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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Waltel Branco


Adorável música da Pantera Cor de Rosa... A Pantera Cor-de-Rosa é uma pantera fictícia que apareceu originalmente em 1963, na abertura do filme The Pink Panther.

O sucesso foi enorme e fez com que fosse produzida uma série de desenho animado. Os mais de 120 episódios tiveram em média seis minutos de duração. As aventuras da personagem eram acompanhadas pela famosa música de Henry Mancini e Waltel Branco, The Pink Panther Theme. O desenho foi produzido pelo estúdio de animação americano DePatie-Freleng Enterprises, de 1964 a 1980.

A Pantera Cor de Rosa - O carro Da Pantera

Waltel Branco(Paranaguá/PR, 22 de novembro (dia do músico) de 1929) é maestro, compositor, regente, arranjador, diretor musical, violonista, guitarrista, contrabaixista, produtor musical e professor, especialista em trilhas para novelas e cinema, Waltel Branco é um dos principais músicos do Paraná.

Nascido em Paranaguá, em 1929, Waltel teve entre seus mestres Bento Mossurunga, Oscar Cáceres, Padre Penalva , Stanley Wilson, Alceo Bocchino, Mário Tavares e Cláudio Santoro.

De uma família em que a música fazia parte, iniciou-se nesta arte já muito cedo, por meio da bateria, do violão e posteriormente do cavaquinho e violoncelo, vindo ainda a estudar harpa e órgão. Sua infância e adolescência foi marcada pelo estudo da música e religião alternando entre as cidades de Curitiba e Rio de Janeiro.

Seus estudos musicais se consolidaram no período em que esteve no seminário com o chileno Joquín Zamacois. Entre seus mestres da época, nomes como Bento Mossurunga, Padre José Penalva, Jorge Koshag, Stanley Wilson e Alceo Bocchino contribuíram para sua formação.

Em Curitiba formou uma jazz-band junto com seu irmão Ismael Branco bateria e com a então revelação Gebran Sabag piano.

Em 1949 rumou para o Rio de Janeiro e em seguida para Cuba ainda na juventude juntamente com a cantora Lia Ray para ser o arranjador, diretor musical e violonista do conjunto que formaram.

Em Cuba, o governante Fidel Castro solicitou ao maestro Quem Brower que recuperasse a autenticidade da música cubana, e para tanto, Waltel foi chamado.

Neste país, teve a oportunidade de tocar com Perez Prado, Mongo Santamaria e Chico O’Farrel ajudando a criar a mistura de jazz, música cubana e brasileira que veio a alterar a Salsa e posteriormente influenciar o Jazz-fusion do qual Waltel é considerado um dos precursores.

Nos anos 40 e 50 residiu em Cuba, Estados Unidos e Rio de Janeiro. Tocou com Lia Ray, Perez Prado, Mongo Santamaría e Chico OFarrel.

Em 1950, mudou-se para os Estados Unidos, quando estudou música incidental com o, em Cuba, e Franco Rosolino, Charles Mariano, Sam Noto, Mel Lewis e Max Bennet, nos Estados Unidos.

Nos Estados Unidos por volta de 1952/53 integrou o trio do baterista Chico Hamilton, voltando ao Brasil teve importância fundamental na formatação da Bossa Nova morando em uma pensão junto com João Gilberto, com quem desempenhou longa parceria sendo arranjador e amigo desde então.

Depois de pequenas passagens pela Europa e Ásia Waltel decide estudar música e trilha sonora, rumando novamente aos Estados Unidos onde teve contato com a música incidental do maestro Instanley Wilston e com o violonista Sal Salvador, que por sua vez tocava com Nat King Cole, com quem Waltel veio a formar um trio além de produzir um disco para o irmão Fred Cole e para a filha Natalie Cole.

Mais tarde conheceu a cantora Peggy Lipton (que casou-se com Quincy Jones) e sua irmã Lede Saint-Clair, com quem veio a se casar.

Com a carreira agitada pelo jazz e pela música erudita em meio a grandes nomes acabou por conhecer o maestro Henry Mancini e a integrar a equipe que este comandava, responsável por várias trilhas sonoras e composições, entre as quais a famosa Pantera Cor-de-Rosa.


Ainda nos Estados Unidos trabalhou e gravou com Franco Rosolino, Charles Mariano, Sam Noto, Dizzy Gillespie, Mel Lewis e Max Bennet.

Morando na Espanha acabou por vencer um concurso da Rádio Difusora Francesa e veio a estudar violão com Andrés Segovia, um dos maiores violonistas do mundo.

Em Roma esteve com Chico Buarque, Elis Regina, João Gilberto e diversos outros músicos brasileiros e estrangeiros. Chegou até mesmo à Índia, onde lecionou música ao lado de maestros renomados. Viajou boa parte da Europa e, aliás, boa parte do mundo.

Em 1959, já no Brasil, participa do Lp “Dance Conosco”, que teve participação de João Donato. Depois, integra os grupos Djalma Ferreira e Milionários do Ritmo, Trio Surdina (com o qual grava em 1963 “Trio Surdina em Bossa Nova”) e Meirelles e Os Copa 5.

Foi em 1963, longe de casa, que o maestro veio a se encontrar com o empresário Roberto Marinho que reconhecendo seu talento o chamou para a então jovem Rede Globo onde viria a compor um time seleto de músicos da emissora junto a Radamés Gnatalli, César Guerra Peixe e Guido de Moraes.

No Rio de Janeiro, gravou os discos "Guitarra em Chamas" 1 e 2 juntamente com o violonista Baden Powell e, tendo contato com a então inovadora bossa nova participou dos arranjos de "Chega de Saudade" de João Gilberto, com quem veio a trabalhar por um longo período.

Dois LPs de 1963 são importantes: “Guitarra Bossa Nova” e “Guitarras em Fogo”, ambos com participações de Baden Powell, Neco e Geraldo Vespar. Amigo de Radamés Gnatalli, Waltel participa da gravação histórica da “Suíte Retratos”, com Jacob do Bandolim e sob regência do próprio Radamés.

Em 1965 lança como compositor e arranjador “A turma do bom balanço”, LP que possui, entre outras presenças, de músicos importantes como Dom Salvador, Geraldo Vespar, K-Ximbinho, Edison Machado, J. Meirelles, Neco e Ed Maciel.

Com a inauguração da TV Globo, em 1965, Waltel torna-se diretor responsável por trilhas sonoras de novelas e especiais da emissora. Muitos compositores criaram música em homenagem a Waltel: Radamés Gnatalli, Cláudio Santoro, Guerra Peixe, Laurindo de Almeida, José Menezes, Theodoro Nogueira, Luiz Bonfá e, recentemente, Cláudio Menandro. Regeu diversas orquestras, entre as quais a Orquestra Jovem Santa Cecília, em Roma, a Orquestra de Cordas da CBS, a Orquestra Romanza (para a Som Livre) e a Orquestra Sinfônica de Brasília.

Waltel Branco criou arranjos para João Gilberto, Dorival Caymmi ( “Retirantes”, o tema da novela “A Escrava Isaura”), Rosa Passos, Flora Purim, Maria Creuza, Alceu Valçença, Ney Matogrosso, Vanusa, Zé Kéti, Peri Ribeiro, Carlinhos Vergueiro, Sérgio Ricardo, Dom Um Romão, Toni Tornado, Tim Maia, Jane Duboc e Odair José, entre muitos outros. No seu currículo constam também a produção e direção musical dos LPs de Freddy Cole e Johnny Mathis, gravados para a Som Livre.



Em 1997, recebeu homenagem da Orquestra a Base de Sopros, que lhe dedicou um CD inteiro. Outro CD em sua homenagem foi “Tributo a Waltel Branco”, lançado pelo violonista Cláudio Menandro, trazendo obras inéditas para violão.

Em 2001 o Maestro assumiu a regência da OSPG - Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa/PR, para a qual musicou o poema "Os poentes da minha terra" de Anita Philipovsky.

Em 2004 Waltel Branco foi eleito presidente do Fórum de Música do Paraná, engajando-se na defesa da música brasileira junto as esferas públicas como Câmara Setorial de Música do Ministério da Cultura e Conferência Nacional de Cultura.


Ainda em 2004 é destacado no livro A[des]construção da Música na Cultura Paranaense, de Manoel J. de Souza Neto o que resulta em série de homenagens ao mestre, que constantemente é chamado para receber comendas, ou proferir palestras, entrevistas e participar de eventos acadêmicos onde divide seus conhecimentos.

Além disso, teve um breve relato de sua história contada através do já premiado documentário "Descobrindo Waltel",(2005) de Alessandro Gamo, onde ilustres personalidades como Ed Motta, Roberto Menescal e o Maestro Julio Medaglia entre outros, ajudam a contar a vida do mestre.


Recentemente o comentarista Luiz Nassif escreveu artigo referindo-se a Waltel como grande mestre da música brasileira que ainda espera por reconhecimento.

Gravou quatro discos de música erudita. Na música popular, afora os discos para novela, destacam-se os LPs “Recital”, “Meu balanço”, “Batucada fantástica”, Mancini também é samba” e “Violão em 2 estilos”, este dividido com Rosinha de Valença.

Em CD lançou "Kabiesi", em 1997, “Naipi”, em 2002 e “Meu Novo Balanço”, em 2007, que é o relançamento de “Meu balanço” e algumas músicas inéditas.

Sua vida foi retratada no documentário “Descobrindo Waltel”, de Alessandro Gamo, lançado em 2005. Em 2006, teve várias de suas trilhas para TV relançadas nacionalmente em CD no projeto “Som Livre Masters Trilhas”.


Waltel Branco foi homenageado como “Bicho do Paraná” (1993); “Cidadão Benemérito do Paraná”, concedido pela Assembléia Legislativa do Paraná (1999); e recebeu “Diploma de Honra ao Mérito do Rio de Janeiro” (2000) e “Grão Mestre da Ordem do Pinheiro”, do Governo do Paraná (2002).

O maestro tem inúmeras trilhas, mais de 5000 composições (ao longo da carreira), incontáveis arranjos e participações, além de espetáculos e shows que até hoje realiza em todo o Brasil e exterior.

Waltel Branco tocou com Dorival Caymmi, Nana Caymmi, João Gilberto, fez arranjos para Roberto Carlos, Cazuza, Tim Maia, Djavan, Cartola, Gal Costa, Maria Creuza, Vanuza, Mercedes Sosa, Astor Piazzola, Zé Keti, Peri Ribeiro, Sérgio Ricardo, Tom Jobim, Tomaz Lima e muitos outros, chegando até a fazer um arranjo do Hino Nacional Brasileiro para a Orquestra de Viena executar. Seria difícil encontrar músico brasileiro (e mesmo estrangeiro) com quem Waltel não tenha trabalhado. Teve músicas gravadas por diversos artistas como Elis Regina no Brasil, e Eva Fampas na Grécia.

Alguns dos seus discos de início de carreira são hoje considerados raríssimos e já ultapassam o valor de US$200,00 no mercado para colecionadores.

Atualmente, gozando de sua aposentadoria após mais de 20 anos dedicados a Rede Globo, Waltel reside em Curitiba/PR dedicando-se a muitas atividades, não sendo raros seus concertos em teatros de todo o Brasil e eventualmente do exterior.

Em 2007 lançou o disco "Meu Novo Balanço" com músicas de outros dos seus álbuns e algumas inéditas como "Fera Pantera" na qual, por sugestão de Chico Buarque faz uma versão da música da Pantera Cor de Rosa voltada para educação. Neste ano ainda foi "Artista Homenageado" pelo Festival de Artes do estado do Paraná.

No dia 22 de Novembro de 2008 foi lançado em Curitiba o livro "A Obra para Violão de Waltel Branco", com mais de 40 partituras revisadas por Cláudio Menandro. O livro contém ainda um resumo detalhado de sua biografia.

Mais de 20 discos lançados até 2008, além dos quais foi arranjador ou participou de alguma maneira de aproximadamente 1000 discos históricos da música brasileira.

Waltel Branco fez em 22 de novembro/2010, Dia do Músico, 81 anos. O aniversário começa a ser comemorado em grande estilo nos dias 5, sexta-feira, às 21 horas, e dias 6 e 7, sábado e domingo, às 19 horas, no Teatro da CAIXA, com o recital “A Obra para Violão de Waltel Branco”.


No palco, além do compositor, os virtuoses Ulisses Rocha, Paulo Porto Alegre, Cláudio Menandro e Mário da Silva. No repertório, 21 músicas de Waltel, entre as quais uma obra ainda inédita: o quarteto “Galope e Fugato”. O show terá entrada franca e integra a programação da Caixa Cultural dentro da Corrente Cultural.

A concepção deste recital é de Alvaro Collaço e sucede outro projeto do produtor, este em parceria com Cláudio Menandro: o livro de partituras “A Obra Para Violão de Waltel Branco”, lançado em 2008.

A idéia é trazermos ao público a música de um grande compositor para violão, ainda por ser descoberto pelo grande público, interpretada por virtuoses”, explica Collaço. “O importante agora é que a música de Waltel passe a ser executada por grandes instrumentistas e seja gravada por eles”, diz. Ações neste sentido têm ocorrido: este recital foi mostrado em Porto Alegre no início do ano.

No primeiro semestre de 2011 ocorre o lançamento de um CD com obras de Waltel interpretadas por 20 violonistas.


O que se espera é que o público tenha a mesma descoberta que grandes violonistas do Brasil e exterior tiveram ao conhecerem a obra de Waltel através do livro de partituras”, destaca Álvaro Collaço.

Nele encontraremos valiosas surpresas”, observou o mexicano Francisco Gil. Já o francês Erik Franceries disse ter “descoberto um grande artista”. Para a espanhola Margarita Escarpa, a surpresa não foi diferente: “Eu tenho lido as peças e creio que se trata de música deliciosa”. “Trata-se de uma obra importante e relevante de um artista igualmente assim”, destaca Marcos David, comentário muito similar ao de Edelton Gloeden, para quem a obra de Waltel “é de referência”.


(Descobrindo Waltel - trecho do documentário de Alessandro Gamo, ano 2005).

FONTE


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