Zaz é pseudônimo de Izabelle Geffroy, cantora francesa, nascida em 1 de maio de 1980, na cidade francesa de Tours. Ficou famosa com seu hit "Je Veux" e foi a artista francesa mais tocada no exterior em 2010. Em seu site oficial, Zaz diz: "A primeira coisa que você deve saber é que eu sempre cantei". Estudou teoria musical, violino, piano, guitarra e coral. Aos 14 anos mudou-se para Bordeaux e fez aulas de canto além de praticar kung fu com um treinador profissional.
Sua carreira começou a acontecer aos 20 anos, quando ganhou uma bolsa de estudo para a escola de música Bordeaux CIAM. Mudou-se para Paris em 2006 e chegou a cantar em cabarés e nas ruas por um ano. Cantou em um grupo de blues, um quinteto de jazz, e fez turnês de dois anos com um grupo de variedades de 16 artistas. Trabalhou em um estúdio como corista e se apresentou com outros cantores. Ao ver o anúncio de uma gravadora que procurava uma cantora com voz rouca para interpretar canções de jazz não teve dúvidas que a vaga seria dela.
Apesar de Zaz cantar somente em francês, não se encaixar em um gênero internacional e de não carregar uma imagem sexy e provocante que permeia o mundo das cantoras internacionais, o lançamento de seu primeiro álbum vendeu mais de 700 mil cópias sendo mais de um terço para a Alemanha onde já havia ganhado vários prêmios. Zaz reuniu sua experiência de cantar nas ruas de Montmartre, sua participação em shows de bandas de musicais hispanicas com o fato de ter sido cantora de jazz e explorado o amplo repertorio internacional da chanson Française e conseguiu transmitir um pouco de cada gênero em seu estilo. O resultado disso é que ela sempre sente-se à vontade em um território muito amplo e assim agrada um número muito grande de fans de vários estilos diferentes.
Seu sucesso atravessou as fronteiras ficando em primeiro lugar nas paradas em vários países da Europa. A voz de Zaz é comparada a de Edith Piaf e é uma promessa de alavancar o sucesso da musica francesa internacionalmente como não se via em muitos anos como foi com Edith Piaf e Charles Asnavour. De voz rouca e delicada linda e agradável domina a cena musical do momento.
Zaz reconhece que a música francesa tem uma ligação visceral com a palavra, com o texto. Ela não sabe ao certo o porquê, desconfia um pouco da tradição literária do país, mas acha que tem mais a ver com uma diferença na cultura musical francesa. “Talvez não tenhamos a mesma cultura musical (que os outros). Se você acompanhar os shows na televisão, em inglês, vai ver que a música é extraordinária, é realmente muito importante. Mas na França, tenho a impressão de que há menos trabalho sobre a música, é mais o texto. Tem uma coisa intelectual aí. E acho que deve ter a ver com a literatura”, explica a cantora, que traz a Brasília a turnê Mise en scène e faz show amanhã no Net Live.
Aos 36 anos, Isabelle Geffroy tem uma das vozes mais populares da jovem música francesa e já cansou de ser comparada a Edith Piaf por causa da textura rouca quando canta. Acha que os estereótipos são inevitáveis e que a mídia é responsável por eles. Ela carrega alguns, como herdeira de Piaf, rebelde de atitude punk rock, irreverente e desbocada.
Durante anos, a imagem de rebelde e fora dos moldes esteve colada a Zaz, pseudônimo adotado desde o início do século 21, quando se juntou ao grupo Don Diego para cantar uma mistura de música espanhola com francesa. A carreira de Zaz se fez em casas noturnas, quintetos de jazz, festivais de música e grupos especializados em ritmos latinos, o que explica o verdadeiro mix de ritmos que caracterizam o trabalho da artista. É música francesa, mas é também o que os franceses gostam de classificar como “música do mundo”.
A formação no conservatório de Tours e no Centro de Informação e Atividades Musicais de Bordeaux (Ciam) foi responsável por uma abertura que permitiu a entrada em um universo de sonoridades muito variadas. O nome da artista ganhou projeção internacional em 2010, quando o cantor e compositor Kerredini Soltani escreveu para ela a canção Je veux. O encontro aconteceu graças a um anúncio na internet, no qual Soltani procurava uma cantora de voz rouca para interpretar o que acabou virando um hit.
As referências de Zaz são tantas que ela desistiu de classificar a própria música. Não gostar de se encaixar em rótulos também contribuiu para a antipatia em relação às etiquetas. “Na verdade, não ligo muito para os termos. Faço música e claro que há referências. Se tiver acordeão, vão dizer que é francesa, se tiver arranjos de jazz, vão dizer que é jazz, se colocarmos uma gaita de fole, vão dizer que é música irlandesa”, repara a cantora. “Sou francesa e tenho a cultura da música francesa em mim, mas tenho a cultura do jazz e faço muita música latina, então,tem swing. Adoro música cigana, espanhola, brasileira. Gosto de tanta coisa que, obviamente, algo é transmitido na música.”
Arranjos
Ultimamente, Zaz também tem gostado de música eletrônica. Passou a incorporar eletro e rock nas apresentações, mas ainda não levou para os discos a experiência. É uma mudança, embora ela seja reticente quanto a essa definição. “Não é dance music, com certeza, e, ao mesmo tempo, tem sons eletro, mas não é música eletrônica. É difícil. Cada um pode definir como quiser, na verdade. O negócio é receber alguma coisa e sentir alguma coisa. E você gostar ou não”, explica.
No repertório de Mise en scène, vão entrar músicas dos quatro discos de Zaz, inclusive Paris. No álbum, ela retoma standards da canção francesa como Sous le ciel de Paris e J´ai deux amours repaginadas com arranjos de jazz. Foi um disco que nasceu há três anos para atender a um pedido do público.
Durante os concertos, Zaz sempre recebeu muitos pedidos para cantar músicas tradicionais do cancioneiro francês. “Pensei, então, por que não misturar isso com jazz e criar um álbum sobre Paris?”, conta. Paris tem como convidados especiais Quincy Jones e o baixista John Clayton, duas figuras que a cantora fez questão de incluir no trabalho. “Eles toparam e, de repente, estávamos gravando. Fizemos isso com uma big band! Cantei com uma big band pela primeira vez na vida”, conta.
Em Brasília, Zaz também promete cantar Samba em prelúdio. A música de Vinicius de Moraes está no repertório da francesa há algum tempo. Ela diz que gosta quando começa a entoar os versos e a plateia acompanha. “É mágico”, garante. Zaz não fala português, mas sabe a música de cor. “Canto foneticamente”, avisa. “Faz um tempinho que eu canto, então, agora é fácil.”
ZAZ — Mise en scène
Amanhã (31/3), às 21h30, no NET Live Brasília (SHTN, Trecho 2, Conjunto 5, Lote A). Ingressos: Camarote R$ 500 (inteira) e R$ 250 (meia/Promo NET), Pista Premium: R$ 300 (inteira) e R$ 150 (meia/Promo NET), Pista: R$ 180 (inteira), R$ 90 (meia/Promo NET). Não recomendado para menores de 18 anos.
Depois de 14 anos do sucesso de Je veux, você sente que chegou à maturidade musical?
Para mim, não quer dizer nada a maturidade musical. A gente nunca acaba de aprender e eu aprendo o tempo todo, eu me divirto, tento me retroalimentar e tento não cometer os erros que já cometi. Tenho mais confiança em mim ,hoje. Eu me envolvo mais, tenho mais confiança nas minhas escolhas. Mas não quer dizer nada a maturidade musical, é mais uma experiência durante a qual tenho mais confiança em mim.
Essa confiança ajuda a te afastar dos estereótipos que foram colados em você ,no início da carreira, como o de herdeira de Piaf e símbolo de rebeldia?
As pessoas criam polêmicas em cima de coisas que não são realmente importantes, tentam enquadrar a gente. A partir do momento que somos midiatizados, não conseguimos impedir que as pessoas nos enquadrem. Acho que as pessoas, hoje, precisam enquadrar as outras, isso as deixa mais seguras. Sei lá. Não dá para me enquadrar em nada porque estou em constante evolução. Minha música é muito misturada, tem jazz, suingue, rock, tem coisas muito diferentes. Eu me divirto, faço o que gosto, o que me faz feliz, e as pessoas que pensem o que querem.
Ser associada a Piaf te aborrece?
Às vezes, acho que me descolei disso, mas isso volta com uma certa frequência. Posso lembrar algo de Piaf, mas não sou Piaf. Acho que há algo na minha energia, na minha voz. No meu caso, tem também o exterior, porque é bem raro que uma cantora francesa se apresente no exterior. E talvez haja algo da ordem da emoção. Piaf é única, ninguém se parece com Piaf, mas talvez haja algo que dê a referência. Isso não me chateia, não, só acho que Zaz se parece com Zaz e não com alguém. Mas tudo bem, há coisas piores em termos de comparação. É uma bela comparação.
Qual o lugar da canção hoje na música francesa?
Hoje, há muita mistura e, claro, algumas modas. Hoje está tudo muito próximo, até da música francesa. Fomos muito influenciados pelo exterior. O que é a música francesa? Não sei. Para mim, a partir do momento em que cantamos em francês, é música francesa. Mas é verdade que tem muito eletropop com jazz.
O texto é uma tradição na música francesa? Quando escutamos suas canções,fica claro que o texto é muito importante para você…
Sim, porque na nossa cultura o texto é muito importante. Temos muitos poetas, com uma escrita incrível e eu não chego aos pés deles. Mas é verdade que, em francês, a música é mais intelectualizada, não é como nos Estados Unidos, onde a música tem mais importância que o texto. O texto de uma música em inglês é meio bobo, normalmente. Na França, damos muita importância à escrita, escutamos mais o texto que a melodia. Se não for bem escrito, não cola.
É um pouco por isso que você recorre ao jazz?
Não, não é por isso. Eu sempre escutei jazz, e a música francesa é o que escutei menos. Na base, era realmente jazz, e tem um lado que sempre volta, com a improvisação.
fonte
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2017/03/30/interna_diversao_arte,584605/a-cantora-zaz-e-sua-mise-en-scene-estarao-no-palco-da-capital.shtml
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