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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Madelou de Assis



Maria de Lourdes de Assis. 1915 Rio de Janeiro, RJ 1956 Rio de Janeiro, RJ; Cantora. Moça da sociedade carioca, acabou por seguir carreira artística atuando com relativo sucesso na primeira metade da década de 1930. Seu nome artístico também foi grafado como Madelú. Casou-se em 1934 com o radialista e compositor Valdo de Abreu abandonando assim a carreira artística pouco depois do casamento.

Iniciou a carreira artística em 1932, ainda menor de idade, como apresentadora de um espetáculo em cinema no qual se apresentavam artistas de Rádio. Como era menor de idade, e apesar de não pedir autorização aos pais, foi representada na assinatura do contrato por um procurador. Seu nome, entretanto, apareceu no cartaz com a programação. Pouco depois, decidiu apresentar-se num cinema rival e causou confusão com os empresários o que levou o caso às páginas dos jornais, fazendo com que um juiz de menores proibisse sua participação em tais espetáculos. Conseguiu no entanto continuar se apresentando, então com lotações esgotadas, já que o caso tendo chegado aos jornais atraiu a atenção pública.

Ainda em 1932, iniciou carreira radiofônica na Rádio Mayrink Veiga, incentivada por Carmen Miranda, também iniciante. Na Rádio Mayrink Veiga, cantou sambas, marchas, canções e composições estrangeiras com bastante sucesso permanecendo nessa emissora por cerca de dois anos.


Ainda em 1932, gravou seu primeiro disco, pela Columbia, com a marcha "Não lhe faço mais carinhos", de J. Cabral e Dan Málio Carneiro, e o samba "Não foi desprezo", também de J. Cabral e Dan Málio Carneiro, com acompanhamento da Orquestra Columbia. Em seguida, gravou com acompanhamento da orquestra de concertos Columbia as canções "Era uma vez" e "Papai Noel, felicidade", ambas de Custódio Mesquita.

No mesmo ano, assim referiu-se a ela a revista "Fon Fon", do Rio de Janeiro: "Madelou de Assis que é uma figurinha galante da nossa alta sociedade, tem voz suavíssima que aumenta o encanto de sua graça pessoal. Artista de fina sensibilidade, a linda patrícia vem, de há muito, enchendo de harmonia nossos salões e as nossas estações de Rádio, cantando e encantando com aquela fascinação que palpita e vibra nos seus olhos de boneca".


Em 1933, apresentou-se na Rádio Record de São Paulo juntamente com Valdo Abreu e a cantora de tangos Lely Morel. Nesse período apresentou-se constantemente no "Esplêndido programa" apresentado por Valdo Abreu na Mayrink Veiga. Nesse ano, tomou parte em "espetáculo variado", muito comum na época, ocorrido no Teatro João Caetano, juntamente com Laura Suarez, Sílvio Caldas, Almirante, Patrício Teixeira e Irmãos Tapajós. 


Em seguida, fez uma temporada na Rádio Record de São Paulo juntamente com Lely Morel, Irmãos Tapajós e Valdo Abreu, além de se apresentar em diversos festivais, como um ocorrido no Teatro Santana juntamente com Lely Morel, Valdo Abreu, Irmãos Tapajós e os instrumentistas argentinos Tito Sosa, E. Portela e Muraro. De volta ao Rio de Janeiro, gravou pela RCA Victor, com acompanhamento da Orquestra Victor Brasileira, o samba-canção "Ciúme", e a canção "Praia dos beijos", especialmente escritas para ela por Valdo Abreu.


Também em 1933, apresentou-se em programa na Rádio Mayrink Veiga no qual tomaram parte Francisco Alves, Aurora Miranda, Arnaldo Pescuma, e outros. Pouco depois, fez parte do primeiro cast de artistas exclusivos contratados pelo radialista Cesar Ladeira para a Rádio Mayrink Veiga, do qual faziam parte nomes como Francisco Alves, Carmen Miranda, Mário Reis, Patrício Teixeira e Bando da Lua, entre outros. Teve também o espetáculo "Raça de caboclo" apresentada na "Casa de cabolco" em sua homenagem, com as participações de Custódio Mesquita, João Petra de Barros, Sílvio Caldas, Luiz Barbosa, Nonô, Murilo Caldas, Noel Rosa, Leo Villar, Nássara, Irmãos Tapajós, Cristóvão de Alencar e Orquestra da Casa de Caboclo.


Para o carnaval de 1934, gravou em dueto com Francisco Alves, acompanhamento da Orquestra Odeon, os sambas "Brinca coração", de Benedito Lacerda, que fez sucesso, e "Estrela da manhã", de Ary Barroso e Noel Rosa, além da marcha "A lua veio ver", dos Irmãos Valença, com adaptação de Ary Barroso.


Nesse ano, participou da primeira irradiação internacional da Rádio Mayrink Veiga conjuntamente com a Rádio Belgrano, de Buenos Aires, em programa no qual tomaram parte Jaime Yankelevisck, Custódio Mesquita, César Ladeira, Patrício Teixeira, Aurora Miranda e Carmen Miranda. Também no mesmo ano, participou juntamente com Noel Rosa, Pixinguinha, Bando da Lua, e outros, do recital apresentado pela pianista Carolina Cardoso de Menezes no salão nobre da Sociedade de Propaganda de Belas Artes.


Apresentou-se também no Teatro João Caetano no festival que mostrou as músicas classificadas no concurso carnavalesco da revista "O Malho", e do qual tomaram parte Moreira da Silva, João Petra de Barros, Cylene Fagundes e Aracy de Almeida, além de fazer parte da "Semana do samba", no Teatro Broadway juntamente com Francisco Alves, Luiz Barbosa, Almirante e orquestra Típica. Nesse espetáculo, cantou seu sucesso carnavalesco "Brinca coração", em dueto com Francisco Alves.

Ainda em 1934, pouco depois de casar-se com o radialista Valdo Abreu, embarcou para Buenos Aires para uma temporada de um mês na Rádio Belgrano juntamente com Aurora Miranda, Carmen Miranda, Custódio Mesquita, César Ladeira, Patrício Teixeira e Bando da Lua. Ainda no mesmo ano, ficou em segundo lugar em concurso realizado pelo jornal carioca "A Hora" visando a escolha do "príncipe" e da "rainha" do broadcasting carioca. Foi contratada no mesmo ano para atuar na Rádio Cruzeiro do Sul onde permaneceu por dois anos.

Em 1935, foi contratada pela Rádio Cruzeiro do Sul, de São Paulo e pela Rádio Cosmos, também paulista para temporada de oito meses. Na Rádio Cruzeiro do Sul, em São Paulo, apresentou-se no programa "Hora H" comandado por Ary Barroso e Luiz Peixoto. Em maio de 1936, atuou pela última vez em São Paulo na Rádio Cosmos e regressou ao Rio de Janeiro, onde tornou a se apresentar na Rádio Cruzeiro do Sul, participando do programa "Hora H", que na estação carioca era apresentada por Ary Barroso e Paulo Roberto. Nesse mesmo ano, abandonou a carreira artística depois de gravar nove músicas em cinco discos lançados pela Odeon, RCA Victor e Columbia.


FONTE

http://dicionariompb.com.br/madelou-de-assis/dados-artisticos

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