segunda-feira, 22 de abril de 2013

LiberTango


O Grupo LiberTango mantém vivo o legado do argentino Astor Piazzolla em terras brasileiras há mais de 15 anos e é a prova do profundo diálogo musical entre os dois maiores países da América do Sul. Baseado no Rio de Janeiro, o trio é formado pela pianista argentina Estela Caldi, radicada no Brasil, e por dois de seus filhos, ambos brasileiros, Alexandre Caldi (saxofones e flautas) e Marcelo Caldi (acordeom).

 Os amantes do tango no Brasil têm lotado as recentes apresentações do grupo: recorde de público no Teatro Carlos Gomes, em agosto de 2011, e casa cheia no Teatro da Academia Brasileira de Letras, em novembro do mesmo ano.


“O LiberTango quer mostrar que Piazzolla toca fundo em uma imensa quantidade de pessoas, independentemente de suas nacionalidades”, resume Estela Caldi. A ideia é recriar o repertório desse artista, com novos e ousados arranjos, assinados pelos dois irmãos, mas resguardando a essência musical do espírito portenho.

Para Alexandre, “há um respeito à tradição e ao mesmo tempo uma afirmação da nossa liberdade criativa”. Já Marcelo aponta para o fato de que as raízes do tango e da música brasileira são basicamente as mesmas, “essa mistura de africano, índio e europeu que só tem aqui nas Américas”. O elo familiar demonstra que a musicalidade latino-americana, de fato, atravessa fronteiras.

O repertório instrumental do show consagra as quatro estações de Piazzolla, “Primavera Porteña”, “Verano Porteño”, “Otoño Porteño” e “Invierno Porteño”. Outro sucesso revisitado é “Adiós Nonino”.


O grupo tem três discos gravados, “LiberTango – a música de Astor Piazzolla” (Delira, 2005), “Cierra tus ojos y escucha” (Delira, 2007) e “Porteño” (Delira, 2010), sendo que o mais recente também abarca obras do tango tradicional de Carlos Gardel como “El Día que me Quieras” (parceria com Alfredo Le Pera e Juan Carlos Calderon), “Por una Cabeza” (com Alfredo Le Pera) e “Mano a Mano” (com José Razzano e Celedonio Flores).


Alexandre Caldi toca os saxofones soprano, alto, tenor e barítono, além de flauta, flautim e pífanos. É também compositor, arranjador, produtor musical e professor. Em 2008 lançou seu primeiro CD, “Festeiro”, pelo selo Delira Música, obtendo excelente aceitação dos críticos.

Integrou diversas bandas de música instrumental, com as quais gravou 7 CDs, e atualmente faz parte do grupo LiberTango (3 CDs gravados). Atua também em duo com o pianista Marcelo Caldi (1 Cd gravado).

Já acompanhou artistas como Gilberto Gil, Maria Bethânia, Bibi Ferreira, Moraes Moreira, Geraldo Azevedo, Elza Soares, Sérgio Ricardo, D. Ivone Lara, Teresa Cristina, Ritchie e os grupos Casuarina, Bossacucanova e Galocantô. Tocou ao lado de instrumentistas de renome como Carlos Malta, Mauro Senise, Nicolas Krassik, Zé Paulo Becker e diversos outros.

Além dos CDs realizados com seus grupos, gravou, entre outros, com Moraes Moreira, Dona Ivone Lara, Sérgio Ricardo, Teresa Cristina, Davi Moraes, Yuri Popoff, Garganta Profunda, Caio Márcio, Marcel Powell, Soraya Ravenle, Bangalafumenga, Edu Krieger, Moyseis Marques, Galocantô e diversos outros artistas da nossa música popular.


Radicada no Rio de Janeiro desde 1969, Estela realizou seus primeiros estudos musicais na Argentina, sua terra natal. Fez duas graduações - licenciatura e bacharel - em piano no Conservatório Nacional de Música de Buenos Aires. Mais tarde, já no Brasil, ganhou o título de mestre em piano na Escola de Música da UFRJ, defendendo tese sobre Villa-Lobos, o que lhe valeu um convite para gravar o disco “Villa-Lobos por Estela Caldi” patrocinado pela Fundação Universitária José Bonifácio. Gravou também, em participações especiais, obras de Ronaldo Miranda e Caio Senna que a ela foram dedicadas. Gravou, em participação especial, com o saxofonista Leo Gandelman, o cd "Origens", lançado em 2011.

Como pedagoga, desenvolveu um importante trabalho na formação de muitos pianistas que hoje atuam indistintamente na música popular e erudita. Foi professora do Instituto Villa-Lobos do Centro de Letras e Artes da UNIRIO, até se aposentar em 2004.

Fez apresentações na Europa e na América Latina como pianista solista e camerista além de tocar com orquestra, dando ênfase á música brasileira contemporânea.

Tem um duo com Marcelo Caldi dedicado a obras para piano a quatro mãos, que tem como máximo objetivo levar ao conhecimento do público peças de grandes autores pouco tocadas.

Seu trabalho com o Grupo LiberTango é um velho sonho que se concretiza através de um trabalho de pesquisa apurado, da realização de shows cujo resultado está diretamente vinculado à excelência musical dos seus parceiros e do produto – até agora – de três cds que a orgulham pelo caminho escolhido.


Marcada pela fusão inusitada de estilos, formas e tendências, a obra de Marcelo Caldi expressa um sentimento de liberdade e ousadia, pois passeia com fluidez entre as fronteiras do erudito com o popular. Ao aproximar o tango argentino do forró brasileiro e apresentar-se como cantor e ao mesmo tempo instrumentista virtuose, além de compositor e arranjador, o artista tornou-se reconhecido como um dos mais brilhantes da nova geração brasileira.

É autodidata no acordeão, através do qual se projetou no cenário nacional por ter criado, a partir desse instrumento, uma linguagem inovadora, ao mesmo tempo simples e requintada. Inspirou-se na obra sinfônica para sanfona de Sivuca, no concerto de Radamés Gnattali para Chiquinho do Acordeão, entre outros, seguindo os passos dos grandes mestres no sentido de ampliar a importância da sanfona para a música erudita.

Em doze anos de carreira, lançou quatro discos: “Cantado” (MP,B, 2009), no qual se apresenta pela primeira vez como cantor solista; “Forró e Choro” (Delira, 2008), indicado ao Prêmio de Música Brasileira 2009 na categoria melhor disco instrumental; “Nesse Tempo” (Delira, 2006), em que explora formações orquestrais em estilos como tango, choro e xote; e “Intrometidos” (Independente, 2003), parceria com o irmão e saxofonista Alexandre Caldi.

Ritmos brasileiros se misturam ao tango, na Sala Funarte Sidney Miller (RJ)
Trio LiberTango presta homenagem ao músico carioca Ernesto Nazareth, que completaria 150 anos em 2013

Publicado em 12 de março de 2013
Trio LiberTango - Foto Fernando Gasparini
Nos dias 14 e 15 de março (quinta e sexta), às 18h30, o Trio LiberTango – formado por Estela Caldi, pianista argentina radicada no Rio de Janeiro, e por seus filhos, Alexandre Caldi, saxofonista e flautista; e Marcelo Caldi, no acordeon –, traz para o palco da Sala Funarte Sidney Miller uma mistura que promete agradar ao público. Em homenagem aos 150 anos de nascimento do músico Ernesto Nazareth, o novo show do trio mostra as vertentes brasileiras do ritmo consagrado na Argentina, o tango. A ideia é revelar o sotaque tangueado do samba, choro, baião, xote, dentre outros. A preços populares de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), o encontro faz parte do Projeto Música na Cidade, da Sala Funarte Sidney Miller.

Além de celebrar o aniversário de Ernesto Nazareth, músico que soube unir o salão e a rua com a mesma complexidade, o show  “Raízes brasileiras do tango” traz no repertório as quatro estações de Astor Piazzolla: “Primavera Porteña”, “Verano Porteño”, “Otoño Porteño” e “Invierno Porteño”, mantendo vivo o legado do argentino e provando o diálogo musical entre os dois maiores países da América do Sul.

O Trio LiberTango possui três discos gravados: “LiberTango – a música de Astor Piazzolla” (Delira, 2005), “Cierra tu ojos y escucha” (Delira, 2007) e “Porteño” (Delira, 2010). O mais recente também engloba obras do tango tradicional, de Carlos Gardel, como “El Dia que me Quieras” (parceria com Alfredo Le Pera e Juan Carlos Calderon), “Por uma Cabeza” (com Alfredo Le Pera) e “Mano a Mano” (com José Razzano e Celedonio Flores).

Segundo Estela Caldi, os amantes do tango no Brasil costumam lotar os shows do grupo. As apresentações mais recentes foram na Sala Baden Powell, em janeiro deste ano; no Centro Municipal de Referência da Música Carioca e no Programa Sala de Concerto, da Rádio MEC, em 2012; no Teatro Carlos Gomes e no teatro da Academia Brasileira de Letras, em 2011. Já em 2013, o trio conta com duas apresentações na Sala Funarte Sidney Miller e, ainda, participará do Festival Internacional Tango Brasil, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Sobre o Trio Liber Tango

Estela Caldi, pianista, é mestre em piano pela Escola de Música da UFRJ. Lançou o disco “Villa-Lobos por Estela Caldi”, patrocinado pela Fundação Universitária José Bonifácio e gravou participações especiais em obras de Ronaldo Miranda e Caio Senna e no disco “Origens”, (2012), de Leo Gandelmann, entre outros.

Alexandre Caldi é arranjador, produtor musical e professor. É um dos raros nomes do sopro brasileiro a incorporar influências latinas com requinte e expressividade em sua obra. Lançou o disco “Festeiro”, pela Delira, em 2008, e toca os saxofones: soprano, alto, tenor e barítono, além de flauta, flautim e pífanos.

Marcelo Caldi é um dos responsáveis pela revitalização atual da sanfona. Vencedor do Prêmio Funarte Centenário de Luiz Gonzaga, através do qual lançou o CD e o livro de partituras “Tem Sanfona no Choro”, (apoio do IMS). Já se apresentou ao lado de grandes nomes da MPB como Gilberto Gil, Chico César, Elba Ramalho, Chico Buarque e Elza Soares, entre outros.

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