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sábado, 26 de março de 2011

Alcides Gerardi


José Alcides Gerardi (Rio Grande, 15 de maio de 1918 - Rio de Janeiro, 3 de janeiro de 1978) foi cantor e compositor brasileiro. Entre seu maiores sucessos estão "Você é que pensa", "Só resta uma lágrima" e "Rei dos reis".

Alcides Gerardi - Tem Bobo Pra Tudo


Alcides Gerardi nasceu na cidade gaúcha de Rio Grande, mas ainda criança mudou-se para Porto Alegre, onde começou seus estudos, e, logo depois, para o Rio de Janeiro, onde concluiu a escola primária e começou a trabalhar com o pai. Ainda estudando seguiu trabalhando no comércio até 1935 quando iniciou sua carreira de cantor com uma orquestra de dancing. Na mesma época, candidatou-se como calouro na Rádio Nacional, porém sem sucesso.

Em 1939, Alcides Gerardi atuou no grupo Namorados do Luar, quando começou a se destacar como cantor e fez sua primeira gravação em disco, em edição particular: o samba Não Faça a ela (Nelson Cavaquinho).

Não faça vontade a ela
de Nelson Cavaquinho, Rubens Campos e Henricão

Não faça vontade a esta mulher
Não deixe ela fazer o que quer
Deve-se ter amizade
Mas não se deve dar liberdade
Não faça vontade a esta mulher
Não deixe ela fazer o que quer
Deve-se ter amizade
Mas não se deve dar liberdade
Vou te aconselhar porque tu és um grande amigo
Deve estar ciente do que se passou comigo
Não faça vontade a esta mulher
Dinheiro e vaidade é o que ela quer

Dois anos depois, Alcides passou a integrar o trio Os Três Marrecos, com Marília Batista e seu irmão Henrique, porém durante um curto período.

Em 1944, sendo o vocalista da orquestra de Simon Bountman, foi convidado a atuar na Rádio Transmissora por seu diretor, Arnaldo Sampaio e, no ano seguinte, conseguiu realizar sua primeira gravação comercial, pela Odeon, cantando a valsa Lourdes, de Mário Rossi e George Bass, o qual lhe acompanhou ao acordeão.

Ainda em 1945, gravou mais dois discos, acompanhado de Antenógenes Silva, com as valsas Sueli e Cada Vez Te Quero Mais, a marcha Alegria e o samba Meu Defeito, todas da autoria do acordeonista e de Miguel Lima. A parceria entre Gerardi e Silva seria bastante frequente nos primeiros anos de carreira do cantor.

Em 1948, Alcides gravou o samba-canção Pergunte a Ela, de Fernando Martins e Geraldo Pereira e, no ano seguinte, foi contratado pela Rádio Tupi, para qual trabalhou até 1953, quando se transferiu para a Rádio Nacional.

Em 1950, gravou aquele que seria seu maior sucesso: o samba Antonico, de Ismael Silva, levando notoriedade a este sambista então esquecido pela mídia.

No samba "Antonico", de Ismael Silva expõe de forma coloquial o tema pungente, e até certo ponto dramático, do pedido de auxílio para um amigo necessitado: "Ô Antonico, vou lhe pedir um favor / que só depende de sua boa vontade / é necessário uma viração pro Nestor / que está vivendo em grande dificuldade...". E é o efeito patético, produzido pela perfeita conjunção da letra com a melodia triste, que faz desta composição o maior sucesso da segunda fase de sua carreira.

Ismael sempre negou a possibilidade do samba ser autobiográfico. Na verdade, porém, ele viveria em 1939 uma situação semelhante à do personagem "Nestor", fato que está registrado numa carta de Pixinguinha ao musicólogo Mozart de Araújo e que bem poderia ter inspirado a composição.

Lançado por Alcides Gerardi, "Antonico" conta em sua discografia com outros intérpretes importantes como Gal Costa e Elza Soares.

Esta é a música que abre o album "Se você jurar", gravado por Ismael Silva em 1973.

Antonico (samba, 1950)
de Ismael Silva

O Antonico, vou lhe pedir um favor
Que só depende da sua boa vontade
E necessário uma viração pro Nestor
Que está vivendo em grande dificuldade
Ele está mesmo dançando na corda bamba
Ele e aquele que na escola de samba
Toca cuíca,toca surdo e tamborim
Faça por ele como se fosse por mim

Até muamba já fizeram pro rapaz
Porque no samba ninguem faz o que ele faz
Mas hei de vê-lo muito bem, se Deus quiser
E agradeço pelo que você fizer.

Em 1955, foi contratado pela Organização Victor Costa (depois extinta).

Sua primeira composição foi A Filha do Coronel, em parceria com Irani de Oliveira, a qual ele mesmo gravou, agora pela Columbia. Era letrista e, em outras composições, teve como parceiros Ernâni Campos, Othon Russo, Antônio Soares, Lázaro Martins e Nilo Barbosa.

Nas décadas de 1950 e 1960, gravou alguns LP's que fizeram sucesso razoável, especialmente os de bolero.

Em 1957, gravou um clássico da música romântica: o rasqueado "Cabecinha no ombro", de Paulo Borges. Em 1958, “Cabecinha no Ombro”, com Alcides Gerardi foi a música mais tocadas nas rádios brasileiras.



Em 1958, gravou toada "Cantiga de lembrança", de Luiz Vieira e Epaminondas Souza, e as marchas "Varre, varre, vassourinha" e "Se a mulher fosse dinheiro", de Antônio Almeida.

Em 1959, gravou da dupla Raul Sampaio e Benil Santos a habanera "Falas de amor outra vez".

Em 1962, gravou o bolero "Despedida", de Paulo Borges.



No ano seguinte, gravou os boleros "Maria Dolores", de Nilo Barbosa e Erasmo Silva, e "Sem você", de Nilo Barbosa e Paulo Borges.

Em 1976, lançou com Lia de Carvalho, de forma independente, seu último disco, o LP "Leonel Azevedo - 40 anos de Música Popular Brasileira", no qual interpretou obras do compositor Leonel Azevedo, entre as quais, "Lábios que eu beijei", e Não foi o tempo", com J. Cascata, "Lua triste", com Luiz Bittencourt e "Tá na hora de acabar" e "A primavera chegou", feitas sozinho. Entre seus sucessos estão: "Antonico", de Ismael Silva, "Castelo de areia", de Geraldo Jacques, Isaías Freitas e Meirinhol, "Brotinho maluco", de Aníbal Cruz e "E eu sem Maria", de Dorival Caymmi e Alcyr Pires Vermelho, entre outras, além do clássico "Cabecinha no ombro".

Gerardi veio a falecer dois anos depois, em decorrência de um acidente automobilístico, quando voltava de um show, na Via Dutra.



Principais sucessos

  • Abaixo de Deus (Elpídio Viana e Geraldo Pereira), 1947
  • Pergunte a Ela (Fernando Martins e Geraldo Pereira), 1948
  • Céu Estrelado (Jamesson Araújo), 1948
  • Antonico (Ismael Silva), 1950
  • Rei dos Reis (Bibi e Fernando Martins), com Raul de Barros & Seu Conjunto, 1950
  • Ilha da Ilusão (Isle of Innisfree) (Dick Farrelly, versão de Juvenal Fernandes), 1954
  • Cabecinha no Ombro (Paulo Borges), 1958

FONTE

Wikipédia

Dicionário MPB

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