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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Lilico - Olívio Henrique da Silva Fortes

Olivio Henrique da Silva Fortes
8/10/1937 Rio de Janeiro, RJ
23/9/1998 Cabo Frio, RJ

Olívio Henrique da Silva Fortes, o Lilico, nasceu no Rio de Janeiro. Foi ator, compositor e cantor. Fez sucesso na televisão interpretando um bêbado em programas humorísticos como "A Praça é Nossa", no SBT. Quando criança foi vendedor de balas em programas da Rádio Nacional. começou a carreira artística como calouro no programa "Trem da Alegria", apresentado por Lamartine Babo, Herber de Bôscoli e Yara Salles. Apresentou-se cantando um samba imitando Jorge Veiga. Agradou tanto que acabou contratado como humorista. Em seguida foi convidado por Geisa Bôscoli para estrelar uma comédia teatral. O prêmio: um refrigerante e uma cocada.


Em 1968, começou a carreira na televisão no programa "Balança mas não cai", da TV Globo. Na mesma emissora atuou no programa "Oh, que delí­cia de show", apresentado por Célia Biar. O programa passou a se chamar "Alô Brasil, aquele abraço" a partir de um bordão de sua autoria.
Em seguida foi convidado a atuar no programa "A praça da alegria" no qual criou o personagem "O homem do bumbo" que usava o bordão "Tempo bom. Não volta mais. Saudade. Quanto tempo faz" e que acabaria por consagrá-lo.



Em 1970, estreou como cantor e compositor gravando com bastante sucesso o samba "Tempo bom", parceria com Grande Othelo.


No mesmo ano, gravou na Equipe para o Carnaval de 1970 o samba Mulher do Colaço, marcha de Lilico, David Raw e Lair Moreira, e as marchas "Cachorro que late" e "Quem é esse cara?".


Lançou também o LP "Eu "Show" o invocado", no qual no lado A contou piadas e no lado B interpretou as músicas "É bonito isso", de sua autoria; "Tempo bom", com Grande Otelo; "Mulher feia", de Luís Boquinha; "Eu fiz você chorar", com David Raw e Peggy Aubry, e "A viola do Zé", de Nilo Dias e Orlando Rossi.

Em 1971, fez sucesso no carnaval com a marcha "Carnaval da bicharada", parceria com Carlos Marques e Catupiri. Gravou diversos Lps na década de 1970, com músicas, piadas e textos humorísticos.


Em 1972, lançou o LP "Uma paulada na moleira" pelo selo Musicolor/Continental no qual contou anedotas além de registrar as músicas "Conversa fiada", de Joãozinho da Pecadora; "Caminhada", com Nelson de Souza; "Ninguém quer me dar", com Carlos Imperial, e "Tem tarrafa na futaba", "Não esquenta a cabeça com isso não" e "É isso aí bicho", de sua autoria.


Gravou para o carnaval de 1974, em duo com o ator Lúcio Mauro a marcha "Eu choro sim", de Carlos Silva.

Em 1977, lançou o LP "Lilico especial show" pela Entré/CBS no qual recitou textos humorísticos e cantou as músicas "Depois que inventaram tá ruim", "Flor menina" e "Assassinato no galinheiro", de sua autoria, além de "Pai velho", de Luís Moreno e Geraldo Gomes, e "Silêncio do meu quarto", de Waldemar Silva e Tito Mendes.


Dois anos depois lançou pela Tapecar o LP "Lilico de Bangu, Realengo, Padre Miguel..." interpretando "Festa do Rádio",  "Atenção partideiros", "Amor palavra simples", "Confusão na panelada", "A véia que casar", "Mata virgem", "Mané apanha da mulher" e "Yá Yá brigou com Yó Yó", todas de sua autoria, além de "Sugesta no malandro", com Carlinhos do Império; "Sambista cansado", de Tito Mendes e Humberto Santos, e "Tira a butuca do balaio dela", com Tito Mendes.

Em 1980, lançou um último LP pela Entré/CBS intitulado "O homem de um bumbo só em as que o Bocage não contou".  O lado A desse disco trazia-o contando piadas e no lado B interpretando as músicas "Melô do bumbo", com Laranjeiras; "A turma da minha rua", com Messias Holanda; "Mangueira meu amor", com Geraldo Gomes; "Exaltação aos mineiros" e " Não case não case", de sua autoria, além de "Eu sou um homem pra frente", de J. Canseira.

Olívio Henrique da Silva Fortes morreu 22 de Setembro de 1998, aos 61 anos, de infarto. Ele iniciou a carreira no auditório da Rádio Nacional, onde vendia confeito, e ganhou fama na década de 70, atuando no programa Balança Mas Não Cai, na Rede Globo.

Lilico foi o criador da frase "aquele abraço", que depois virou nome de programa na emissora. Mas se firmou como personagem interpretando "o homem do bumbo". Conhecido como “O homem do bumbo”, transformou seus bordões em sucesso nacional. “São dele as expressões ,“Alô, Alô, Realengo! Aquele abraço”, “Tempo bom não volta mais” e “É bonito isso!”.

Suas gags renderam-lhe muito mais do que a fama como comediante. Nos anos 70, durante a ditadura militar, foi convocado a prestar esclarecimentos na Polícia Federal por causa da frase “Tempo bom não volta mais” — pensava-se que talvez fosse uma referência ao período democrático pré-1964. Mais tarde, brigou Justiça os direitos autorais sobre a expressão “Aquele abraço”, título de uma música de Gilberto Gil.


Em quarenta anos de carreira, Lilico passou pela TV Excelsior, Globo e SBT. Com seu bumbo ele contava piadas e filosofava. Suas ultimas participações na TV foram no programa "A Praça é Nossa", do SBT. O corpo do comediante foi sepultado no cemitério de Iguaba, na Região dos Lagos.

*Blog do Gustavo Guedes

Documento sigiloso da Ditadura Militar protege artistas brasileiros


Fonte: Jornal do Brasil
Na ânsia de prestar serviço a seus superiores, os militares e seus informantes que trabalharam do lado da repressão durante a ditadura militar (1964-1985) acusavam injustamente artistas, ainda que algumas vezes o fizessem como se os estivessem defendendo. 

Um documento de 25 de novembro de 1971, Info 2755/71/S-103.2, do antigo Centro de Informações do Exército(CIE), a pretexto de acusar alguns jornais e revistas de "imprensa marrom", relaciona os "artistas que se uniram à Revolução de 64 no combate à subversão e outros que estão sempre dispostos a uma efetiva cooperação com o Governo". 

Entre os nomes apresentados na lista estão Aguinaldo Timóteo, Antônio Marcos, o conjunto a Brazuca, Clara Nunes, Wanderley Cardoso, Roberto Carlos, Rosemary e até o jogador Jairzinho, centro avante da Seleção Canarinho, tricampeã em 1970.

São pessoas que não tinham o hábito de se posicionarem politicamente naquela época. Alguns eram até considerados "alienados" pelos intelectuais e artistas de esquerda, mas jamais haviam sido apontados como "colaboradores" da ditadura.

O "Informe" foi resgatado pelo ex-preso político, o jornalista Aluízio Ferreira Palmar. "Esse documento era do CIE, e foi difundido para outros órgãos de inteligência em todo o país pela Polícia Federal. Uma cópia foi parar na Coordenação Regional do Arquivo Nacional (Coreg). É um documento público, dentre os vários aos quais tive acesso", explica Palmar. 

Diz o documento: 

"Está havendo uma tentativa progressiva de alguns grupos da imprensa nacional de ressurgirem a denominada "imprensa marron" (...) No momento, procuram atingir a honra de vários artistas populares, através de noticiário maldoso e infamante, alguns incidindo na vida íntima e privada dos mesmos. Observa-se, no entanto, que o desgaste recai, seguidamente, sobre determinados artistas que se uniram à Revolução de 64 no combate à subversão e outros que estão sempre dispostos a uma efetiva colaboração com o governo." 

Documento lista nomes de artistas que estariam sendo atingidos pela dita "imprensa marrom". Em seguida, são citados os nomes dos artistas: José Fernandes, Wilson Simonal, Alcino Diniz, Rose Mary, Roberto Carlos, o jogador Jairzinho(Botafogo), Erlon Chaves, Agnaldo Thimóteo, Clara Nunes, João Dias, Wanderley Cardoso, o conjunto Brasuca, Lilico, Antônio Carlos, Marcos Lázaro e outros.

Pelo informe do Centro de Informações do Exército, os principais veículos responsáveis pelas difamações eram a Revista Intervalo, da Editora Abril; a revista Amiga, da Bloch Editores S.A; os "jornalecos semanais", de acordo com o documento, como o Pasquim e o Já; e a coluna social do jornal A Última Hora (uma referência à coluna do jornalista Tarso de Castro). 

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