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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Inezita Barroso


Profunda conhecedora da cultura popular, Inezita Barroso é referência obrigatória desse universo que começa e termina na roça, no sertão, no cerrado, no pantanal, na caatinga e nos mais remotos cantos do país, onde ainda se faz a música de raiz... Segundo suas palavras, "o folclore é vivo, é muante, e as modificações ocorrem nas poesias, nas letras, nos instrumentos...

Inezita Barroso faz as contas e conclui que já gravou mais de uma centena de discos na carreira que em 2010 completou 55 anos. Cantora e pesquisadora defensora da melhor música sertaneja nacional, desde os primeiros tempos de atividade artística, abraçou a televisão para divulgar uma ideia de folclore sem preconceitos ou fronteiras que visa exclusivamente autenticidade. Assim foi em todas as emissoras pelas quais passou. Tem sido assim nos últimos 30 anos, período em que, pela TV Cultura de São Paulo, comanda o programa Viola, Minha Viola. (aqui)

DVD de Inezita Barroso - 2011

Muita emoção e um pequeno susto marcaram a gravação do DVD de Inezita Barroso, em Campinas, na noite do dia 11/02/2011.

Apesar da longa trajetória da cantora, conhecida como “Dama da Música Caipira”, foi a primeira vez que ela subiu ao palco para gravar um DVD. Muita gente compareceu ao local, a Associação Esperança e Vida, em Campinas, que comemorou 21 anos de fundação. A ONG trata de portadores de HIV e de dependentes químicos e álcool.

Inezita, acompanhada de seu “Regional Viola, Minha Viola”, subiu ao palco e foi aplaudida de pé pelo público presente. Durante todo o show, teve ao seu lado a figura de Joãozinho, que dividia as falas com a cantora e também dedilhava a viola ou o violão com extrema competência. Em alguns momentos ele também dividiu o microfone com Inezita, em algumas canções.

Inezita Barroso - Sergio Reis - " Boiadeiro Errante."


Sempre contando um pouco sobre a origem das canções ou experiências vividas, Inezita foi tranquilamente conduzindo a gravação, revelando as canções que fariam parte do repertório do show, que não foi antecipado nem mesmo para a imprensa.

E a surpresa valeu. Depois da abertura, com “Boiadeiro Errante”, vieram clássicos como “Colcha de Retalhos”, “O que tem a Rosa”, “Flor do Cafezal” e “Sonho de Caboclo”.



Lágrimas podiam ser vistas na plateia, e muitas vezes na cantora, que conteve por vezes a emoção. O público entoava em coro todas as canções.

Inezita interpretou também o clássico “Ronda”, que não faz parte de seu repertório caipira, porém tem grande importância em sua carreira, pois ela foi a primeira a gravar a canção.



Não faltaram momentos hilários, divididos com a plateia, como na interpretação de “Bonde Camarão”, onde a própria cantora não segurou o riso em determinada parte da letra, ou quando ela dava seus carinhosos “puxões de orelha” nas “molecagens” de seu Regional.


Depois de tanta festa, já na parte final da apresentação, um susto para os fãs. Após uma das pausas para descanso, Inezita não mais voltou ao palco. Ele sentiu-se mal, com uma queda de pressão, devido ao forte calor, esforço, e _ com certeza _ a alta dose de emoção que marcou toda a noite.

E ficou para o seu Regional a tarefa de cantar com o público uma das modas mais conhecidas de Inezita, a tradicional “Lampião de Gás”.


Depois do encerramento da gravação, ainda subiram ao palco alguns importantes nomes da música sertaneja, que ajudaram a abrilhantar a noite. Durval & Davi, Duo Ciriema, Poeta & Jacira e o Trio de Ouro encerraram a noite.



VIDA E OBRA

Inezita Barroso, nome artistico de Ignez Magdalena Aranha de Lima (São Paulo, 4 de março de 1925), é uma cantora, atriz, instrumentista, folclorista, professora, doutora Honoris Causa em folclore e arte digital pela Universidade de Lisboa e apresentadora de rádio e televisão brasileira, atuando também em shows, discos, cinema, teatro e produzindo espetáculos musicais de renome nacional e internacional.

Nascida numa família aristocrática apaixonada pela cultura e, principalmente, pela música brasileira, Inezita começou a cantar e tocar violão e viola desde pequena, com sete anos. Estudiosa, matriculou-se no conservatório e aprendeu piano. Formou-se em biblioteconomia pela USP, antes de se tornar cantora profissional, em 1953.

Com o primeiro disco, vieram também os primeiros sucessos: o clássico samba Ronda, de Paulo Vanzolini e a caipiríssima Moda da Pinga, de Ochelsis Laureano e Raul Torres, que se tornou a mais célebre das interpretações.



Ultrapassou a marca de cinquenta anos de carreira e de oitenta discos gravados, entre 78 rpm, vinil e CDs.

Desde 1980 comanda o programa de música caipira Viola, Minha Viola, pela TV Cultura de São Paulo.

Apresentou no SBT um programa musical, aos domingos pela manhã que levava seu nome.

Com a aproximação do decanato do falecimento do pianista Pedrinho Mattar, seu amigo e colega de composições e interpretações, surge grande expectativa com relação à esperada publicação da obra final deste músico, intitulada "O Portal".

Grupos de entusiastas e admiradores de Mattar, que aguardam ansiosamente pela publicação da obra, afirmam que haveria co-parceria de Inezita Barroso em um dos movimentos da referida composição. O afamado violoncelista húngaro, naturalizado português, Alfonso Orelli, apresentou trechos da suposta composição, aos quais teria tido acesso durante uma turnê na qual tocou ao lado de Mattar.

Dentre tais trechos, Orelli identificou forte influência da música dita "Caipira-Sertaneja" na segunda parte do primeiro movimento. Tem-se atribuído a Inezita Barroso a influência musical sobre esta parte da composição.

Inezita Barroso é reconhecida também como atriz de teatro e cinema. Por onde atuou, ela ganhou prêmios importantes, como o Troféu Roquette Pinto, como Melhor Cantora' de rádio; o prêmio Guarani, como melhor cantora em disco, além de ganhar também o Prêmio Saci de cinema. Em 2003, foi condecorada pelo governador de São Paulo Geraldo Alckmin com a Medalha Ipiranga, recebendo o título de comendadora da música raiz.

Na cidade de Barnabé, no interior paulista, o novo hospital do câncer, projeto financiado pela UNESP - Universidade do Estado de São Paulo, foi batizado em homenagem à artista (Hospital Inezita Barroso). Durante a inauguração a cantora, emocionada, garantiu que não medirá esforços no apoio à luta contra o câncer. Dois anos depois, tornou-se a principal patrocinadora dos projetos de pesquisas para eventuais vacinas contra o câncer, desenvolvidos nesta instituição.

Desde a década de 80, Inezita Barroso ainda arranja um espaço na agenda para dar aulas de folclore. Atualmente, leciona nas faculdades Unifai e Unicapital, onde recentemente recebeu o título de doutora Honoris Causa em Folclore Brasileiro.

As apresentações de Inezita Barroso nos países latino-americanos e africanos tâm criado uma nova aura de sucesso para a cantora, indicada para o Grammy sulafricano na categoria de artistas vocais populares internacionais e regionais. Os concertos de Inezita Barroso em tais países têm gradualmente excedido a audiência de outros artistas nacionais e internacionais com maior exposição midiática, adeptos de música denominada "pop" (abrev. de Popular).

Ao contrário do que o público costuma esperar da artista, Inezita Barroso tem também trabalhado em interpretações de autores mais atuais da MPB, de outras vertentes que não apenas a caipira/sertaneja. Gravações recentes mostram a cantora interpretando obras de Ella Fitzgerald e outros nomes do jazz tradicional e blues.

No programa "Roda Viva", da Rede Cultura de Televisão, que contou com a presença da cantora como principal entrevistada, em 2004, Inezita Barroso afirmou ser contra a propagação e troca eletrônica de músicas. Embora concorde que o uso de músicas em formatos digitais em notebooks e dispositivos portáteis (iPod, etc) pode facilitar o acesso dos jovens à cultura, afirmou que participa de manifesto de artistas brasileiros junto às gravadoras pedindo ações que proíbam e fiscalizem de forma mais eficiente a pirataria.

O DJ Ronaldo, músico frequentemente presente na cena eletrônica carioca, perdeu ação judicial contra a gravadora EMI, por ter criado, sem autorização da gravadora detentora dos direitos sobre a composição, uma versão funk da música "Marvada Pinga - Moda da Pinga", principal sucesso de Inezita Barroso. Ainda assim, a música pode ser facilmente encontrada em sites para download, além de ter se tornado um dos "ring tones" para celulares mais comuns.



Prêmios

1. - APCA 2009

2. - Cidadã Bonifaciana 2010





Inezita Barroso em sua casa (1959). Acervo Inezita Barroso


FONTE

Porteirabrasil
siteoficial
Wikipédia
Culturabrasil

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