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quinta-feira, 7 de abril de 2011

João Petra de Barros


O cantor João Petra de Barros nasceu em 23.06.1914 no Rio de Janeiro/RJ e faleceu em 11.01.1947 no Rio de Janeiro/RJ.

Começou cantando, no início dos anos 30, no Programa Casé, na Rádio Philips. Em pouco tempo, conquistou fama por ter um timbre parecido com o de Francisco Alves, grande ídolo do rádio na época. Passou a ser chamado de "a voz de 18 quilates".

Era figura constante em rodas de samba, juntamente com Noel Rosa, Luís Barbosa e Custódio Mesquita. Com eles e outros personagens de nossa música popular brasileira, entre os quais, Chico Alves, Paulo e Luís Barbosa, Benedito Lacerda, Lamartine Babo e outros, freqüentava o famoso Café da uma hora, situado no nº 476 da Rua São Francisco Xavier, zona norte do Rio de Janeiro.

Em 1933, João Petra ançou seu primeiro disco, pela Odeon, interpretando o samba Até amanhã, de Noel Rosa. Logo na estréia, alcançou grande sucesso no carnaval.



No mesmo ano, com acompanhamento da Orquestra Copacabana, gravou de Ismael Silva o samba Seja o que Deus quiser, de André Filho a marcha Gente danada e de Noel Rosa e Francisco Alves, o samba Nem com uma flor e com Luiz Barbosa, lançou o samba Seja breve, de Noel Rosa.



Também na mesma época, fez sucesso com o fox canção Cantor do rádio, de Custódio Mesquita e Paulo Roberto. Foi um dos principais artistas do elenco da Rádio Globo. Participou, ao lado de Carmen Miranda e Custódio Mesquita, de vários programas de rádio e de teatros.

Em 1934, Petra participou do recital em benefício do Sindicato Brasileiro de Artistas de Rádio, que reuniu grandes nomes do rádio, em 1934. Seu maior sucesso foi Feitiço da Vila (Noel Rosa e Vadico), gravada em 1934, pela Odeon.

No mesmo ano gravou de Custódio Mesquita a marcha Lourinha, de Ismael Silva o samba Não é tanto assim e dois sambas de Ary Barroso, Duro com duro e Sentinela alerta, o segundo, em dueto com Noel Rosa.

Ainda no mesmo ano, João Petra de Barros fez sucesso com o fox trot Ninon (Quando tu sorris), versão de João de Barro para composição de B. Kaper e W. Jurman e com a valsa Nestas noites de amor, de Custódio Mesquita e Orestes Barbosa.

Em 1935 foi o intérprete da primeira versão de Pastorinhas, ainda com o título Linda pequena, parceria de Noel Rosa e Braguinha, gravada pela Odeon em 1933 e lançada em 1935. (Gravada por João Petra de Barros, acompanhado pela Orquestra Odeon sob regência de S. Bontman, e lançada em discos 78 rpm.profu)

Segundo declarações do próprio João de Barro (Braguinha), esta música surgiu de um encontro casual com Noel, no Café Papagaio, em 1934. Ao encontrá-lo no Café, Braguinha perguntou a Noel se este já havia prestado atenção no ritmo das músicas do Rancho das Pastoras que saía em Vila Isabel no Dia de Reis, sugerindo que ambos aproveitassem-no para um lançamento de carnaval. Noel achou a idéia excelente e ali mesmo compuseram Linda Pequena, gravada em novembro de 1934 por João Petra de Barros. Curiosamente, a música não alcançou nenhum sucesso.

Três anos mais tarde, Braguinha inscreveu-a num concurso de músicas carnavalescas, fazendo algumas alterações na letra e dando-lhe um novo título, Pastorinhas, que acabou conquistando o primeiro lugar. Foi neste concurso que Touradas em Madri havia vencido e depois foi desclassificada por ter sido considerada um "Pasodoble" espanhol. Pastorinhas foi gravada por Sílvio Caldas em 1937 com sucesso absoluto. A letra original de Linda pequena gravada por João Petra de Barros é a seguinte:



A estrela d’alva
No céu desponta
E a lua anda tonta
Com tamanho esplendor
E as moreninhas
Pra consolo da lua
Vão cantando na rua
Lindos versos de amor

Linda pequena
Pequena, que tens a cor morena
Tu não tens pena de mim
Que vivo tonto com o teu olhar
Linda criança
Tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre sempre te amar

Ainda em 1935, João Petra de Barros gravou com Aurora Miranda, a marcha O tempo passa, de Custódio Mesquita e Paulo Orlando e o samba De madrugada, de Vicente Paiva e Haroldo Barbosa.

1935 - Feitiço da Vila (samba) - João Petra de Barros


Em 1940, João Petra de Barros gravou a marcha Olha ela, de Russo do Pandeiro e Peterpan e o samba Em cima da hora, de Russo do Pandeiro e Valfrido Silva. No ano seguinte, lançou os sambas Ai, ai, ai, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira e Mal-agradecida, de Ataulfo Alves e Jardel Noronha.

Em 1942, João Petra de Barros fez sucesso com o fox Mais um minuto apenas, de Newton Teixeira e Mário Lago.

Em 1946, gravou seu último disco, interpretando de Pedro Caetano e Geraldo Costa, o samba Dorme meu amor e o samba tango Já sou feliz. Fez também sucesso com a canção Última inspiração, de Peterpan, gravada pela RCA Victor, com a marcha Professora de saudade, de André Filho e Prestes Barbosa, o samba Foi no teu olhar, de André Filho e o fox O que o teu piano revelar, de Custódio Mesquita e Orestes Barbosa.

Ao longo de sua carreira, gravou 48 discos, com 94 músicas ao todo. João Petra de Barros teve sua carreira interrompida por acidente do qual resultou a amputação de uma perna. Desgostoso com o ocorrido, acabou se suicidando em 11 de janeiro de 1947, deixando uma importante bagagem musical que acabou por incluí-lo entre os melhores intérpretes da nossa música popular.

FONTE

Collector's

Cifrantiga

Overmundo

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