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sábado, 18 de setembro de 2021

Patricia Kaas


Patricia Kaas nasceu em 1966, em Forbach, França, perto da fronteira alemã. Filha de pai francês e mãe alemã, foi incentivada desde muito jovem a tornar-se cantora pela sua mãe, que adorava a chanson francesa e o cabaret alemão. Aos oito anos de idade, já cantava os maiores sucessos de Sylvie Vartan, Dalida, Claude François e Mireille Mathieu nos eventos de família e em pequenos concursos amadores que ocorriam na região.



Aos treze anos assinou um contrato com o clube de Saarbrücken, Rumpelkammer, onde atuou todos os sábados, durante sete anos. Foi ai que conheceu o seu primeiro produtor e agente, Bernard Schwartz, que tentou sem sucesso arranjar-lhe um contrato discográfico.

Em 1983, o compositor François Bernheim, que estava na região para participar num festival de cerveja, ouviu-a cantar no Rumpelkammer e ficou extremamente impressionado com a sua voz e com a sua capacidade interpretativa. Ao voltar para Paris, reuniu-se com Elisabeth Depardieu e propôs-lhe coproduzir o álbum de estreia de Patricia Kaas. Elisabeth ficou bastante emocionada com as interpretações de Kaas e, conjuntamente com o seu marido, o ator Gérard Depardieu, decidiu financiar a sua primeira gravação, o single Jalouse (ciumento), que foi editado em 1985. Infelizmente, este primeiro trabalho não impressionou a a crítica nem o público, conseguindo vendas muito pouco expressivas.



Dois anos mais tarde, François Bernheim apresentou-a a Didier Barbelivien, que lhe ofereceu Mademoiselle Chante Le Blues (a menina canta blues), uma canção que tinha sido rejeitada por Nicoletta, cantora de renome em França. O single, lançado em abril de 1987, foi muito bem recebido pelo público e pela crítica, alcançou rapidamente o primeiro lugar no top de vendas francês e recebeu o prémio Charles Cros. Este sucesso permitiu-lhe atuar pela primeira vez no famoso Olympia, em dezembro de 1987, ao garantir a primeira parte do concerto de Julie Pietri.

Em Novembro de 1988 foi editado o seu primeiro álbum Mademoiselle Chante… (menina canta…). O LP foi um estrondoso sucesso e tornou-a numa estrela da música francesa da noite para o dia, especialmente devido aos megassucessos D’Allemagne (da Alemanha), Mon Mec À Moi (o meu tipo), Elle Voulait Jouer Cabaret (ela queria cantar cabaret) e Quand Jimmy Dit (quando o Jimmy diz). Estas ascensão astronómica valeu-lhe o título de Revelação do Ano no Victoires de la Musique e permitiu-lhe fazer a sua primeira tournée, que durou 16 meses e a levou a cantar por toda a França, Bélgica, Luxemburgo e Suíça, entre outros. É por esta altura que a sua mãe, com quem tinha laços muito fortes, morre de cancro – Em 2011, Patricia Kaas viria a confidenciar que sua primeira tournée foi a forma como lidou com esta enorme perda e que lhe permitiu escapar à dor avassaladora que sentiu.



1990 foi um ano de mudanças para Kaas: assinou pela Sony Music e passou a ser representada por Cyril Prieur e Richard Walter, que contribuíram significativamente para o seu sucesso internacional. Com uma nova editora, lançou no final do ano Scène De Vie (palco da vida), o seu segundo trabalho de longa duração. Logo na semana de edição alcançou o primeiro lugar na tabela de vendas dos países francófonos e ai permaneceu por quinze semanas, permitindo-lhe alcançar o galardão de dupla platina.

Na senda deste novo sucesso, entre 1990 e 1991 realizou a sua segunda tournée, que a levou a cantar pelo mundo inteiro, nomeadamente no Japão, Canadá e URSS. Desta tournée surgiu, em 1991, o CD duplo Carnets De Scène (notas de palco), o seu primeiro disco ao vivo, que a Sony reeditou em 2004 com um DVD do espetáculo realizado em Moscovo. Também em 1991, recebeu dois prémios internacionais de grande prestígio: o World Music Award e um Bambi. No ano seguinte, posicionou-se na terceira posição no concurso da ECHO Best International Female Singer, ao lado de figuras como Cher (que recebeu o primeiro lugar), Tina Turner, Madonna e Whitney Houston.




O seu terceiro disco, Je Te Dis Vous (eu trato-te por vós), foi editado em 1993 e vendeu mais de três milhões de cópias em todo o mundo. Foi produzido no Reino Unido por Robin Millar e nele surge a primeira canção que gravou em alemão, Ganz Und Gar (absolutamente). Este trabalho tornou-se o mais bem sucedido de Kaas na Alemanha, na Áustria e na Suíça até aos dias de hoje.

A tournée mundial que se seguiu, Tour de Charme, cobriu 19 países e levou-a a atuar em Hanói, no Vietname, e no Camboja, tornando-a a primeira cantora ocidental a cantar nestes países após a guerra do Vietname. Durante essa tournée, também deu um concerto em Chernobyl, para mais de trinta mil espectadores, numa região particularmente afetada pelo destarte nuclear que ocorreu em 1986.

Em 1997, Dans Ma Chair (na minha carne) foi gravado, produzido e editado. Este trabalho marcou a segunda vez que trabalhou oficialmente com o compositor francês Jean-Jacques Goldman – a colaboração com o Goldman, que continua até aos dias de hoje, foi uma das mais importantes na sua carreira. Outros contribuintes para o sucesso do álbum foram os compositores e cantores americanos Lyle Lovett e James Taylor.

No ano seguinte, para além da sua terceira grande tournée mundial – Dans Ma Chair Tour – e da edição do CD/DVD da mesma, cantou com os tenores Plácido Domingo e Alejandro Fernández no gala natalícia no Guildhall de Viena. Os três foram acompanhados pela Orquestra Filarmónica de Viena e o concerto foi editado em CD e DVD em 1999, com o título Christmas In Vienna Vol. VI.

Em 1999 surgiu o seu quinto trabalho de originais, Le Mot de Passe (a senha), que foi produzida por Pascal Obispo. Para além de Obispo, muitos foram os compositores franceses que contribuíram com canções para este álbum, como Jean-Jacques Goldman e Zazie. Uma das canções do CD, Les Éternelles (os eternos), teve posteriormente uma versão em dueto com o tenor suíço Erkan Aki, sob o título de Unter Der Haut (debaixo da pele), que foi o tema principal da série Sturmzeit (tempos de tempestade) da ZDF, baseada no livro de Charlotte Link.

Em junho de 1999, apareceu no show beneficente Michael Jackson & Friends em Seul e em Munique. Para além de Kaas e Jackson, também estiveram presentes nestes espetáculos Mariah Carey, Luther Vandross e Status Quo. Estes concertos, que tiveram como finalidade angariar fundos para a UNESCO, a Cruz Vermelha e a Nelson Mandela Foudation, foram transmitidos em direto para 39 países.

Em 2000 surgiu no mercado o seu primeiro best of: uma box set elaboradamente produzida, que continha quase todos os álbuns de estúdio publicados pela Sony e um livreto abrangente com muitas fotos. Por essa altura, recebeu o prémio Adenauer-de-Gaulle em Berlim.

Em abril do ano seguinte, foi convidada pela casa real luxemburguesa a dar um concerto pela ocasião da ascensão de Henri Guillame ao grão ducado. Nessa ocasião, foi acompanhada pela Orquestra Filarmónica de Luxemburgo e foi vista por mais de 50 mil espetadores. No final do concerto, o Grão Duque confidenciou que Patricia é a sua cantora favorita desde a edição do seu primeiro álbum, em 1988.



Em 2000, mudou-se para Zurique, na Suíça, e começou a trabalhar no seu álbum conceptual Piano Bar, que foi lançado em 2002. Nesse mesmo ano iniciou a sua carreira de atriz, ao lado de Jeremy Irons, no filme dirigido por Claude Lelouch, And now… Ladies and Gentlemen (com o título em português, Amantes do Passado).

O álbum Piano Bar, apesar de não ser a banda sonora do filme de Lelouch, inclui algumas músicas do filme e outras inspiradas na dinâmica da história. Este CD foi o primeiro que Patricia editou com canções maioritariamente em inglês e é uma homenagem às grandes cantoras franceses do século XX. O trabalho foi muito bem recebido em França e na Alemanha, tendo vendido mais de duzentos mil exemplares, e permitiu-lhe novamente receber o prémio Golden Europa.

Seguiu-se a tournée Piano Bar Live, que começou em setembro de 2002, em França, e durou até abril de 2003. Incluiu seis concertos esgotados nos EUA, com aparições em Los Angeles, Chicago, São Francisco, Detroit, e no afamado Beacon Theatre na Broadway, Nova Iorque. Apesar dos inúmero pedidos dos fãs, a tournée nunca foi publicada num álbum ao vivo.

No final de 2003 lançou Sexe Fort (sexo forte), que se tornou o nono álbum mais vendido em França em 2003. Após esta edição, recebeu a Ordem de Mérito da República Federal da Alemanha pela sua contribuição à união entre a França e a Alemanha, uma honra que até então tinha sido atribuída apenas a artistas alemãs.

Nos dois anos seguintes, realizou a sua sétima tournée mundial, atuando em vinte cinco países, incluindo a China e a Rússia. Ao todo, deu 175 concertos, aos quais assistiram mais de quinhentos mil espetadores. Apesar do relativo fracasso do CD, a tournée foi um sucesso retumbante.



Após o final da Strong Sex Tour, em novembro de 2005, Kaas fez uma pausa até o início de 2008, interrompida apenas por algumas apresentações ao vivo. O novo álbum duplo, Kabaret, foi editado em março de 2009 e para o promover fez pequenos espetáculos em França, Alemanha, Suíça, Bélgica, Luxemburgo, Finlândia, Rússia, Ucrânia, Polônia, Letónia, Lituânia, Estónia, Roménia e outros países.

Inesperadamente, mas para o gáudio de muitos fãs, a televisão francesa, no início de 2009, anunciou que Patricia Kaas iria representar o pais em Moscovo, no Festival Eurovisão da Canção 2009. Após uma pesquisa online para identificar a música favorita do seu último trabalho, Et s’il fallait le fairet (e se tivesse que ser feito) acabou por ser a canção selecionada, tendo alcançando a oitava posição no concurso. Apesar de não ter vencido, a participação de Kaas tornou-se memorável, trouxe a França de novo ao top 10 do concurso ao fim de oito anos e foi considerada a melhor canção pelos jornalistas persentes, o que lhe permitiu ganhar o Marcel Bezençon Awards 2009.

Entre 2010 e 2011 dedicou-se essencialmente à sua carreira de atriz, participando em diversas séries e telefilmes policiais franceses, dos quais se destaca Assassinée (assassinada). No final de 2011, editou a sua autobiografia, L’Ombre de ma Voix (a sombra da minha voz), que deu início a uma nova faceta da sua carreira. O livro, editado pela Flammarion, tornou-se um best-seller no espaço de um mês e já foi traduzido para inglês.

Em 2012 voltou a concentrar-se na sua carreira musical e editou Kaas Chante Piaf (Kaas canta Piaf), que é constituído por vinte e um dos títulos mais icónico da grande Edith Piaf. Este álbum pressupôs a criação de um espetáculo comemorativo dos 50 anos da morte de Piaf e foi levado a cena nas mais prestigiadas salas de espetáculo de todo o mundo, como o Royal Albert Hall, em Londres, o Carnegie Hall, em Nova York, o Olympia, em Paris, o Opereta Theater, em Moscovo, o La Scala, em Milão, e o Sejong Cultural Center, em Seul.


No final de 2015 começou a trabalhar no seu décimo trabalho de longa duração, Patricia Kaas, que foi editado no ano seguinte e que se tornou rapidamente um sucesso de vendas, tendo já alcançando o galardão de duplo ouro.

A este novo sucesso seguiu-se a sua nova tournée mundial, que terminará no final de 2018, com cinco espetáculos no Olympia de Paris em Dezembro de 2018.

DISCOGRAFIA:


Mademoiselle chante… (1988)

Scène De Vie (1990)

Je Te Dis Vous (1993)

Dans Ma Chair (1997)

Le Mot De Passe (1999)

Piano Bar (2002)

Sexe Fort (2003)

Kabaret (2008)

Kaas Chante Piaf (2012)

Patricia Kaas (2016)


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