Aldina Soares Barroso (Cabo Frio/RJ, 31 de outubro de 1932), ou popularmente Cláudia Moreno, é uma cantora brasileira que se destacou nas décadas de 50 e 60, tornando-se a grande estrela Cláudia Moreno ou Morena.
"Ronda" de Paulo Vanzolini
Cláudia fez parte da geração de ouro da Música Popular Brasileira, iniciando sua carreira na TV Tupi do Rio de Janeiro, ao lado de João Gilberto, Tito Madi, Elizete Cardoso e Lúcio Alves, permanecendo nas Emissoras Associadas entre 1951 e 1961.
No cinema, estrelou com Jece Valadão o polêmico e premiado filme Rio, 40 Graus interpretando o samba “A Voz do Morro”, do compositor Zé Kéti.
Claúdia Moreno também estrelou, nas boates do Copacabana Palace, Night and Day e Plaza, no Rio de Janeiro, os grandes shows de Carlos Machado, Caribé da Rocha e Haroldo Costa, dos quais também faziam parte Ataulfo Alves, Marisa Gata Mansa, Lana Bittencourt, Grande Otelo, dentre outros.
A cantora foi uma das pioneiras a levar a bossa-nova para o exterior. Em 1952, viajou para a Venezuela acompanhada do conjunto de Waldir Azevedo, tendo sido posteriormente contratada pela Televisa Canal 2 de Caracas, permanecendo lá durante um ano quando se apresentou cantando, não só por toda a Venezuela, como também pelo Caribe.
Cláudia Moreno gravou além das composições de Zé Ketti, de Tom Jobim, Vinícius de Morais, Ary Barroso, Mário Lago, Toquinho entre outros. Suas músicas de maior destaque foram o clássico Ronda, de Paulo Vanzollini, e a versão “Sozinha Na Praia” (Perdona-me), de Júnior e Zé Fortuna.
Com a produção do cantor e compositor Belchior lançou “Cláudia Moreno Cantando o Amor”, com musicas grandes mestres da MPB tradicionalmente gravados pela cantora, e também de alguns compositores da nova geração.
Marisa Barroso - Beatriz Azevedo de Brito (17/2/1932 Rio de Janeiro/RJ). Foi descoberta por Ary Barroso. Atuou na TV e em clubes noturnos.
Em 1960, gravou pela Copacabana os sambas-canção "Canção do amor que não aconteceu", de Lauro Miranda e Otávio Ferreira e "Que pena", de Antônio Bruno.
No mesmo ano, gravou pela RCA Victor o samba-canção "Prenúncio", de Marino Pinto e Vadico e "Dois amigos" samba-canção de Ary Barroso. Foi escolhida pela crítica especializada como a "Cantora revelação de 1960".
São de 1961 as gravações de "Sinceridade", de Sérgio Malta e de "Dizem por aí", de Manoel da Conceição e Alberto Paz.
Nesse ano, gravou pela Copacabana o LP "Cantigas para enganar o tempo" com acompanhamento de Aloysio e seu conjunto, LP n o qual interpretou "Neste mesmo lugar", de Armando Cavalcanti e Klécius Caldas; "Conselho inútil", de Miguel Gustavo; "Samba de mudar", de Baden Powell e Geraldo Vandré; "Fala amor", de Djalma Ferreira e Luiz Antônio; "Ternura perdida", de Aloysio Figueiredo e Iná Monjardim, e "Triste bonita", de Nilo Queiroz e Billy Blanco, entre outras.
Na contra-capa desse disco, o jornalista Alberto Rêgo assim falou dela: "Marisa Barroso deixa de ser a "reveleção", a "risonha promessa" para - vencidas as naturais limitações da inexperiência e os nervosivos próprios dos estreantes - se afirmar, definitivamente, como grande intérprete da música popular brasileira, conquistando, com sua performance o lugar que lhe cabe, de fato e de direito, entre os "astros" consagrados do disco."
Em 1962, obteve sucesso com as gravações de "A mesma rosa amarela", de Capiba e Carlos Pena Filho e "Bronzes ecristais", de Alcyr Pires Vermelho e Nazareno de Brito.
Aqui "Bronzes e Cristais", na voz da cantora Maysa. Belíssimo fox-canção de Alcyr Pires Vermelho e Nazareno de Brito, uma das faixas de maior destaque do terceiro LP de Maysa, e primeiro em 12 polegadas, "Convite para ouvir Maysa número 2" (RGE XRLP-5013), lançado em março de 1958. Marisa Barroso gravou Bronzes e Cristais em 78 rpm, em 1962 na Copacabana.
Em 1964, Marisa fez temporada em Portugal. Gravou pela CBS um LP com o regente e instrumentista Astor.
Moacir Silva (Cataguases/MG 1940 — Conselheiro Lafaiete, 13 de agosto de 2002) foi um saxofonista e produtor musical brasileiro.
Moacyr aprendeu a tocar saxofone com professores anônimos de sua cidade natal. Aos 10 anos, já integrava uma banda de Conselheiro Lafayette, e logo depois que se mudou para o Rio de Janeiro, aos 17 anos, fazia parte da banda do destacamento militar onde serviu o Exército.
Moacir tocou nas orquestras dos maestros Fon Fon e Zacarias. Foi diretor artístico da Copacabana Discos e gravou alguns discos antológicos, inclusive Sax Voz, com Elizeth Cardoso.
Seu apelido era Bob Fleming, idéia do produtor Nilo Sérgio. Moacyr Silva nasceu em Cataguases, Minas Gerais, em 1940, e faleceu em 2002, em Conselheiro Lafaiete. Ele foi um saxofonista e produtor musical brasileiro. Só que ele não era apenas o Moacyr Silva, porque, por várias vezes, ele foi também o Bob Fleming. Mas o Bob Fleming também nem sempre foi o Moacyr Silva, porque outro saxofonista brasileiro, chamado Zito Righi, também foi o Bob Fleming.
Em 2002 morreu o Bob Fleming. Quem se lembra do Bob Fleming?! Sax tenor. Seus discos vendiam muito no Brasil, mas de repente ele parou de gravar e desapareceu. Nunca se soube por que. Na verdade, nunca se soube nada sobre Bob Fleming. Pelo nome era americano e branco, mas os discos não traziam sua biografia, não traziam sua foto, não traziam nem o nome dos músicos que o acompanhavam. As publicações especializadas em música o ignoravam, nos Estados Unidos ninguém o conhecia.
Qual era o mistério? O mistério, soube-se muito depois, se chamava Moacyr Silva. Um grande saxofonista negro brasileiro que teve o reconhecimento que merecia, principalmente dos seus pares na música.Moacyr Silva não tinha o físico para sustentar o pseudônimo, ao contrário, por exemplo, do Farnésio Dutra e Silva, que além de competente pianista tinha a pinta, e uma voz de barítono adequadamente sinátrica, para ser Dick Farney a vida toda.
Na mesma época em que Moacyr Silva virou Bob Fleming (e outro pseudoamericano chamado Ed Lincoln também fazia sucesso no Brasil) , Cauby Peixoto virou Ron Coby e foi tentar fazer sucesso nos Estados Unidos. Ainda não era a hora.
Uma das conquistas da bossa nova foi que, depois do seu estouro lá fora, ninguém mais precisou ser Ron Coby ou coisa parecida em lugar algum. Gente como o Ivan Lins e o João Bosco, sem falar no João Gilberto e descendentes, tem um grande público nos Estados Unidos, qualquer músico brasileiro tem um grande público no Japão e não é exagero ufanista dizer que hoje o Caetano, sem precisar se chamar Kay Tanner, é considerado o melhor cantor do mundo. Aliás, quem disse que ele é foi um crítico do "New York Times". E o porteiro do edifício do Tom em Nova York só chamava ele de Joe Bean ("Where have you been, Mr. Bean?") porque tinha entendido "Jobim" errado.
Infelizmente, o progresso de Bob Fleming para Joe Bean não ensinou muita coisa a um país onde nenhum edifício novo tem nome em português e entrega de pizza se chama "delivery".
O tempo é o senhor da verdade e da razão... (texto retirado de Samba-Choro).
Acontece que o Bob Fleming nunca existiu materialmente, ou seja, ele era uma abstração. Ele surgiu em 1959, fruto da imaginação criativa e lucrativa de Nilo Sérgio, o produtor musical da gravadora Musidisc. A Musidisc, então, passou a ser dona do Bob Fleming, e o Nilo Sérgio escolhia o saxofonista que ele achava melhor para fazer as gravações do Bob Fleming.
Sua estratégia, de criar um saxofonista de nome norte-americano, tocando os hits do momento, como boleros, baladas e até bossa-nova, deu certo, e vendeu milhares de cópias. Sabem aonde? No Brasil, é claro. Nilo Sérgio reconhecia que poderia se aproveitar comercialmente dessa velha mania brasileira de almejar ser a Europa ou os Estados Unidos, e consumir o que vem de lá sem sequer analisar o conteúdo.
Moacyr Silva não era o Bob Fleming, um gênio do saxofone mundial, mas somenteum saxofonista pobre, brasileiro, muito versátil, além de tocar jazz, bolero, e quaisquer outras coisas que viessem, era bom de samba... Poder-se-ia dizer que o Moacyr era melhor do que o próprio Bob Fleming.
O Projeto Adoniran apresentou em maio/2011, a cantora Lana Bittencourt, que desde os anos 50 empresta sua voz às melhores canções brasileiras e internacionais. Lana, que completou 80 anos em fevereiro último, rivalizou com Ângela Maria, Dolores Duran, Doris Monteiro cantando sambas-canção e se destacou a partir da gravação, em 1956, de Se Alguém Telefonar, de Jair Amorim e Alcyr Pires Vermelho, um dos muitos sucessos que pipocaram nas ondas do rádio nos anos seguintes. É de Lana uma das melhores versões de Se Todos Fossem Iguais a Você, de Tom e Vinícius (1957).
Lana Bittencourt - Irlan Figueiredo Passos (5/2/1931 Rio de Janeiro/RJ), é uma cantora e atriz brasileira. No cinema, participou de filmes ao lado de Mazzaropi, como Chofer de Praça, As Aventuras de Pedro Malasartes e Jeca Tatu. Recentemente, assinou um contrato com uma gravadora que relançará seus 72 grandes sucessos, e os filmes em que atuou estão disponíveis em DVD.
Desde menina, Lana causava sensação cantando nas festas familiares e em casa de vizinhos e amigos da família. Antes de escolher a carreira artística, cursava línguas anglo-germânicas na Faculdade de Filosofia. Sempre se destacou pela capacidade de cantar em vários idiomas, o que lhe valeu um prefixo nas rádios: Lana Bittencourt, "A internacional".
Em 1954, iniciou sua vida artística na Rádio Tupi, do Rio de Janeiro. Logo gravou um "jingle" que fez muito sucesso na época. No mesmo ano, gravou seu primeiro disco em 78 rpm pela Todamérica com os sambas "Samba da noite", de Luís Fernando e Wilton Franco e "Emoção", de Emanuel Gitahy e Wilson Pereira. Logo depois foi contratada pela Rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro. Nessa época, excursionou pelo interior do Brasil.
Ainda em 1954, chegou a ter um programa exclusivamente seu na TV Paulista (canal 5 de SP) que tinha a duração de 30 minutos.
Em 1955, transferiu-se para a Columbia, onde gravou grande parte de seus discos. O primeiro disco na nova gravadora tinha o fox "Juca", de Haroldo Barbosa e o bolero "Johnny Guitar", de Victor Young com versão de Júlio Nagib.
Lana gravou o samba "Pobre menino rico", de Vargas Jr. e Oscar Bellandi.
Em 1956, gravou o samba canção "Quem se humilha", de Ricardo Galeno, o maxixe "Ataliba e seu Bombardão", de Haroldo Barbosa e o samba canção "Meu caso", de Betinho e Nazareno de Brito.
No ano seguinte, gravou o bolero "Esquecimento", de Nazareno de Brito e Fernando césar, o samba canção "Se alguém telefonar", de Jair Amorim e Alcyr Pires Vermelho, que foi um de seus maiores sucessos e, o baião "Zezé", de Humberto Teixeira e Caribé da Rocha, que também fez sucesso.
Ainda em 1957, fez sucesso com a rumba "Little darlin'", de M. Williams. Também no mesmo ano, lançou um LP com o samba canção ""Se todos fossem iguais a você", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, então pouquíssimo registrado.
Em 1958, gravou o samba canção "Conselho", de Denis Brean e Osvaldo Guilherme.
Nesse mesmo ano, lançou "Lana emMusicalscope", um de seus principais trabalhos e que trazia dois de sues grandes sucessos já lançados anteriormente: "Se alguém telefonar" e "Little darlin'".
Ainda em 1958, foi agraciada com o troféu Microfone de Ouro, instituído pela revista Radiolândia, depois de escolhida por um júri de críticos especializados e representantes de agências de propaganda como a "Melhor cantora do ano" no Rádio.
Em 1959, lançou o samba "Amor sem repetição", de Lírio Panicali e Ester Delamare e a valsa rock "Quero-te assim", de Tito Madi.
Lana Bittencourt canta "Além" de Édison Borges e Sidney de Morais, no filme "As Aventuras de Pedro Malasartes", produção estrelada e dirigida por Mazzaropi em 1960.
Em 1960, Lana gravou dois sambas de Luiz Antônio: "Poema das mãos" e "Amor, amor". No mesmo ano, gravou o LP "Sambas do Rio", no qual interpretou composições de Tom Jobim e Luiz Antônio como: "Amor, amor", "Poema das mãos", "Eu e o Rio", "Chorou chorou", "Estrada do amor" e "Ri", de Luiz Antônio e "Longe é o céu", "Corcovado", 'Outra vez", "Só em teus braços", "Fotografia" e "Este teu olhar", de Tom Jobim.
Em 1962, lançou pela Columbia o LP "Exaltação ao Samba", disco que seria relançado em 1969 pela CBS/Entré com o título de "Exaltação à Bahia" no qual interpretou os sambas "Os quindins de Yayá" e "Na Baixa do Sapateiro", de Ary Barroso; "Bahia Com "H", de Denis Brean; "Exaltação à Bahia" e "Bahia de todos os santos", de Vicente Paiva e Chianca de Garcia; "Oração ao Senhor do Bonfim", de Tito Madi; "A Bahia te espera", de Herivelto Martins e Chianca de Garcia; "Você já foi à Bahia", " O que é que a baiana tem" e "365 igrejas", de Dorival Caymmi; "Sinhá da Bahia", de Vicente Paiva e Luis Iglesias, e "Olhos verdes", de Vicente Paiva.
Em 1963, transferiu-se para a CBS e gravou com sucesso a música "Chariot", de Stolle e Del Roma.
No mesmo ano, lançou o LP "O sucesso é Lana Bittencourt" sendo acompanhada por Astor e sua orquestra, com destaque para "Meu sonho em tuas mãos', de Fernando César e Britinho, "Canção de esperar o amor", de Carlito e Romeo Nunes e "Teus olhos", de Sérgio malta e Romeo Nunes.
Em 1965, gravou o LP "Lana no 1800", com as músicas "Castigo", de Dolores Duran, "Ma vie" e "Au revoir", ambas de Alain Barrière, Vidalin e Bécaud, além de um pot pourri intitulado "A voz do povo", com músicas de Luiz Vieira, João do Vale, Zé Kéti e outros.
Em 1982, lançou o LP "Jubileu de prata" pelo selo AVM no qual gravou "Sangrando", de Gonzaguinha, "Me deixas louca", de Armando Manzareno e "Samba da noite", de Wilton Franco, além de regravar os sucessos "Little darlin'" e "Se alguém telefonar".
Em 1986, gravou o LP "Karma secular", pelo selo Fermata, com destaque para as composições de autores contemporânoes como em "Rosa de viver", de Abel Silva e Sueli Costa, "A morte do imortal", de Nonato Buzar e Ronaldo Bôscoli, "Onde foi que eu errei", de Antonio Ferreira e Carlos Dafé e a música título, de Ângela RoRo.
Na década de 1990, teve o LP "Exaltação do samba", relançado em CD com o título do samba "Exaltação à Bahia", já que as 12 faixas do tem como tema a Bahia, como "Oração ao Senhor do Bonfim", de Tito Madi e "Na baixa do sapateiro", de Ary Barroso, entre outras já citadas.
Em 1998, teve lançado pela Polydisc um CD com seus maiores sucessos, incluindo "Ouça", de Maysa, "Maria, Maria", de Milton Nascimento e Fernando Brant e "Olhos nos olhos", de Chico Buarque.
Ainda na década de 1990, começou a fazer pequenos shows para eventos especiais, como casamentos, formaturas e almoços/jantares de celebração sempre acompanhada por um a três músicos, apresentando-se em espetáculos e eventos pelo Brasil.
(Lana Bittencourt e Mariana Braga - Avó e neta interpretando "Sangrando",
de Gonzaguinha - no Teatro Rival no RJ).
Aqui Lana Bittencourt, maestro Fleta e os cantores Anisio Silva, Fausto,
Cris Braun (Estrela/RS, 29 de junho de 1962) é uma cantora e compositora brasileira. Na década de 1970 mudou-se para Maceió, onde estudou violão, sendo aconselhada por seu professor a cantar. Em 1980 mudou -se para o Rio de Janeiro/RJ , onde viveu 25 anos .
Começou a fazer shows em 1985, e nesta época apresentou-se no Mistura Fina, no Rio de Janeiro. Foi um dos membros do grupo de rock Sex Beatles, com quem gravou dois discos, Automobília (1994) e Mondo Passionale (1995), produzidos por Dado Villa Lobos e Tom Capone .
Em 1997 lançou seu primeiro solo CD, Cuidado com pessoas como eu, pelo selo Fullgás, de Marina Lima, destacando-se nele a faixa-título e uma releitura drum'n'bass de Brigas, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, grande sucesso do cantor Altemar Dutra.
O disco "Cuidado com pessoas como eu" , primeiro solo de Cris é exaltado pela critica e rende a Cris canções executadas em novelas e radios do país. Foi na época indicada pelo jornalista Antonio Carlos Miguel para o "Fantástico" , como revelação para o novo milenio. Foi também finalista como revelação do ainda na época Premio Sharp de música . Ganhou o prêmio revelaçao junto a Pedro Camargo Mariano da radio JB FM ( Rj ) 1998 .
Durante estes 25 anos de Rio De Janeiro ( 1980-2005 ) , participou como convidada de shows de Rita Lee , Kid Abelha , programas de TV e especiais , e fez shows nas principais capitais do país. ( Sescs –SP , antigo Metropolitan- RJ , Canecão – Rj , Circo Voador – Rj , Soges –RS , Teatro Gustavo Leite – Al , entre outras casas e capitais .
Como compositora tem parcerias com Alvin L, Leoni, Dé Palmeira, Billy Brandão, George Israel e Paula Toller. Algumas de sucesso, como Como é que eu vou embora? (Paula Toller, G Israel e Cris Braun) gravada pelo Kid Abelha no disco "Meu mundo gira em torno de você" (1996), que entrou na lista das mais tocadas em 1997, e Menos carnaval, gravada com relativo destaque por Belô Velloso, trilha da novela "Era uma vez".
A música "Cuidado com pessoas como eu" , gravado por Cris Braun em seu CD homônimo fez parte da trilha do seriado de TV "Malhação" (1998)
Seu segundo disco solo "Atemporal", lançado em 2005, segue a trilha do primeiro com excelentes críticas, dentre elas:
"Como já acontecia Cris Braun vem participar da musica pop Brasileira de mansinho e sem alardes em praticas simples" cotação **** P. A. Sanches Folha de São Paulo. jan 2005
"Peq jóia de suaves novidades " cotação **** O Globo jan 2005
"Musica pra fazer o espirito sorrir " cotaçaõ **** Hagamenon Brito - Correio da Bahia
"Canções feitas com versos de porcelana" Estado de Minas.
(Cris Braun - Across The Universe, The Beatles Programa Todos os Sons TV Assembléia Maceió AL).
Cris Braun conjuga um trabalho original e autoral , com forte impacto como interprete e presença no palco .
Cris está finalizando o terceiro albun solo, produzido entre Rio de Janeiro e Maceió . Um disco que ela chama de música livre brasileira. Vertentes do melhor da música contemporânea brasilera .
Cris Braun falando sobre o disco "Fábula", seu terceiro disco solo . Dirigido por Fernando Coelho . CO2 - produções . 2010
Dentre a infinidade dos trios vocais da música universal, merece destaque o Trio Nagô, que no Brasil, ao lado do Trio Irakitan, foram os melhores exemplos na arte de vocalizar em trio. Foi o Trio Nagô quem desbravou o caminho e modelou os padrões dos arranjos adotados mais tarde pelos outros trios brasileiros, inclusive o Irakitan. A fórmula musical soava mágica, misturava o som dos trios latinos com o som do agreste, com as histórias dos poetas repentistas, dos violeiros, pescadores e jangadeiros de olhar mareado, cantando mistérios e prodígios, valentes como cangaceiros... (Blog Bossa Brasileira)
Trio vocal e instrumental. O trio foi criado na cidade de Fortalerza, CE em 1950 sendo inegrado por Evaldo Gouvêia, compositor, cantor e violonista nascido em Iguatu, CE, em 8/8/1930; pelo cantor e violonista Mário Alves, nascido em 1914, e pelo vocalista e tocador de atabaque Epaminondas de Souza, os dois, naturais da cidade de Fortaleza, CE. Epaminondas de Souza faleceu de infarte no Rio de Janeiro, em 27/10/2004.
Inicialmente, utilizaram o nome artístico de Trio Iracema e iniciaram a carreira artística apresentando temas folclóricos nordestinos na Rádio Clube do Ceará. Em seguida fizeram apresentações nas Rádios Poti, de Natal, RN; Araripe, na cidade do Crato, no Ceará, Borborema, na cidade de Campina Grande e também, na Rádio Tamandaré, de Recife, PE.
Em 1952, foram contratados para apresentar um programa semanal na Rádio Record, de São Paulo que permaneceu no ar por cinco anos. Ainda nesse ano, assinaram contrato com a gravadora Sinter e lançaram o rasqueado "Moça bonita", de Gilvan Chaves e Alcyr Pires Vermelho, e o maracatu "Paisagem sertaneja", de Hortêncio Aguiar.
Em 1953, foram contratados pela Rádio Tupi do Rio de Janeiro e gravaram pela Sinter os sambas "Homem não chora por mulher", de Victor Simon e José Roy, e "Projeto 1000", de Assis Valente e Salvador Micelli, sendo que esse último, contou com a participação da cantora e compositora Dora Lopes.
Em 1954, foram convidados para os festejos do Quarto Centenário da cidade de São Paulo como representantes do Ceará, fazendo apresentações na Rádio Tupi. O trio permaneceu em São Paulo por um mês e em seguida seguiu para uma temporada na Rádio Farroupilha, em Porto Alegre, RS. Antes de retornar ao Ceará, o trio foi para o Rio de Janeiro, onde se apresentou no programa César de Alencar na Rádio Nacional e assinou contrato com a gravadora Continental.
No mesmo ano, gravaram o rasqueado "Moça bonita", de Alcyr Pires Vermelho e Gilvan Chaves e a toada "Prece ao vento", de Alcyr Pires Vermelho, Fernando Luiz e Gilvan Chaves, primeiro grande sucesso do trio, contando com acompanhamento de Radamés Gnattali e seu conjunto.
Dois meses depois, lançaram com acompanhamento de Radamés Gnattali e sua orquestra, o samba "Aquarela cearense", de Valdemar Ressurreição e a toada "Boiadeiro", de Klécius Caldas e Armando Cavalcânti.
Em seguida, o trio retornou ao Ceará para acabar de cumprir o contrato com a Rádio Clube do Ceará. Ainda em 1954, receberam o Prêmio Roquete Pinto como "O Melhor Conjunto Vocal" do ano.
Em 1955. gravaram o corrido "Tropeiro do sul", de Graça Batista e Antônio Aguiar; o fox-canção "Iremos ao cinema?", de Armando Cavalcânti; o samba "Vive seu Mané chorando", de Luiz Assunção, e a guarânia "Morena do Paraguai", de Emílio Cavalcânti.
Em 1956, o trio retornou ao Rio de Janeiro e foi contratado pela Rádio Jornal do Brasil e pela gravadora RCA Victor. No mesmo ano, gravaram a toada "Dei ao mar para guardar", de Gilvan chaves, e o rojão "Dança de caboclo", de Hekel Tavares.
Em seguida, gravaram a toada "Soprando o vento", de Fernando César e o samba "Acorrege a prenúncia", de Vicente Amar.
No final do mesmo ano, o trio lançou a toada "Natal pobre", de Luiz Vieira. Nessa época, apresentaram-se nas boates Vogue, no Rio de Janeiro e Oásis, em São Paulo.
Acompanhando o êxito dos trios internacionais, fizeram turnês no México, Argentina, Uruguai e outros países da América Latina. Nos Estados Unidos, gravaram programas de TV e discos de 78 rpms. Em seguida na Europa, obtêm êxito na França, Inglaterra e Portugal. Em 1956, o trio excursionou pela Europa para onde seguiu como representante do Brasil na Festa do conhaque e do café, realizada na cidade de Paris, na França. Evaldo que tinha medo de avião - ia de ônibus para os shows pelo Brasil enquanto os companheiros voavam - agora era obrigado a cruzar os mares pelo ar.
Com a repercussão da temporada de Paris, o produtor Max de Rieux do selo Decca, contrata o trio para a gravação de mais uma coleção de canções lançadas em discos de 10 polegadas, compactos e 78 rpms. Gravações inéditas no Brasil. Na volta, são ovacionados e condecorados por autoridades pela divulgação da nossa cultura no exterior.
Em 1957, lançaram disco com o baião "O gemedor", de Gilvan Chaves e o bolero "Duvido (Lo dudo)", de C. Navarro em versão de Lourival Faissal.
No mesmo ano, gravaram os sambas "Laura", de João de Barro e Alcyr Pires Vermelho, e "Prece", de Marino Pinto e Vadico; a toada "Dô de cotovelo", de José Renato e Manezinho Araújo, e o samba-canção "Contra-senso", de Antonio Bruno.
(Trio Nagô canta "Saudades da Bahia" de Dorival Caymmi no filme "Chico Fumaça" dirigido por Victor Lima, com arranjos para orquestra de Radamés Gnattali, produzido e estrelado por Mazzaropi em 1957).
Pra quem ficou com vontade de ouvir a música "Saudades da Bahia" completa confira a interpretação de Gilberto Gil, presente no DVD BandaDois
Em 1958, o trio lançou uma guarânia que se tornaria sucesso nacional e clássico do gênero romântico, "Cabecinha no ombro", de Paulo Borges. No lado B do disco estava o samba "Cartão postal", também de Paulo Borges.
No mesmo ano, gravaram o samba-canção "Se alguém telefonar", de Jair Amorim e Alcyr Pires Vermelho; o bolero "Cachito", de Consuelo Velasquez; o samba "Três beijos", de Antônio Bruno, José Saccomani e Gaúcho, e o baião "Mambo do Ceará", de Catulo de Paula e Roberto Silveira.
Em 1959, o trio gravou duas composições do componente do trio Evaldo Gouveia, o samba-canção "A noite e a prece" e a "Guarânia do adeus", parcerias com Almeida Rego.
Ainda nesse ano, lançaram o bolero "Ansiedade", de Roberto Faissal e Lourival Faissal e a balada "Quem é", de Osmar navarro e Oldemar Magalhães. Nesse ano, foi lançado o LP "Um passeio com o Trio Nagô".
Em 1960, gravaram a "Balada de amor", de Paulo Borges, e o samba "Pior pra você", de Evaldo Gouveia e Almeida Rego, além de dois boleros da dupla Jair Amorim e Evaldo Gouveia, "Beija-me depois" e "Cantiga de quem está só". Ainda nesse ano, gravaram para a Polydor os sambas-canção "Ave Maria dos namorados", de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, e "Divino pecado", de Rubens Marçal.
Também nessa época, lançaram o LP "Ouvindo o Trio Nagô", pela RCA Victor.
Em 1961, lançaram pela RCA Victor o bolero "Uma vez mais", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, e o samba-canção "Sem dizer nada", de Alleardo Freitas.
No ano seguinte, lançaram seu último disco, com a balada "Sempre assim", de Aloísio Carvalho e o rasqueado "Dolores", de Jair Amorim. Nesse mesmo ano, o trio se desfez a partir da saída de Mário Alves. Ainda houve uma tentativa de retorno com a entrada de Manuel Batista, porém, sem sucesso.
Na década de 1990, o selo Revivendo lançou o CD "Prece ao vento" com 21 músicas gravadas pelo trio: "Prece ao vento", de Alcyr Pires Vermelho; Fernando Luiz e Gilvan Chaves; "Quero-te assim", de Tito Madi; "acorrege a prenúncia", de Vicente Amar; "Meu pião", de Zé do Norte; "Prece", de Vadico e Marino Pinto; "Mocambo de páia", de Gilvan Chaves; "Tropeiro do sul", de Graça Batista e Antônio Aguiar; "Quem é", de Osmar Navarro e Oldemar Magalhães; "Guarânia do adeus", de Evaldo Gouveia e Almeida Rêgo; "O vaqueiro", de Luiz Vieira; "Pior pra você", de Evaldo Gouveia e Almeida Rêgo; "O gemedor", de Gilvan Chaves; "A noite e a prece", de Evaldo Gouveia e Almeida Rêgo; "Segunda-feira", de Jairo Argileo e Heron Domingues; "Dô de cotovelo", de Manézinho Araujo e José Renato; "Balada do amor", de Paulo Borges; "Yayá da Bahia", de Clodoaldo de Brito, o Codó e João Melo; "Três beijos", de Antônio Bruno, José Saccomani e Gaúcho; "Mambo do Ceará", de Catulo de Paula e Roberto Silveira; "Adeus de Xique-Xique", de Paulo Neves e "Cartão postal", de Paulo Borges.
TRIO NAGÔ - CHEGA DE SAUDADE
Composição : Tom Jobim e Vinícius
Vai minha tristeza,
e diz a ela que sem ela não pode ser,
diz-lhe, numa prece
Que ela regresse, porque eu não posso Mais sofrer.
Chega, de saudade
a realidade, É que sem ela não há paz,
não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei
Na sua boca,
dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de você longe de mim
Um dos maiores compositores populares brasileiros de todos os tempos, Evaldo Gouveia foi homenageado pela Prefeitura Municipal de Fortaleza no Carnaval 2011. A homenagem incluiu disco-tributo e show especial com vários intérpretes no dia 26 de fevereiro, no Aterrinho da Praia de Iracema.
Cearense de Orós e criado em Iguatu, o artista cedo fez de Fortaleza a sua morada, vivenciando na capital, desde os oito anos, a descoberta do mundo e da música. Aquela que seria sua companheira para toda a vida.
“Alguém me disse”, “Bloco da solidão”, “Brigas”, “Que queres tu de mim”, “O trovador”, “Sentimental demais”, “Somos iguais”, “Tango para Teresa”… São inúmeros os clássicos de Evaldo que, com mais de 80 anos, segue ampliando sua obra, que já conta com mais de mil canções.
Evaldo Gouveia de Oliveira (Iguatu, 8 de agosto de 1928) é um músico brasileiro. Aos seis anos, já cantava num sistema de alto-falantes na praça de sua cidade no Ceará.
Aos onze, mudou-se para Fortaleza para estudar. Nessa época, trabalhava como feirante e não dispensava o violão nas horas de folga. Aos dezenove anos, passou a tocar violão num conjunto e acabou conseguindo um contrato numa rádio local.
Em 1950, formou o Trio Nagô, com Mário Alves (seu alfaiate) e Epaminondas de Souza (colega de boêmia). Após representar o estado do Ceará no programa Cesar de Alencar, na Rádio Nacional, o grupo foi contratado pela Rádio Jornal do Brasil e posteriormente pelas boates Vogue (RJ) e Oásis(SP). Dois anos depois, iniciaram um programa semanal na Rádio Record (SP) que duraria pelos cinco anos seguintes.
Em 57, Evaldo compôs sua primeira música, "Deixe que Ela Se Vá" (com Gilberto Ferraz), obtendo sucesso na voz de Nelson Gonçalves.
Ainda em 1957, Evaldo fez "Eu e Deus", com Pedro Caetano, gravada por Nora Ney, entre outras.
A partir de julho de 1958, quando conheceu o também compositor Jair Amorim na UBC, sua carreira deslanchou definitivamente. Logo no primeiro dia de contato, compuseram "Conversa", gravada inicialmente por Alaíde Costa, em 1959, no primeiro LP da cantora.
A música Conversa foi a primeira de uma série de 150 músicas compostas pela dupla nos dez anos que se seguiram, normalmente sambas-canções abolerados, cujo primeiro grande sucesso de vendas foi "Alguém Me Disse", lançada por Anísio Silva em 60.
Em 1960, Anísio Silva lança o grande sucesso de sua carreira, o bolero Alguém me Disse, de autoria de uma das mais bem sucedidas dupla de compositores do Brasil de todos os tempos, Evaldo Gouveia e Jair Amorim. Segundo a então famosa vedete Eloína, uma das deusas do teatro de rebolado do Rio de Janeiro, a letra de Evaldo Gouveia, integrante do Trio Nagô, para essa canção foi feita para ela.
"Alguém me disse que tu andas novamente
De novo amor, nova paixão toda contente
Conheço bem tuas promessas
Outra ouvi iguais a essa
Esse teu jeito de enganar conheço bem.
Pouco me importa que tu beijes tantas vezes
E que tu mudes de paixão todos os meses
Se vai beijar como eu bem sei
Fazer sonhar como eu sonhei
Mas sem ter nunca amor igual ao que eu te dei."
Em 1962, o Trio Nagô se desfez com a saída de Mário Alves, mas Evaldo prosseguiu compondo diversas pérolas com Jair, tais como "Poema do Olhar" (gravado por Miltinho) e o bolero "E a Vida Continua", sucesso nas vozes de Morgana e Agnaldo Rayol.
No ano seguinte, 63, Altemar Dutra foi içado ao sucesso justamente com um bolero da dupla, "Tudo de Mim".
A partir daí, Evaldo passou a ser seu intérprete mais constante, colecionando sucessos como os sambas-canções/boleros "Que Queres Tu de Mim", "Somos Iguais", "Sentimental Demais", "Brigas", "Serenata da Chuva" e as marchas-rancho "O Trovador" e "Bloco da Solidão".
Moacyr Franco também vendeu muitos discos com o bolero "Ninguém Chora por Mim", em 62.
Em 1963, Cauby Peixoto interpretou "Ave Maria dos Namorados", lançada por Anísio Silva pouco antes.
Outros que fizeram sucesso com músicas da dupla foram Wilson Simonal, "Garota Moderna", 1965, Agnaldo Timóteo, "Quem Será", 1967, Jair Rodrigues, "O Conde", 1969, a escola de samba Portela, "O Mundo Melhor de Pixinguinha", 1973, Maysa, "Bloco da Solidão", 1974, Ângela Maria, "Tango para Teresa" 1975, Jamelão, "Certas Mulheres" 1977, Dalva de Oliveira "E a Vida Continua", além de Elymar Santos, Chitãozinho e Xororó, Gal Costa, Maria Bethânia, Zizi Possi, Emílio Santiago, Julio Iglesias, Cris Braun, Ana Carolina, Simone, Fafá de Belém, dentre muitas regravações.
Evaldo Gouveia conversa com Ulysses Gaspar no Programa História da Música que é exibido pela TV Ceará todo sábado às 22h30, com reprise na terça às 23hs.
Em agosto de 2006, a Prefeitura de Iguatu homenageou Evaldo Gouveia, com a apresentação de um show na Praça Maestro Eleazar de Carvalho, no bairro Prado. Artistas locais cantaram sucessos da carreira do artista, em parceria com Jair Amorim, dentre as quais: "Alguém Me Disse", "Sentimental Demais", "Brigas", "O Trovador", "Bloco da Solidão", "Que Queres Tu de Mim" e "O Mundo Melhor de Pixinguinha".
Em junho/2011, o Clube Recreativo Iguatuense (CRI), apresentou o show do artista Evaldo Gouveia. "Baile dos Namorados" foi a temática da noite. O artista subiu ao palco com banda e interpretou dezenas de sucessos românticos que marcaram a sua carreira artística e a vida de milhares de fãs em todo o Brasil.
O show foi um reconhecimento do CRI aos 80 anos de vida de Evaldo Gouveia, que no Carnaval passado também foi homenageado pela Prefeitura de Fortaleza, com gravação de um CD especial com 20 músicas compostas por ele e o parceiro Jair Amorim. As canções foram interpretadas por artistas da MPB.
A Câmara Municipal de Iguatu também homenageou Evaldo Gouveia. Por iniciativa do vereador Ronald Bezerra e do presidente do Legislativo, Ednaldo Lavor, foi aprovada a outorga da Medalha do Mérito Intelectual Padre Antônio Vieira a Evaldo Gouveia. A entrega ocorreu durante a apresentação do artista. "Essa comenda significa a nossa gratidão e reconhecimento", disse Lavor. "É uma homenagem em nome do povo iguatuense".
JAIR AMORIM & EVALDO GOUVEIA
Jair Amorim era secretário e diretor da UBC - União Brasileira de Compositores - quando conheceu Evaldo Gouveia, que tentava se filiar à associação em 58. Alguns elogios e rasgação de seda por parte de Evaldo Gouveia a Jair Amorim, e naquela mesma noite se iniciou uma das parcerias mais famosas da MPB.
A primeira de uma lista de 150 composições (na maioria sambas-canções abolerados) foi o samba-canção "Conversa", gravada por Alaíde Costa em 1959, no primeiro LP da cantora.
A partir de 1962 conta-se o primeiro grande sucesso da dupla Jair & Evaldo: "Alguém Me Disse", gravada por Anísio Silva. Incontáveis sucessos na voz de Miltinho, com "Poema do Olhar" e Morgana com "E a Vida Continua", mais tarde regravada com sucesso por Agnaldo Rayol. Moacyr Franco também vendeu muitos discos com o bolero "Ninguém Chora por Mim".
Da fase de 63, o mais famoso intérprete foi Altemar Dutra com "Tudo de Mim" "Que Queres Tu de Mim", "Somos Iguais", "Sentimental Demais", "Brigas", "Serenata da Chuva" e as marchas-rancho "O Trovador" e "Bloco da Solidão". Cauby Peixoto foi sucesso com "Ave Maria dos Namorados", lançada por Anísio Silva pouco antes.
Em 65 Wilson Simonal fez sucesso com a bossa nova "Garota Moderna".
Em 1969 o samba voltou a se impor com "O Conde", gravado por Jair Rodrigues.
À dupla Evaldo Gouveia-Jair Amorim também é creditado o sucesso do samba-enredo da Portela, "O Mundo Melhor de Pixinguinha", em 1973.
Entre os grandes intérpretes que gravaram a dupla Evaldo Gouveia & Jair Amorim estão Ângela Maria, Maysa, Dalva de Oliveira, Gal Costa, Maria Bethânia, Zizi Possi, Emílio Santiago, o espanhol Julio Iglesias.
"Alguém me Disse" (Jair Amorim - Evaldo Gouveia), ganhou nova roupagem na voz de Gal Costa, fazendo grande sucesso na trilha sonora da novela "Tieta" (1989-1990) e no álbum "Plural" (1990).
Cris Braun releu "Brigas", em 1998.
Ana Carolina interpretou "Alguém Me Disse", em 99, mesmo ano em que Milton Nascimento regravou "Se Alguém Telefonar", samba-canção de Alcyr Pires Vermelho e Jair Amorim.
Em 2000, Simone repescou "Sentimental Demais" e "Que Queres Tu de Mim", e Fafá de Belém, "Ninguém Chora por Mim".
Acusados de comercializar excessivamente a música brasileira, a dupla respondia compondo nos mais variados ritmos, desde o bolero, samba-canção, valsa, marcha-rancho, balada, até o samba-iê-iê-iê (a onda da música jovem de 65), sempre inteiramente entrosada no momento musical.
Evaldo Gouveia apostava em sua inspiração e harmonia. Jair Amorim, o letrista para quem não havia mistério, fazia música para ser cantada pelo povo.
Jair Amorim faleceu em 1993, deixando um fantástico legado musical.
Evaldo Gouveia, após um longo período de recolhimento, agora se reafirma como o cantor e em show recente para lançamento de seu primeiro disco-solo demonstrou que ainda tem muito a oferecer à música brasileira.