Páginas

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Paulo Simões


Paulo Simões é autor de muitos hits sul-mato-grossenses. Um deles "Trem do Pantanal" já virou hino não oficial do MS. Outros, como: Sonhos Guaranis, são verdadeiras aulas de História. Jornalista formado – na Puc/RJ. O violonista carioca, conhecido como o compositor da nova música pantaneira, já gravou com artistas como Renato Teixeira, Maria Bethânia, além das parcerias com Almir Sater.

ALMIR SATER E PAULO SIMÕES - TREM DO PANTANAL


Original e marcante. Assim é a música e a trajetória de Paulo Simões.

Carioca, optou por residir em Campo Grande/MS, onde passou parte da adolescência descobrindo amigos e futuros parceiros, como os irmãos Geraldo e Celito Espíndola, Geraldo Roca e Almir Sater.

Transitando entre Rio, São Paulo, Campo Grande e o Pantanal, onde gosta de pescar e compor, Paulo Simões vem reunindo um número significativo de admiradores para seu trabalho. Intérpretes como Sérgio Reis, Renato Teixeira, Sandy e Júnior, Diana Pequeno, Tarancon e outros, além do parceiro Almir Sater, contribuem para tornar suas canções conhecidas nacionalmente.

Seu primeiro disco individual data de 1992, ano em que recebeu o Prêmio Sharp de melhor compositor regional, com Paiaguás, em parceria com Guilherme Rondon. "Paulo Simões e o Expresso Arrasta-Pé Volume I", inclui suas composições mais conhecidas até então, como Trem do Pantanal (com Geraldo Roca), Comitiva Esperança e Sonhos Guaranis (com Almir) e o Lobo da Estrada (com Pedro Aurélio), esta última transformada em sucesso nacional por Sérgio Reis. O disco marca também o lançamento do selo Sauá, de Simões e Guilherme Rondon, responsável por incluir Mato Grosso do Sul no mapa fonográfico brasileiro.

ALMIR SATER E PAULO SIMÕES - COMITIVA ESPERANÇA


Em 1994, inicia o projeto "Chalana de Prata", grupo que reúne quatro expoentes da música do Mato-Grosso do Sul. Além do próprio Simões, dele participam Celito Espíndola, Guilherme Rondon e o lendário sanfoneiro Dino Rocha, sendo seu primeiro CD lançado em 1998, com grande repercussão.

Sua discografia é ampliada, no mesmo ano, com lançamento do "Expresso Arrasta-Pé Volume 2", onde se destacam músicas como Vida Bela Vida (com Rondon) e Labaredas (com Rondon e Celito Espíndola), logo gravadas por diversos artistas regionais.

Com o título "Rumo a 2 Mil e Uns" ele nos mostra seus trabalhos mais recentes, incluindo uma nova e promissora parceria, com o multi-instrumentista Antonio Porto, responsável pela direção musical deste CD. Nele, podemos encontrar a marca registrada de Paulo Simões: a qualidade de melodias e letras, a incorporação de elementos regionais e fronteiriços ao universo pop e, principalmente, o raro dom da originalidade.


                              Paulo Simões na janela de seu apartamento em Campo Grande

FRASES
*"[...]Quando era garoto em Campo Grande, eu era roqueiro e as opções musicais não eram muitas. Guri não tinha disco, nem acesso a dinheiro. Então tinha que escutar discos dos pais ou irmãos. E meus pais tinham um gosto eclético e eu escutava Ary Barroso, Noel Rosa... Meu pai é carioca e escutava os primórdios da Bossa Nova. As minhas irmãs mais velhas, que tinham aulas de violão, conseguiam uns discos de Elvis Presley e Pat Bone. E aí eu descobri o rádio".(ao Overmundo quando perguntado se misturar o urbano com o rural é quase uma obsessão na música de MS)

* "Em janeiro de 69 fui para os EUA, na Grande Detroit. No meio disso passei pelo Rio e presenciei de perto a edição do AI-5, que foi dia 13 de dezembro. Estava no Rio, minhas irmãs estudavam Direito e sabiam o que estava acontecendo. Eu lia jornal diariamente. Um belo dia, o jornal veio esquisitão. Só viajei no início de janeiro, sentindo uma transição de sair daqui de Campo Grande como uma promessa de músico com uma carreira pela frente e passar pelo Rio de Janeiro e tomar um choque de realidade brasileira. Foi um cascudão. E estava indo para os EUA, onde os horizontes estavam todos abertos. 1969 foi o ano de Woodstock, Altmont, o homem pisou na Lua... Assisti à posse do Nixon pela tevê assim que cheguei. Foi quando os EUA pisaram no acelerador na guerra do Vietnã. E lá, ao contrário daqui, a informação estava totalmente aberta. Eu era o único da minha família americana que lia jornal, o resto fazia palavra cruzada."(Paulo Simões quando venceu o festival em dezembro de 68 e foi para o EUA)

COMITIVA ESPERANÇA
Uma Viagem Inesquecível



Entre novembro de 1983 e janeiro de 1984, o projeto Comitiva Esperança percorreu diversas regiões do Pantanal de Mato Grosso do Sul, pesquisando e documentando o cotidiano da população local. Utilizando meios de transporte tradicionais da região (cavalos, mulas, carro de boi e barco), os músicos Almir Sater, Paulo Simões e Zé Gomes -acompanhados por uma equipe de filmagem- reuniram vasto material relativo à cultura pantaneira. Que deve sua extrema singularidade, cada vez mais reconhecida, tanto a fatores ambientais específicos, como o regime de cheias, como ao isolamento histórico e geográfico em que vivem seus habitantes.

Além de um documentário em 16mm, com direção de Wagner Carvalho, o projeto gerou um importante acervo fotográfico, já exibido com sucesso pelo Museu de Imagem e Som de Mato Grosso do Sul. Também foram registradas em áudio entrevistas com moradores, condutores de comitivas, trovadores e outros, além de apresentações musicais com os músicos participantes como retribuição pela hospitalidade encontrada em todos os locais visitados.

Algumas canções compostas durante a viagem se popularizaram, destacando-se a própria “Comitiva Esperança” (Sater-Simões), um dos temas de maior destaque da novela Pantanal, sucesso não só no Brasil como em inúmeros países.

Para Paulo Simões, a experiência da Comitiva Esperança teve papel fundamental no processo da descoberta e construção de sua identidade. O contato com a linguagem, os costumes e a filosofia de vida própria dos pantaneiros ajudou-o a definir uma persona artística e cultural, que consegue aliar a qualidade musical e poética a uma originalidade própria dos grandes artistas.

Passados 20 anos, este ousado e original projeto ainda desperta curiosidade, entre os que se preocupam em conhecer as diversidades físicas e humanas deste imenso país. Em outubro, o público paulista terá uma preciosa oportunidade de compartilhar, intimamente, desta iniciativa. Em uma série de quatro espetáculos, reunindo música, cinema, fotografia e exposição de material de viagem, produzidos pela Brasil Festeiro, o CCBB-SP abrigará a Comitiva Esperança, e com ela, o sonho de um Brasil mais consciente de si mesmo e suas potencialidades.

O grande destaque, naturalmente, será o re-encontro dos músicos/exploradores Almir Sater, Paulo Simões e Zé Gomes, recriando no palco a magia de suas “tocatas” pelo coração do Pantanal. Mas restam ainda as emoções intensas de ouvir seu Agripino, o “guardador de sonhos”, dedilhando sua viola de cocho, acompanhado por autênticos cururuzeiros de Corumbá. Ou embarcar na fascinante viagem musical proporcionada pelo grupo Chalana de Prata, ícone incontestável da musicalidade que se espalha pela Bacia do Prata. Para encerrar, nada melhor que um mergulho nas experiências sonoras de Jerry Espíndola e Banda Croa, a mostrar que nestes tempos globalizantes, até mesmo o Pantanal ( e por que não?) pode ser pop.

Comitiva Esperança by Paulo Simões, Jerry Espíndola e Banda Croa





FONTE
MPBNET 
Paulo Simões - O Trem Do Pantanal

Nenhum comentário:

Postar um comentário