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sábado, 28 de maio de 2011

Tristão e Isolda, no Festival Amazonas


A ópera que mudou os rumos da música foi apresentada no Festival Amazonas - A montagem de “Tristão e Isolda” trouxe a soprano brasileira Eliane Coelho e o tenor norte-americano John Charles Pierce nos papéis principais do espetáculo apresentado no dia 19/05/2011 e no dia 22/05, no Teatro Amazonas...


'Tristão e Isolda' fez parte da agenda do Festival de Ópera (Bruno Kelly)

Uma das óperas mais importantes da história da música erudita foi aprentada no Teatro Amazonas, dentro da programação do 15º Festival Amazonas de Ópera (FAO). Trata-se de “Tristão e Isolda”, criação de Richard Wagner (1813- 1883), considerada responsável por estabelecer as bases para os rumos que a música clássica viria a seguir no século 20.

Depois de ‘Tristão e Isolda’, praticamente toda a música tonal acabou, pois não havia mais o que inventar, e os compositores começaram a procurar novos caminhos. A escola de composição surgida mais tarde em Viena, caracterizada pelo atonalismo, é considerada uma filha forçada dessa ópera”, explica Luiz Fernando Malheiro, diretor artístico do FAO e responsável pela direção musical e regência do espetáculo. A peça de Wagner, ele acrescenta, “é sempre um desafio musical para maestros, cantores e orquestras”.

Elenco de peso
Malheiro destaca como um dos trunfos da montagem do FAO a presença no elenco da soprano carioca Eliane Coelho, hoje a cantora lírica brasileira de maior destaque no cenário lírico internacional. Ela interpretará o papel de Isolda. “Esta montagem foi de certa forma pensada para ela, pois sabia que ela tinha vontade de estrear nessa ópera, e está sendo muito legal trabalhar com a soprano”, ressalta.

O maestro não poupa elogios também a John Charles Pierce, tenor norte-americano que traz uma vasta experiência no papel de Tristão. “Diferente de Eliane, que está estreando como Isolda, ele já cantou em mais de 80 montagens diferentes de ‘Tristão e Isolda’, além de ser um grande artista e uma ótima pessoa”, diz.

Também estreando neste Wagner está a mezzo-soprano paulista Andreia Souza, que será Brangäne, acompanhante de Isolda. “Para mim é uma revelação. É um papel difícil, complexo, longo, e ela está fazendo muito bem. Ela é meio que um lançamento do festival”, aponta Malheiro.

Longa duração
A montagem de “Tristão e Isolda” teve cerca de cinco horas de duração, incluindo dois intervalos entre os três atos da ópera. A extensa duração é uma dificuldade a mais para os artistas que atuam no espetáculo. “Em comparação às óperas d’‘O Anel do Nibelungo’ (tetralogia wagneriana que o FAO apresentou na íntegra em 2005), considero esta mais complexa. Ela exige mais da orquestra, quase todos os instrumentos são solistas, e o grau de complexidade é maior. E é longa, exige bastante do físico tanto dos cantores quanto dos instrumentistas”, assinala o maestro.

Inspirada numa lenda medieval celta, “Tristão e Isolda” gira em torno de um cavaleiro da Cornualha encarregado de buscar a esposa prometida do rei, que também é seu tio. Acontece que Tristão e Isolda, respectivamente o cavaleiro e a esposa prometida, acabam por se apaixonar. O amor entre eles, porém, está fadado a um triste final: os dois são descobertos pelo rei e seu séquito. Tristão, ferido mortalmente no embate, morre nos braços da amada.




FONTE

a critica uol

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