Carmélia Alves Curvello, conhecida artisticamente como Carmélia Alves, nasceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 14 de fevereiro de 1923. Terceira filha do casal Raimundo e Adelina. Carmélia nasceu no bairro carioca de Bangu numa quarta-feira de cinzas. Ainda bem pequena, seus pais mudaram-se para a localidade de Areal, em Petrópolis, onde foi criada.
Seu pai, funcionário do escritório do Departamento de Estradas de Rodagem era muito festeiro, tendo formado conjuntos de baile e organizado blocos carnavalescos e festas juninas. Costumava adormecer embalada pelas cantigas nordestinas cantadas pelo pai.
Aos 17 anos, Carmélia voltou ao Rio para estudar , indo morar na casa de parentes. Por essa época, começou a interessar-se por música, encantando-se ao ouvir no rádio as músicas cantadas por Carmen Miranda, da qual tornou-se fã, acompanhando seus programas na Rádio Tupi e recortando suas fotografias de revistas. Recebeu muito incentivo do irmão mais velho, Manoel, que também gostava de cantar e achava que a irmã cantava bem.
Durante o período do ginásio, Carmélia tomou parte em diversos programas de calouros, tendo sido aprovada em todos eles, inclusive, no mais temido de todos, o de Ary Barroso, onde o assistente Macalé fazia soar o gongo eliminando seguidamente os concorrentes.
Convidada por Manoel da Nóbrega, outro grande incentivador, Carmélia participou de seu programa de calouros na Rádio Ipanema. Fez parte do programa "Estrada do Jacó", comandado por Ary Barroso, onde ele apresentava seus melhores calouros.
Terminado o curso ginasial, Carmélia optou por seguir a carreira artística. Foi casada por 54 anos com o cantor Jimmy Lester, casamento pautado pela harmonia e compreensão.
Sua carreira artística teve início nos anos 1940, quando foi contratada por Barbosa Júnior para apresentar-se com cachê fixo no programa "Picolino", cantando músicas do repertório de Carmen Miranda.
Em meados dos anos 1940, Carmélia obteve chance no conhecido programa "Casé", substituindo uma cantora que havia faltado. Cantou músicas de Carmen Miranda, que nesta época havia viajado definitivamente para os Estados Unidos.
Ouvida por César Ladeira, diretor da Rádio Mayrink Veiga, Carmélia Alves foi contratada pela rádio, que buscava uma substituta para a estrela Carmen Miranda. Carmélia ganhou um programa semanal, recebendo 800 mil-réis por mês, uma verdadeira fortuna para a época.
Em 1941, Carmélia foi contratada como crooner pelo Copacabana Palace, recebendo 100 mil-réis por dia, apresentando-se no programa "Ritmos da Panair", apresentado ao vivo por Murilo Neri, sendo transmitido para todo o Brasil pela Rádio Nacional.
Nesse mesmo ano, foi considerada pela crítica especializada do Rio de Janeiro a melhor crooner. Por essa época, conheceu no Copacabana Palace, o paulista de Franca, José Andrade Nascimento Ramos, que apresentava-se cantando músicas americanas, com o nome artístico de Jimmy Lester, e com quem se casou em apenas três meses. Sua carreira ganhou espaço nesse momento, sendo freqüentemente convidada para apresentar-se em outros locais, entre os quais, o programa do "Chacrinha", na Rádio Fluminense.
Carmélia participou no coral de várias gravações de outros artistas, entre os quais na gravação de "Aurora", feita por Joel de Almeida e Gaúcho; e também, de inúmeras gravações de Benedito Lacerda na RCA Victor, sempre participando do coro.
Em 1943, Carmélia gravou seu primeiro disco, financiado com 400 mil-réis de suas economias. Contou com a ajuda do amigo Benedito Lacerda, que acompanhou a gravação com os músicos de seu regional, que nada cobraram pelo trabalho. Participaram do coro inúmeros artistas, que depois se tornariam famosos, Elizeth Cardoso, Cyro Monteiro e Nélson Gonçalves.
Nesse disco pioneiro foram registrados, de Assis Valente, a batucada "Quem dorme no ponto é chofer" e de Horondino Silva e Popeye do Pandeiro, o samba "Deixei de sofrer".
Apesar do sucesso obtido com a gravação, Carmélia teve que afastar-se um tempo dos discos, pois sendo novata, criara involuntariamente uma situação constrangedora, já que naquele momento de guerra, muitos artistas consagrados não conseguiram gravar.
Carmélia preferiu, então, excursionar pelo Brasil com o marido. Durante quatro anos apresentou-se em diversas cidades brasileiras. Retornou ao Rio de Janeiro em 1948, retomando seu lugar na Rádio Mayrink Veiga.
Em 1949, gravou com Ivon Curi a toada "Me leva", de Hervé Cordovil e Rochinha, com orquestração e regência do maestro Radamés Gnattali, que tornou-se seu primeiro grande sucesso e a rancheira "Gauchita", de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.
No mesmo ano, Carmélia gravou com o Quarteto de Bronze, o samba "Diga que sim", de Roberto Martins e Ari Monteiro e o choro "Tic-tac do meu relógio", de Dunga. Ainda em 1949, gravou de José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro, a marcha "Mimoso jacaré" e de Roberto Martins, o samba "Coração magoado".
No mesmo ano, gravou de Lauro Maia e Humberto Teixeira o baião "Trem o lá lá" e de Ari Kerner, o balanceio "Trepa no coqueiro", com a orquestra de Severino Araújo, um de seus grandes sucessos.
No ano de 1950, Carmélia gravou de Hervé Cordovil e Mário Vieira, o baião "Sabiá na gaiola", que estourou como outro grande sucesso, de Luís Bandeira, o cateretê "Dança do pinote" e o samba "Coração magoado", com a Orquestra Tabajara de Severino Araújo. No mesmo ano, passou a atuar na Rádio Nacional do Rio de Janeiro.
Em 1951, Carméliia gravou de Capiba o frevo-canção: "É frevo meu bem", que teve grande êxito em Recife, começando, a partir de então, a ter nos anos seguintes grandes sucessos com frevos. Gravou de Salvador Miceli e Luiz Antônio, a batucada "Maria pouca roupa", de Humberto Teixeira, o baião "O baião em Paris" e de Luiz Bandeira e Ernâni Seve, o samba "Samba de emergência", entre outras.
Ainda neste ano, ela e o marido Jimmy Lester, em viagem ao Nordeste, descobriram o acordeonista Sivuca, atuando na Rádio Comércio do Recife e o levaram para o Rio de Janeiro. Carmélia gravou com Jimmy Lester, os baiões "Adeus Maria Fulô", de Humberto Teixeira e Sivuca e "Saudade é de matar", de Hervé Cordovil e Manezinho Araújo. Com Sivuca gravou o pot-pourri "No mundo do baião", com baiões de diferentes autores.
a ideia desse dico surgiu quando em um churrasco ela comecou a cantar suplica cearense e elymar santos veio d eoutro comodo e comecou a cantar com ela..assim ela mesma me contou ao telefone
2 comentários:
a ideia desse dico surgiu quando em um churrasco ela comecou a cantar suplica cearense e elymar santos veio d eoutro comodo e comecou a cantar com ela..assim ela mesma me contou ao telefone
Obrigada por seu comentário.
Então, o que deu origem a mais esta obra-prima da carreira de Carmélia Alves foi a amizade. Sentimento perfeito para dele fazer nascer a homenagem...
Portanto, vale conferir o resultado!
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