sexta-feira, 15 de abril de 2016

Paulinho Mocidade




Cantor. Compositor. Nasceu e foi criado no bairro de Bangu, Zona Oeste do Rio. Filho de músico, o pai tocava clarinete na banda da Polícia Militar. Como jogador de futebol atuou como ponta-esquerda no time de juniores e profissional do Céres, Bangu, América-RJ e Seleção do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil, além de receber propostas do Fluminense (RJ), Vera Cruz (Méxioco) e Uracan (Uruguai). Participou como cantor de vários bloco de emplogação da Zona Oeste, entre os quais Bafo do Gato, Beijoqueiros de Realengo e Grilo de Bangu.



Aos 19 anos, levado pelo irmão mais velho, ingressou na Ala de Compositores da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, na ocasião, servia como fuzileiro Naval da Marinha do Brasil. Como puxador de samba-enredo foi contratado da Mocidade Independente de Padre Miguel (1990/1993); Unidos da Tijuca (1995/1996); Império da Tijuca (1997); Imperatriz Leopoldinense (2000/2002); Mocidade Independente de Padre Miguel (2003/2004); Águia de Ouro - SP (2005); Aliança - Cidade de Joaçaba - SC (2008); Imperatriz Leopoldinense (2009) e em 2010 intérprete da Escola de Samba Embaixadores do Ritmo.

Compôs com Tiago Alves (seu filho, compositor e jornalista) e Claudinho Guimarães o jingle para a campanha Campanha de doação de sangue do Instituto Hemorio, do Rio de Janeiro. Reconhecido pelo Estado e pelo Município do Rio de Janeiro, recebeu as medalhas "Tiradentes" e "Pedro Ernesto" por sua contribuição à cultura musical do Brasil.

Gravou o primeiro LP em 1979, quando foi escolhido através de uma seleção feita pela gravadora RCA para o lançamento de novos talentos. No disco "Se o caminho é meu", interpretou de outros compositores as faixas "A onda do mar levou" (Niltinho Tristeza e Nonô), "Pobre coração" (Noca da Portela e Daniel Santos), "Urubu de Belford Roxo" (Noca da Portela e Sérgio Fonseca), "Briga de instrumento" (Sarabanda e Manoelito Argolo), "Põe pimenta" (Beto Sem Braço e Jorginho Saberás) "Reza de São Benedito" (Carlito Cavalcanti e Nilton Santa Branca), "O bicheiro e a nega" (Sarabanda, Manoelito Argolo e Zezé do Cavaco) e "Digue, digue" (Wilsinho Saravá e Elias do Parque). Ainda neste disco incluiu de sua autoria "Olha a fila", "Fala viola", ambas em parceria com Jurandir do Nascimento, mas conhecido como "Bringela", "Tristeza" (c/ Dellano e Jurandir Bringela) e "Se o caminho é meu", parceria com Jurandir Bringela.



No ano de 1983 a Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel desfilou com seu samba-enredo "Como era verde meu Xingu", em parceria com Dico da Viola, Adil e Tiãozinho. No ano de 1987 Mestre Marçal, no LP "Sem meu tamborim não vou" (Gravadora Polydor), interpretou de Paulinho Mocidade e Franco as composições "Inconsequência" e "Me mata de amor", faixa na qual fez uma participação especial ao lado de Mestre Marçal.


Em 1989 a Mocidade Independente de Padre Miguel voltaria a desfilar com um samba de sua autoria, desta vez com "Elis, um trem de emoções", em parceria com Dico da Viola e Cadim, em enredo que fazia homenagem à cantora Elis Regina. Com o falecimento de Ney Viana (intérprete que defendeu a Mocidade durante 14 anos) neste mesmo ano foi escolhido para ser o intérprete oficial pelo patrono da agremiação, na época Castor de Andrade. No ano seguinte, em 1990, já como intérprete oficial da escola, sagrou- se campeão do carnaval carioca com o enredo "Vira-virou, a Mocidade chegou" (Toco, Jorginho Medeiros e Tiãozinho da Mocidade), enredo do carnavalesco Renato Lage.

Em 1990, ao lado de Carlinhos de Pilares, Aroldo Melodia, Tico do Gato, Gera, Neguinho da Beija-Flor, Rico Medeiros, Dedé da Portela, Izaias de Paula, Jamelão, Rixxa, Nego, Quinho e Dominguinho do Estácio, participou da coletânea "Sambas de enredo das Escolas de Samba do Grupo 1A - Carnaval de 1990" (gravadora BMG-Ariola), CD no qual interpretou a faixa "Vira virou a Mocidade chegou". Neste mesmo ano também participou do CD "Apoteose do samba-enredo" (vários/EMI-Odeon) no qual interpetou a faixa "A Festa do Divino" (Tatu, Neizinho e Campo), relembrando um samba-enredo da Mocidade Independente, com o qual a escola desfiulou no ano de 1974.


Em 1991 a escola Mocidade Independente sagrou-se bi-campeã com o enredo "Chuê-chuá as águas vão rolar", samba-entredo puxado por Paulinho Mocidade. Neste mesmo ano lançou, pela gravadora RGE, o LP "Moleque", no qual interpretou "Amor e sedução" (Naval, Léo Moura e Belo Xis), "Meu afã" (Zé Catimba e Adevanir), "É de maré" (Romildo e Sergio Fonseca), "Dona de mim" (Noca da Portela e Toninho Nascimento), "Estrela guia" (Nino Batera, Jorginho Medeiros e Ney Viana), "Vira virou a Mocidade chegou (Toco da Mocidade, Jorginho Medeiros e Tiãozinho da Mocidade), "Chuê chuá as águas vão rolar" (Toco da Mocidade, Jorginho Medeiros e Tiãozinho da Mocidade), "Dura realidade" (Alceu Maia e Toninho Nascimento), "Maquiagem" (Carlos Colla e Marcos Valle), "Dono do mundo" (Franco e Lourenço), "Ela disse-me assim" (Lupicínio Rodrigues), "Inquilino do universo" (Serafim Adriano e Liette de Souza) e "Cartão de identidade" (Djalma Cril e J. Carioca), além da faixa-título "Moleque", de autoria de Franco e Lourenço. Por essa época gravou o clipe "Globeleza", da Rede Globo de Televisão.


Em 1992 assinou o samba-enredo "Sonhar não custa nada, ou quase nada" (c/ Dico da Viola e Moleque Silveira), que foi apresentado no Sambódromo pela escola de Padre Miguel. Neste mesmo ano participou da coletânea "Sambas de enredo das Escolas de Samba do Grupo Especial de 1992" (BMG-Ariola), no qual interpretou a faixa "Sonhar não custa nada ou quase nada". Da coletânea também participaram Preto Jóia, Dominguinho do Estácio, Quinzinho, Aroldo Melodia, Gera, Quinho, Neguino da Beija-Flor, Dedé da Portela, Nego, Arlinhos de Pilares e Jamelão.


Em 1993, lançou o CD "Momentos", no qual incluiu a faixa-título "Momentos" (David da Vila, Guadalupe e Naldo do Cavaco), além de "Pra não te magoar" (Cleber Augusto, Jorge Aragão e Franco), "Pra ser minha menina" (Adilson Victor e Jorge Aragão), "Água benta" (Sombrinha e Ratinho), "Velho caderno (Arlindo Cruz e Franco), "Força do destino" (Henrique Damião e Donatílio), "Zabel" (Bedeu e Alexandre), "Fui um tolo (Adilson Victor, Sombrinha e Ratinho), "Partido antigo" (Sereno, Noca da Portela e Mário Sergio), "Outro só" (Mussum e Almir Guinéto), "Agiota" (Zé Roberto), "Mapa final" (Cleber Augusto, Bicudo e Djalma Falcão), "Macaco velho" (Almir Guinéto, Otacílio e Carlos Senna), "É o amor" (Paulinho Mocidade e Dico da Viola) e ainda "Quem mandou", de sua autoria em parceria com Jurandir Bringela, faixa na qual contou com a participação especial de Dona Ivone Lara.

Neste mesmo ano foi incluído na coletânea "Sambas de enredo das Escolas de Samba do Grupo Especial - Carnaval de 1993", no qual interpretou a faixa "Marraio feridô sou Rei", de autoria de Serafim Adriano, Edu Ferreira e Antônio Andrade. Ainda em 1993, ao lado de Wander Pires, Negro Martins, Tiãozinho da Mocidade, Toco da Mocidade e Wagner Russo, participou do "Escolas de samba enredos - Mocidade Independente de Padre Miguel", lançado pela gravadora Sony Music, disco qual interpretou as faixas "Sonhar não custa nada ou quase nada" e "Como era verde o meu Xingu".



No ano de 1994 deixou a Mocidade e passou a ser o intérprete oficial da Escola Unidos da Tijuca, escola que defendeu nos anos de 1995/1996. No ano de 1995 participou do CD "Sambas de enredo das Escola de Samba no Grupo Especial - Carnaval 1995", cantando a faixa "Os nove bravos do guarany" (Espanhol e Dário Lima) pela Escola de Samba Unidos da Tijuca.

Em 1996 participou do disco "Sambas de enredo das Escolas de Samba do Grupo Especial - Carnaval 1996" (BMG-Ariola) interpretando a faixa "Ganga - Zumbi expressão de uma raça", de Beto do Pandeiro, da Ala de Compositores da Escola de Samba Unidos da Tijuca. No ano de 1998 transferiu-se para a escola Império da Tijuca.

Em 2000 foi contratado pela Imperatriz Leopoldinense para cantar o samba que descrevia o enredo "Foi seu Cabral quem descobriu o Brasil, dois meses depois do carnaval" (dos autores Marquinhos Lessa, Amaurizão, Guga, Chopinho e Tuninho Professor), da carnavalesca Rosa Magalhães, com o qual sagrou-se campeão e recebeu o apelido de "Incendiário da Sapucaí" pelo desempenho empolgante na avenida, quando ficou marcado como "pé de coelho" por ter sido campeão ao estrear na escola de Ramos. Neste mesmo ano a cantora Dorina regravou "Se o caminho é meu" (c/ Jurandir Bringela) no disco "Samba.com", em faixa na qual a cantora contou com a participação especial de Dona Ivone Lara.


Em 2001, como puxador oficial da Imperatriz Leopoldinense, sagrou-se campeão do Grupo Especial interpretando o samba-enredo "Cana-caiana, cana roxa, cana fita, cana preta, amarela, Pernambuco. ... Quero vê descê o suco, na pancada do ganzá!", de autoria de Marquinhos Lessa, Guga e Tuninho Professor, com enredo criado por Rosa Magalhães. Recebeu o prêmio "Estandarte de Ouro", do jornal O Globo, como melhor intérprete do carnaval ao cantar este samba-enredo. No final deste mesmo ano, ao lado de outros artistas, fez o show de réveillon no Sambódromo, na Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro.

No ano de 2003 voltou a ser o puxador oficial de sua escola de origem, a Mocidade Independente de Padre Miguel. Neste mesmo ano participou da fase eliminatória do "Festival Fábrica do Samba", no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.

Em 2005 estreou no carnaval paulista defendendo a Escola Águia de Ouro. Neste mesmo ano, ao lado de Jorginho China, Adalto Magalha, Leandro Fregonesi e Eliane Faria, foi um dos convidados de Roberto Serrão em shows no bar Dama da Noite, na Lapa. Em 2007, por meio de votação popular no programa "Domingão do Faustão" (da Rede Globo) seu samba-enredo "Sonhar não custa nada..." foi eleito o melhor samba da história do carnaval e integrou o CD "Os mais belos sambas-enredo de todos os tempos", de Dudu Nobre. Em 2008 disputou como intérprete o carnaval de Santa Catarina atuando na escola Aliança, de Joaçaba.


Em 2009 foi escolhido pela direção da Imperatriz Leopoldinense para cantar na Marquês de Sapucaí o samba em homenagem aos 50 anos da agremiação.

Em 2010 voltou a ser o cantor da Escola de Samba Embaixadores do Ritmo. Foi finalista do "5º Concurso Nacional de Marchinhas da Fundição Progresso". Neste mesmo ano apresentou-se no programa "Agora no ar", da Rádio Roquette Pinto, com roteiro e apresentação de Ricardo Cravo Albin, no qual perfilou sua carreira artística, permeada por seus maiores sucessos. Ainda em 2010 iniciou o projeto de um novo CD cantando somente sambas de Chico Buarque, editado pelo Selo ICCA (Instituto Cultural Cravo Albin). Como compositor tem cerca de 40 músicas gravadas por nomes como Emílio Santiago, Dona Ivone Lara (Se esse mundo é meu), Wilson das Neves, Dorina, entre outros. Vencedor de oito sambas-enredo no Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Amapá e três pela Mocidade Independente: "Elis um Trem de Emoções", "Como Era Verde meu Xingu" e "Sonhar Não Custa Nada" pela Mocidade Independente de Padre Miguel.

Em 2012 lançou, no Rio Scenariun, na Lapa, o CD "Meu negócio é cantar samba", com músicas de sua autoria como "Lallauê" (c/ Martinho da Vila), "Amei demais" (c/ Afrânio Mello e Vadinho), "Meu negócio é cantar samba" (c/ Paulinho Rezende), "Se o caminho é meu" (c/ Jurandir Bringela), "Como era verde o meu Xingu" (c/ Dico da Viola, Tiãozinho e Adil), "Elis um trem de emoções" (c/ Dico da Viola e Cadinho), "Sonhar não custa nada, ou quase nada" (c/ Moleque Silveira e Dico da Viola) e interpretou de outros compositores as faixas "Pai olhai nossas crianças" (Claudinho Guimarães), "Sangue quente" (Altay Veloso), "Preta" (Altay Veloso e Délcio Luiz), "A fila já andou" (Marquinhos Lessa, Jorge do Finge e Adriano Ganso) e "Estou lhe devendo um sorriso" (Serafim Adriano), além da inédita "Samba livre" (Cadeia e Wilson Moreira), cantada em dueto com Wilson Moreira. O disco contou com arranjos e produção de Wanderson Martins.

No ano de 2013 com produção da Rádio Globo e Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, apresentou-se no projeto "Samba Amigo", como a principal atração no Parque Madureira, no bairro de Madureira, Zona Norte da cidade. No mesmo evento também se apresentaram Dorina, Léo Russo e os grupos de samba Firmamento e Samba Pra Gente. Durante a carreira apresentou-se em vários países da Europa, América do Norte e América do Sul.

Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006. 

ALBIN, Ricardo Cravo. O Livro de Ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A., 2003. 

http://www.dicionariompb.com.br/paulinho-mocidade

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