Piauiense de Parnaíba, Ana fez-se cantora no Ceará, onde chegou ainda na década de 70. Em 1979, uniu-se a Ednardo e companhia no Massafeira, movimento artístico-musical que mudou os rumos da música cearense, revelando nacionalmente, além do próprio Ednardo, o talento de cantores como Fausto Nilo, Fagner e Belchior, integrantes do coletivo de artistas que ficou conhecido como O Pessoal do Ceará.
Ana participou ainda do primeiro produto cria do movimento musical, o histório LP “Massafeira Livre”, lançado no ano seguinte. Sua reconhecida versatilidade musical a levou ainda a gravar participações em discos tão heterogêneos quanto “Melhor que mato verde”, de Petrúcio Maia; “Brilho”, de Stélio do Valle; “Liberato”, de Alano e Francis Valle; “Cria do Mundo”, de Jabuti e “Geléia Gerou”, coletânea de compositores e intérpretes nordestinos.
O primeiro disco solo, no entanto, só viria em 1990, de forma independente. O LP “Ana Fonteles” registra o ecletismo musical da cantora, passeando entre baiões, maxixes, tango e blues em canções de, entre outros, Eugênio Leandro, Osvald Barroso, Amaro Pena, Fausto Nilo e Geraldo Azevedo. O disco conta ainda com a participação de Sivuca, Gilson Peranzzetta, Maurício Einhorn, Sebastião Tapajós e o grupo Boca Livre.
Em 1995, cansada da falta de apoio aos artistas, Ana Fonteles mudou-se para Nova York, onde passou a se dividir entre a música e o trabalho numa agência de turismo. Lá, se apresentou em bares e locais freqüentados pelos apreciadores de música brasileira nos Estados Unidos.
A vida no exterior não afastou a cantora do cenário musical cearense, onde se apresentava sempre que vinha passar férias. Um dos projetos de Ana era a gravação de um CD em homenagem aos ritmos nordestinos difundidos internacionalmente através da obra de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, que redescobriu em suas andanças pelos Estados Unidos e Europa.
Em Nova York e Fortaleza diversos artistas se reuniram em eventos a fim de arrecadar recursos para bancar o tratamento de saúde da cantora. O último deles, realizado no dia 20, uniu no mesmo palco Ricardo Black, Kátia Freitas, David Duarte, Isaac Cândido, Falcão, Késia, Paulo Façanha, Marimbanda, Eugênio Leandro, Edmar Gonçalves, Teóphilo e Banda, Alegoria da Caverna, Téti, Régis e Rogério, Cristiano Pinho e Marcus Britto (Marcus Caffé).
Ana Fonteles faleceu em julho/2004, aos 45 anos, vitima de câncer no pâncreas.
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