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sábado, 27 de agosto de 2011

Pedrinho Rodrigues

 

Pedro Ayrton Rodrigues nasceu em Aracaju, Sergipe, em 13 de outubro de 1934. Na adolescência já mostrava todo o seu talento vocal na Rádio Liberdade de Aracaju, interpretando sambas e boleros de sucesso.

Em 1956, aos 22 anos se mudou para o Rio de Janeiro e logo se fez notar pelo seu aveludado tímbre de voz e contratado como atração em várias casas noturnas. Em uma dessas apresentações, mais exatamente na boate Drink, o organista Ed Lincoln, na época já considerado um dos grandes músicos brasileiros, foi testemunha de todo o talento vocal e carisma de Pedrinho Rodrigues.

Não demorou muito para que Pedrinho se tornasse crooner do conjunto do organista. Várias apresentações Brasil a fora deram experiência e segurança suficientes para que, em 1962, a gravadora Musidisc investisse no primeiro LP solo de Pedrinho: “Tem que balançar”.



O disco se tornou um sucesso e consagrou Pedrinho como o melhor sambista do ano e também fez jus a prêmios da TV Radiolândia, Rádio Globo e Revista Cinelândia; e devido ao grande numero de cópias vendidas sagrou-se “Disco de Ouro”.

Pedrinho Rodrigues trata-se de um sambista da gema. Sua veia artística traz um batuque e um gingado que lhe confere uma magnitude diferenciada. Grande intérprete da música popular brasileira, Pedrinho fez parte da primeira geração da Turma da Pilantragem, movimento estético/comportamental da virada dos 60 para os 70, de onde saíram talentos como Elis Regina, Jair Rodrigues, Wilson Simonal, entre outros artistas.

Teve uma breve passagem pela Odeon, gravadora pela qual lançou em 1968 o LP “O Sambista Pedrinho Rodrigues”, com um repertório recheado de sambas bem conhecidos, como: fecha a janela; segura esse samba; cheguei (avise a maria); samba de roda de samba; lapinha; samba do alicate; coisa feita; dia de alegria; tive sim; pecadora; hora e vez da solidão; seu deputado.

Pedrinho Rodrigues - Ninguém Tasca

No início dos anos 70, Pedrinho recrutou músicos das principais Escolas de Samba  do Rio de Janeiro e formou o conjunto Os Nacionais. Pedrinho apresentou uma série de álbuns interessantes com grupos de bateria retirados de escolas de samba e com arranjos de músicos ligados a gravadoras com formação jazzística.

Este encontro confere ao samba de roda e de exaltação de Pedrinho um tom moderno e que desemboca nos anos 70 como uma pétala de samba luxuoso. Já na gravadora Equipe, Pedrinho Rodrigues e Os Nacionais lançou uma série de LP’s que incluiam em seu repertório os sambas de maior sucesso na época, com arranjos personalíssimos: “BRASIL… sambe ou se mande” foi um desses LP’s.


Dados do Disco: Realização: Oswaldo Cadaxo - Assessoria e Direção Musical: Mônica - Repertório: Carlos Zandberg - Coordenação: Américo N. Lima - Capa: Joselito

Músicas

Lado 1:
01- Cosa nostra (Jorge Ben)
02- Guardei minha viola (Paulinho da Viola)
03- Batuque na cozinha (João da Baiana)
04- Baba de quiabo (Guaracy – Darcy Amaral)
05- Nó na cana (Ary do Cavaco)
Lado 2:
01- Ninguém tasca “O Gavião” (Mario Pereira – João Quadrado)
02- Balança povo (Martinho da Vila)
03- Ladrão que entra na casa de pobre só leva susto (Jorge Costa)

04- Esperanças perdidas (Adeilton Alves – Delcio Carvalho)
05- Moro na roça (Xangô da Mangueira – J. Zagaia)

Pedrinho Rodrigues - Barracão - Lata D'agua - Sapato De Pobre
Em 1978, já pela Tapecar, Pedrinho lançou “Só samba, faloooooou!!!”.





Pedrinho Rodrigues gravou também Pedrinho Rodrigues & Samba Som 7 – Adeus Guanabara (1973).

O trabalho mais conhecido de Pedrinho Rodrigues foi, provavelmente, o disco Geraldo Pereira - que gravou com Bebel Gilberto. Em 1983, Bebel Gilberto, filha de João Gilberto, chama Pedrinho para fazer parceria musical em seu primeiro LP, intitulado “Bebel Gilberto e Pedrinho Rodrigues cantam Geraldo Pereira”. O LP se torna um dos maiores sucessos da carreira de Pedrinho.

GERALDO PEREIRA - PEDRINHO RODRIGUES E BEBEL GILBERTO
Geraldo Pereira / Bebel Gilberto (1983)

Quando Ela Samba; Falsa Baiana; Mais Um Milagre
1 Quando ela samba
(J. Portela, Geraldo Pereira)
Falsa baiana (Geraldo Pereira)
Mais um milagre (Geraldo Pereira)

2 Que samba bom
(Arnaldo Passos, Geraldo Pereira)
Até quarta-feira (Jorge de Castro-Geraldo Pereira)
Boca rica (Arnaldo Passos-Geraldo Pereira)
Vai, que depois eu vou (Geraldo Pereira)

3 Escurinha
(Arnaldo Passos, Geraldo Pereira)
Escurinho (Geraldo Pereira)

4 Minha companheira
(Geraldo Pereira)
Liberta meu coração (José Batista-Geraldo Pereira)

5 Você está sumindo
(Jorge de Castro, Geraldo Pereira)
Bolinha de papel (Geraldo Pereira)
Pisei num despacho (Elpídio Viana-Geraldo Pereira)
Acertei no milhar (Wilson Batista-Geraldo Pereira)

6 Sem compromisso
(Nelson Trigueiro, Geraldo Pereira)
Acabou a sopa (Augusto Garcez-Geraldo Pereira)
Chegou a bonitona (José Batista-Geraldo Pereira)
Até hoje não voltou (J. Portela-Geraldo Pereira)
Resignação (Arnô Provenzano-Geraldo Pereira)

7 Bonde da Piedade
(Ary Monteiro, Geraldo Pereira)
O pagamento ainda não saiu (Ariel Nogueira-Geraldo Pereira)
Ministério da Economia (Arnaldo Passos-Geraldo Pereira)


Estão Voltando os Bons Tempos” é um belo exemplo da criativade de Pedrinho Rodrigues, de seu suingue e sua contemporaneidade.

O final dos anos 80 e parte dos anos 90 foram de aparições esporádicas na TV cantando sambas e marchinhas carnavalescas.

Pedrinho Rodrigues morreu em junho de 2006.

Em outubro/2010, o programa Seleção Brasileira (Fundação Aperipê de Sergipe) teve sua programação semanal dedicada ao sergipano Pedrinho Rodrigues que completaria 76 anos. Assim os ouvintes das rádios Aperipê AM 630 e FM 104,9 tiveram um encontro marcado com a história desse grande cantor sergipano que chegou ao Rio de Janeiro em 1956 para deixar sua marca no samba carioca.

FONTE

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