sábado, 12 de março de 2016

Júlio Barroso


Pai da New Wave brasileira, Júlio Barroso, nasceu no Rio de Janeiro em 18 de novembro de 1953, e faleceu em São Paulo, em 6 de junho de 1984 foi um jornalista, compositor, ensaista, beatnik, e disc-jóquei brasileiro. Visionário, o carioca retornou de uma temporada em Nova York no início dos anos 80 para promover uma virada cultural no Brasil. Fundou o grupo Gang 90 e as Absurdettes no início da década de 1980, do qual também participava sua irmã, Denise Barroso, e antecipou o movimento new wave no país. Ou melhor, uniu a irreverência brasuca ao ritmo rocker estrangeiro.


O disco Essa Tal de Gang 90 & Absurdettes (1983) é um clássico instantâneo. No repertório, “Nosso Louco Amor”, “Telefone”, “Perdidos na Selva” e “Noite e Dia” (com Lobão). Muitos desses sucessos foram (e ainda são) regravados por ex-parceiros e bandas contemporâneas. 


Após a participação no Festival MPB-Shell, promovido pela Rede Globo em 1981, concorrendo com o hit Perdidos na Selva (Júlio Barroso / Márcio Vaccari / Guilherme Arantes), posteriormente gravado pelo Barão Vermelho em 1996. Júlio e seu grupo gravaram o LP Essa tal de Gang 90 & Absurdettes. O grupo é tido até hoje como um dos precursores do rock brasileiro dos anos 80. Como compositor, foi parceiro de Lobão e Ritchie.


Dirigido e roteirizado pelo jornalista Ricardo Alexandre (autor de Dias de luta, o melhor livro sobre a trajetória da geração pop da década de 80, lançado em 2002 e reeditado neste ano de 2013), o documentário Julio Barroso - Marginal conservador foca as contradições do artista - mentor da banda paulista Gang 90 & As Absurdetes, pioneira ao trazer a onda da New Wave para o Brasil - ao longo de 49 minutos preenchidos por entrevistas, fotos do perfilado, algumas imagens raras e o áudio inédito de Rosas e tigres (Júlio Barroso, Roberto Firmino e Taciana Barros), música ouvida no filme em versão embrionária de 1984, registrada com a voz de Barroso, mas que o cantor não teve não tempo de gravar oficialmente para o LP homônimo lançado pela Gang 90 em 1985, um ano após sua morte.


É do álbum Rosas & tigres, aliás, a música que batiza o bom documentário,Marginal conservador (Julio Barroso e Roberto Firmino), retrato da dicotomia que regeu a vida do artista, pioneiro na adoção de uma atitude pop em mercado então dominado pela MPB. "O primeiro grito de rock'n'roll (dos anos 80) foi o da Gang 90", ressalta Lobão, que compara, algumas falas depois, o impacto de ver a Gang 90 defender Perdidos na selva (Julio Barroso) no festival MPB-Shell 81, produzido e exibido pela TV Globo, com o "escândalo" provocado pela aparição do grupo paulista Os Mutantes em festival de 1967.


De fato, guardadas as devidas proporções, o aparecimento da Gang 90 em rede nacional contrariava o establishment musical da época. Só que o sistema logo deglutiu a novidade da banda de Julio - e o filme de Ricardo Alexandre expõe tal contradição ao lembrar que, em 1983, apenas dois anos depois do surgimento da Gang, era do grupo a música, Nosso louco amor (Julio Barroso e Herman Torres), que abria e dava título à novela das oito da vez.


Reforçando o paradoxismo que regeu a vida de Barroso, a boa entrevista do jornalista carioca Antonio Carlos Miguel - amigo do artista - elucida mais contradições ao lembrar que o rapaz de visual nerd (com cabelo curto, camisa social e óculos fundo de garrafa) que conheceu no início dos anos 70 foi o que surpreendeu o grupo de amigos - em tese, mais descolados - a se oferecer para subir sozinho o Morro de Mangueira para comprar maconha para a turma. "Fumamos ali os nossos cachimbos da paz e não nos desgrudamos mais", lembra Miguel, contando também que o amigo falsamente mauricinho chegou a ser internado em clínicas por seus pais para se livrar da dependência do álcool e das drogas.


Mas Barroso era livre o suficiente para querer permanecer banguela porque o dente da frente perdido numa queda no bar - na noite em que, embriagado, chorou a dor da morte de John Lennon (1940 - 1980) - simbolizava de certa forma seu inconformismo pela perda do Beatle. Enfim, cada entrevistado - o jornalista Okky de Souza (cunhado de Barroso) e a cantora, compositora e tecladista Taciana Barros (namorada de Barroso), entre outros - dá seu depoimento afetivo sobre o marginal conservador.

Ao fim, quando rolam os créditos ao som da emotiva Do fundo do coração (Julio Barroso e Barros, 1985), música do álbumRosas & tigres, fica a sensação incômoda de que Julio Barroso saiu de cena cedo demais, justo quando buscava equilibrar sua loucura com um pouco de lucidez. Mais uma das muitas contradições do artista. Em 2013 o filme "Júlio Barroso - Marginal Conservador" foi exibido no TV brasileira.


Depois de virar de ponta-cabeça o rock, Barroso faleceu tragicamente, um ano depois de lançar sua obra imortal. Enfrentando problemas com drogas e alcoolismo, morreu tragicamente ao cair da janela de seu apartamento, no 11º andar, em São Paulo. Ao cair (ou saltar) para a morte, em queda da janela de seu apartamento em São Paulo (SP) que pode ter sido acidental ou o último voluntário ato de uma vida vivida à margem, o cantor e compositor carioca Julio Barroso virou lenda do pop rock brasileiro dos anos 80.

Fonte:

https://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlio_Barroso

http://www.blognotasmusicais.com.br/2013/03/documentario-foca-contradicoes-do.html

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