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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Zacarias Mourão


Zacarias dos Santos Mourão(15/03/1928 - Coxim/MS** 1989 - Coxim/MS - Em 2011 Zacarias Mourão estaria completando 83 anos. A prefeitura Municipal de Coxim por meio da FUNRONDON (Fundação Prof. Clarice Rondon de Cultura, Desporto e Lazer) realizou no dia 16/03, na Confraria do Piau, Bar do Zé Guedes, o tributo a Zacarias Mourão, evento que da seguimento ao 14° FORARTE (Fórum de Arte e Cultura de Coxim), que aconteceu no dia 12/03.

O evento contou com apresentações musicais, apresentação do vídeo documentário “Um pedaço do Céu” produzido pelos jornalistas, Douglas Queiroz, Hugo Crippa e Karla Lyara; teatro com a peça “Crimeria” escrita pelo poeta Geraldo Mochi e interpretado pelo Prof. Luiz e muita poesia, lembrando o legado cultural deixado por Zacarias Mourão.

Fizeram-se presente no evento a Prefeita Municipal Dinalva Mourão, o Vereador Adilson do Detran, a Secretária Municipal de Assistência Social Luzia Louzada, o Diretor de Cultura José Paulo Monteiro Nogueira, familiares do poeta homenageado, Geraldo Mochi, demais autoridades e o público coxinense que marcou presença na Quartaneira.

Compositor lendário e folclórico no mundo sertanejo teve programas no rádio e na televisão, escreveu em diversas revistas especializadas no gênero sertanejo. Trabalhou na gravadora CID, onde produziu diversos discos. Foi ainda em São Paulo, que Zacarias começou como radialista, trabalhando na Rádio Bandeirantes, onde exerceu o papel de diretor artístico sertanejo. Foi diretor artístico e produtor nas gravadoras Polygram (atual Universal), Chantecler, (Warner Music) e RCA (BMG). Zacarias Mourão chegou, ainda, a ser funcionário das emissoras Excelsior (atual CBN) e Nacional (Globo).

Teve diversos parceiros, entre os quais Goiá, com quem compôs seu maior sucesso, "Pé de cedro", que recebeu diversas gravações, regravada por diversos nomes da música sertaneja como: Sérgio Reis, Milionário e José Rico, Amambay e Amabaí, Primas Miranda, Tião Carreiro e Pardinho, Irmãs Galvão e Zilo e Zalo. Foi por meio da música Pé de Cedro, que Zacarias Mourão levou o nome de Coxim para Mato Grosso do Sul e também a outros estados do Brasil.


Diversos artistas gravaram composições suas, entre os quais as Primas Miranda, que, em 1963, gravaram a guarânia "Luar de Aquidauana", de Zacarias e Anacleto Rosas Jr. Antônio e Antoninho, em 1958, gravaram a guarânia "Copo na mesa", de Zacarias e Goiá. Sid Biá, ainda em 1958, gravou o bolero "O que passou", de Zacarias e Pechincha.


Tião Carreiro e Pardinho, em 1963, gravaram o grande sucesso "O cantar da Siriema" e Zilo e Zalo gravaram, em 1964, a guarânia "Feitiço espanhol", outra parceria de Zacarias e Goiá. Em sua obra destacam-se as guarânias e os rasqueados da fronteira mato-grossense e paraguaia.

Em 1985, Zacarias Mourão regressou à sua cidade natal e passou a dedicar-se à política. Morreu brutal e misteriosamente assassinado, em 1989.

Em 1991 a dupla Milionário e José Rico gravou "Desventura", de sua parceria com Zé do Rancho.


TIÓ E A ÁRVORE - VIDA E OBRA DE ZACARIAS MOURÃO


Foi no belo Mato Grosso, há 20 anos atrás.
Naquele tempo querido que não volta nunca mais.
Nas matas onde eu caçava, um pequeno arbusto achei.
Levando para minha casa, no meu quintal o plantei.
Era belo o pé de cedro, pequenino, em formação’.**

Pé de Cedro foi a música que consagrou o produtor e compositor de Coxim (MS) Zacarias dos Santos Mourão, morto em 1989, em circunstâncias até hoje misteriosas. Na canção, uma história que envolve amor e saudade, o compositor traça um paralelo entre o pé de cedro e a amada. Até hoje, a árvore que o inspirou, está plantada do Museu Municipal de Coxim.

Em 1945, moravam no local (museu) os padres franciscanos, para os quais Mourão trabalhava – ele levava os cavalos dos padres para beber água. Certa vez, ele voltou com os cavalos e o pé de cedro, que hoje tem aproximadamente 67 anos. É em homenagem a esse compositor do mundo sertanejo, o documentário Tió e a Árvore - vida e obra de Zacarias Mourão, produzido pelos jornalistas Conrado Coel, Ângela Kempfer, o produtor Rodolfo Ikeda e o cinegrafista Lyo Nakamura. O nome é uma referência à forma como os amigos o apelidaram na infância, com o nome de um pássaro típico da região.

Através de intérpretes de sua música, como Sérgio Reis, Milionário e Zé Rico, Tinoco e Amambai e Amambaí, o filme desenha o processo musical que esteve presente na vida de Mourão até sua morte.

Conforme o diretor Conrado Coel, o objeto do vídeo é mostrar a herança cultural deixada pelo compositor. “Através dos artistas que tiveram contato com ele, o vídeo mostra a realidade da cidade que recebeu sua herança cultural”, conta. “Uma cultura formada em pleno sertão do então Mato Grosso que conseguiu transcender sua própria expectativa de vida”, conta.

Mourão teve programas no rádio e na televisão, escreveu em diversas revistas especializadas no gênero sertanejo e produziu vários discos. O compositor teve diversos parceiros, entre os quais Goiá, com quem compôs "Pé de cedro", que recebeu muitas gravações. Diversos artistas gravaram composições suas. Em sua obra destacam-se as guarânias e os rasqueados da fronteira mato-grossense e paraguaia. Em 1985, regressou à sua cidade natal e passou a dedicar-se à política.

Obra: Copo na mesa (com Goiá) . Desventura (com Zé do Rancho) . Índia soberana (com Goiá) . Feitiço espanhol (com Goiá) . Flor mato-grossense . Luar de Aquidauana (com Anacleto Rosas Jr.) . O Cantar da Siriema (com Nízio) . O que passou (com Pechincha) . Pé de cedro (com Goiá). - Com informações do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

**Pé de Cedro
Zacarias Mourão

Foi no belo Mato Grosso, há 20 anos atrás.
Naquele tempo querido que não volta nunca mais.
Nas matas onde eu caçava, um pequeno arbusto achei.
Levando para minha casa, no meu quintal o plantei.
Era belo o pé de cedro, pequenino, em formação.
Sepultei suas raízes na terra fofa do chão.
Um dia parti para longe, amei, também sofri.
Vinte anos se passaram em que distante eu vivi.
Hoje volto arrependido para o meu antigo lar,
Abatido e comovido, com vontade de chorar.
Venha ver meu pé de cedro, que está grande como o quê
Mas é menor que a saudade que hoje eu sinto de você
Cresceu como a minha mágoa, cresceu numa força rara.
Mas é menor que a saudade que até hoje nos separa.
A terra ficou molhada do pranto que eu derramei.
Que saudade pé de cedro, do tempo em que plantei.

FONTE


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