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domingo, 18 de dezembro de 2011

Chico Salles


Nascido em São Francisco do Chabocão, naquela época município de Sousa, na Paraíba, Chico Salles mudou-se para o Rio de Janeiro nos anos 70, trazendo na bagagem as influências musicais que marcaram sua adolescência no Nordeste. Inspirados nos xotes, xaxados e baiões que alegravam as noites do sertão paraibano, nasceram suas primeiras composições, que eram mostradas apenas em reuniões familiares.

Francisco Salles de Araújo (1951 Sousa/PB). Cantor. Compositor. Em 1969, começou a tocar violão e a compor. Participou de diversos festivais estudantis. No Rio de Janeiro trabalhou na construção civil como servente de pedreiro e, mais tarde, formou-se em Engenharia Civil, profissão que exerce concomitantemente com a de músico.

Ao chegar à Cidade Maravilhosa, na juventude, ele misturou no mesmo caldeirão as suas raízes e as lições de mestres como Paulinho da Viola, Chico Buarque e Martinho da Vila, que compunham a trilha musical de seus tempos de estudante universitário. Enquanto trabalhava de dia e estudava à noite, ainda arranjou tempo para aprender a tocar o violão, companheiro inseparável nos momentos de inspiração.

No Rio de Janeiro, conheceu o trapalhão Mussum, que o levou aos mais tradicionais redutos do samba, como o Buraco Quente da Mangueira e o Pagode do Cacique de Ramos e com quem produziu diversas parcerias musicais, entre músicas de carnaval e até um xote. Juntos fundaram, em 1985 o Bloco Carnavalesco Elas e Elas, em Jacarepaguá.

Juntos eles fizeram muitos sambas, músicas de carnaval e até um xote. Algumas dessas composições nasceram na mesa do bar de "seu" Antônio, onde os dois se reuniam todos os sábados em torno de quitutes carioquíssimos, como rabada com angu, e uma cerveja bem gelada.

Em 1993, Foi levado por Vicente das Neves e passou a integrar a Ala de Compositores da Unidos da Tijuca. No ano seguinte, chegou a finalista na escola com o samba-enredo "Só Rio é Verão", em parceria com Beto Moura e Anselmo Ferraz. Também com o samba-enredo "Os Nove Bravos do Guarani", com Beto Moura e Anselmo Ferraz, chegou às finais na escolha do samba da Unidos da Tijuca, no ano de 1995.


Em suas andanças pelo mundo do samba, Chico Salles encontrou novos parceiros como Noca da Portela e Roberto Serrão, que gravaram músicas de sua autoria, e Beto Moura, com quem passou a participar de concursos de escolha dos enredos de blocos carnavalescos, como o "Simpatia é Quase Amor", a "Banda da Barra" e o "Barbas", e da escola de samba Unidos da Tijuca, onde por dois anos foi finalista.

Um dos sambas que fez para a Banda da Barra, em 97, tornou-se hino oficial de carnaval do bloco desde então. Essa música: "Cabral descobriu o Brasil. A Barra descobriu a Banda" foi gravada por Gera, o puxador de samba da Portela, e já foi cantada por Sandra de Sá.


Por conta do sucesso da Banda da Barra, no final de 99, formou-se um outro bloco no bairro, o "Vem Cá Me Dá", cujo nome foi tirado de um samba que ele compôs para o "Simpatia", há oito anos, intitulado "Simpatia na Cabeça", que chegou a final e, apesar de perder, fez muito sucesso.

Até então, ainda não lhe passava pela cabeça subir ao palco para cantar suas próprias composições. Mas ele mudou de idéia em 97, quando passou a freqüentar a happy hour da Casa de Cultura da Universidade Estácio de Sá. Incentivado pelo maestro Anselmo Mazzoni começou a soltar a voz diante do público, em canjas que logo se transformaram em shows.

De uma dessas apresentações nasceu o CD Confissões, gravado ao vivo, com produção de Alceu Maia. Nesse disco, Chico Salles reuniu um repertório que mescla sambas e músicas nordestinas, traçando um painel de suas influências musicais. A faixa Maracatu foi gravada em clipe na Feira de São Cristóvão, um dos mais tradicionais redutos nordestinos no Rio.

"Confissões", foi gravado ao vivo em show no Espaço Cultural Estácio de Sá, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Neste disco, contou com a participação dos músicos Alceu Maia, Anselmo Mazzoni, Jorge Simas e interpretou de sua autoria: "Anoiteceu", "Maracatu" e "Desafio", todas em parcerias com Beto Moura, e ainda "Beija-flor", com Flávio, "Pinto no Xerém", com Mussum e "Mulher perfeita", em parceria com Carlito Cavalcante. Entre seus principais parceiros estão: Mussum, Carlito Cavalcante, Anselmo Mazzoni, Noca da Portela e Roberto Serrão.

O sucesso do trabalho de estréia de Chico Salles como intérprete pode ser medido pela repercussão dos shows que ele fez no Bar do Tom, no Vinícius Piano Bar, no Teatro Rival, no Malagueta, no Emoções, no Garden Hall e no Mistura Fina no Rio, no Green Valley Club em Teresópolis, e no Feitiço Mineiro em Brasília.

Em 2002, lançou o CD "Nordestino carioca", produzido pelo maestro Chiquinho Chagas, inspirado em forrós de sua terra natal. O CD, foi lançado com o apoio do MIS e comercializado em bancas de jornais, trazendo, em anexo, um livreto intitulado "A saga do cordel", de sua autoria.

Sua tiragem de 20 mil cópias logo se esgotou. Destacaram-se no CD, entre outras, "Forró do boqueirão" e "Festa do bode", de sua autoria e "Vem me visitar", "Todo dia o galo canta" e a música título, parcerias com Beto Moura.

O disco foi lançado durante a Feira Cultural Expo-Étnica, promovido pelo MIS, Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, e contou com a participação de Noca da Portela. No mesmo período, apresentou-se com sucesso na casa de shows Severina, no bairro das Laranjeiras no Rio de Janeiro.

Seu terceiro CD, "Forrozando", também pelo selo Special Discos, foi lançado em café da manhã nordestino típico, na feira de São Cristóvão, no Rio. O disco optou pelo ritmo nordestino em seu estado mais puro , mesclando cantores tradicionais já falecidos, como Patativa do Assaré (Óios redondo), Accioly Neto (Severina Cooper", "It's not mole not", (gravada anteriormente por Paulo Diniz) e Gordurinha (num pout-porri com "Baiano burro", "Pau de Arara" e "Baianada") com outras inéditas de compositores pernambucanos em plena atividade, como o forró pé de serra, "Forró manhoso", de Petrúcio Amorim e Bráulio de Castro, que abre o disco, Alexandre Leão e Manuca Almeida, com "Por onde anda", Maciel Melo, Genaro e Júnior Vieira em "Na beirinha do fogão", Avarese, com o coco "Vamos simbora Neném e Chiquinha e Zuca Gonzaga, com "Amor no coração".

O CD também traz três músicas inéditas de Chico: "Bem da Paraíba", "Estrela do baião" e "Coração badoleiro" e tem participação de músicos como Adelson Viana (sanfona e arranjos), Tony Sete Cordas (violão sete cordas)Dirceu Leite (clarinete, flauta ee flautin), Durval Pereira (zabumba, pandeiro e agogô) e Mingo Araújo (triângulo, caxeta, ganzá, block, moringa e gonguê).

Também em 2003, trazendo ao público sua produção como poeta cordelista, Chico publicou o cordel "Matuto apaixonado", lançado na feira de São Cristóvão.

Em 2005, foi indicado para Prêmio Tim da Música Brasileira, como melhor disco e melhor cantor na categoria regional, pelo disco "Forrozando".

Em abril de 2006, apresentou-se com o Grupo Chabocão, na casa noturna Bom Sujeito, na Barra da Tijuca, RJ.

Em maio de 2007, tomou posse, na Academia Brasileira de Literatura de Cordel, onde passou a ocupar a cadeira nº10, que originalmente pertenceu a Catulo da Paixão Cearense.

Ainda no mesmo ano, lançou o CD "Tá no sangue e no suor", pela gravadora pela Rob Digital. O disco teve show de lançamento em São Paulo e no Rio de Janeiro. O disco, assim como Forrozando, teve produção de José Milton e é dedicado ao ritmo nordestino em seu estado mais puro, mesclando canções de compositores tradicionais já falecidos, com canções inéditas de autores da nova geração, inclusive composições do próprias, em solo e em parcerias.

Estão presentes no repertório: "Cajueiro Doce", de Manezinho Araújo/Antonio Maria; "Pergunte ao Meu Lenço", de Nelson Ferreira e "Biliu Misturado", de Biliu de Campina. Entre as inéditas: "Cana Caiana", do próprio Chico Salles; "Venha pro Meu Ninho", de Alexandre Leão/Manuca Almeida; "O Bom Senso da Loucura", de Edu Krieger e "Além Mar", de João Lira/Zeh Rocha, além da canção título do disco, "Tá no Sangue e no Suor", de Petrúcio Amorim.

A partir de 2008, passou a aparecer com mais visibilidade no mundo literário, ao publicar livros pela Editora Rovelle. Os títulos de sucesso foram "Cem anos sem Machado", "A Cor do Ovo", "Cordel Contemporâneo" e "Cordelinho", que recebeu prêmio da Academia Brasileira de Letras como melhor livro infanto-juvenil de 2009.

Em 2010, lançou seu quinto disco, "O bicho pega", produzido por José Milton e lançado pela Som Livre. Com forte influência de raiz nordestina, como de Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e João do Vale, o CD trás xotes, como "Vagalume" e "Como alcançar uma estrela"; cocos, como "O bicho pega", "Nem vem que não tem" (lançada por Jackson do Pandeiro em 1972) e "Forró do Sapateiro"; o baião "Masculina" (composição própria em parceria com Edu Krieger); e o xaxado "Forró apagão", que contou com a participação especial de Raimundo Fagner.

Forró Do Apagão - Chico Salles e Fagner


O disco ainda trás o cordel metrificado de autoria própria, "Caminhos do Brasil"; além da participação especial de Alfredo Del Penho, na faixa "A Cumeeira de Aroeira Lá da Casa-grande".

Em 2011, apresentou temporada de shows acompanhado de sua banda, na casa de shows Rio Scenarium, na Lapa (Rio de Janeiro). Entre o repertório constaram sucessos de sua autoria, além de clássicos da música nordestina, e também do samba.


FONTE

http://www.dicionariompb.com.br/chico-salles/biografia

http://www.chicosalles.com.br/

3 comentários:

  1. Beth, li apenas hoje esta pastagem sua, muito generosa com a minha carreira, porque sou um aprendiz deste coisa virtual. Muito bonito e direito este seu Blog. Parabéns e obrigado. "Não tenho pressa, mas não estou parado". Chico Salles.

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  2. Beth, li apenas hoje esta pastagem sua, muito generosa com a minha carreira, porque sou um aprendiz deste coisa virtual. Muito bonito e direito este seu Blog. Parabéns e obrigado. "Não tenho pressa, mas não estou parado". Chico Salles.

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  3. Obrigada!
    Gostei da frase: "Não tenho pressa, mas não estou parado"

    E assim tbm vou eu: aprendendo aqui, compartilhando ali, sem pressa de chegar...
    rsrsrsrs

    Abç!

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