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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Fernanda Porto

Fernanda Porto faz show gratuito em Joinville neste sábado dia 23/04/11
Musa do drum'n'bossa exibe suas experiências na mistura de estilos eletrônicos no palco da praça de eventos do Garten



A receita do melhor destino para um show gratuito deste sábado à noite não tem ingredientes muito simples, mas são garantia de uma boa experiência sonora. Um pouco de nuJazz e breakbeat com downtempo e progressive house e o toque principal: drum'n'bass.

Para quem não conhece o estilo de fazer música de Fernanda Porto, o show gratuito que a cantora faz no Joinville Garten Shopping às 19h30min é uma grande chance de descobrir o que são esses termos em inglês e o que a música eletrônica dessa brasileira tem para conquistar os baladeiros do Brasil e da Europa.

O show que Fernanda realiza em Joinville é em comemoração ao aniversário de um ano do Joinville Garten Shopping, na praça de eventos que já virou espaço cultural da cidade.

 

Dessa vez, no entanto, a estrutura será diferenciada para receber o show da artista: 400 cadeiras estarão disponíveis para atender ao público. No espetáculo, Fernanda apresenta as canções que a transformaram na musa da mistura de estilos eletrônicos na primeira década do século 21 e obras do trabalho mais recente, "Auto-retrato".

Fernanda Porto esteve entre os nomes de cantoras brasileiras que despontaram no cenário musical brasileiro dos anos 90, ao lado de Cássia Eller e Zélia Duncan. Mas com o apetite pela experimentação de novos estilos, ela teve que esperar um pouco mais até que seu grande momento chegasse, o que fez com que a artista quase desistisse de cantar.

Durante toda a década em que suas contemporâneas gravaram CDs e fizeram shows, Fernanda ficou se aventurando por outros caminhos que a levaram ao cinema e a tornaram autora de mais de 250 trilhas sonoras de filmes e curtas brasileiros.

Foi no fim dos anos 90 que ela descobriu o que realmente procurava em toda essa pesquisa e mistura de MPB clássica com pop: ao viajar para Londres, conheceu as festas eletrônicas e um novo estilo que despontava entre os DJs, o drum'n'bass.


O estilo é uma mistura de eletrônico, jazz e uma harmonia que chega perto do samba - que ela logo incluiu em suas experiências e transformou em drum'n'bossa, dando à música eletrônica um jeitinho brasileiro ao mixá-la com canções da bossa nova.

É com essa ousadia que Fernanda lançou seu primeiro CD, em 2002 e é com ela que a artista prossegue a carreira de sucesso que traz a Joinville hoje. No palco, músicas eletrônicas e baterias eletrificadas dividem espaço com romance e MPB. Uma balada para todos os gostos.



Entrevista com Fernanda Porto

Você começou a experiência com música na infância, estudando vários instrumentos. Sempre gostou de misturar os estilos?
Fernanda Porto - De certa forma, sim. Eu estudava música erudita mas sempre gostei de MPB, então misturava erudito com popular. Nas bandas que montei na faculdade, sempre trabalhava com vários estilos. Eu estudei música clássica na faculdade, mas era um clássico contemporâneo, estilo que surgiu ali nos anos 50 e já misturava outros instrumentos. Muita gente se pergunta "Como ela pode ter estudado música erudita e parar na música eletrônica?", mas eu trabalhava com sintetizadores desde os anos 90.

Como era a sua carreira no início dos anos 90? O teu estilo já tinha espaço na época? Fernanda Porto - Eu fazia bastantes shows no círculo cultural de São Paulo nos anos 90. Mas, apesar de cantar, eu sempre gostei mais de compor. Então meus shows eram quase todos de músicas autorais inéditas, ainda que às vezes eu também cantasse músicas de artistas de quem gostava, como Arnaldo Antunes, Cazuza, Rita Lee. Quer dizer, apesar da MPB, eu sempre gostei também do pop. E já colocava computador no palco numa época em que as pessoas não entendiam isso. Elas achavam que era o computador que fazia a música sozinho.

O que mudou na sua carreira desde que você gravou seu primeiro CD?
Fernanda Porto - Gravei meu primeiro CD sozinha, fui fazendo todos os instrumentos, um de cada vez. No segundo eu já tinha viajado pelo mundo fazendo shows e conhecido muita gente, muitos músicos e quis trazê-los para meu segundo álbum. Então, no segundo CD, tem desde o bateirista e o baixista do Living Color até o Pedro Mariano. Repeti isso no terceiro e agora, no Auto-Retrato, voltei ao estilo do primeiro: eu como multiinstrumentista, num álbum autoral e quase solitário experimentando novos estilos.

Você acha que sua música colaborou para abrir para um público maior um estilo que estava condicionado a um nicho de público específico?
Fernanda Porto - Se eu colaborei com alguma coisa foi para quebrar o preconceito da música eletrônica em português na pista eletrônica entre os brasileiros, porque o estrangeiro já gostava disso. Agora muitos artistas que não tem nada a ver com música eletrônica estão se deixando remixar, como Seu Jorge e Vanessa da Mata - ela, aliás, estourou nas pistas. Minha busca sempre foi essa: ter liberdade para misturar muito mais do que para levantar a bandeira da música eletrônica.

Quais são os seus planos para o futuro? Há um novo CD em produção?
Fernanda Porto - Eu tenho várias músicas novas, já bem desenhadas e estou pensando no projeto para um novo CD. Acabei de participar de um CD em homenagem ao Taiguara, eu canto a música "Hoje". E, em julho, eu viajo para a Europa para uma turnê com Portugal e Inglaterra já confirmados.



FONTE

Diario Catarinense

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