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sábado, 10 de dezembro de 2011

Cláudia Savaget



Entrevista com Claudia Savaget...

Em 1978, a cantora Cláudia Savaget e o compositor Carlinhos Vergueiro dividiram o palco com Cartola percorrendo dez cidades, distribuídas por quatro regiões do país: Sudeste (Rio de Janeiro e Vitória), Centro-Oeste (Brasília), Nordeste (Salvador, Recife, Maceió, João Pessoa, Natal e Fortaleza) e Norte (Belém). (Em 1977, Cartola dividiu com João Nogueira um dos espetáculos de abertura do Projeto Pixinguinha).


De maio a julho de 1978, o espetáculo dirigido por Sérgio Cabral contabilizou 24.262 espectadores, que puderam ver de perto o paulistano Carlinhos Vergueiro, projetado nacionalmente a partir da vitória no I Festival Abertura, da Rede Globo, em 1975, com a canção Como um Ladrão, que, aliás, abria o show.


Em seguida, Cartola apresentava seus sucessos românticos (entre eles O Mundo é um Moinho e As Rosas não Falam) e trazia ao palco a carioca Cláudia Savaget, uma de suas cantoras prediletas, que apresentava, entre outros sambas, o inédito Por que Vamos Chorando? (Cartola).

Apresentada por Cartola como “ótima criatura, ótima cantora”, a intérprete cantava ainda Samambaias (Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho) e Trocando em Miúdos (Chico Buarque e Francis Hime), que não estava incluída no programa impresso do espetáculo.


Outras duas músicas que entraram no repertório do show sem estar no programa foram O Inverno do meu Tempo (Cartola e Roberto Nascimento) e Corra e Olhe o Céu (Cartola e Dalmo), sendo que a última está dividida em duas partes na gravação que disponibilizamos na galeria de áudios, devido à troca das fitas de rolo em que o espetáculo foi gravado.


Integrante do grupo Bandola, que acompanhou Cartola e João Nogueira na turnê de 1977, o violonista Cláudio Jorge voltou a viajar com o veterano mangueirense em 1978, para a tristeza de João, seu parceiro, que naquele ano fez o Projeto Pixinguinha ao lado de Sérgio Cabral e Maurício Tapajós. “O João não só teve ciúme, como ficamos alguns anos sem nos falar. Assim como eu, ele tinha a emoção à flor da pele, não guardava nada que o incomodasse”, relembra Cláudio Jorge, com saudade do amigo, falecido no ano 2000. “Graças a Deus, depois fizemos as pazes. Participamos de um show juntos, gravei no último disco dele, tomamos umas e ficou tudo certo.”


Em Belém, onde o Projeto Pixinguinha fez parte das comemorações do centenário do Theatro da Paz, Cartola falou ao jornal O Liberal, que publicou a extensa entrevista no dia 16 de julho de 1978, em página dupla, sob o título “Só acreditaram em mim depois de velho”. No texto, assinado pelo jornalista César Augusto, o sambista de 69 anos informou que preparava um novo disco (“Acabei de assinar contrato com a RCA até 1981”) e fez elogios à cidade de Belém (“Quero voltar aqui como turista”) e ao Projeto Pixinguinha (“A satisfação de todos é ver o cantor de perto, apertar-lhe a mão, falar com ele, convidá-lo para ir em sua casa”). Só reclamou do calor da capital paraense, antes de encerrar o bate-papo para ir às compras com Dona Zica, que o acompanhou na viagem.

A famosa quituteira mangueirense, aliás, nem se importou com um bilhete que o marido recebeu após um dos espetáculos da turnê. Era uma carta de uma jovem fã, que se declarava para o autor de Acontece e enfatizava: não era um amor de filha para pai, mas de mulher por homem. Não só Dona Zica passou o resto da viagem fazendo brincadeiras a respeito do torpedo, como todo o elenco e o próprio Cartola, que “tirou onda”, nas palavras de Cláudio Jorge.

Cláudia lan~çou em 1979 o LP CLAUDIA SAVAGET MORDIDA OU BEIJO: 01. Xará (Cláudio Jorge / Carlinhos Vergueiro / J. Petrolino); 02. Desperdício (Eduardo Gudin / Paulo César Pinheiro); 03. Decepção (Nelson Sargento); 04. Sofro Tanto (Maurício Tapajós / Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro); 05. Tempo à Bessa (João Nogueira); 06. Passos e Assovios (Guinga / Paulo César Pinheiro); 07. Sofrer (Paulinho da Viola / Capinan); 08. Desse Amor Só Resta Mágoa (Monarco); 09. Beija-flor (Nelson Cavaquinho / Noel Silva / Augusto Thomaz Júnior); 10. Bem-te-quero (Luis Otávio Braga); 11. A Vida Não Vale Nada (Grande Otelo); 12. Já Faz Tempo (Cláudio Jorge / Ivor Lancellotti).

Em 1979, Cláudia  participou do aclamado Projeto Pixinguinha, ao lado de Paulo Moura e Célia. O show teve temporadas no Rio (Teatro Dulcina), São Paulo (Teatro Pixinguinha), Curitiba (Teatro Guaíra), Porto Alegre (Teatro da Reitoria), Belo Horizonte (Teatro Francisco Nunes) e Brasília (Teatro Escola Parque).

Em 1991, Cláudia Savaget participou do álbum Encanto de Paisagem, de Nelson Sargento interpretando a música A felicidade se foi(Nelson Sargento).

Em 2004, a obra de Cartola recebeu mais um afago de Nelson Sargento. O sambista se encontrou com a cantora Cláudia Savaget no Songbook Café, onde relembraram histórias e músicas do criador da Mangueira e do Zicartola, dois endereços imprescindíveis na genealogia do samba.

Cláudia Savaget, é uma dessas cantoras raras, que conquista o aplauso de todas as classes de público. Com isso, ela consagrou-se como uma das mais requintadas intérpretes do samba, respeitadíssima entre compositores e músicos por seu rigor técnico e apurado bom gosto.

No CD Cd Caminhando - Cláudia Savaget E Seus Amigos (2004), a artista transita da informalidade à plena sofisticação, interpretando obras de Noel Rosa, Custódio Mesquita, Chico Buarque, Guinga, Nelson Cavaquinho e até uma canção inédita de Cartola, ao lado de convidados ilustres, como Beto Cazes, Bruno Rian, Helvius Vilela, Ruy Quaresma, Luiz Otávio Braga, entre outros.

1. Nunca Mais; 2. Meu Barracão; 3. E Por Que Não?; 4. Resta Sobre o Mar; 5. A Mesma História; 6. Adivinhe Coração; 7. Até Pensei; 8. Canção Transparente; 9. A Felicidade Perdeu Seu Endereço; 10. Lamentação; 11. Caminhando; 12. Retrato de Saudade; 13. Consciência; 14. Vem.

No dia 15/03/2006, a cantora Claudia Savaget (Elogiada por Cartola) lançou o disco "Caminhando - Cláudia Savaget e Seus amigos" - em Copacabana, na Sala Baden Powell. O repertório do show e do disco trouxe, além de uma inédita do compositor de "As Rosas Não Falam", músicas de Nelson Cavaquinho, Chico Buarque, Noel Rosa e Custódio Mesquita.

Ela foi acompanhada por Luiz Otávio Braga (violão), Jayme Vignolli (cavaquinho), Alexandre Maionese (flauta) e por Clarice Magalhães (percussão).

A direção, o roteiro e a iluminação foi de Vicente Maiolino, a direção musical e os arranjos de Luiz Otávio Braga e o assistente de direção de Anderson Cunha.


Caminhando é o fantástico trabalho de Cláudia Savaget, a cantora consagrada como uma das mais requintadas intérpretes do samba, respeitadíssima entre compositores e músicos por seu rigor técnico e apurado bom gosto.


Neste CD, a artista transita da informalidade à plena sofisticação, interpretando obras de Noel Rosa, Custódio Mesquita, Chico Buarque, Guinga, Nelson Cavaquinho e até uma canção inédita de Cartola, ao lado de convidados ilustres, como Beto Cazes, Bruno Rian, Helvius Vilela, Ruy Quaresma, Luiz Otávio Braga, entre outros.

FONTE

BRASIL MEMÓRIA DAS ARTES

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