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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Armandinho Neves


Músico, Violonista, Compositor, Armandinho Neves ((28/11/1902 em Campinas/SP - faleceu 12/10/1976 São Paulo) antes de decidir-se pela vida artística atuou como jogador na Associação de Sports Athléticos e no Santo Amaro F.C., além de pintor de paredes, ajudante de pedreiro e boiadeiro pelo interior de São Paulo.

Aldeia Black interpreta - "Dona da Bola", de Armandinho Neves



Na adolescência Armandinho conheceu o professor de violino Antonio de Paula Souza, cuja casa freqüentava e para quem assobiava suas composições. O professor anotava as composições, pois Armandinho, nunca aprendeu a ler e escrever música.

Armandinho cresceu no ambiente musical de São Paulo, tendo tido contato direto com grandes violonistas de sua época.
Em 1919 após ver o trio Canhoto-Abigail-Viterbo, violonista, cantora e folclorista, respectivamente, decidiu-se pelo violão.

Armandinho Neves começou a compor em 1923. Ainda em 1923 conheceu os violonistas Gustavinho e José Alves Silva e meses depois passou a apresentar-se no palco do Cine Oberdan ao lado de Walkiria Moreira, Paraguassú, Nestor Amaral e outros artistas de sucesso desta época. Pouco depois passou a trabalhava como violonista do cantor Paraguassú.
Aos 19 anos, transferiu-se para São Paulo onde, em 1925, começou a aprender violão com os irmãos Matoso (Joaquim e José), que se dedicavam a espetáculos circenses. No ano seguinte começou a estudar violão com Larosa Sobrinho, com quem ingressou na Rádio Educadora Paulista (hoje Gazeta).
Em 1925 organizou o primeiro regional da Rádio Educadora Paulista. No ano seguinte conheceu os compositores João Pernambuco (violonista) e Catulo da Paixão Cearense (cantor, poeta e letrtista), com os quais viajou para Santos. Nesta viagem compôs com João Pernambuco o choro "Serrano".

Em 1927, trabalhando como músico profissional, atuou como jogador do Corinthians, sendo um de seus principais artilheiros. Ainda em 1927, conheceu o violonista Américo Jacomino, o popular Canhoto, participando de apresentações por ele organizadas como integrante do conjunto Os Turunas Paulistas.

Neste mesmo ano entrou para a Rádio Educadora Paulista, atuando como solista de banjo em regional. Trabalhou com Américo Jacomino nas "Noites brasileiras" e ainda no conjunto Batutas Paulistanos, de Raul Torres, além de trios, quartetos e outras modalidades de conjuntos.

Um dos grupos pelo qual passou, com o pseudônimo Lampeão, foi Os Chorões Sertanejos, integrado por Raul Torres (Bico Doce), Antonio Del Bagno (Nho Láo), José Alves Silva - o futuro Aymoré - (Ranzinza) e Artur Santana (Azulão).

Participando deste grupo gravou o 78 rpm "Jacaré tá no caminho", pelo Selo Parlophon. Por essa época o conjunto fazia sucesso e apresentava-se em vários pontos da capital paulistana, entre eles Cine São Carlos, Cine Roma, Cine Paulistano, Cine Glória, Circo Piolim-Alcebíades, Cine Santa Helena, Cine Victória e Cine Central.

No ano seguinte, em 1928, com a morte de Canhoto, passou a trabalhar na Radio Sociedade Record, organizando o primeiro regional da emissora, do qual seria líder durante um período de 30 anos. Nesta emissora trabalhou como arranjador, preparador de grupos e cantores.
Em 1930, Armandinho Neves tocou para o violonista paraguaio Augustín Barrios. No mesmo ano, gravou com Larosa Sobrinho, na Parlophon, o cateretê "Casamento na roça" e o choro "Sem querer", ambas de Lorosa Sobrinho.

Compôs peças para violão, nos mais variados gêneros, como valsas, choros, gavotas, tarantelas etc.

De sua produção, destacam-se os choros "Mafuá", "Maxixe nº1" e "Choro em dó menor", peça que participou de concurso promovido pela Rádio Nacional.



Como violonista atuou em importantes conjuntos regionais. Armandinho acompanhou a primeira gravação de Carmen Miranda e Sílvio Caldas e foi escolhido para acompanhador do exigente violonista Rogério Guimarães. Como solista fez em 1938 gravação em disco de 78 rpm para o selo Decelith.
Foi funcionário público da Secretaria do Estado e Saúde Pública, aposentando-se em 1955.

Em 1957, José Menezes gravou o choro "Mafuá", na Sinter.
Em 1961 afastou-se da Rádio Record.

Em 1966 “Mafuá” foi regravada pelo cantor Aymoré.

Em 1970, Geraldo Ribeiro incluiu composições suas no LP que lançou na Fermata naquele ano.

Suas composições foram gravadas por diversos artistas, entre os quais Garoto, Rago, Aymoré e Geraldo Ribeiro. Armando Neves foi um grande violonista paulista pouco conhecido fora de São Paulo.

Seus choros foram recentemente gravados em CD pela violonista Paola Picherzky, violonista do quarteto de violões Quaternaglia (www.myspace.com/quaternaglia e http://www.quaternaglia.com.br/) e do grupo As Choronas (www.myspace.com/choronas e http://www.choronas.com.br/). O CD da Paola tocando 18 choros do Armandinho Neves pode ser adquirido em http://www.mubi.com.br/ .




FONTE

Dicionário MPB

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