O Ensemble BISSAMBLAZZ foi formado em 1993 para apresentar composições e arranjos originais inspirados nas expressões culturais do Brasil, associadas ao jazz, à polirritmia, e à politonalidade.
Dedica-se a manter a música instrumental brasileira na vanguarda da consciência artística nacional, produzindo concertos, CDs, livros, programas educativos e intercâmbios.
Desde seu início conta com a participação de alguns dos melhores músicos do cenário artístico nacional. Sua discografia, elogiada pela crítica especializada, expressa a convergência na diversidade da música instrumental brasileira contemporânea, ratificada com o lançamento de “Caixa Preta”, seu terceiro CD, o qual pretende a divulgação de uma arte que apresenta os traços da brasilidade atual.
Devido à sua originalidade, BISSAMBLAZZ tem despertado particular interesse no contexto da música mundial, contribuindo para com a universalização da música brasileira.
Suas composições fizeram parte do programa realizado pela TV2 dinamarquesa, sobre o Brasil; e também do documentário Rio de Janeiro Ontem e Hoje, de José Joaquim Monteiro Soares. O grupo já participou de Festivais de Jazz, na Dinamarca, Suécia e Noruega, além de diversas cidades brasileiras.
- Formação:
Magno Bissoli - direção musical e bateria
Vitor Alcantara - sax tenor
Cassio Ferreira - sax alto
Gustavo D'Amico - sax alto e flauta
Felippe Figueiredo - sax tenor
Fabio Dias - sax baritono
Andre Brito - trompete
Paulo Jordão - trompete
Rubinho Antunes - trompete
Alessandro Messias Ribeiro - trompete
Gilberto Gianelli - trombone
Ricardo Higino - trombone
Adib Vera- trombone
Marim Meira - trombone
Fabio Leandro - piano
Sidiel Vieira - contrabaixo
1991 – Magno organiza seu primeiro grupo no Brasil para se apresentar no SESC Instrumental e convida Lito Robledo (baixo), Alexandre Mihanovich (Guitarra), Vinícius Dorin (sax) e Nahor Gomes (trompete).
1993 – Em 31 de Agosto realizam-se as gravações para a produção de seu primeiro trabalho solo no Auditório do MIS – Museu da Imagem e do Som de São Paulo. Participaram Lito Robledo, Alexandre Mihanovich, Vitor Alcântara (sax), Odésio “Jericó” trompete e Paulo “Paulada” Falanga (congas e percussão). Este sexteto tornou-se a espinha dorsal da nova big band que viria a se consolidar alguns anos mais tarde.
1994 – Lançamento do primeiro álbum de Magno Bissoli & Ensemble Brasileiro em dezembro com shows no clube de jazz “Sanja Jazz Bar”. O CD de título “Bissamblazz” deu novo nome ao grupo.
1995 a 1997 – Apresentações em clubes de jazz de São Paulo, SESC, eventos e no XXVI Festival de Inverno Núcleo Tatuí.
1998 – Em Maio realizam-se as gravações do álbum “Abracadabra” como parte da produção do primeiro Workshop de Gravação ao Vivo no Auditório do SESC Vila Mariana. (link com o programa do workshop) Neste CD concretizou-se a formação da big band.
- Shows de lançamento do álbum “Abracadabra” incluindo uma gravação ao vivo para a TV Senac.
1999 – A Rainha da Dinamarca visita o Brasil e a TV2 dinamarquesa realiza um programa especial sobre o país incluindo as músicas dos CDs Bissamblazz e Abracadabra na trilha sonora.
2000 – Em fevereiro realizam-se as gravações para a produção do terceiro álbum no Teatro São Pedro.
- Lançamento do CD “Caixa Preta”.
- “Caixa Preta” recebe do Ministério da Cultura a chancela das comemorações oficiais dos 500 anos do Brasil.
2001 a 2003 – Realiza apresentações no Estado de São Paulo, com destaque para o show apresentado no Parque do Ibirapuera em 1º. de Julho de 2001, organizado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
2003 – Em Agosto realiza shows em São Paulo e Brasília para a campanha publicitária da InterSystems no Brasil, durante o lançamento do “Ensemble”, arquitetura tecnológica dirigida a unificar sistemas de grandes corporações.
Ensemble Bissamblazz expressa a convergência na diversidade da música instrumental contemporânea, formando a primeira big band internacional com 10 músicos brasileiros e 8 músicos escandinavos, com direção artística de Magno Bissoli (Brasil) e Lars Møller (Dinamarca).
Integram a orquestra alguns dos mais respeitados músicos dos países participantes, sintetizando experiência e vitalidade. Destaque para o percussionista brasileiro "Don Chacal" que aos 65 anos (2006) viajou por 120 países, trabalhou com os mais famosos artistas brasileiros e apresentou-se com Paul Simon no Central Park de Nova Iorque em 1991.
No repertório, arranjos originais escritas a cada nova temporada por autores brasileiros e escandinavos, integrando tradições culturais distintas e caracterizando uma formação de influência multicultural. Traz como resultado uma música construída com modernos recursos de composição associados à polirritmia e à improvisação do jazz.
The Orchestra Bissamblazz tem o suporte de instituições dinamarquesas, da Copenhagen Jazz House através de seu diretor Lars Thorborg e a produção internacional de Ib Jensen. A união destas duas orquestras possibilita à música do Brasil e da Escandinávia, em uma nova interpretação e em elevado nível artístico, contribuir para a realização de um trabalho coletivo onde artistas se inspiram através das fronteiras.
Com direção artística de Magno Bissoli (Brasil) e Lars Moller (Dinamarca),traz um repertório de composições originais escritas por autores brasileiros e escandinavos, construídas com modernos recursos de composição associados à polirritmia e à improvisação do jazz.
The Orchestra tem o apoio do Conselho de Música Dinamarquês. Realizou seu primeiro concerto no Festival de Jazz de Montreux em 1991 e desde então tem se apresentado na Dinamarca, Suécia, Noruega, Alemanha, Reino Unido e Suíça.
Seus diferentes compositores trabalham um variado escopo de estilos que vão do groove ao erudito contemporâneo, atentos aos ensinamentos das big bands tradicionais. "Esta orquestra tem um forte e unificado centro, além do senso da força e mágica que a música transmite".
Seu cd "Caixa Preta" foi incluído pelo Ministério da Cultura nas comemorações dos 500 anos do Brasil.
O peso sonoro do rock de bandas como The Who e Deep Purple, a música caipira de Alvarenga e Ranchinho, a música erudita de Mozart e Mahler, o choro de Pixinguinha e o jazz de John Coltrane e Duke Ellington. Foi essa a trilha sonora que, mais ou menos nessa ordem, levou o menino Magno Bissoli de Jacareí (SP) para a capital paulista, da capital paulista para Copenhague e, de lá, para "Nativ" (2009, selo Axis), o último disco da sua big band Bissamblazz.
A Bissamblazz apresentou-se em 2010 no Teatro Anchieta, do Sesc Consolação, em São Paulo, no "Instrumental Sesc Brasil". O show teve um gosto ainda mais especial a Bissoli, um jovem senhor de seus 50 anos, que gosta de escolher as palavras da mesma forma que compõe. O som de "Nativ" faz um tributo às origens da música, à estranha sensação segundo a qual, independentemente da globalização, somos todos "nativos", ao incorporar o ritmo dos escravos no samba e no jazz.
O disco também é uma homenagem ao seu pai, uma grande saudade que Bissoli sente viva de seu maior fã. "Enquanto muitos diziam para eu desistir da música, ele me apoiava, mesmo sem condições", conta ele, que também é percussionista da Orquestra do Teatro Municipal de São Paulo. Foi seu pai que comprou seu primeiro violão e o incentivou a ver uma apresentação de Mazzaropi no circo. O avô o levava ao auditório da Rádio Clube de Jacareí aos domingos para ouvir música de raiz.
Com o violão, Bissoli formou uma banda com seis amigos que também queriam tocar violão para fazer rock pauleira. Como era muito violão para pouca corda, alguém tinha que abrir mão do instrumento. E ele foi o único que conseguiu reproduzir o ritmo do que ouvia numa velha bateria. "Eu não escolhi a bateria, ela me escolheu. Toco outros instrumentos, mas a forma de me expressar é com as duas mãos e os dois pés."
Dos bailinhos até vencer um prêmio num festival da cidade com uma música de protesto à ditadura militar, Bissoli foi ampliando, sem preconceitos, seu amor à música. No fim da década de 70, com o dinheiro dos discos que vendia da sua coleção, vinha a São Paulo para conseguir emprego na noite, tendo que dormir até dentro de cinemas. "Aproveitava o carpete e, de manhã, o banheiro. Se tivesse sorte dava até para lavar o pé."
Em São Paulo, tocou em vários "night clubs" como o Paddok e o Baiúca, em grupos nos quais sempre havia um cantor ou uma cantora. Até dava para improvisar, mas ele sonhava mesmo com a música instrumental e fazia planos para deixar o Brasil. Foi quando foi apresentado por um amigo ao trombonista dinamarquês Niels Neergaard, que o deixou fascinado ao relatar a cena do jazz na Copenhague dos anos 70 e 80.
Seis meses depois, Bissoli já estava lá, tocando com Niels, cuja parceria completou 30 anos em 2010 e da qual saiu um novo disco. Niels esteve na plateia do Sesc. "A cada duas semanas, artistas como Art Blakey, McCoy Tyner, Herbie Hancock apresentavam-se lá naquele momento. Eu vi a primeira turnê do Wynton Marsalis, muito novinho, no show ''Art Blakey & The Jazz Messangers''. Tínhamos acesso aos músicos, íamos onde eles iam dar ''canja''. Era um cenário efervescente."
A Bissamblazz, formada por 16 integrantes, tocou "Brasiliana", composta em 1988 com a inspiração que nasceu quando Bissoli lia muito Graciliano Ramos e Guimarães Rosa. Mas a introdução foi alterada quando ele orquestrou o canto de um casal de sabiá que fez morada no quintal da sua casa, em São Paulo. "Nessa música você ''ouve'' o ''Grande Sertão Veredas'' de certa forma, ou ''Primeiras Estórias''. Você vê o homem do cerrado", diz, referindo-se a dois livros de Guimarães Rosa.
Já a "But I am Not Hamlet" foi encomendada pela European Jazz Youth Orchestra, que pediu a Bissoli uma música inspirada no poema de mesmo nome do escritor dinamarquês Peter Poulsen. "Mas enquanto o poema diz ''se eu fosse Hamlet faria isso ou aquilo'', na música eu afirmo ''eu não sou Hamlet''."
Além das músicas do "Nativ", a banda também tocou "God Save The Green", do disco "Caixa Preta" (2000, selo Axis), uma música engajada que faz tanto uma crítica à Inglaterra e aos Estados Unidos, como uma defesa à natureza. "Já que nós estamos destruindo tudo, pelo menos que Deus salve a natureza." E isso, sem dizer uma palavra. A música precisa ser entendida? "A música precisa ser sentida, isso é entendê-la. Mas ela pode ser desconstruída, para saber de onde veio a inspiração. Mas a música alcança uma esfera intangível, assim como o pensamento."
FONTE
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