Campo Grande - Nenete e Dorinho
Nenete iniciou a carreira no início dos anos 1940, tendo formado sucessivas duplas com Ninote, Nininha, Ninão, Zé Pinhão e Luizinho. Atuou ainda na Rádio Record com o Trio Saudade, formado por ele, Ninão e Nininha. O trio apresentou-se até 1955 no programa "A hora dos municípios", comandado por Genésio Arruda.
Com o nome artístico de Limeira, adotado durante algum tempo, fazendo dupla com Luizinho, apresentou-se na Rádio Tupi nos programas "Alma da terra" e "Imagens do sertão".
Dorinho, desde criança, começou a cantar e tocar cavaquinho.
Estreou, em 1949, em rádio na cidade de Ourinhos, cantando no Trio Bernardinense.
Em 1950, mudou-se para São Paulo, formando a dupla Doro e Dorinho, que se apresentou durante algum tempo no programa "Mutirão do Sumaré", comandado pela dupla Brinquinho e Brioso. Quando participou do Concurso de Violeiros do IV Centenário da Cidade de São Paulo, conheceu Nenete, formando dupla com este um pouco depois.
Em 1955, contratados pela RCA Victor lançaram o primeiro disco, cantando a toada "O milagre das rosas", do Padre Ciro Turino, com declamação de Biguá, e o cururu "Toca sino", de autoria da dupla. Em seguida, a dupla gravou o rasqueado "Linda matogrossense", de Palmeira e Teddy Vieira, e a guarânia "Ingrata", de Nenete.
Em 1956, gravaram o valseado "Fez a cabocla chorar", de Geraldo Queiroz e Piraci; o rasqueado "Beija-flor", de Palmeira; a toada "Lágrimas de pai", de José Fortuna; a valsa "Seu aniversário", de Anacleto Rosas Júnior, e as modas-de-viola "Dia de finados", de Teddy Vieira e Benedito Seviero, e "Amor repentino", de Nenete e Dorinho.
Baile em Ponta Porã
No ano seguinte, a dupla gravou a polca "Regresso", de Biá e José Fortuna; o corrido "Vinte anos", de F. Valdez com versão de Juraci Rago; o rasqueado "Baile em Ponta Porã", de Raul Torres; a moda-campeira "Sou matogrossense", de Raul Torres e Tertuliano Amarilha; a racheira "Você", de Teddy Vieira e Palmeira e o tango "Caminho da amargura", de Nenete e Orlando Guilherme.
Sou matogrossense
Em 1958, gravaram os corridos "Ranchinho alegre", de F. Bermejo e versão de Ariovaldo Pires; "Mexicanita", de Anacleto Rosas Júnior, e "Vinte anos depois", de Nenete, Dorinho e Roque de Almeida, e o rasqueado "Borboleta", de Nenete, Dorinho e Palmeira; um dos grandes sucessos da dupla, o tango "Meu perdão", de Braz Hernandez e Zilo, e a rancheira "Teu castigo", de Ventura Romero e Valdomiro Ortênsio.
Em 1959, gravaram a polca "Caprichosa", de Nenete e Nardeli, as rancheiras "Dois punhais", de Nízio e Teddy Vieira; "Penas de minh'alma", de F. Valdez e versão de Teddy Vieira e N. Gomes, também sucesso da dupla; o tango "Página esquecida", de Nenete, Dorinho, e Augusto Faria; a toada "Recordação", de Nenete e Goiá; as rancheiras "Velhos amigos", de José Alfredo e Ado Benatti; "Esqueça meu nome", de Nenete e Dorinho, e a guarânia "Vida de minha vida", de Nízio e Teddy Vieira.
Nesse ano a dupla lançou um LP pela RCA Victor que, além de músicas já lançadas em discos de 78 rpm, incluiu as composições "Rancho alegre", de Felipe Bermejo e Capitão Furtado, e "Fez a cabocla chorar", de Geraldo Queiroz e Piraci.
Em 1960, a dupla gravou mais quatro discos em78 rpm, interpretando as rancheiras "O amor cabe em todo lugar", de Nenete e Dorinho; "Saudades de Pirassununga", de Nenete e Margarida Padilha; e "Alma ferida", de Nenete e Dorinho; a toada "A seca do nordeste", de Nenete e João Pacífico; o corrido "Louco de amor", de Nenete e Dono da Noite; a toada-baião "Encruzilhada", de Angelino de Oliveira, outro sucesso da dupla, e os tangos "És mulher e nada mais", de Zarda Lopes e Nenente, e "Tango da saudade", de Nenete e Nardelli.
No mesmo ano, foi lançado um LP que incluiu ainda as músicas "Cego de amor", de Odilon Faria, Crisostomo e Nenete; "Não quero voltar", de Alceu Carlos Lour; "Desilusão", de Benedito Seviero e Nizio; "Canto ao Paraguai (Canto Al Paraguay)", de H. Altinier, E. Cardoso e S. A. los Rios; "Meu tormento", de Sebastião Victor e Tuta; "Saudade", de Nilo Tadeu e Waldir Cardoso; "Canção do meu amor", de Dono da Noite e Dorinho; "Deusa dos meus sonhos", de Ariovaldo Pires e Nenete e "Maria", de Anacleto Rosas Júnior e Luis Rosas.
Em 1961, gravaram a rancheira "Alma ferida", de Nenete e Dorinho; o tango "Tango da saudade", de Nenetie e Nardelli, o bolero "Luz de minha vida", de Nenete e Motinha; a clássica valsa "Ave-Maria", de Erotides de Campos; o tango "Conselho de amigo", de Nonô Basília e Piraci; o xote "Rio-grandense", de Anacleto Rosa Júnior; a balada "Alguém é bobo de alguém", de H. Greenfield e J. Keller, uma musica que, curiosamente, fazia parte do repertório do rock da época e que ganhou uma versão em ritmo de xote, por parte de Fred Jorge; as polcas "Felicidade", de Nenete e Dorinho; "Meu único amor", de Nenete, e a toada "Minha boiada", de Nenete e Nardelli.
Alguém é bobo de alguém - Nenete & Dorinho
Em 1962, a dupla lançou o tango "Um bom exemplo", de Nonô Basilio e Tito Neto; o huapango "Flor do campo", de Nízio e Nenete; o tango "Ouvindo-te", de Vicente Celestino; a moda-campeira "Goiano valente", de Nenete e Piraci, grande sucesso da dupla, e as valsas "Santa Teresinha", de Antenógenes Silva, e "Virgem morena", de Fernando Láua.
Também em 1962, a dupla lançou dois LPs. No primeiro, "Pescadores do sucesso", incluíram músicas lançadas em 78 rpm e ainda as composições "João Guerreiro (Juan Guerrero)", de Marcel Rey e versão de Alceu Carlos Lour; "Morena linda", de Motinha e Piraci; "Espero teu perdão", de Nenete e Dorinho; "Desprezado eu vou (Despreciado me voy)", de J. N. Curiel e versão de Nascimento Filho; "Meu único amor", de Nenete, e "Serenata", de Vicente Celestino.
Nenete e Dorinho - Meu Único Amor.
O outro LP, lançado nesse mesmo ano foi intitulado "Viola morena", música título de Nenete e Dorinho e que incluiu "A imagem Aparecida", de Nenete e Geraldo Medeiros; "Flor do campo", de Nizio e Nenete, outro sucesso da dupla; "Primeiro de abril", de José Ribeiro e Zezé Ribeiro; "Silêncio", de Nenete e Dorinho; "Violão amigo", de Nenete e Nascim Filho; "Procure esquecer", de Nenete e Ado Benatti; "Um bom exemplo", de Nonô Basílio e Tito Neto; "Goiano valente", de Nenete e Piraci; "Errar é humano", de Jair Gonçalves e Nenete; "Somente você", de Ubirajara Lemos e Nenete, e "Onde estará meu amor", de Nenete e Nardelli.
No ano seguinte, registraram a moda-campeira "O astronauta", de Goiá e Nenete; a canção-rancheira "Arrependimento", de J. A. Jimenez e versão de Ricardo Reis; a guarânia "Terra dos pinheirais", de Luiz Carlos Paraná, e o huapango "Abandonado", de Nenete e Luiz de Castro.
Durante algum tempo, a dupla foi acompanhada pelo acordeonista Nardelli, formando um trio de bastante sucesso, o "Trio de Ouro", que deu novo ritmo à música sertaneja. Os três gravaram 20 discos 78 rotações e 25 LPs. Chegaram a receber o Troféu Roquete Pinto por seus sucessos. Passaram a se apresentar na Rádio Tupi. Quando Nenete adoeceu Dorinho passou a cantar com o seu sogro Maracá e Nardelli. Dorinho, Maracá & Nardeli gravaram três LPs. Logo depois, Nardeli deixou o trio e em seu lugar entrou o sanfoneiro Ponteli (João Pontel). Quando Maracá, também por motivo de doença, teve de deixar a carreira artística, Dorinho seguiu em frente formando outras parceiras.
Além das composições de autoria da própria dupla, Nenete e Dorinho gravaram também, entre outras, "Belezas do sertão"; de João Pacífico; "Bom exemplo", de Nonô Basílio e Piraci; "A encruzilhada", de Angelino de Oliveira; "Deusa dos meus sonhos", de Nenete e Capitão Furtado; "Trenzinho malvado", de Pitangui e Carlos Armando Pascoalim; "No mundo da lua", de Ângelo Reale e Capitão Furtado; "São Gonçalo", de Palmeira e Piraci; "Conselho de amigo", de Nonô Basílio e Tito Neto, e "Maria", de Anacleto Rosas Jr. e Luís Rosas.
Em 1975, termina o trio Maracá, Dorinho e Ponteli. Dorinho casa-se com Iara Aparecida Benedeti Cunha - "Iara", filha de Maracá, nascida em 23 de fevereiro de 1958 em Campinas, estado de São Paulo.
Neste intervalo de tempo, Dorinho voltou a cantar com Nenete, e fizeram mais 3 discos pela Gravadora Continental, e novamente Nenete por motivos de saúde precisou parar de viajar. Dorinho fez novas parcerias, mas não deu certo.
Em 1992, Iara convida Dorinho para fazerem a dupla, e Dorinho só não aceita como também convida o amigo João Pontel, "Ponteli", nascido em Olímpia, estado de São Paulo, e formaram "UM TRIO DE OURO", nome dado por fãs.
Em 1998, Dorinho, Iara e Ponteli gravaram seu primeiro CD, "RECORDAÇÕES", cujo nome já diz, contendo regravações tais como Vinte Anos, Goiano Valente, Um Bom Exemplo, Riograndense, Milagre das Rosas, e outras.
Em 2000, o Trio de Ouro entra novamente em estúdio e gravam pela Gravadora "Genes" o segundo CD com músicas inéditas e regravações como Avenida Boiadeira, Devoção, O Choro da Goteira, Passarada, Sem Sangue nas Veias e outras.
Em 2005, lançaram um Dose Dupla com 25 músicas de sucessos.
Em 2007, entram novamente no estúdio da Gravadora "Genes", e gravam mais um Cd com regravações e sucessos como Conselho de Amigo, Borboleta Errante, Flor do Campo, Meu Único Amor, João Boiadeiro, Ouvindo-te, Malagueña e outras.
Em 2009, Dorinho comemorou 55 anos de carreira, e o Trio de Ouro comemorou 15 anos, lançando o primeiro DVD da carreira, e preparam-se para gravar mais um CD de sucesso, para os fãs que gostam de ouvir a boa música de raiz.
Dorinho apresentou-se em Pirassununga, no dia 10 de julho/2011, no palco da Semana Nenete de Música Sertaneja, quando, na condição de “Destaque do Ano”, recebeu das mãos do vice-prefeito Edgar Sagioratto, a “Medalha Huquiles de Carli de Incentivo às Tradições Caipiras”, como reconhecimento da população pirassununguense a tão brilhante carreira ao lado de Nenete e Nardeli.
Em 8 de outubro de 2011, Dorinho faleceu aos 78 anos de idade, em função de complicações cardíacas, que já acompanhava por 12 anos. No mesmo ano, o cantor havia se apresentado na 17ª Semana Nenete de Música Sertaneja, em Pirassununga (SP), juntamente com Iara, sua esposa, e o sanfoneiro Pontelli. Com os dois, formava o Trio de Ouro.
FONTE
http://www.dicionariompb.com.br/nenete-e-dorinho/dados-artisticos
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