domingo, 9 de janeiro de 2011

Sérgio Murilo


Nascido no Rio de Janeiro em 2 de agosto de 1941, o cantor Sérgio Murilo iniciou a carreira artística ainda menino. Com apenas 12 anos foi apresentador infantil da TV Rio, época em que ganhou prêmios como cantor em programas de rádio, participando do elenco do programa "Trem da Alegria", da Rádio Tamoio.



VIDA E OBRA

Aos 12 anos, Sérgio Murilo já era animador infantil na TV Rio e, três anos depois começou a cantar no programa "Os Curumins" da Rádio Tamoio.

Em 1956, escolhido como melhor cantor, começou a aparecer constantemente no programa "O trem da alegria", na mesma rádio.

Seguia o estilo rock-balada dos irmãos Campello. Gravou alguns 78 rpm pela Columbia.

Em 1959, foi convidado por Paulo Gracindo para se apresentar em seu programa na rádio Nacional. Agradou tanto, que foi apresentado ao compositor Edson Borges que o levou para a gravadora Columbia, onde foi contratado.



No mesmo ano, lançou seu primeiro disco, interpretando a toada "Mudou muito", de Edson Borges e Enrico Simonetti e o samba canção "Menino triste", de Edson Borges, que era um compositor muito gravado por artistas não ligados ao gênero rock.

Ainda em 1959, lançou um de seus maiores sucessos, a balada "Marcianita", de Marconi e Alderete, com versão de Fernando César, música que se tornou um clássico do rock no Brasil, e que foi regravada por Raul Seixas em 1973 no disco "Os 24 maiores sucessos da era do rock".



Marcianita

Esperada, marcianita
Me juraram os homem da Nasa que em dez anos mais, tu e eu
Estaremos bem juntinhos
Navegando no escuro do espaço e gemendo de amor

Tenho tanto te esperado
Mas serei o primeiro varão a chegar até onde estás

Pois na terra tô ferrado
Em matéria de amor eu sou sempre passado pra trás

Quero uma mina de Marte que seja sincera!
Que não se tatue, nem fume, e nem saiba sequer o que é rock n' roll

Marcianita, branca ou negra,
Gorduchinha, magrinha, baixinha ou gigante,
Serás meu amor

A distância
Nos separa
Mas no ano estelar 5000 casaremos os dois

(solo)

Tenho tanto te esperado
Mas serei o primeiro varão a chegar até onde estás

Pois na terra tô ferrado
Em matéria de amor eu sou sempre passado pra trás

Quero uma mina de Marte que seja sincera!
Que não se tatue, nem fume, e nem saiba sequer o que é rock n' roll

Marcianita, branca ou negra,
Gorduchinha, magrinha, baixinha ou gigante,
Serás meu amor

A distância
Nos separa
Mas no ano estelar 5000 casaremos os dois (bis)



Em 1960, Sérgio Murilo obteve outro grande sucsso com "Broto legal", de Barnhart, com versão de Renato Corte Real.



Sérgio Murilo participou do filme "Alegria de viver", em 1958, e foi tema de longa reportagem da revista "Radiolândia", recebendo então tratamento de ídolo. O filme "Alegria de Viver", dirigido por Watson Macedo, produzido por Osvaldo Massaini e com roteiro do então desconhecido Chico Anysio, ao lado de Watson Macedo e Ismar Porto. No elenco, artistas consagrados como Eliana Macedo, John Herbert, Afonso Stuart, Yoná Magalhães, Annabella, Augusto Cesar Vanucci e outros.

Participou ainda do filme "Matemática zero, amor dez", de Carlos Augusto Hugo Christensen, cantando "Rock de morte".

No mesmo ano, lançou seu primeiro LP, "Sérgio Murilo", no qual interpretou entre outras, a clássica "blue moon" e participou do LP "As 14 mais", interpretando "Estúpido cupido" e "The diary", com acompanhamento do maestro Lyrio Panicali. Seu repertório consistia basicamente em "twists" e versões de Paul Anka e Neil Sekada. Ainda em 1959, canta na Rádio Nacional e é contratado pela Columbia (ex-CBS e atual Sony), que lança "Menino Triste" e "Mudou Muito", sua estréia no disco. A partir de então passa a contabilizar sucessos como "Broto Legal", "Rock de Morte", "Marcianita" (regravada mais tarde por Bobby De Carlo, pelos Mutantes e Caetano Veloso), além de versões de sucessos norte-americanos, notadamente de Paul Anka e Neil Sekada.



Em 1961 lançou seu segunLP, com acompanhamento da Orquestra e Conjunto Bob Rose. Em pleno sucesso, apresentava na rádio/TV Tupi o programa "Alô brotos", com a cantora Sônia Delfino; sendo que o seu nome e também o de Celly Campello chegaram a ser cogitados para apresentar o programa Jovem Guarda, na TV Record.

Devido à boa aceitação popular, o cantor Sérgio Murilo é eleito Rei do Rock pela Revista do Rádio, publicação conceituada na época que também elege Celly Campello como a rainha desse ritmo que começava a contagiar a juventude brasileira. É por esse motivo que Sergio Murillo e Celly Campello são reconhecidos como os primeiros reis do rock do Brasil.


Em 1963 apresentou-se com grande sucesso no Peru, onde recebeu o prêmio de "Artista estrangeiro mais popular" e o "Microfone de prata".

A partir de 1964 passou a gravar pela RCA Victor, na qual estreou com o compscto simples "Lá vai ela" e "Sinfonia do Castelinho". Aliando-se ao fenômeno da Jovem Guarda, nesse período lançou vários discos de sucesso.

No final da década de 1960 e início 1970 gravou vários compactos pelo selo Continental, porém sem obter sucesso.



CURIOSIDADES

Sergio Murillo (ou Murilo, como é grafado nos primeiros discos) foi um dos cantores de grande sucesso durante a primeira fase do rock brasileiro. O êxito de suas gravações, muitas convertidas em castelhano, se estendeu pelos países sul-americanos, o que o levou a morar durante um bom tempo no Peru, onde gravou vários discos, ainda inéditos no Brasil, como essa rara versão de "Mosca na Sopa", de Raul Seixas.



Lançou LP em 1989, uma produção independente.

Sérgio Murilo morreu em 19 de fevereiro de 1992.

Em 2000, teve seus LPs do período de 1959 a 1962 relançados pela Sony na coleção "Jovem Guarda".


DISCOGRAFIA
(1972) Anda rapaz/Toda colorida • Continental • Compacto simples
(1971) Tomando café/Falei e disse • Continental • Compacto simples
(1970) Tanta chuva em meu caminho/O que eu quero é viver • Continental • Compacto simples
(1968) A tramontana/Pra chatear • Continental • Compacto simples
(1968) Sérgio Murilo • Continental • CD
(1968) A felicidade • Continental • CD
(1968) Sérgio Murilo • Continental • LP
(1966) Sérgio Murilo • RCA Victor • LP
(1965) Te agradeço porque/Você é de chorar • RCA Victor • Compacto simples
(1965) Sérgio Murilo • RCA Victor • CD
(1964) Lá vai ela/Sinfonia do castelinho • RCA Victor • Compacto simples
(1964) Sérgio Murilo • RCA Victor • LP
(1964) Festa do surf/Dá-me felicidade • RCA Victor • Compacto simples
(1962) Só twist • Colúmbia • LP
(1961) Teenage dance/Abandonado • Columbia • 78
(1961) Merci meu bem/Balada do homem sem rumo • Colúmbia • 78
(1961) Broto legal/Quando ela sai/My home town/Pagando trinta • Columbia • 78
(1961) Brotinho de biquini/Rock de morte/Shimmy shimmy/Ko-ko-bop/Tudo serás • Columbia • CD
(1961) Baby • Colúmbia • LP
(1960) Oh Carol/Put your head on my shouder/Personalit/The diary • Columbia • CD
(1960) Olhos cor do céu/Se eu soubesse/É hora de chorar/Trem do amor • Columbia • CD
(1960) Broto legal/Quando ela sai • Colúmbia • 78
(1960) Sérgio Murilo • Colúmbia • CD
(1960) Brotinho de biquini/Tudo serás • Colúmbia • 78
(1960) Abandonado/Quem não gosta de rock • Colúmbia • 78
(1959) Se eu soubesse/Marcianita • Columbia • 78
(1959) Sérgio Murilo • Colúmbia • LP
(1958) Menino triste/Mudou muito • Colúmbia • 78





FONTE

Cravo Albin Dicionário

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