terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Mário Castro Neves


Mário Castro Neves (12/11/1935 Rio de Janeiro, RJ) Instrumentista (pianista). Compositor. Irmão de Leo (baterista e advogado), dos trigêmeos Zeca (clarinetista amador), Iko (baixista e arquiteto) e Oscar (violonista, arranjador, compositor e produtor musical) e de Pepê (cantor). Sua casa, em Laranjeiras, abrigava reuniões musicais freqüentadas por artistas ligados à bossa nova. Estudou com o austríaco Hans Graff.


Na década de 1950, formou, com os irmãos Leo, Iko e Oscar, o quarteto American Jazz Combo, que se apresentava na Rádio Difusora de Petrópolis.

Em 1955, o grupo passou a atuar com a formação de quinteto, com a adesão, no vocal, de Manuel Gusmão, que viria a participar, como baixista, de discos de Jorge Ben ("Samba esquema novo"), Flora Purim ("Flora É MPM"), Meirelles ("Copa 5") e Wanda Sá ("Vagamente"). No repertório do conjunto, músicas do pianista e standards americanos.

Em 1957, o grupo foi convidado para participar da programação musical da TV Rio, apresentando-se aos sábados à noite em programa dirigido por Walter Clark.


Tornou-se amigo e parceiro de Ronaldo Bôscoli, com quem compôs "A menina e a rosa" e "Mamadeira atonal", samba interpretado por Bôscoli no I Festival de Samba-Session, realizado em setembro de 1959, no Anfiteatro da Faculdade Nacional de Arquitetura, que teve no elenco Carlos Lyra, Alaíde Costa, Nara Leão, Norma Bengell, Sílvia Telles e os irmãos Castro Neves, entre outros artistas.


Em 1962, desligou-se do quinteto que, renomeado como Oscar Castro Neves Quartet, viajou para Nova York para participar do histórico concerto de bossa nova no Carnegie Hall, em novembro desse mesmo ano. Oscar assumiu o piano, ao lado de Iko (baixo), Roberto Pontes Dias (bateria) e Henri Percy Wilcox (guitarra).


Formado em Química, voltou a atuar como pianista em 1965, quando deu uma "canja" no show do Copa Trio, no Bottle’s Bar (Beco das Garrafas, RJ), decidindo retomar sua atuação artística. Criou, em seguida, juntamente com o contrabaixista Novelli, o baterista Normando e as vocalistas Thaís do Amaral e Biba, o quinteto Samba S.A., que teve como único registro fonográfico o LP "Mário Castro Neves & Samba S.A", lançado, em 1967, pela RCA. No repertório, sua composição "Yearning Lovers" (c/ Sarita), além das músicas "Candomblé" (Danilo Caymmi, Edmundo Souto e Paulo Antônio), "Nanã" (Moacir Santos e Mario Telles), "De brincadeira" (Edmundo Souto e Danilo Caymmi), "Bye Bye Blackbird" (Mort Dixon e Ray Henderson), "E nada mais" (Durval Ferreira e Lula Freire), "Keep Talking" (João Donato e Crystal), "Vem balançar" (Walter Santos e Teresa Souza), "Once more" (Thaís do Amaral), "A morte de um deus de sal" (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), "Tá por fora" (Wilson Simonal e Chico Feitosa) e "Corcovado" (Tom Jobim).


Após realizar outros trabalhos no Brasil, como os arranjos para o LP "Tito Madi em nova dimensão" (RCA, 1968), viajou para o exterior, liderando a banda de apoio de Elza Soares em apresentações na Itália e na Inglaterra.

Até 1974, viveu em Londres, onde lançou, em 1973, um dos primeiros discos mixados em sistema quadrafônico, "Brazilian mood - Mário Castro Neves and his Orchestra".

Gravou, no Canadá, o LP "The Latin Band of Mário Castro Neves" (1975) e, na França, o LP "Un brésilien a Paris". Em 1977, radicou-se nos Estados Unidos.


Na década de 1980, lecionou composição, orquestração e regência na Princeton University, em New Jersey. Nessa mesma instituição, comandou o departamento de pesquisa sobre música latino-americana, ao mesmo tempo em que atuava em shows com seu grupo Subtle Chemistry, que marcou a volta do guitarrista Pat Martino à atividade, em 1984.

Nos anos 1990, abriu um estúdio de jingles em sociedade com Tony Camillo, com quem produziu vários discos, como "Love ride", da cantora Angel Sessions, em 1999. A faixa "Helena and I", retirada do LP "Brazilian mood - Mário Castro Neves and his Orchestra" (1973), foi incluída na compilação "A trip to Brazil Vol. 2: bossa & beyond (1999), produzida por Arnaldo DeSouteiro, tornando-se sucesso na cena acid-jazz.


Em visitas ao Brasil, apresentou-se nas casas noturnas Chiko’s Bar e Mistura Fina (RJ).

Em 2001, seu disco "Mário Castro Neves & Samba S.A." foi reeditado em CD, com produção de Arnaldo DeSouteiro (Jazz Station Productions). No repertório, as doze faixas originais e quatro bonus track: sua composição "Costa Brava" (c/ Chico Feitosa), "Rosa morena" (Dorival Caymmi) e "Estrada do sol" (Tom Jobim e Dolores Duran), incluídas somente no LP "The wonderful latin-american sound of Brazil", editado nos Estados Unidos, em 1968, além de "Carolina" (Chico Buarque). Em novembro de 2001, seu disco "Brazilian mood" foi relançado no Japão, pela Decca/Universal, sob a supervisão de Arnaldo DeSouteiro.



Em fevereiro de 2002, participou como pianista, compositor e arranjador do CD "Love dance", de Ithamara Koorax, para quem escreveu a musica "Someday", dedicada à cantora e a seu marido, o produtor Arnaldo DeSouteiro.

FONTE

http://dicionariompb.com.br/mario-castro-neves/dados-artisticos

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