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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Abdon Felinto Milanês


Abdon Felinto Milanês (Areia, 10 de agosto de 1858 — Rio de Janeiro, 1 de abril de 1927) foi um músico erudito e compositor brasileiro. É responsável por composições como a letra do Hino da Paraíba. Recebeu várias honras ao longo de sua carreira, entre elas "Oficial da Ordem da Coroa", na Bélgica, e "Cavalheiro da Ordem do Mérito da Itália".


Compositor, pianista, teatrólogo, ele iniciou sua carreira artística como compositor teatral. Escrevia operetas e revistas representadas com sucesso em teatros como Sant'Ana, Lucinda, Apolo, Fênix etc.

Sua primeira obra, a opereta "Donzela Teodora", com libreto de Arthur Azevedo, estreou em março de 1886 no Teatro Sant'Ana. Musicou ainda as peças "A loteria do amor", de Coelho Neto, "O bico do papagaio", de Eduardo Garrido, e "A chave do inferno", de Castro Lopes, todas com muito sucesso.

Embora não possuísse formação tradicional como compositor, e tenha se iniciado no piano tardiamente, em sua fase de estudante, compôs polcas e valsas, publicadas pela Casa Bevilacqua.

Escreveu a ópera "Primizie", em um ato, com libreto de Heitor Malagutti, que estreou em 1904, no Rio de Janeiro, tendo sido novamente encenada em 1921, no Teatro Municipal carioca.

Compôs ainda o "Hino da abolição", a "Marcha da imprensa", para orquestra e coros, e ainda músicas sacras-missas, te-déums, ladainhas, etc, que eram geralmente executadas na igreja da Cruz dos Militares.

Em 1916, substituiu o compositor Alberto Nepomuceno na direção da Conservatório de Música do Rio de Janeiro, cargo que exerceu até aposentar-se em 1922. Em sua gestão, foi terminada a construção do prédio da Rua do Passeio, tendo sido inaugurado em 1922 o Salão Leopoldo Miguez, uma das mais importantes salas de concertos do país, conhecida pela excelência de sua acústica. Inspirado na Sala Gaveau de Paris, seu interior é decorado com afrescos de Antônio Parreiras e Carlos Oswald.

Em 1923, assumiu a direção o Prof. Alfredo Fertin de Vasconcelos, que criou a orquestra do Instituto, cujo principal regente em seus primeiros anos foi o Maestro Francisco Braga.

Além de partituras para operetas e revistas, compôs marchas, valsas, quadrilhas, lundus, entre outros gêneros populares.

Em 1927, ano de sua morte, o barítono Roberto Vilmar gravou para a Odeon seu tango canção "Ai!".

 

Composições

  • A chave do inferno
  • A loteria do amor
  • A princesa flor
  • Ai!
  • Comeu!
  • Donzela Teodora
  • Herói à força
  • Hino da abolição
  • Hino do Estado da Paraíba (música)
  • Marcha da imprensa
  • Mosca azul
  • O bico do papagaio
  • Primizie
  • Zé-povinho

Origem

O Hino do Estado da Paraíba foi composto em 1905, com música de Abdon Felinto Milanez e letra de Francisco Aurélio de Figueiredo Melo. Sua primeira audição solene aconteceu a 30 de junho de 1905, concerto oferecido pelo músico Abdon Milanez em benefício à Santa Casa de Misericórdia da Paraíba, no Teatro Santa Roza. Encontravam-se presentes à solenidade os senhores Álvaro Machado, Presidente do Estado da Paraíba, D. Adauto de Miranda Henriques, seminário diocesano, autoridades federais, estaduais e o povo em geral.
 
Vários governos tentaram oficializar o “Hino do Estado da Paraíba”, porém sem sucesso. Somente em 1978, no governo do Sr. Dorgival Terceiro Neto, o Sr. João Maurício de Lima Neves, Secretário de Estado da Educação e Cultura, constituiu uma comissão composta pelo musicólogo Domingos de Azevedo Ribeiro, historiador Deusdedit de Vasconcelos Leitão, e os professores Luzia Simões Bartolini, Pedro Pereira dos Santos e Gerardo Parente para, sob a presidência do primeiro, promover estudos e opinar sobre a oficialização do hino. Após três meses de debates e discussão, a comissão enviou relatório, concluindo que fosse oficializado como “Hino do Estado da Paraíba”, a música de Abdon Milanez, com a letra de Aurélio de Figueiredo, por entender que tal composição, ressalvados alguns detalhes de ordem técnica, era a que mais se ajustava ao sentimento e à tradição do povo paraibano.
Letra

Letra: Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo
Música: Abdon Felinto Milanês

Salve, berço do heroísmo,
Paraíba, terra amada,
Via-láctea do civismo
Sob o céu do amor traçada!
No famoso diadema
Que da Pátria a fonte aclara
Pode haver mais ampla gema:
Não há Pérola mais rara!
Quando repelindo o assalto
Do estrangeiro, combatias,
Teu valor brilhou tão alto
Que uma estrela parecias!
Nesse embate destemido
Teu denodo foi modelo:
Qual Rubi rubro incendido
Flamejaste em Cabedelo!
Depois, quando o Sul, instante,
Clamou por teu braço forte,
O teu gládio lampejante
Foi o Diamante do Norte!
Quando, enfim, a madrugada
De novembro nos deslumbra,
Como um sol a tua espada
Dardeja e espanca a penumbra!
Tens um passado de glória,
Tens um presente sem jaça:
Do Porvir canta a vitória
E, ao teu gesto a Luz se faça!
Salve, ó berço do heroísmo,
Paraíba, terra amada,
Via-láctea do civismo
Sob o Céu do Amor traçada!
 

 

Nota

O apelido da família encontra-se freqüentemente grafado "Milanez" de acordo com a ortografia arcaica (anterior a 1943).

Bibliografia

MARCONDES, Marcos Antônio. Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2a. edição. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.


FONTE

http://pt.wikipedia.org/wiki/Abdon_Felinto_Milan%C3%AAs

http://www.enciclopedianordeste.com.br/nova558.php

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