O cenário artístico curitibano vive um momento de efervescência. Não raras são as notícias sobre bandas e artistas locais que figuram entre os grandes talentos do cenário nacional. P'ra começar, a capital paranaense é sede do Festival de Curitiba – que até pouco tempo era chamado de Festival de Teatro de Curitiba. Pudera: Curitiba possui cerca de 20 teatros e abriga o tradicional Teatro Guaíra, complexo formado por duas salas de espetáculos – Guairão e Guairinha. Todos os anos, em março, o Festival de Curitiba recebe atores e espectadores de todo o país – e até de fora. Em 2010, foram mais de 400 espetáculos entre a programação oficial e a mostra paralela, o Fringe.
Músicos, estudantes e apreciadores da arte reúnem-se agora em janeiro na capital do Paraná para a Oficina de Música de Curitiba, a maior do segmento na América Latina. Em 2011, será a 29ª. edição do evento, que traz acordes para todos os gostos. Música erudita, popular, contemporânea, não importa: Curitiba recebe orquestras sinfônicas, conjuntos de sopro, grupos de chorinho e artistas da música eletrônica e do blues. Todos juntos para fazer música, trocar informações e participar de shows e concertos abertos ao público.
Considerado um dos maiores eventos de formação musical da América Latina, a 29ª Oficina de Música de Curitiba (2011) deve receber cerca de 1,5 mil estudantes de diversas áreas musicais e professores de vários continentes, a partir de domingo (dia 9) até o dia 29 deste mês (janeiro). Promovida pela Fundação Cultural de Curitiba, a Oficina é um dos maiores eventos de música da América Latina e recebe todos os anos um contingente de alunos de todo o Brasil e de outros países, na procura de aperfeiçoamento com renomados professores brasileiros e estrangeiros.
O Concerto e Cerimônia de abertura será no domingo, às 20h30, no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto do Teatro GUAÍRA (fone 3304-7900).
Com o tema "Celebrando as Comunidades", o concerto reúne diversos músicos convidados, mostrando a diversidade de culturas que fazem parte da história de Curitiba. Entre eles, Olga Kiun (Rússia), Quinteto de Sopros da Orquestra do Algarve (Portugal), Piotr Banasik (Polônia), Fernando Rocha (Brasil), Fry Street Quartet (EUA) e o Coro da Camerata Antiqua de Curitiba, com regência de Dario Sotelo.
Serão duas fases: a primeira, de 9 a 19, de Música Erudita e Antiga; a segunda, de 20 a 29, de MPB. Entre as novidades de 2011 está o Festival Praias, patrocinado pela Copel. Entre os dias 7 (sexta-feira) e 29, as praias de Matinhos e Ipanema recebem atrações da Oficina de Música.
Além disso, pela primeira vez, a Oficina conta com um curso de Harpa, ministrado pela escocesa Jennifer Campbel, radicada no Brasil e harpista da Orquestra Sinfônica Brasileira no Rio de Janeiro. A instrumentista também realiza um concerto solo, no dia 14 de janeiro, às 19h, no SESC da Esquina. Realizada pelo Instituto Curitiba de Arte e Cultura (ICAC), por meio da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e patrocinada pela Petrobras, a Oficina trabalha com diferentes formações.
Programação
Orquestras Sinfônicas de Câmara, Conjunto de Sopro, Grupos de Música de Câmara, Grupos de Chorinho, Música Instrumental Brasileira e Música Eletrônica, além das vozes que formam o Ópera Studio. Na fase de Música Erudita e Antiga, a Oficina contará com grupos residentes, como a Orquestra do Algarve (Portugal) e o Fry Street Quartet (Estados Unidos). Nesta primeira etapa também será lembrado o centenário de morte do compositor austríaco Gustav Mahler.
Na segunda fase, além de diversos cursos e atrações da Música Popular Brasileira, há o núcleo dedicado à música latino-americana, que reúne alguns dos grandes talentos da música do Peru, Bolívia, Colômbia e Venezuela.
Na minioficina de música peruana os alunos vão aprender a tocar o cajón com o professor peruano Rafael Santa Cruz, que participa de vários workshops pela Europa e América Latina. Instrumento simples e barato, o cajón vem se popularizando cada vez mais no Brasil, tanto entre os músicos profissionais quanto entre os amadores. Revelou-se um acompanhamento muito rico para voz e violão. Hoje é tão comum a presença do instrumento nas apresentações flamencas que muitos imaginam ser sua origem espanhola.
O instrumento encanta pela simplicidade, desempenho, por sua grandiosa vibração e versatilidade. Acompanha praticamente todos os ritmos, podendo ser utilizado acusticamente ou microfonado em apresentações ao vivo. Para quem quiser fazer o curso mais longo de cajón pode frequentar a oficina do italiano Marco Fadda, que toca diversos instrumentos de percussão étnica e popular.
Ritmos da Venezuela e Caribe - Joropo, merengue venezuelano, gaita, sangueo. São esses os ritmos que o professor venezuelano Aquiles Baez vai ensinar no curso de ritmos da Venezuela e Caribe. Violonista, arranjador, compositor e produtor musical, Aquilez Baez é a história viva da música de seu país. No curso, o músico vai falar das três culturas que determinaram a música na Venezuela (indígena, espanhola e africana). Para participar é preciso ter domínio de algum instrumento e saber ler partitura.
Música boliviana – “O substrato índigena em diferentes ambientes da música boliviana” é outro curso que ainda tem vaga. O saxofonista e flautista Álvaro Montenegro, da Bolívia, vai dar uma visão geral da influência da música indígena em várias formas da música boliviana: folk tradicional, urbano, jazz, rock e erudito. Nas aulas haverá leituras, audições, vídeos e prática com instrumentos nativos dos Andes.
Grandes nomes como Edu Lobo, Zeca Baleiro e a Orquestra À Base de Corda também participam da fase de MPB. Além deles, Toninho Ferrragutti, Ricardo Takahashi, Maira Morais, Adriana Schincariol, Raiff Dantas Barreto, Zé Alexandre Carvalho, Paquito de Rivera e Leny Andrade. Bate-papos com Roberto Muggiati, entrevistando Alice Ruiz, Raul de Souza e Silvio Back completam a programação.
"A proposta desse projeto é descobrir e contribuir para a formação de novos talentos. Durante vinte dias, professores, alunos e público convivem em aulas, ensaios e apresentações diárias, o que resulta em um trabalho de muita qualidade e diversidade", diz a diretora geral da Oficina de Música de Curitiba, Janete Andrade.
Renomados músicos internacionais compõem o corpo docente, e grande parte dos professores participa da Oficina de Curitiba pela primeira vez. É o caso de Krassimir Dzhambazov e Emil Chitakov (violinos), da Bulgária; Karl Tomlin (viola), da Inglaterra; Andrea Lisak (violoncelo), do Canadá; Jeff Bradetich, Gudrun Raschen (contrabaixo), Todd Sheldrick (trompa) e Scott Natzke (trompete), dos Estados Unidos; Jennifer Campbell (harpa), da Escócia; Luiz Miguel Garcia (flauta transversal), da Espanha; David Fresquet (oboé), da França; Fausto Córneo (clarinete), da Itália; Joaquim Moita (fagote), de Portugal; Beata Bilinska e Piotr Zukowski (piano), da Polônia; além dos brasileiros Léo Gandelman (saxofone), João Luiz Areias (trombone) e Paulo Martelli (violão).
Em 2010, o Fry Street foi o conjunto residente. Este ano a Oficina terá o próprio grupo, com nova formação, e a Orquestra do Algarve. "Esta proposta é um dos diferenciais, pois a orquestra é portuguesa, mas, entre seus músicos, têm 17 estrangeiros, vários deles do Leste Europeu, de países como Bulgária e Romênia. Para a Oficina é importante ter essa diversidade de músicos, pois eles são de países com uma tradição muito forte no ensino de instrumentos de cordas", revela Janete.
Ainda sobre a Orquestra do Algarve, a diretora garante que o público terá oportunidade de ver os instrumentistas fazendo outros trabalhos de música de câmara como o Quarteto de Cordas, no dia 13, no SESC da Esquina, e o Quinteto de Sopro, que também se apresentará no concerto de abertura no Guairão e, no dia 11, às 19h, no SESC da Esquina.
Como em anos anteriores, haverá um núcleo de música e tecnologia, com a participação desta vez de Mário Manga (oficina de trilhas) e Christian Lohr (professional situations), da Alemanha.
Outro estrangeiro na MPB será Marco Fada, da Itália, responsável pelo curso "Percussão no mundo". No núcleo de música latino-americana estarão Rafael Santa Cruz (Peru), Edmar Castañeda (Colômbia), Aquiles Baez (Venezuela) e Álvaro Montenegro (Bolívia), que farão as oficinas de instrumentos típicos, como cajon peruano, cuatro, maracás e harpa colombiana.
Preço: Os alunos inscritos nos cursos têm entrada gratuita nos concertos. Para o público em geral, os ingressos custam R$ 15,00 ou R$ 7,50 mais um quilo de alimento, a exceção dos três seguintes espetáculos: Edu Lobo, Zeca Baleiro e "Leni Andrade, Paquito de Rivera e Trio Corrente", que custam R$ 30,00 e R$15,00 (com um quilo de alimento). Local: As aulas acontecem no Colégio Estadual do Paraná, no Solar do Barão, SESC da Esquina, Canal da Música e Teatro Guaíra.
A Oficina de Música também se estende aos bairros, oferecendo cursos nas Ruas da Cidadania do Bairro Novo, Boa Vista, Boqueirão, Pinheirinho, Santa Felicidade, Fazendinha e Cajuru. Os concertos ocupam vários espaços culturais da cidade, como Memorial de Curitiba, Teatro Guaíra, Teatro da Reitoria, Canal da Música, Teatro do SESC da Esquina, Capela Santa Maria, Igreja Bom Jesus e AOCA.
Realização: Prefeitura Municipal de Curitiba, Instituto Curitiba de Arte e Cultura (ICAC) e Fundação Cultural de Curitiba (FCC). Mais informações: http://www.oficinademusica.org.br/
28ª OFICINA DE MÚSICA DE CURITIBA
28ª Oficina de Música de Curitiba- Tico Tico no fubá
FONTE
PARANAONLINE
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