segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Juca Kalut


José Lourenço Viana, conhecido como Juca Kalut, (Rio de Janeiro, 1857 — Rio de Janeiro, 22 de outubro de 1922) foi um músico e compositor brasileiro de choro. Fez parte de um grupo de chorões juntamente com Quincas Laranjeiras, Anacleto de Medeiros, Irineu de Almeida e Heitor Villa-Lobos.



Compositor. Carteiro de profissão, morava em Jacarepaguá. Carteiro freqüentava o grupo Cavaquinho de Ouro, na Rua da Carioca, 40, onde se reuniam os chorões das duas primeiras décadas do século XX, entre os quais Villa-Lobos, Quincas Laranjeiras, Mário Cavaquinho, Anacleto de Medeiros e Luís de Souza.

Teve várias composições suas aproveitadas por poetas como Catulo da Paixão Cearense, Hermes Fontes, entre outros, que lhe escreveram belos poemas. Respeitado na roda dos chorões, fez parte do grupo que se reunia na loja de música O Cavaquinho de Ouro, integrado por Quincas Laranjeiras, Anacleto de Medeiros, Irineu de Almeida, Villa-Lobos, entre outros.

Em 1912, sua valsa "Sorrir dormindo", foi gravada na Odeon pela Banda da Casa Edson. No mesmo ano, foi registrada, também na Odeon, por Artur Camilo ao piano e G. de Almeida na flauta.

Suas canções "Por que sorris?" e "Por que fui poeta?", com versos de Catulo da Paixão Cearense, foram gravadas por Vicente Celestino na Odeon.


Em 1962, a canção "Por que sorris?", com Catulo da Paixão Cearense foi relançada por Gilberto Alves no LP "Gilberto Alves de sempre" lançado pela gravadora Copacabana.

Composições

Campestre (ou O meu mistério, c/versos de Catulo da Paixão Cearense), xótis, s.d.; Camponesa, valsa, s.d.; Ceci (ou Só no Céu, c/versos de Catulo da Piaxão Cearense), valsa, s.d.; Extremosa, polca, s.d.; Por que sorris, valsa, s.d.; Luísa (ou Por que eu fui poeta, c/versos de Catulo da Paixão Cearense), mazurca, s.d.; A rola (ou O meu mistério, c/versos de Catulo da Paixão Cearense), xótis. s.d.; Sorrir dormindo, valsa, s.d.; Ziquinha, polca, s.d.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora PubliFolha.
Juca Kalut

"Juca Kalut, imensurável artista, que a minha pena treme ao trazer aqui o nome deste afamado professor. É impossível descrever aqui, o apogeu deste grande mestre, pois a beleza e os sentimentos dos choros que ele escreveu, com arte e bom gosto que tinha pela música, muito o elevaram no conceito de outros grandes músicos e professores. Era respeitado. Kalut morava em Jacarepaguá, onde foi sempre sua moradia, deixou uma grande bagagem musical; composições sublimes, cada qual era um mundo de inspirações. Catullo Cearense, Hermes Fontes, e outros poetas de valor aproveitaram suas composições em que escreveram belíssimos poemas. São de sua lavra as valsas: "Camponesas”, “Sorrir Dormindo”, “Irene" e muitas outras belíssimas composições. Kallut era exemplar chefe de família e amigo dedicado, foi ótimo funcionário e aposentou-se no cargo de carteiro de 1ª classe.

Adorava seus filhos a quem tratava com o maior desvelo educando-os com o maior carinho, apesar de sua dificuldade monetária, não olhando sacrifícios. Morreu há poucos anos. Com a morte de uma sua filha, muito se apaixonou, pois tinha dado uma educação aprimorada, não só nas letras como na música, pois já era uma maestrina. Morreu, como também seu pai. Ainda hoje o nome de Kalut, é lembrado como lídimo expoente da música, e também pelo seu fino trato, pelo bom gosto de suas composições, e assim deixou um claro bem custoso de preencher, deixando imorredouras saudades que somente a própria morte apagará." O Choro - Reminiscências dos chorões antigos - Rio de Janeiro, 1936 (Alexandre Gonçalves Pinto)



Sorrir dormindo (Por que sorris?) (valsa, 1911) - Juca Kalut

Mas por que sorris / De me ver assim chorando?
Sorris porque não sou feliz / E não mereço teu amor
Gostas de brincar com a dor / E gostas de zombar das dores
Ri de mim, assim / Com teus gestos sedutores
Podes rir assim de mim.

Mas do som, mas sabor / Tem sempre o amor
Demais amargor / Oooooh.... ri... ri de mim!
É uma glória viver / A rir desta dor
Que também, sorri / Que se sente prazer de feliz
Que vê, / Ri que tu és a pureza
É o anjo / A beleza / Não sabe gemer

Feliz quando / O trovador na lira chorando
Tem o coração / Nos grilhões das prisões
Do amor são as dores / a extrema
A inspiração dos cantores / Desejo assim findar
Cantando os meus amargores / com os teus primores rimar...

Ri de mim, assim / Com teus gestos sedutores
Podes rir assim... / De mim...

Em 1962, a canção Por que sorris?, foi relançada por Gilberto Alves no LP Gilberto Alves de sempre lançado pela gravadora Copacabana (CLP 11268). Ainda em 1969 outra edição agora pela gravadora Som (SOLP 40162).

FONTE



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