Durval Ferreira (Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 1935 — Rio de Janeiro, 17 de junho de 2007) foi um compositor, violonista, guitarrista, arranjador e produtor musical brasileiro. A mãe de Durval era bandolinista, e vêm daí suas primeiras ligações musicais. Com ela e com um irmão mais velho, seresteiro, iniciou-se no violão. O restante da sua educação musical nasceu do convívio com outros músicos.
"Comecei ouvindo a MPB de raiz na rádio Nacional, Orlando Silva, Chico Alves e fui caminhando para Geraldo Pereira, Trio Surdina, Garoto, Valzinho. Fui subindo na escala harmônica." (Durval Ferreira)
Durval fazia parte de um grupo de músicos que, na Zona Norte do Rio de Janeiro, reunia-se na casa do empresário e baterista Everardo Magalhães. Do grupo faziam parte Bebeto (posteriormente membro do Tamba Trio), João Donato e, ocasionalmente, Johnny Alf.
"Ele [Everaldo] emprestava o instrumento para a gente e nas reuniões aparecia até o João Gilberto numa época em que o Lúcio Alves ainda morava na 28 de Setembro, na Vila [Isabel]".
Em 1958, mudou-se para o Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde conheceu o gaitista Mauricio Einhorn, parceiro musical de algumas de suas composições mais conhecidas. "Ele me aplicou de Stan Kenton a George Shearing. Não posso negar minha influencia do jazz. Ouviamos Charlie Parker sem parar". Completava-se, assim, a formação musical de Durval Ferreira.
Durval compôs clássicos da bossa nova, como Estamos Aí e Tristeza de Nós Dois.
Suas músicas foram gravadas por Wes Montgomery, Sarah Vaughan, Herbie Mann, Claudette Soares e Leny Andrade, entre outros.
Desde 1958 no meio musica, Durval Ferreira é referência em bossa nova. Entre seus maiores sucessos, destacam-se "Batida diferente" (c/ Maurício Einhorn), "Chuva" (c/ Pedro Camargo), "Estamos aí" (c/ Maurício Einhorn e Regina Werneck), "Moça flor" (c/ Lula Freire) e "Tristeza de nós dois" (c/ Maurício Einhorn e Bebeto Castilho).
Batida Diferente
(Homenagem a Durval Ferreira, autor de "Batida Diferente" e tantas outras músicas que foram sucesso na época da bossa-nova. Aqui ele se apresenta com Leny Andrade, no Rio de Janeiro, em junho de 2005).
(11) 2225-5759 amanda@amandabravo.com
Em 1958, compôs a canção "Sambop" (c/ Maurício Einhorn), registrada, dois anos depois, por Claudette Soares, no LP "Nova geração em ritmo de samba".
Em 1959, participou do "Festival de bossa nova", realizado no Liceu Franco Brasileiro, e do show de bossa nova da Faculdade de Arquitetura da UFRJ, ambos no Rio. Nessa época, formou seu primeiro conjunto, com o qual acompanhou, como guitarrista, a cantora Leny Andrade, que fez muito sucesso interpretando suas composições "Batida diferente" (c/ Maurício Einhorn) e "Estamos aí" (c/ Maurício Einhorn e Regina Werneck).
Em 1962, fez parte do conjunto de Ed Lincoln e do Sexteto Bossa Rio, de Sergio Mendes, com o qual se apresentou no Festival de Bossa Nova, realizado no Carnegie Hall de Nova York, nos Estados Unidos, onde gravou também com o saxofonista norte-americano Cannonball Adderley.
Ainda na década de 1960, atuou com o Tamba Trio e liderou o conjunto Os Gatos, com o qual gravou os LPs "Aquele som dos Gatos" (1965) e "Os Gatos" (1966), lançados pela Philips.
Foi membro do júri do III e do IV Festival Internacional da Canção (RJ). Compôs vinhetas para a Rádio Nacional FM (RJ) e, com Orlandivo, para a Rádio Nacional AM (RJ).
Exerceu o cargo de diretor artístico das gravadoras BMG, RGE, CID, Line Records, Impacto Music e PolyGram, tendo sido responsável pelo lançamento de artistas como Sandra de Sá, Emílio Santiago e Joanna, entre outros.
Foi o responsável pela produção do projeto "Bossa Nova - História, Som e Imagem" (Spala/Caras).
Co-produziu, com Aloysio de Oliveira, os discos "O som brasileiro de Sarah Vaughn" e "Miúcha e Tom Jobim".
Vem realizando, em teatros e casas noturnas, projetos musicais e culturais, com destaque para os shows "O som brasileiro de Denise Pinaud", "Para os intimos, muito prazer - Lysias Ênio", contando com a participação de artistas como João Donato, Roberto Menescal e Wanda Sá, entre outros.
Apresenta-se, também, com seu próprio grupo Estamos Aí.
Juntamente com Charles Gavin, do grupo Titãs, vem realizando assessoria para o selo inglês Whatmusic.com, inaugurado em março de 2001, cuja especialidade é a edição de vinis de 180 gramas ou CDs de embalagem digipack fiéis aos originais, para comercialização mundial.
Em 2003, venceu um festival de música em Jacareí (SP), com sua canção "Antonio Brasileiro" (c/ Tibério Gaspar), dedicada a Tom Jobim.
Lançou, em 2004, o CD "Batida diferente", contendo suas canções "Nuvens" e a faixa-título, ambas com Maurício Einhorn, "Chuva" e "Verdade em paz", ambas com Pedro Camargo, "E nada mais" e "Moça flor", ambas com Lula Freire, "Estamos aí" (c/ Maurício Einhorn e Regina Werneck), "Nostalgia da Bossa" (c/ Regina Werneck), "Tristeza de nós dois" (c/ Bebeto e Maurício Einhorn), "São Salvador" (c/ Aglaê), "Vivendo de ilusão" (c/ Orlando Henriques) e "I love you", além de "Alegria de viver" (Luiz Eça). Nesse mesmo ano, fez show no bar Partitura (RJ). Também em 2004, apresentou-se, ao lado de Johnny Alf, João Donato, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Wanda Sá, Pery Ribeiro, Leny Andrade, Eliane Elias, Marcos Valle, Os Cariocas e Bossacucanova, no espetáculo "Bossa Nova in Concert", realizado no Canecão (RJ). O show foi apresentado por Miele e contou com uma banda de apoio formada por pelo próprio violonista, ao lado de Adriano Giffoni (contrabaixo), Marcio Bahia (bateria), Fernando Merlino (teclados), Ricardo Pontes (sax e flauta) e Jessé Sadoc (trompete), concepção e direção artística de Solange Kafuri, direção musical de Roberto Menescal, pesquisa e textos de Heloisa Tapajós, cenários de Ney Madeira e Lídia Kosovski, e projeções de Sílvio Braga.
Em 2005, apresentou-se no J Club, piano-bar da Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa (RJ), ao lado de Paulo Midosi (piano), Haroldo Cazes (baixo) e José Boto (bateria), interpretando composições próprias e músicas de Tom Jobim, Roberto Menescal e Carlos Lyra.
Entre seus maiores sucessos, destacam-se "Batida diferente" (c/ Maurício Einhorn), "Chuva" (c/ Pedro Camargo), "Estamos aí" (c/ Maurício Einhorn e Regina Werneck), "Moça flor" (c/ Lula Freire) e "Tristeza de nós dois" (c/ Maurício Einhorn e Bebeto Castilho).
Constam da relação dos intérpretes de suas canções vários artistas, como Baden Powell, Ed Lincoln, Roberto Menescal, Tamba Trio, Sexteto Bossa Rio, Leny Andrade, Pery Ribeiro, Emílio Santiago, Sergio Mendes, Eumir Deodato, Agostinho dos Santos, Elizeth Cardoso, Wilson Simonal, Chico Feitosa, Claudette Soares, Geraldo Vespar, Johnny Alf, Elis Regina, Sílvio César, Marisa Gata Mansa, Os Cariocas, Marcos Valle, João Donato, Clara Nunes, Ângela Maria, Milton Banana, Walter Wanderley, Leila Pinheiro, Wanda Sá, Mauro Senise, Wes Montgomery, Sarah Vaughan e Herbie Mann, entre outros.
Nos últimos trinta anos de vida, Durval Ferreira dedicava-se à produção de discos comerciais. Como produtor, lançou os cantores Emílio Santiago, Joanna e Sandra de Sá. Apesar da longa carreira, só em 2004 ele gravou seu único disco solo, Batida Diferente, que foi elogiado pela crítica.
O músico, compositor e produtor Durval Ferreira, 72, morreu, às 13h25 deste domingo (17/06/2007), na Clínica São Carlos, em Humaitá (zona sul do Rio), vítima de câncer. Foi enterrado no cemitério São João Batista, em Botafogo (zona sul).
Show em homenagem ao grande compositor, violonista, arranjador e produtor musical: Durval Ferreira. Um dos grandes ícones da Bossa Nova, promovido por sua filha, Amanda Bravo. A noite contou com diversas participações especiais de amigos, parceiros e intérpretes que fizeram parte de sua história
FONTE
GUANABARA RECORDS
Nenhum comentário:
Postar um comentário