uma dupla tão original, com vozes gêmeas, não poderia ter nome espanhol. Batizou-os, na hora, de “Tonico e Tinoco”. Foram contratados para participar da programação caipira da Rádio Difusora de São Paulo.


Em 1943 gravaram o primeiro LP em 78 rotações com a música “Em Vez de Me Agradecê”. E desde então permaneceram nas paradas de sucessos, com músicas inesquecíveis como: “Chico Mineiro”, “Moreninha Linda”, “Canoeiro”, “Brasil Caboclo”, “Tristeza do Jeca”, “Luar do Sertão”, “Menino da Porteira”, “Cana Verde”, “Baile na Roça”, entre mais de 1.500 gravações.


Durante 60 anos de carreira foram 220 discos de 78 rotações, 30 compactos simples e duplos, 76 LPs de 33 rotações, 3 CDs inéditos e 20 CDs remasterizados. Participaram também de sete filmes de longa metragem. São autores de 25 peças teatrais circenses. Trabalharam 50 anos em rádios, na seguinte ordem: Rádio Difusora, Rádio Tupi, Rádio Nacional (hoje Globo), Rádio Bandeirantes e Rádio Record de São Paulo. Participaram da primeira transmissão da Televisão Brasileira, no ano de 1950.


O slogan “A Dupla Coração do Brasil” surgiu em 1951, quando o humorista Saracura resolveu batizá-los assim, pela interpretação de todos os ritmos regionais. Venderam mais de 150 milhões de discos, realizaram cerca de 40 mil apresentações.

Tonico (João Salvador Perez) faleceu no dia 13 de agosto de 1994, após uma queda da escada do prédio onde morava. O último show da dupla Tonico e Tinoco foi na cidade matogrossense de Juína, no dia 7 de agosto de 1994.

Em 2006, Tinoco completou 70 anos de carreira. Para comemorar com chave de ouro, a EPTV (coligada da TV Globo no interior de São Paulo e Minas Gerais) lançou o primeiro DVD com o cantor Tinoco e o violeiro Mazinho Quevedo, no Teatro Dom Pedro, na cidade paulista de Ribeirão Preto.


CURIOSIDADES

*Em 1961 estreiam no Cinema com o filme “Lá no Meu Sertão” de Eduardo Llorente, filme baseado na vida e obra de Tonico & Tinoco.

*Em 1965 filmam “Obrigado à Matar” de Eduardo Llorente, um filme baseado na lenda do Chico Mineiro.

*No cinema, em 1969, fizeram “A Marca da Ferradura” de Nelson Teixeira Mendes.

*Em 1979, no dia 6 de junho, Tonico & Tinoco apresentam-se no Teatro Municipal de São Paulo, num show de três horas que reúne um público recorde de 2.500 pessoas.

*Em 1984 participam do filme“A Marvada Carne” de André Klotzel, como convidados especiais.

*Entre as inúmeras premiações destacamos: 04 Roquetes Pinto, Medalha Anchieta(Comenda da Cidade de São Paulo), Ordem do Trabalho (Ministro do Trabalho Almir Pazzianoto), Ordem do Mato Grosso (Comendador), Troféu Imprensa, 02 Prêmios Sharp de Música e o Prêmio Di Giorgio.


Num bar de Ribeirão Preto
eu vi com meus olhos essa passagem
Quando champanha corria a rodo,
nas altas rodas da granfinagem
Elogo chegou um peão
trazendo na testa o pó da viagem
Pediu uma pinga para o garçom
Que era prá rebater a friagem
Levantou um almofadinha
falou pro dono, eu não tenho fé
Quando um caboclo que não se enxerga
num lugar desse vem por os pés
Senhor que é o dono da casa
não deixe entrar um homem qualquer
Principalmente nessa ocasião
Que esta presente o rei do café

Foi uma salva de palmas
gritaram viva pro fazendeiro
Que tem um milhão de pé de café,
por esse rico chão brasileiro
O seu nome é conhecido
lá no mercado dos estrangeiro
Portanto veja que esse ambiente
Não é prá qualquer tipo rampeiro

Num modo muito cortês
respondeu o peão prá rapaziada
Essa riqueza não me assusta,
topo em aposta qualquer parada
Cada pé do seu café
eu amarro um boi da minha boiada
Prá vocês todos eu garanto
Que ainda sobra boi na invernada

Foi um silêncio profundo
o peão deixou o povo mais pasmado
Pagando a pinga com mil cruzeiros
disse ao garçon prá guardar o trocado
Quem quiser saber meu nome
que não se faça de arrogado
É só chegar lá em andradina
E perguntar pelo rei do gado

Maiores informações no site http://www.tinocodobrasil.com.br/

FONTE

WIKIPÉDIA

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