quarta-feira, 7 de outubro de 2015

The Searchers


The Searchers foi uma banda de rock britânica dos anos 60. O grupo é originário de Liverpool, e teve seus maiores êxitos entre 1964 e 1965. Destacaram-se os "hits": "Sweets for my sweet", "Needles and Pins", "Don't throw your love away" e "Love Potion nº 9". Continua apresentando-se, com apenas um dos integrantes originais. Melhores coletâneas em CD: "The complete collection" (selo Castle) e "The Searchers" (84 músicas, selo Sequel).


Nascido em 1938, Tony Jackson era o vocalista e baixista original dos “Searchers”. Esta banda pertencia a toda aquela nova onda musical, que se seguiu ao aparecimento dos Beatles, a que se deu o nome, sobretudo em terras americanas, de “invasão britânica”. Os “Searchers” não eram mais do que um grupo musical, entre muitos outros seus conterrâneos. A maioria não teve, claro está, qualquer êxito de assinalar, muitos não tendo editado mais do que um ou dois singles, mas os “Searchers”, a par de outros como “Gerry and The Pacemakers”, pertenciam àquele núcleo, muito restrito, dos que, numa fase inicial, podiam ser considerados “potenciais rivais” dos Beatles, estes, tal como eles, fundados em Liverpool.


O seu breve período de glória começaria logo em 1963, com o lançamento, quase em seguida, de dois singles, “Sweets For My Sweet” e “Sugar And Spice”. Em ambos surgia, em grande destaque, a voz de timbre muito forte e sonoro de Tony Jackson. Muito comerciais e ligeiros, seriam logo um êxito estrondoso. Devido ao facto de surgirem como uma banda de sucesso garantido, logo têm a oportunidade, reservada não a muitos, de gravar vários álbuns, entrecortados por novos singles, que confirmavam de novo a aposta que neles havia sido feita.

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Tony Jackson era visto, por grande parte do público apreciador dos “Searchers”, como a principal figura no grupo. Muitos atribuíam, à sua voz poderosa, a razão do seu sucesso. No entanto, desde logo, começam a surgir sinais de que algo poderia, muito em breve, mudar. Como forma de evitar uma repetição de estilo que, a partir de determinada altura, poderia cansar o público ouvinte e de revelar algum amadurecimento no som da banda, no interior dos álbuns e nos singles seguintes, foram surgindo temas com um som diferente, alguns mais complexos na sua construção.

Na sequência disto, a voz de Tony Jackson começou a surgir com cada vez menos destaque. Salvo alguns temas, começou a dar-se uma crescente primazia à voz de outro elemento do grupo, o guitarrista Mike Pender (em baixo), que se ouvia em harmonia com a voz dos outros, quando não a solo.


O som conseguido nos temas onde a voz de Tony Jackson surgia menos destacada era algo mais “suave” e isto pareceu agradar aos produtores que eram quem, afinal, acabava por ter a palavra final na escolha das canções a editar.

De facto, em êxitos posteriores, como “Neddles And Pins” e “Don’t Throw Your Love Away”, a voz de Tony Jackson aparecia mergulhada nas harmonias vocais, como se estivesse a ser relegada para segundo plano. Isto contribuiu para que o próprio Tony Jackson se sentisse a perder protagonismo no interior dos “Searchers”, o que lhe desagradava de sobremaneira. Isto contribuiu para azedar as suas relações com os outros elementos do grupo, em especial com o baterista Chris Curtis (em baixo), cuja voz surgia muito proeminente nas harmonias vocais. Aliás, segundo a opinião de muitos, este Chris Curtis (nascido Christopher Crummy), era o líder original desta banda, apesar de, publicamente, tal não parecer muito notório, talvez devido precisamente ao facto de ocupar a posição de baterista.


Devido a estas fricções no interior do grupo, Tony Jackson acabou por sair no Verão de 1964, embora ele tenha, na altura, alegado razões de saúde, sem que isso tenha ficado devidamente clarificado. Nesse momento, o grupo encontrava-se a atravessar uma fase de grande êxito discográfico e no som que se estava a tornar a sua imagem de marca, muito baseado em harmonias vocais, a voz de Tony Jackson não parecia fazer falta.



Quando Tony Jackson abandonou o grupo, muitos se interrogaram sobre o futuro dos “Searchers”, visto que, segundo até então parecia, ele era a principal razão do seu êxito e, aparentemente, o frontman. Para muitos fãs e críticos, Tony Jackson parecia insubstituível. Pensava-se que seria o fim anunciado dos “Searchers” e para Tony Jackson, o início de uma carreira promissora.



Por ironia, o futuro provaria exactamente o contrário. Logo de seguida, encontraram um substituto para o baixo, de nome Frank Allen (em baixo, à direita), com o qual as relações pareciam ser mais fáceis. Segundo alguns, a escolha de Frank Allen, que era conhecido dos "Searchers" já há algum tempo, teve o fundamental contributo de Chris Curtis (à esquerda).

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Este novo membro, mais jovem do que os outros "Searchers", vinha de um outro grupo, "Cliff Bennett And The Rebel Rousers", que também teve alguns sucessos em meados dos anos 60. Mais "low-profile", Frank Allen encaixará bem nos "Searchers" e revelar-se-á, pelo menos, segundo os produtores, uma boa escolha.



Após uma breve pausa, Tony Jackson decide constituir o seu novo grupo sob o nome "The Vibrations". Logo nesse ano, 1964, lançam o seu primeiro single, "Bye Bye Baby", que, apesar de ter sido um êxito moderado, parecia augurar uma carreira promissora. Contráriamente ao que muitos previam, os singles lançados posteriormente, não tiveram qualquer êxito de assinalar. Em contrapartida, o seu grupo antigo, "The Searchers", continuava a somar sucessos. Por ironia ou não, o seu segundo single "You Beat Me To The Punch", saído em Dezembro de 1964, soava muito ao cruzamento de dois êxitos, desse mesmo ano, do seu antigo grupo "Searchers": o já referido "Needles And Pins" e "When You Walk In The Room", este último também lançado no final desse ano, com muito maior sucesso. Uma sugestão do seu produtor Larry Page, no sentido de tentar criar uma "leve semelhança" com a sua anterior banda, que não se revelaria, afinal, bem sucedida.



Mesmo com as mudanças de editoras e produtores, passando pela mudança de nome do grupo para um lacónico "Tony Jackson Group" e alguns singles lançados sob o seu nome individual, a sorte parecia fugir a Tony Jackson. Por diversas vezes, ele teve de engolir o seu orgulho e aceitar alguns convites da sua antiga banda "Searchers", para actuar com eles ao vivo, quando planeavam interpretar temas de quando ele era o vocalista principal. Não raras vezes, as digressões de ambos os grupos coincidiam, muitas vezes para difundir a ideia de que já não existiam eventuais ressentimentos mútuos.


Desiludido com a falta de sucesso discográfico e com o panorama da indústria musical anglo-americana, Tony Jackson e o seu grupo, a partir do final de 1966, decidem entrar em digressão por outros países, nomeadamente França e Espanha. Curiosamente, acabarão por vir a Portugal com maior frequência durante esse ano de 1967. Esta presença em terras lusitanas, acabará por lhes proporcionar a edição de um EP numa editora nacional de então, a "Estúdio". Apesar da qualidade dos temas interpretados, o último trabalho do "Tony Jackson Group", será acolhido pelo público e pela crítica com indiferença.


Sem mais nenhum sucesso discográfico, nem o vislumbre de um novo contrato por parte de uma editora à vista, Tony Jackson decide extinguir o seu grupo por volta de 1968. A partir daí, iniciará uma vida pautada por diversas atividades, desde apresentador de televisão a vendedor, parecendo ter deixado para trás, definitivamente, a sua carreira de músico. Devido a razões diversas, nunca esteve muito tempo nessas profissões.



Uma breve previsão de regresso ao mundo da música aconteceu por volta de 1985. O antigo colega dos “Searchers” Mike Pender decide sair do seu grupo original, onde se mantinha como líder há muitos anos, e criar a sua própria banda “rival”, com o nome "Mike Pender's Searchers". Mike Pender convida então Tony Jackson a entrar nesse novo projecto musical, ocupando, de novo, o posto de baixista. Pouco depois, Tony Jackson desiste desta ideia, ao verificar que a sua condição era a de apenas “músico assalariado” e não de co-líder, como ele pretendia. Mesmo assim, não houve desta vez mais nenhum corte de relações entre ambos, visto que ambos chegariam a atuar juntos ao vivo, esporadicamente.


Neste período de finais da década de 80 e começo de 90, provavelmente sob o incentivo, oportuno, das reedições digitais em CD do catálogo musical de muitas bandas da década de 60, surge, em paralelo com a música da moda de então, uma onda de revivalismo. Para a satisfação de muitos fãs, bandas e cantores de outros tempos regressam, ainda que temporariamente, à ribalta.


É neste contexto que Tony Jackson pondera formar um novo grupo musical, assente, em grande parte, na memória dos seus velhos tempos de cantor de sucesso. Deveria ser um grupo de cariz revivalista, assente, pelo menos numa fase inicial, em espetáculos ao vivo a decorrer no circuito britânico, sem pôr de parte a hipótese de poder ser extensível ao público americano. Muito sintomático, foi a escolha inicial do nome para o seu novo grupo: “Tony Jackson’s Re-Searchers”. No entanto, ele foi antes aconselhado a retomar a memória do seu grupo posterior “The Vibrations”, o que ele acabaria por reconhecer como a hipótese mais sensata, devido ao facto de já existirem os referidos "Mike Pender's Searchers" e os próprios "Searchers", estes com o guitarrista e membro fundador John McNally (em baixo) à frente e Frank Allen no baixo, a percorrerem o mesmo circuito de público pretendido.



De fato, em 1991, Tony Jackson chegou a formar uma espécie de “New Vibrations”, reforçado pela presença de, pelo menos, um elemento da banda original, o baterista Paul Francis. No entanto, devido à dificuldade em conquistar um público numericamente convincente, para assistir aos seus espetáculos em agenda, Tony Jackson decide, num curto espaço de tempo, dissolver o seu recém-criado grupo. A partir de então, regressa de novo ao anonimato, só voltando a ser notícia em 1996, desta vez por razões negativas. É detido na sequência de ter ameaçado uma mulher, numa cabine telefônica pública, com uma arma falsa. A vítima só lhe havia pedido para ele a deixar usar o telefone… Apesar de não se tratar de uma arma verdadeira, Tony Jackson ficaria detido por 18 meses.


A verdade é que, já há algum tempo, a vida de Tony Jackson havia entrado numa espiral de queda. As dificuldades econômicas, associadas a problemas de saúde, como a diabetes e a artrite, agravadas pelo alcoolismo, haviam tomado conta da sua existência. Depois de 1997, após ser-lhe devolvida a liberdade, as suas dificuldades de vida e os seus problemas de saúde não pararam de se agravar. Nem mesmo o apoio dos seus antigos amigos do tempo dos “Searchers”, como John McNally, já era suficiente para minorar a sua decadência física.



No seu último ano de vida, em 2003, Tony Jackson já apresentava grandes dificuldades de locomoção, a que não seria alheia a sua incurável dependência da bebida. Faleceria na sua casa, quase isolado do mundo, na sequência de mais uma crise cardíaca, em meados de Agosto desse mesmo ano. Tinha apenas 65 anos e estava desiludido com a vida. Um ano depois, é editada uma colectânea, abrangendo a sua carreira musical entre 1964 e 1967, que procura fazer alguma justiça ao seu verdadeiro talento.



De referir que, dois anos depois, em Fevereiro de 2005, também faleceu Chris Curtis, outro elemento fundador dos "Searchers". Apesar da sua liderança, tendo também contribuído para a escolha dos temas interpretados e mesmo composto alguns, Chris Curtis já havia deixado os "Searchers" em 1966. 


Se a saída de Tony Jackson, em 1964, significou uma visível mudança de estilo, a desistência abrupta de Chris Curtis foi bastante inoportuna, principalmente num momento em que a qualidade das suas composições, em parceria com o resto da banda, atingira um nível de qualidade e maturidade que parecia anunciar um futuro interessante. Basta fazer uma audição do interessante LP "Take Me For What I'm Worth", lançado no final de 1965, onde surgem vários temas creditados aos quatro elementos que, então, integravam o grupo. Esses temas estão entre o que de melhor se produziu nesse ano. Bastou uma sequência de maus momentos numa digressão à Austrália, que correu particularmente mal, para fazer Chris Curtis ficar determinado a abandonar os Searchers. Nada nem ninguém conseguiu fazê-lo mudar de ideias. A partir daqui, nada mais foi como dantes...


Tal como Tony Jackson, tentará, sem sucesso, uma carreira a solo (com o single "Aggravation", lançado em Junho de 1966), tendo depois se mantido no anonimato e afastado do mundo da música durante mais de 20 anos. Também sofrerá de problemas de saúde incapacitantes que o levarão a uma reforma prematura. Mesmo assim, Chris Curtis tentará, nos seus últimos anos de vida, um tímido regresso à música, através de breves reencontros e actuações ocasionais com outros músicos britânicos da sua geração, de preferência residentes em Liverpool, cidade onde ele havia passado a residir e com um grande historial de bandas durante a década de 1960, com destaque, claro está, para os Beatles, sem esquecer os "Searchers". Um destes grupos revivalistas é conhecido pelo nome de "Merseycats".






Chris Curtis, baterista original da banda The Searchers, faleceu aos 63 anos, devido a problemas de saúde, os quais não foram detalhados. Chris, cujo nome verdadeiro era Christopher Crummey, saiu do The Saerchers em 1966, sendo substituído por John Blunt. Depois disso, Curtis tocou em bandas como The Flowerpot Men e Roundabout, que anos mais tarde viria a se tornar o Deep Purple, isso já sem ele na formação.


fonte
https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Searchers_(banda)
http://obaudoedu.blogspot.com.br/2011/11/perolas-dos-anos-60-searchers.html
http://bloguecentelha.blogspot.com.br/2008/02/carreira-descendente-de-tony-jackson.html

Um comentário:

MARCELO CAVERNA disse...

PARABÉNS PELA INFORMAÇÕES, SEMPRE TIVE CURIOSIDADE SOBRE ESSE CONJUNTO.