sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Maria Luiza Jobim


Maria Luiza Jobim que já fez parte do grupo Baleia (um misto de trupe cigana com orquestra de jazz) atualmente integra banda de swing gitane, receita suficientemente agradável para falar à nova geração sem distanciar-se do legado paterno. Filha de Tom (a do Samba de Maria Luiza), mas ela assume: “Nunca tive costume de ouvir música brasileira. Tenho uma coisa afetiva com a música do meu pai, vejo como outra coisa, faz parte de mim”.


A cantora lançou um EP com o Opala, duo de pop eletrônico caseiro formado em parceria com o produtor Lucas de Paiva.  Ligada em jazz e música eletrônica, mostra suas influências no primeiro EP de Opala, duo que integra com Lucas de Paiva. Ela nos vocais, ele nos sintetizadores. Fora da música, Luiza é “zero tecnológica”. Gosta de desenhar (fez a capa do EP) e coleciona cadernos Moleskine. “Trabalho com computador o tempo todo, mas tenho agenda telefônica de papel.”


"O Baleia era legal, mas era muita gente. Não deu certo. Eu queria fazer as minhas próprias músicas, buscar outras influências", conta Maria Luiza, por telefone, à reportagem. O Opala (nenhuma semelhança com a banda de samba-rock Os Opalas) faz indie pop com influências internacionais.

Nas duas faixas já disponíveis na internet (através do www.soundcloud.com/maria-luiza-jobim), cantam em inglês, vestem faixas com sintetizadores e buscam espaço entre os elementos para afiar o impacto da voz. Dialogam com o som de bandas independentes como Beach House, Chairlift, Toro Y Moi, entre inúmeras outras...

Maria Luiza Jobim se apresentou com seu recém-lançado duo Opala, em parceria com Lucas de Paiva, essa quinta-feira na inauguração da loja Maria Filó no Fórum de Ipanema, no Rio. E vem muito mais por aí. A moça, que saiu do seu antigo grupo, Baleia, está cheia de planos. “Comecei a me dedicar a composições e a Baleia era feita de amigos que tocavam covers. Queria criar coisas autorais.” E por que esse nome? “Adoro o carro, a pedra, mas tem mais a ver com a sonoridade da palavra. Nome de banda é complicado, né? Tem que ter um significado razoável porque você vai ouvir muito.”

* As letras do Opala são todas em inglês… “Eu e o Lucas fomos alfabetizados em inglês e temos ambos uma relação muito forte com a língua, é natural.” A dupla, com uma pegada eletrônica, tem sido rotulada de pop pelos críticos. “Concordo. É pop, tem muitas influências não pops, mas se considerarem assim é sinal de que muita gente está gostando.” Perguntamos como Maria Luiza gerencia as expectativas dos fãs de seu pai, Tom Jobim, em relação ao que ela faz. “Meu som é tão diferente do meu pai… Acho que podem vir fãs dele para conhecer o meu trabalho, mas o que importa mesmo é que, se gostarem, fiquem e admirem o que eu faço. Até o final do ano vamos lançar um disco. Estamos em um momento de fazer muitos shows. Na próxima semana a gente se apresenta em São Paulo e na seguinte vamos tocar em um festival de música alternativa em Recife, o Coquetel Molotov. Meus sonhos para o Opala são que ele continue existindo e que as pessoas curtam.” Simples assim.

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