Geraldo Viola e Dino Guedes tiveram como objetivo o Resgate e a Preservação da Cultura Sertaneja e, em suas apresentações pelo Interior do Brasil, cantaram os diversos Estilos Sertanejos com atenção especial ao Pagode de Viola, Estilo muito apreciado e que no entanto vinha sendo pouco trabalhado pelos Novos Caipiras. A dupla começou a chamar a atenção de apresentadores que vinham a eles se referindo como“Os Novos Reis do Pagode” e o fato foi ganhando forma em tal proporção que Geraldo Viola e Dino Guedes passaram a se identificar cada vez mais com esse slogan.
Nascido em Palmerina-PE, Geraldo Viola passou a residir em Itanhaém-SP, no Litoral Sul do Estado, com apenas 3 meses de vida e, alguns dias depois, foi registrado na cidade de Santo André-SP, no ABC Paulista. Geraldo cresceu juntamente com pescadores do Litoral Sul de São Paulo e ajudava-os a separar os peixes que eram vendidos nas barracas à beira-mar; o bom gosto musical começou quando cursava o Segundo Ano Primário quando, tocando Tamborim, formou na escola um trio, juntamente com os amigos Getúlio e Valter, que tocavam Cavaquinho e Violão, respectivamente. Faziam a festa da turminha, cantando músicas do repertório do "Trio Irakitan" e também do repertório deTeixerinha.

Aos 10 anos de idade, Geraldo trocou Itanhaém-SP pela Capital Paulista e passou a cantar sozinho. Em, 1964, quando contava 15 quinze anos, formou com outros três amigos o grupo "Os Filhos do Sol", no Parque São Lucas, bairro da Zona Leste de São Paulo-SP. E foi nessa época que Geraldo teve os primeiros contatos com a Viola Caipira; segundo ele, foi "amor à primeira vista"...
Tendo como referência célebres Intérpretes do quilate de Zé Carreiro e Carreirinho e Tião Carreiro e Pardinho, além de "Bambico, Julião e Vanuque", em pouco tempo Geraldo passou a dominar a técnica do Tradicional Instrumento Musical Caipira e foi aprendendo sua afinação, descobrindo sua escala e desenvolvendo seu próprio método, aproveitando também um pouco da técnica de Violão que já possuía.
Em 1980 foi formada a dupla "Geraldo Viola e Argemiro" a qual gravou no ano seguinte um LP que vendeu cerca de 52 mil exemplares. A dupla se desfez em 1988 e nesse ano foi formada a nova dupla "Geraldo Viola e Continente", a qual durou até 1991. No ano seguinte Geraldo formou com Darci Laurindo Barbosa a dupla "Geraldo Viola e Pantanal", que gravou em 1996 o CD "Comitiva da Saudade" pelo selo Allegretto. A dupla existiu até o ano 2000, quando Geraldo passou a cantar em dupla com Dino Guedes.

Com apenas 7 anos de idade, Dino acompanhava seu pai e dois irmãos mais velhos em pequenas viagens tocando boiada, conduzindo a "madrinha" e o cargueiro; e, nas pousadas da boiada, seu pai lhe ensinava as primeiras lições com o Berrante e ensinava alguns passos da dança da Catira. Acordavam bem cedinho, quando o sol surgia; "o maior espetáculo da Terra acontece e tantos ainda dormem...", de acordo com seu pai.
Dino passou a frequentar os bancos escolares aos 11 anos de idade e, dois anos depois, passou a morar em Ituiutaba-MG, onde continuou com os estudos. E foi nesse período que faleceu seu pai e, conseqüentemente, Dino passou a trabalhar no comércio, ficando o estudo para o período noturno, além da responsabilidade de cuidar dos demais irmãos, juntamente com sua mãe, Dona Lorica. Em meio a tais dificuldades, Dino batalhou e chegou à Universidade, tendo cursado Administração de Empresas e Ciências Contábeis. E foi somente no período universitário que Dino retomou o sonho de seguir Carreira Musical: em festinhas com amigos, despedidas de solteiro, participação no Coral da Igreja e em noites de Serenatas nas quais Dino tocava seu Violão.
Dino Guedes levou a sério a vida profissional, tendo trabalhado em lojas de materiais de construção e também numa fábrica de cimento, além do negócio próprio que passou a tocar em 1990. Foi também Professor Universitário, tendo ministrado aulas em cadeiras diversas, destaque para Administração Mercadológica e Marketing, além de ter sido pós-graduado em Contabilidade, Análise e Gerenciamento pela UFU-MG e Comunicação e Marketing pela Fundação Casper Líbero em São Paulo-SP.
No entanto, da vida de menino da roça ao Empresário e Professor Universitário, Dino sentia que ainda havia um"vazio", uma certa angústia, frustração... Algo como que uma "sensação de incapacidade"... Como o próprio Dino Guedes nos diz, ..."eu não sabia bem o que era, mas quando eu ouvia uma Música Raiz, daquelas que tem o cheiro da terra, eu arrepiava completamente e isso me incomodava muito...".
E foi desse "desconforto" que surgiu o Projeto Brasil Sertanejo que tem como objetivo o resgate e a preservação da Cultura Sertaneja, dando oportunidade aos mais jovens para poder usufruir dessa maravilhosa expressão de vida. Para realizar esse excelente projeto, sabia que precisaria de um bom parceiro: foi quando Dino formou a dupla com Geraldo Viola, que era seu grande amigo, além de ter sido seu professor de Viola, enfim, alguém a quem Dino Guedes admirava intensamente.
A versatilidade da jovem dupla passou a surpreender o Brasil inteiro, no resgate de grandes sucessos dos mais diversos Compositores e Poetas, além de composições próprias inéditas e também músicas inéditas de novos compositores.
Geraldo Viola e Dino Guedes possuem um amplo repertório, com mais de 400 músicas, incluindo todos os estilos, principalmente na Música Caipira Raiz, além de ritmos característicos como Xote, Arrasta-Pé, Vanerão, Balanço, Guarânia, Rasqueado, Canção Rancheira, Batidão, Valseado, Cururu, Querumana, Cateretê, além da Modas de Viola e do Pagode Caipira!
Geraldo Viola e Dino Guedes gravaram os seguintes CDs:




Destaque para as músicas "Perdido na Madrugada" (Benedito Seviero - Geraldo Viola), "Do Jeito Que o Povo Gosta" (Donizete Santos), "Velho Amor" (Donizete Santos - Tião Carreiro) e "Chamada a Cobrar" (Donizete Santos - Tião Carreiro)..


Certas trocas de parceiros de Duplas realmente"fundem a cuca" de quem tenta escrever a História das mesmas... "Geraldo Viola e Dino Guedes" continuou existindo como Dupla, no entanto, não era mais o Geraldo Viola do início da respectiva Dupla; era um novo parceiro. E o Geraldo Viola da respectiva Dupla, em seu início, era o mesmo Geralldo Viola que integrou a Dupla "Geralldo Viola e Paranaense", de curta duração, já que a Dupla Goiano e Paranaense voltou a se unir no início de 2009...
E, "para fundir a cuca mais ainda", consta que Geraldo Viola chegou a cantar em Dupla com Pantaneiro, que era na verdade o Marcão, que tocava Violão com a Dupla Divino e Donizete, além de também ter participado eventualmente em apresentações das Duplas Liu e Léu e Zeca e Zico Filho.

Geraldo Viola, algum tempo depois, voltou a cantar em Dupla com Darci Laurindo Barbosa, o Pantanal, e a Dupla durou até o dia 31/08/2013, quando Geraldo, vítima de câncer, partiu para o Oriente Eterno... Seu último suspiro se deu em Barretos-SP...
FONTE
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