domingo, 19 de junho de 2011

Projeto “Os Sons do Museu” discute a identidade musical de MS


O Projeto “Os Sons do Museu”, do Museu da Imagem e do Som (MIS), promove debate sobre a identidade musical de Mato Grosso do Sul. O evento será realizado no dia 22, às 14h, no prédio da Fundação de Cultura do Estado (FCMS).

 
Não entraremos no aspecto dos direitos autorais, pois isso cabe ao jurídico. Porém discutiremos sobre o que é válido catalogar em um museu, ou seja, os produtos oficiais criados por nossos artistas, tanto a nível regional quanto nacional”, explica o pesquisador Carlos Luz, que conduzirá o debate.

 
No encontro será feito um apanhado geral sobre os diferentes ritmos que embalam e caracterizam o cenário musical sul-mato-grossense. A abordagem irá desde artistas consagrados como Délio e Delinha até os contemporâneos como O Bando do Velho Jack.

 
No caso do estilo sertanejo de raiz que exerce forte influência na cultura regional, está prevista uma visita mediada da “Exposição Audiovisual os Pioneiros – a origem da música sertaneja de Mato Grosso do Sul”. A mostra é baseada no livro homônimo de Rodrigo Teixeira, financiado pelo Fundo de Investimentos Culturais (FIC).

 
A trilha sonora utilizada na exposição integra o projeto “Memória Fonográfica de MS”, idealizado pelos pesquisadores Carlos Luz e Idemar Sprandel, criadores do Kit de Difusão Musical da FCMS. Os dois mantêm juntos uma coleção repleta de LPs e CDs de todas as vertentes musicais de Mato Grosso do Sul. O acervo soma um total de 30 mil músicas catalogadas. As obras datam desde a década de 1950 até os dias atuais.

 
O projeto “Os Sons do Museu” também conta o detalhamento de todo o processo de catalogação das obras: pesquisa, preservação dos CDs e LPs, e digitalização das canções.

 
A intenção é conscientizar a população da importância de se conhecer e preservar a música produzida no Estado. “Nossa intenção é preservar o acervo físico e disponibilizá-lo digitalmente para a população. Não adianta você ter um acervo e isso ficar guardado”, ressalta Carlos.

 
Os Sons do Museu” faz parte da agenda do MIS para o mês de junho, e tem como público-alvo toda a comunidade. Segundo o coordenador do MIS, Rodolfo Ikeda, a programação foi preparada na intenção de fortalecer a identidade cultural da sociedade. Para isso serão explorados os recursos que o audiovisual propicia, combinados às atividades educativas.

 
Memória Fonográfica de MS

 
O projeto “Memória Fonográfica de MS” existe há mais dez anos. Hoje, de todo o acervo já foi passado para a mídia digital um total de cerca de 450 vinis produzidos por artistas da terra.

 
Para o ano de 2012 a meta dos pesquisadores Carlos Luz e Idemar Sprandel é concorrer e serem aprovados no edital do Fundo de Investimentos Culturais (FIC) para receber financiamento que auxiliará no andamento dos trabalhos.

 
Nossa intenção é ganharmos a aprovação do FIC e utilizarmos todo o dinheiro para viabilizar ao menos parte do projeto. Assim poderemos digitalizar todo o acervo e encaminhar o material para a Fundação de Cultura. Daí para frente, ela ficará encarregada de tornar esse material acessível à comunidade, em bibliotecas, pontos de cultura e no aeroporto da Capital”, detalha o pesquisador.

 
Carlos Luz conta que atualmente o “Memória Fonográfica de MS” está sendo desenvolvido todo com recurso próprio. “Embora o projeto tenha sido aprovado pela lei Rouanet, está difícil captar dinheiro e encontrar uma empresa privada interessada em investir no trabalho”, diz Carlos. A lei Rouanet surgiu para estimular as empresas a investirem em cultura, oferecendo incentivos fiscais àquelas que aderirem a ideia.

 
Por causa da falta de recursos os trabalhos são dedicados somente a parte de catalogação. A intenção do projeto é que no futuro haja terminais de computadores com todo o acervo musical do Estado. Esses pontos estarão implantados em locais estratégicos: pontos de cultura, aeroportos e instituições de ensino. Nesses lugares as pessoas teriam acesso às canções, letras e, além da biografia dos artistas. “O sonho da gente é que isso chegue à população”, ressalta Luz.

 
Em 2011, “Memória Fonográfica de MS” esteve com um estande para visitação no Festival América do Sul (FAS) em Corumbá e estará também no Festival de Inverno de Bonito. “São produtos fora de mercado que não estão na internet. Todo o acervo regional está se perdendo. Parte de nossa coletânea é originada das extintas gravadoras regionais Sapucaia e Pantanal. É interessante que o público conheça as músicas, pois ela também retrata a nossa história”, conta Carlos Luz, que já trabalhou nas duas produtoras.



  • Museu da Imagem e do Som (MIS de MS)

 
O Museu da Imagem e do Som (MIS de MS), unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), iniciou o mês de junho o programa VisitaMIS, com o intuito de incentivar a comunidade a visitar o museu, oferecendo intensa programação, gratuita, distribuída em projetos voltados a públicos específicos.

 
São mostras de cinema e vídeo, exposições audiovisuais, palestras, oficinas, debates e visitações mediadas, dentre outras ações, que visam o fomento à construção do conhecimento e o fortalecimento da identidade cultural sul-mato-grossense.

 
O programa VisitaMIS começou com o projeto de Visitações Mediadas, que de segunda a sexta, às 14 horas, vai atender a comunidade escolar e o público em geral com a exibição da exposição audiovisual “Os Pioneiros: A Origem da Música Sertaneja de Mato Grosso do Sul”, mediada pelos gestores de atividades educativas do museu, em consonância com ações educativas. As visitações devem ser agendadas pelo telefone 67 3316 9178 ou pelo e-mail mis.de.ms@gmail.com .

 
O gestor de atividades educativas Alexandre Prado Sogabe explica que o projeto é voltado a alunos do ensino fundamental e médio, assim como segmentos interessados, como associações, clubes de terceira idade, entre outros: “Durante a visita, vamos estimular o público a refletir sobre o que estão assistindo, promovendo uma ação educativa com base na provocação, sem entregar respostas prontas, mas auxiliando na construção do saber do visitante. Trata-se de uma postura mais adequada à interatividade, que é crescente na atualidade, com maior participação das pessoas. Há ainda um momento de refletir sobre a visita ao espaço expositivo e uma atividade de produção que vem a materializar os conceitos discutidos durante a visitação.”

 
No dia 10 de junho, sexta-feira, o MIS realizou, em parceria com a ONG Casa de Ensaio, o projeto Cinema no Museu, com exibições gratuitas de filmes e vídeos seguidos de debates entre os espectadores, pesquisadores e agentes culturais, estimulando a prática do debate e da reflexão, transformando a atividade de lazer em oportunidade de aprendizagem e formação de repertório crítico.

 
Já do dia 13 até 17 de junho, aconteceu o CineMIS, que consiste em mostras de cinema e vídeo internacionais, nacionais e regionais, de forma a incentivar a reflexão e a crítica sobre o audiovisual e contemporaneidade. Na ocasião foi realizada a Mostra Pantanal, com exibição de vídeos produzidos em Mato Grosso do Sul que têm aspectos culturais e socioambientais da planície pantaneira como tema.

 
No dia 22, às 14 horas, o projeto “Os Sons do Museu” promove uma palestra seguida de debate com o pesquisador Carlos Luz, autor do projeto “Memória Fonográfica de Mato Grosso do Sul”.

 
De 27 a 30 de junho acontece o projeto “Amplificadores de Cultura”, que oferece ao público atividades nas áreas de artes plásticas, fotografia, vídeo, cinema, literatura, entre outras categorias artísticas, através de cursos, palestras e oficinas. Neste mês será oferecida uma oficina de introdução ao audiovisual por meio de animação stopmotion.
  • Novo MIS

Criado há mais de dez anos, o MIS de MS, unidade vinculada à Gerência de Patrimônio Histórico e Cultural da FCMS, teve seu espaço físico reestruturado recentemente para atender a comunidade, através do projeto de Adequação das Áreas de Salvaguarda do Acervo e Implantação da Sala de Projeção, realizado com o apoio do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e contrapartida do governo estadual.

 
Segundo o coordenador do MIS de MS, Rodolfo Ikeda, essa nova programação visa fortalecer a identidade cultural sul-mato-grossense através das possibilidades oferecidas pelo audiovisual, combinadas com atividades educativas.

 
O MIS de MS localiza-se no Memorial da Cultura e Cidadania, à Av. Fernando Corrêa da Costa, 559, 3º andar, em Campo Grande. Informações e agendamentos pelo fone 67 3316 9178 e pelo email mis.de.ms@gmail.com

 
FONTE

 
A CRITICA

 

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