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sexta-feira, 23 de maio de 2008

Agostinho dos Santos



Agostinho dos Santos (São Paulo, 25 de abril de 1932 — Paris, 12 de julho de 1973) cantor e compositor brasileiro, iniciou sua carreira no início dos anos 1950, como crooner da orquestra de Osmar Milani, na capital paulista. Nessa época, chegou a participar de alguns programas de calouros.

Em 1951, por indicação do trompetista José Luís, foi contratado pela Rádio América de São Paulo. Anos depois, seria contratado pela Rádio Nacional paulista. Gravou o primeiro disco em 1953 pelo selo Star com o samba "Rasga teu verso", de Sereno e Manoel Ferreira.

Em 1955, Agostinho foi para o Rio de Janeiro cantar com Ângela Maria e Sílvia Telles e a Orquestra Tabajara, na Rádio Mairynk Veiga e gravou, no ano seguinte, o LP "Uma Voz e seus Sucessos", com músicas de Tom Jobim e Dolores Duran.

No mesmo ano, assinou contrato com a gravadora Polydor e lançou a toada "O vendedor de laranjas", de Albertinho e Heitor Carilo e o fox "A última vez que vi Paris", de J. Kern com versão de Haroldo Barbosa.

Em 1956, gravou seu primeiro sucesso: a valsa "Meu benzinho", de Hawe, Gussin e Caubi de Brito. Por conta dessa música, recebeu os troféus Roquette Pinto e Disco de Ouro.

“Meu Benzinho", de versão de “My Little One", sucesso na voz do norte-americano Frankie Lane. No Brasil, a versão "Meu Benzinho", vendeu mais cópias que a gravação original.



Também no mesmo ano, Agostinho gravou a primeira composição de sua autoria, o samba "Vai sofrendo", parceria com Vicente Lobo e Osvaldo Morige. Nesse mesmo ano, recebeu seu primeiro Disco de Ouro.

Com uma voz suave, muito bem colocada e de boa potência, o cantor paulista começou gravando - como todos os seus contemporâneos - um repertório eclético. Mas sua veia romântica era mesmo a mais forte e mais pertinente ao seu timbre.

Em 1957, gravou com acompanhamento da orquestra de Valdomiro Lemke os sambas canção "Chove lá fora", de Tito Madi e "Maria dos meus pecados", de Jair Amorim e Valdemar de Abreu. No mesmo ano, gravou a marcha "Maria Shangay", do jornalista e colunista social Ibrahim Sued, Alcyr Pires Vermelho e Mário Jardim.


(Dirigido por Victor Lima, o filme "É de Chuá" de 1957 tinha como estrela a então vedete Renata fronzi. Entre os números musicais Agostinho dos Santos cantando a marchinha "Maria Xangai" de Ibrahim Sued, Alcyr Pires Vermelho e Mario Jardim.)

Ainda em 1957, Agostinho lançou pela Polydor o LP "Uma voz e seus sucessos", trazendo entre outras, "Desolação", de Othon Russo, "O amor não tem juízo", de Fernando César e "Esquecimento", de Fernando César e Nazareno de Brito. Nesse ano, recebeu seu segundo Disco de Ouro.



O cantor Agostinho teve uma rápida passagem pelo rock'n'roll nos anos 50, gravando "Até Logo, Jacaré", versão de Julio Nagib para "See You Later, Alligator", de Bill Halley & His Comets.

O sucesso de Agostinho dos Santos ultrapassou rapidamente as fronteiras brasileiras. Chile, Uruguai, Argentina, Venezuela, México, Itália, Portugal, Alemanha, França e Estados Unidos foram alguns dos
países que o acolheram.

Em 1958, Agostinho gravou com a orquestra de Valdomiro Lemke os sambas canção "Por causa de você" e "Estrada do sol", de Tom Jobim e Dolores Duran e "Se todos fossem iguais a você", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Foi agraciado no mesmo ano com seu terceiro Disco de Ouro.



No mesmo ano, transferiu-se para a RGE e lançou a valsa "Meu castigo", de Onildo Almeida e o samba canção "Doi muito mais a dor", de Vadico e Edson Borges com acompanhamento da orquestra RGE dirigida por Enrico Simonetti. Também no mesmo ano, gravou os sambas canção "Chega de saudade", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes e "Balada triste", de Dalton Vogeler e Esdras Silva, com os quais fez grande sucesso.

Lançou também no mesmo período o LP "Agostinho espetacular", com obras como: "Um olhar, um sorriso", de Guerra Peixe, "Tu és a dona de tudo", de Nazareno de Brito e Alcyr Pires vermelho e "Forças ocultas", de sua parceria com Antônio Bruno.

Ainda em 1958, lançou o LP "Antônio Carlos Jobim e Fernando César na voz de Agostinho dos Santos", no qual interpretou, entre outras, "Eu não existo sem você", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes e "Foi a noite", de Tom Jobim e Newton Mendonça e "Graças a Deus" e "Segredo", de Fernando César.

Por causa desse elepê, recebeu o convite de Tom Jobim e Vinícius de Morais para ser o intérprete da trilha de ambos para o filme "Orfeu do carnaval", de Marcel Camus, que lhe rendeu dois grandes sucessos: "Manhã de carnaval", de Luiz. Bonfá e Vinicius de Moraes e "A felicidade", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.



Em 1959, gravou os sambas canção "Canção de amor" e "Manhã de carnaval", de Luiz Bonfá e Antonio Maria e "A felicidade", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, todos com grande sucesso. Gravou também a "Balada do homem sem Deus", de sua autoria e Fernando César com acompanhamento da orquestra RGE regida por Enrico Simonetti.

Balada do Homem Sem Deus - Agostinho dos Santos


No mesmo ano, gravou o LP "O inimitável Agostinho", também pela RGE, disco que incluía sucessos como "Hino ao sol", de Tom Jobim e Billy Blanco, "Eu sei que vou te amar", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, "Fim de caso", de Dolores Duran e "Feitio de oração", de Noel rosa e Vadico. Nesse ainda, recebeu seu quarto Disco de Ouro consecutivo.

Em 1960, gravou os sambas canção "Cantiga de quem está só", de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, "Leva-me contigo", de Dolores Dura e os sambas "Saudade querida", de Tito Madi e "Chuva para molhar o sol", de sua autoria e Edson Borges.

No mesmo ano, lançou o LP "Agostinho, sempre agostinho", com "Amor em paz", de Tom jobim e Vinicius de Moraes, "Dindi", de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira e "Na solidão da noite", de Tom Jobim.

No ano seguinte, gravou o samba canção "Nossos momentos", de Haroldo Barbosa e Luiz Reis e o samba "Distância é saudade", de sua autoria.

Nesse mesmo ano, a RGE lançou o LP "Agostinho canta sucessos", que trazia sucessos da época como "Mulher de trinta", de Luiz Antônio, "Por quem sonha Ana Maria", de Juca Chaves, "Serenata suburbana", de Capiba e "Negue", de Enzo de Almeida Passos e Adelino Moreira.

Em 1962, gravou o cha cha cha "Eu e tu", da dupla Jair Amorim e Evaldo Gouveia, o fox "Suave é a noite", de Webster e Fain, com versão de Nazareno de Brito e o bolero "Aqueles olhos verdes", de Menendez e Utrera, com versão de Braguinha.

No mesmo ano, participou do Festival de Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova York (EUA), como cantor, acompanhado pelo conjunto de Oscar Castro Neves. Também no mesmo ano, saiu o LP "Presença de Agostinho", com "Nossos momentos", de Luiz Reis e Haroldo Barbosa, "Mãos calmas", de Luiz Bonfá e Ronaldo Bôscoli e "canção para acordar você", de Tito Madi.

Em 1963, gravou em dueto com a cantora Rosana o "Samba em prelúdio", de Vinicius de Moraes e Baden Powell.

No mesmo ano, lançou o LP "Vanguarda", no qual interpretou várias composições da dupla Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, tais como "Além da imaginação", "Amor a 120", "Tefefone" e "Negro".

Fez várias excursões ao exterior, tendo se apresentado no Chile, Argentina, México, Itália, Portugal e nos Estados Unidos, onde cantou ao lado de Johnny Mathis, cantor popular americano de herança multirracial.

TV 50 Anos Johnni Matis e Agostinho dos Santos



(Um encontro entre os brilhantes cantores Agostinho dos Santos e Johnny Mathis em 1964, na TV Excelsior. A música que Agostinho começa a cantar é Manhã de Carnaval, de Luís Bonfá)

Na Itália atuou ao lado da cantora Caterina Valente, grande sucesso na época. Em seu primeiro álbum,
Caterine fez sucesso  com as músicas: “Malagueña” e “A Brisa e Eu”, recordes de permanência nas paradas musicais, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, vendendo milhares de cópias.

Eclética, Caterina rapidamente percebeu o potencial do calypso, samba, cha cha cha e bossa nova, que faziam sucesso na América, no final da década de 50, e foi uma das primeiras a interpretar os novos ritmos para as platéias européias, conseguindo a proeza de ser uma cantora globalizada, antes mesmo que o termo houvesse sido criado, pois nasceu em Paris filhas de pais italianos, viajava com um passaporte alemão, fez sucesso e ganhou prêmios em todos os continentes, com 1500 canções gravadas, em 12 idiomas diferentes.

Em 1966, Agostinho lançou pelo selo Elenco o LP "Agostinho dos Santos", com destaque para "O canto de Ossanha", de Baden Powell e Vinicius de Moraes, "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, "Favelado", de Zé Kéti e "Preciso aprender a ser só", de Paulo Sergio Valle e Marcos Valle.

Em 1967, gravou o elepê "Música nossa", pelo selo Ritmos/Codil no qual interpretou "Travessia", de Milton Nascimento e Fernando Brant, música que ele havia indicado, juntamente com "Maria minha fé" e "Morro Velho", ambas também de Milton Nascimento ao diretor artístico do II FIC, do Rio de Janeiro, o maestro Elmir Deodato, o que transformaria no primeiro padrinho artístico do futuro astro da MPB.

Para o crítico de música Augusto Duarte, Agostinho teve grande responsabilidade sobre os primeiros passos de Milton Nascimento: "Foi ele quem inscreveu três músicas de Bituca, sem que soubesse, num festival da canção que abriu as portas para Milton e e todo o Clube da Esquina".

Este disco incluía ainda "Ponteio", de Capinan e Edu Lobo, "Carolina", de Chico Buarque e "Oferenda", de Lenita e Luiz Eça e "Sim pelo não", de Alcivando Luz e Carlos Coquejo, com a participação especial da então iniciante Beth Carvalho.

Ainda naquele ano, alavancou a participação de Milton Nascimento no II FIC, prestigiando o então desconhecido cantor e compositor em inúmeras entrevistas em que o considerava a "grande revelação da nova MPB".

Agostinho participou, em 1968, do III FIC, da TV Globo (RJ), ocasião em que interpretou a música "Visão", de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar.

Em 1970, gravou pelo selo London/Odeon o LP "Agostinho dos Santos", no qual interpretou "O diamante cor de rosa", de Erasmo Carlos e Roberto Carlos, (A Música "O Diamante Cor de Rosa" faz parte do álbum "Roberto Carlos" (1969) e da trilha do filme "Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa") "Pra dizer adeus", de Edu lobo e Torquato Neto e "Felicia", de José Jorge e Ruy Maurity.

Gravou 25 discos em 78 rpm, pela Star e RGE. Curiosamente, uma de suas últimas gravações foi "Avião", de Maurício Einhorn, Durval Ferreira e Hélio Mateus.

Em 1973, a Continental lançou LP que levou seu nome e que trazia entre outras, "O amor está no ar", de sua parceria com Joab Teixeira, além de antigos sucessos.

Em julho de 2008, o jornal do Brasil publicou reportagem com sua filha Nancy dos Santos, proprietária do bar "Ferradura", na cidade paulista de São José dos Campos que virou um espaço de preservação da memória do cantor com a exibição de capas de discos, fotos e documentos sobre sua carreira.

Nancy dos Santos foi parceira do pai na música "Paz sem cor", que seria apresentada pelo cantor num festival de música que seria realizado na Grécia. Ela, no entanto, não embarcou com o pai que acabaria vitimado no acidente aéreo no aeroporto de Orly na França.

Além de prestar tributo à memória do pai, Nancy dos Santos reivindica que haja um maior reconhecimento sobre a importância artística e histórica do cantor, lembrando que ele foi o mais aplaudido artista no histórico show realizado no Carnegie Hall em 1962.

É ouvir para crer que grande cantor tínhamos. Uma voz para se ouvir à noite, só ou a dois, ou mesmo como pano de fundo, ao receber amigos em casa.

O compositor e cantor brasileiro Agostinho dos Santos faleceu, em 1973, em trágico desastre aéreo nas imediações do Aeroporto de Orly em Paris, no Vôo Varig 820. Considerado o dono de uma das mais belas voz masculina da MPB surgidas nos anos 50 Agostinho faleceu aos 41 anos de idade. Neste vôo da Varig, também estavam o ex-chefe do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) do governo Getúlio Vargas, Filinto Müller, e o jornalista Júlio Dellamare.

Homenagem: Coletânea Pérolas

A Coletânea Pérolas, que a Som Livre lançou em 2000, resgata sua fase RGE (de 1958 a meados dos anos 60), na qual gravou seis preciosos LPs. A seleção privilegia temas mais chegados ao universo bossanovístico em que o cantor pegou carona e que traçou com maestria.

Que ninguém estranhe sua aproximação com autores da bossa, pois quando Tom Jobim ainda não era muito conhecido, o cantor Agostinho já havia sido o pioneiro a dedicar um LP na Polydor às composições do maestro (dividindo-o com as do então mais famoso Fernando César, que colecionava sucessos nas vozes dos maiores cantores do rádio da época, como Doris Monteiro e Angela Maria).

Essa familiaridade com a bossa provinha também de ter sido o intérprete escolhido para defender as sofisticadas: "A Felicidade" (Tom e Vinicius) e "Manhã de Carnaval" (Antonio Maria e Luiz Bonfá) - que se tornariam alguns dos maiores sucessos do cantor -, na trilha do filme Orfeu Negro.



Portanto, Tom, Vinicius de Moraes, Roberto Menescal, Bôscoli, Carlos Lyra, Newton Mendonça, Oscar Castro Neves e Baden Powell são alguns dos autores que ganham as sempre agradáveis inflexões vocais de Agostinho na compilação.

Mesmo depois de tantas regravações, Eu Sei que Vou Te Amar, Desafinado, Chega de Saudade, Primavera, Samba de uma Nota Só, Dindi, O Barquinho e Chora Tua Tristeza... ainda soam interessantes nas versões do cantor Agostinho, um dos primeiros a gravá-las.

De quebra, há três sambas-canções clássicos: Fim de Caso e A Noite do Meu Bem (Dolores Duran) e outro de seus grandes sucessos, Balada Triste (Dalton Vogeler/ Esdras da Silva), que disputou com a versão de Angela Maria em 58 a preferência dos ouvintes.

**Balada Triste - Agostinho dos Santos


Gostei dessa música... magnifica interpretação!!! Por isso: o BIS!!

"Estrada do sol", de Tom Jobim e Dolores Duran




Você Sabia?
  • Nancy dos Santos, filha do cantor Agostinho dos Santos, nascida em São Paulo aos 29/10/1953, é a detentora da memória da carreira de seu querido pai. Proprietária do "Bar a Ferradura", reduto da boa música e dos boêmios, na cidade de São Bernando do Campo/SP. Nancy decorou as paredes com discos, fotos e documentos sobre Agostinho dos Santos. Há também o lugar reservado para os músicos - isso é o que lá não falta, por lá!

    FONTE
wikipédia

Dicionário MPB

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