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segunda-feira, 11 de julho de 2016

Geraldo Viola e Dino Guedes


Geraldo Viola e Dino Guedes tiveram como objetivo o Resgate e a Preservação da Cultura Sertaneja e, em suas apresentações pelo Interior do Brasil, cantaram os diversos Estilos Sertanejos com atenção especial ao Pagode de Viola, Estilo muito apreciado e que no entanto vinha sendo pouco trabalhado pelos Novos Caipiras. A dupla começou a chamar a atenção de apresentadores que vinham a eles se referindo como“Os Novos Reis do Pagode” e o fato foi ganhando forma em tal proporção que Geraldo Viola e Dino Guedes passaram a se identificar cada vez mais com esse slogan.

Nascido em Palmerina-PE, Geraldo Viola passou a residir em Itanhaém-SP, no Litoral Sul do Estado, com apenas 3 meses de vida e, alguns dias depois, foi registrado na cidade de Santo André-SP, no ABC Paulista. Geraldo cresceu juntamente com pescadores do Litoral Sul de São Paulo e ajudava-os a separar os peixes que eram vendidos nas barracas à beira-mar; o bom gosto musical começou quando cursava o Segundo Ano Primário quando, tocando Tamborim, formou na escola um trio, juntamente com os amigos Getúlio e Valter, que tocavam Cavaquinho e Violão, respectivamente. Faziam a festa da turminha, cantando músicas do repertório do "Trio Irakitan" e também do repertório deTeixerinha.

Aos 10 anos de idade, Geraldo trocou Itanhaém-SP pela Capital Paulista e passou a cantar sozinho. Em, 1964, quando contava 15 quinze anos, formou com outros três amigos o grupo "Os Filhos do Sol", no Parque São Lucas, bairro da Zona Leste de São Paulo-SP. E foi nessa época que Geraldo teve os primeiros contatos com a Viola Caipira; segundo ele, foi "amor à primeira vista"...

Tendo como referência célebres Intérpretes do quilate de Zé Carreiro e Carreirinho e Tião Carreiro e Pardinho, além de "Bambico, Julião e Vanuque", em pouco tempo Geraldo passou a dominar a técnica do Tradicional Instrumento Musical Caipira e foi aprendendo sua afinação, descobrindo sua escala e desenvolvendo seu próprio método, aproveitando também um pouco da técnica de Violão que já possuía.


Em 1980 foi formada a dupla "Geraldo Viola e Argemiro" a qual gravou no ano seguinte um LP que vendeu cerca de 52 mil exemplares. A dupla se desfez em 1988 e nesse ano foi formada a nova dupla "Geraldo Viola e Continente", a qual durou até 1991. No ano seguinte Geraldo formou com Darci Laurindo Barbosa a dupla "Geraldo Viola e Pantanal", que gravou em 1996 o CD "Comitiva da Saudade" pelo selo Allegretto. A dupla existiu até o ano 2000, quando Geraldo passou a cantar em dupla com Dino Guedes.


Dino Guedes nasceu em Santa Vitória-MG, no distrito de Perdilândia, pequeno povoado na divisa dos Estados de Minas Gerais e Goiás. Às margens do rio Paranaíba, Dino acompanhava seu avô materno em suas pescarias; e, nas horas de folga, ajudava seu pai na lida com o gado. Seu pai, o Sr. Domingos de Freitas Guedes, era Boiadeiro de profissão, além de Violeiro e Cantador nas Festas de Folias de Reis e também era Catireiro por tradição (a Família Guedes - Catireiros de São Simão-GO).


Com apenas 7 anos de idade, Dino acompanhava seu pai e dois irmãos mais velhos em pequenas viagens tocando boiada, conduzindo a "madrinha" e o cargueiro; e, nas pousadas da boiada, seu pai lhe ensinava as primeiras lições com o Berrante e ensinava alguns passos da dança da Catira. Acordavam bem cedinho, quando o sol surgia; "o maior espetáculo da Terra acontece e tantos ainda dormem...", de acordo com seu pai.

Dino passou a frequentar os bancos escolares aos 11 anos de idade e, dois anos depois, passou a morar em Ituiutaba-MG, onde continuou com os estudos. E foi nesse período que faleceu seu pai e, conseqüentemente, Dino passou a trabalhar no comércio, ficando o estudo para o período noturno, além da responsabilidade de cuidar dos demais irmãos, juntamente com sua mãe, Dona Lorica. Em meio a tais dificuldades, Dino batalhou e chegou à Universidade, tendo cursado Administração de Empresas e Ciências Contábeis. E foi somente no período universitário que Dino retomou o sonho de seguir Carreira Musical: em festinhas com amigos, despedidas de solteiro, participação no Coral da Igreja e em noites de Serenatas nas quais Dino tocava seu Violão.

Dino Guedes levou a sério a vida profissional, tendo trabalhado em lojas de materiais de construção e também numa fábrica de cimento, além do negócio próprio que passou a tocar em 1990. Foi também Professor Universitário, tendo ministrado aulas em cadeiras diversas, destaque para Administração Mercadológica e Marketing, além de ter sido pós-graduado em Contabilidade, Análise e Gerenciamento pela UFU-MG e Comunicação e Marketing pela Fundação Casper Líbero em São Paulo-SP.

No entanto, da vida de menino da roça ao Empresário e Professor Universitário, Dino sentia que ainda havia um"vazio", uma certa angústia, frustração... Algo como que uma "sensação de incapacidade"... Como o próprio Dino Guedes nos diz, ..."eu não sabia bem o que era, mas quando eu ouvia uma Música Raiz, daquelas que tem o cheiro da terra, eu arrepiava completamente e isso me incomodava muito...".

E foi desse "desconforto" que surgiu o Projeto Brasil Sertanejo que tem como objetivo o resgate e a preservação da Cultura Sertaneja, dando oportunidade aos mais jovens para poder usufruir dessa maravilhosa expressão de vida. Para realizar esse excelente projeto, sabia que precis
aria de um bom parceiro: foi quando Dino formou a dupla com Geraldo Viola, que era seu grande amigo, além de ter sido seu professor de Viola, enfim, alguém a quem Dino Guedes admirava intensamente.


A versatilidade da jovem dupla passou a surpreender o Brasil inteiro, no resgate de grandes sucessos dos mais diversos Compositores e Poetas, além de composições próprias inéditas e também músicas inéditas de novos compositores.


Geraldo Viola e Dino Guedes possuem um amplo repertório, com mais de 400 músicas, incluindo todos os estilos, principalmente na Música Caipira Raiz, além de ritmos característicos como Xote, Arrasta-Pé, Vanerão, Balanço, Guarânia, Rasqueado, Canção Rancheira, Batidão, Valseado, Cururu, Querumana, Cateretê, além da Modas de Viola e do Pagode Caipira!

Geraldo Viola e Dino Guedes gravaram os seguintes CDs:

"Brasil Sertanejo", produzido por Discos Califórnia, contou com a participação de Marquinho nos Teclados, Viana na Percussão e no Baixo, Nhozinho no Acordeon, além de Geraldo na Viola Caipira e Dino Guedes no Violão. O primeiro CD também contou com a Direção Artística de João Januário e com a Coordenação Geral de Ariovaldo Allegretti. Destaque para as músicas "Porta do Mundo" (Peão Carreiro - Zé Paulo), "Final dos Tempos" (Lourival dos Santos - Tião Carreiro), "Baiano No Coco" (Moacyr dos Santos - Vaqueirinho), "Viola Vermelha" (Jesus Belmiro - Tião Carreiro) e "Casando Fugido" (Piraci - A. P. de Toledo).



"Presa Acuada", produzido por Replayer Produções Fonográficas, contou com a participação de Maguinho, Gamaliel e Elton Ricardo na Bateria, Gamaliel de Souza no Violão, na Guitarra e no Baixo, Gamaliel e Elton Ricardo nos Teclados e na Percussão, Maestro Martinez no Trompete, Flavinho no Acordeon, além de José Vitor e Geraldo na Viola Caipira, e Elton Ricardo, Laura e Oziel nos vocais. O segundo CD contou também com a Direção Executiva de Renato Silveira Lima, Produção Executiva de Lello Promoções Artísticas e Direção Geral do próprio Dino Guedes. Destaque para as músicas "Viola Perfeita" (Manoel Lacerda Lima - Geraldo Viola), "Falcão Ferido" (Geraldo Viola - Theo Ferreira), "Amor de Goiana" (Dino Guedes - Theo Ferreira), "Perdido na Madrugada" (Benedito Seviero - Geraldo Viola), "No Silêncio da Madrugada" (Benedito Seviero - Geraldo Viola), além da faixa-título "Presa Acuada" (Dino Guedes - Theo Ferreira).



"Abrindo O Baú", produzido por S. B. F. Simbrasil Fonográfica, contou com a participação de Gamaliel de Souza na Bateria e Percussão, no Baixo e nos Violões; Marcos Violeiro na Viola e Wilsinho no Arcordeon. Arranjos e Regência a cargo de Gamaliel de Souza. O CD também contou com a Direção de Lançamento de Donizete Santos, Coordenação Geral de Alexandre Santos, Produção Artística de Gamaliel de Souza, Mixagem a cargo de Gamaliel de Souza e Fábio Gaspar, Masterização a cargo de Paulo Ferreira (Oficina de Áudio e Vídeo), Design Gráfico a cargo de Delin Fotolitos São Paulo e Supervisão Gráfica a cargo de Cláudio Godoy. Gravado no Beck Studio (Ituiutaba-MG) e distribuído pela Caravelas / Sony Music. Destaque para as músicas "Pousada de Boiadeiro" (Tião Carreiro - Dino Franco), "Guerreiro do Asfalto" (Donizete Santos - Tião Carreiro), "Aquarela Sertaneja" (Luiz de Castro - Tião Carreiro), "Em Tempo de Avanço" (Lourival dos Santos - Tião Carreiro) e "Versos aos Pés do Homem" (Geraldino - Tião Carreiro).



"Do Jeito Que O Povo Gosta", produzido por S. B. F. Simbrasil Fonográfica, também contou com a participação de Gamaliel de Souza na Bateria e Percussão, no Baixo e nos Violões; Geraldo Viola e Marcos Violeiro na Viola, além de Wilsinho e Thiago no Arcordeon. O CD também contou com a Direção de Lançamento de Donizete Santos, Coordenação Geral de Alexandre Santos, Produção de Gamaliel de Souza, Mixagem a cargo de Fábio Gaspar, Design Gráfico a cargo de Delin Fotolitos São Paulo e Supervisão Gráfica a cargo de Cláudio Godoy. Distribuído pela Caravelas / Sony Music.


Destaque para as músicas "Perdido na Madrugada" (Benedito Seviero - Geraldo Viola), "Do Jeito Que o Povo Gosta" (Donizete Santos), "Velho Amor" (Donizete Santos - Tião Carreiro) e "Chamada a Cobrar" (Donizete Santos - Tião Carreiro)..


Como "nem tudo é perfeito", a dupla "Geraldo Viola e Dino Guedes" continuou existindo com o mesmo nome e mesma grafia, no entanto, o Geraldo Viola da formação inicial da Dupla formou por um curto período uma nova Dupla com o Paranaense, o mesmo da Dupla Goiano e Paranaense, excelente Dupla que se desfez no início de 2008, e que se juntou novamente no início de 2009. A título de curiosidade, Geraldo Viola, passou a escrever seu nome com "dois éles" no nome da nova Dupla formada com o Paranaense ("Geralldo Viola e Paranaense") para diferenciar do nome da Dupla anterior, já que o Dino Guedes formou Dupla com novo parceiro, mantendo no entanto, o nome original da dupla "Geraldo Viola e Dino Guedes".


Certas trocas de parceiros de Duplas realmente"fundem a cuca" de quem tenta escrever a História das mesmas... "Geraldo Viola e Dino Guedes" continuou existindo como Dupla, no entanto, não era mais o Geraldo Viola do início da respectiva Dupla; era um novo parceiro. E o Geraldo Viola da respectiva Dupla, em seu início, era o mesmo Geralldo Viola que integrou a Dupla "Geralldo Viola e Paranaense", de curta duração, já que a Dupla Goiano e Paranaense voltou a se unir no início de 2009...


E, "para fundir a cuca mais ainda", consta que Geraldo Viola chegou a cantar em Dupla com Pantaneiro, que era na verdade o Marcão, que tocava Violão com a Dupla Divino e Donizete, além de também ter participado eventualmente em apresentações das Duplas Liu e Léu e Zeca e Zico Filho.



Geraldo Viola, algum tempo depois, voltou a cantar em Dupla com Darci Laurindo Barbosa, o Pantanal, e a Dupla durou até o dia 31/08/2013, quando Geraldo, vítima de câncer, partiu para o Oriente Eterno... Seu último suspiro se deu em Barretos-SP...

FONTE

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