sábado, 26 de outubro de 2013

Paulinho Tapajós




O cantor e compositor Paulinho Tapajós, autor de Andança, morreu nesta sexta-feira (25/10/2013) aos 68 anos. De acordo com informações publicadas no Facebook do primo do artista, o também músico Tibério Gaspar, ele lutava contra um câncer há pelo menos seis anos.

 


 


 Paulo Tapajós Gomes Filho nasceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de agosto de 1945. Era filho do compositor, cantor e radialista Paulo Tapajós, com quem teve as primeiras noções de música, e de Norma Tapajós, e irmão do compositor Maurício Tapajós e da cantora Dorinha Tapajós. Durante sua infância, costumava frequentar o auditório da Rádio Nacional, emissora da qual seu pai era diretor artístico. Cresceu em um ambiente musical, convivendo desde menino com vários artistas, como Emilinha Borba, Marlene e Radamés Gnatalli, que costumavam frequentar a casa de seus pais.
 


 Na adolescência, estudou violão com Léo Soares e Arthur Verocai, que veio a ser seu primeiro parceiro. Paulinho iniciou sua trajetória artística no final da década de 1960, quando ainda cursava Arquitetura na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde se formou em 1971.

 Participou, em 1968, do "Música Nossa", projeto realizado com o objetivo de promover encontros entre compositores e cantores em espetáculos realizados no Teatro Santa Rosa, no Rio de Janeiro. Nesse ano, teve pela primeira vez registrada uma música de sua autoria: "Madrugada" (com Arthur Verocai), incluída no LP "Música Nossa", em gravação de Magda.
 


 Entre 1968 e 1970, destacou-se como compositor premiado em diversos festivais de música, com destaque para sua participação no III Festival Internacional da Canção, no qual obteve o terceiro lugar, na fase nacional, com a canção “Andança” (com Edmundo Souto e Danilo Caymmi), hoje com quase 300 gravações, e no IV Festival Internacional da Canção, no qual obteve o primeiro lugar na fase nacional e o primeiro lugar na fase internacional, com “Cantiga por Luciana” (com Edmundo Souto), hoje com mais de 100 gravações.
 
 

Em 1969 começou a atuar também como produtor musical, função que vem exercendo até hoje. Na década de 70, participou de trilhas sonoras de novelas de televisão, com as seguintes canções:



 1970: "Irmãos Coragem" (c/ Nonato Buzar), tema de abertura da novela "Irmãos Coragem" (Rede Globo);
1970: "Tema de Regina" (c/ Edmundo Souto) e "Quem vem de lá" (c/ Arthur Verocai), para a novela "A próxima atração" (Rede Globo);
1970: "Assim na terra como no céu" (c/ Nonato Buzar e Roberto Menescal), "Tema de Suzy" (c/ Roberto Menescal), "Amiga" (c/ Roberto Menescal) e o tema de abertura “Mon ami (Fatos e Fotos)" (c/ José Roberto Bertrami), para a novela "Assim na terra como no céu" (Rede Globo);
1970: "Onde você mora" (c/ Edmundo Souto), para a novela "Verão vermelho" (Rede Globo);
1971: "I get baby" (c/ Artur Verocai), para a novela "O cafona" (Rede Globo);
1971: "Tia Miquta" (c/ Arthur Verocai), para a novela "Minha doce namorada" (Rede Globo);
1972: "É natural" (c/ Antonio Adolfo), para a novela "Tempo de viver" (Rede Bandeirantes);
1973: "A donzela" (c/ Naire), para a novela "As divinas e maravilhosas" (Rede Tupi de Televisão).


                                                        
Em 1972, iniciou sua carreira de intérprete, gravando, com sua irmã Dorinha Tapajós, o compacto duplo "Paulinho e Dorinha", contendo suas canções "É natural" (c/ Antonio Adolfo), "O profeta", "O triste" (c/ Roberto Menescal) e "Vivências" (c/ Chico Lessa e Edmundo Souto).
                                                         
Em 1974, gravou seu primeiro LP, "Paulinho Tapajós", com destaque para "Se pelo menos você fosse minha" (c/ Roberto Menescal), "Clara" (c/ Arthur Verocai) e "Andança" (c/ Edmundo Souto e Danilo Caymmi), entre outras.

                                                        
Em 1979, lançou o LP "A história se repete", destacando-se as canções "Sapato velho" (c/ Mu Carvalho e Claudio Nucci), "Pera, uva ou maçã" (c/ Arthur Verocai) e "Cantiga por Luciana" (c/ Edmundo Souto), além da faixa-título, composta em parceria com Sivuca, entre outras.

                                                       
Na década de 1980, voltou a participar de trilhas sonoras de novelas de televisão, com as canções "No tempo dos quintais" (c/ Sivuca), para a novela "Água viva" (Rede Globo/1980), "Coisas do coração" (c/ Mu Carvalho), para a novela "Os ricos também choram" (SBT/1982) e "Minha pequena princesa" (c/ Mu Carvalho), para a novela "O direito de amar" (TV Globo/1987).

                                                        
Lançou, em 1981, o LP "Amigos e parceiros", no qual registrou suas canções "Coisas de mãe", "O choro do Bruno" (c/ Abel Ferreira), "Seja o que Deus quiser" (c/ Ivan Lins), "Abel e Caim" (c/ Maurício Tapajós), "Amiga" (c/ Roberto Menescal) e "No tempo dos quintais" (c/ Sivuca), entre outras.

                                                        
Em 1983, gravou o LP "Coisas do coração", com destaque para as canções "Aguapé" (c/ Edmundo Souto), "Cabelo de milho" (c/ Sivuca), "Canção de esperar neném" (c/ Beth Carvalho) e "Filha da noite" (c/ Sivuca), além da faixa-título, composta em parceria com Mu Carvalho.

                                                        
No ano seguinte, a Escola de Samba Unidos do Cabuçu venceu o Desfile das Escolas de Samba do Grupo 1 do Rio de Janeiro com "Beth Carvalho, a enamorada do samba", samba-enredo de sua autoria, em parceria com Edmundo Souto, Iba Nunes e Luís Carlos da Vila. Ainda em 1984, compôs, com Antonio Adolfo e Xico Chaves, a trilha sonora do musical infantil "Astrofolias" (1984), de Ana Luíza Job, e participou da trilha sonora da peça "Sapatinho de cristal", encenada por Lucinha Lins, com a música "Juntando trapinhos" (c/ Ary Sperling e Paulinho Mendonça).

                                                        
Em 1986, publicou uma parte de sua obra, como compositor e letrista, no livro "De versos", que recebeu ilustrações de Ziraldo (ver LIVROS). Nesse mesmo ano, assinou, com Antonio Adolfo e Xico Chaves, a trilha sonora do musical infantil "Passa, passa, passará", de Ana Luíza Job.

                                                        
Atuou também na área publicitária, tendo realizado trabalhos de criação e produção de jingles para campanhas de clientes como Mesbla, Caderneta de Poupança Delfin, Du Loren, Classificados do Globo, Mister Pizza, Morumbi Shopping e Vila Borghese, entre outros.                                                        

Participou de trilhas sonoras para o teatro, tendo assinado as versões para o espetáculo "Promisses, Promisses".

                                                       
No cinema, teve músicas de sua autoria incluídas nas trilhas sonoras dos filmes "André, a cara e a coragem", "Se segura, malandro", "Os vagabundos trapalhões", "As moças daquela hora", "Os trapalhões na Serra Pelada", "João e Maria", "Os Trapalhões na Arca de Noé", "O donzelo", "A revolta dos anjos", "Galinho de briga", "The last fight" e "Xuxa - Duendes 2".

                                                       
Publicou os seguintes livros infantis: "Verde que te quero ver" (c/ Edmundo Souto) e o didático "Aprenda com a turma do verde" (c/ Edmundo Souto), tematizando a questão ecológica, "Eternos meninos", "Janjão, o anjo doidão", "Pé de sonhos", "Amor de índio", "Cometa coração", "Victor James", "Boi da cara pintada", cujo texto remete ao movimento dos "caras-pintadas" no contexto do impeachment de Fernando Collor, e "Betinho, corpo magrinho, coração grandão", uma homenagem ao sociólogo Betinho e sua campanha pela cidadania. Adaptou para o teatro, em forma de musical, os livros "Verde que te quero ver" (c/ Edmundo Souto), "Eternos meninos" e "Janjão, o anjo doidão".                                                   
 As trilhas sonoras de "Verde que te quero ver" (c/ Edmundo Souto) e "Eternos meninos" foram lançadas em LP. Adaptou "Verde que te quero ver" para televisão, assinando também a produção musical do especial, exibido em 1984 pela Rede Globo, com a participação de Beth Carvalho, A Cor do Som, Lucinha Lins e Viva Voz, entre outros.
                                                        
Ainda na área infantil, foi responsável pela produção de "Brinque-book: canta e dança II" (livro e fita cassete), que registrou uma leitura contemporânea de cantigas de roda, com destaque para "O cravo brigou com a rosa", "Na mão direita tem uma roseira", "Meu limão, meu limoeiro", "Trem de ferro" e "Marcha soldado", entre outras. No início da década de 1990, compôs a trilha sonora da peça infantil "Floresta tenebrosa".                                                         

Em 1991, participou do projeto "Poeta mostra a tua cara", criado e dirigido por Solange Kafuri, interpretando suas próprias canções.                                                        

Em 1996, lançou o CD "Coração poeta", que incluiu suas canções "Irmãos Coragem" (c/ Nonato Buzar), "Assim na terra como no céu" (c/ Roberto Menescal e Nonato Buzar), "Tô com o diabo no corpo" (c/ Sivuca), além da faixa-título, composta em parceria com Nelson Cavaquinho, e das regravações de "Sapato velho", "Cantiga por Luciana", "Cabelo de milho", "Andança", "No tempo dos quintais" e "Amiga", entre outras. O disco contou com a participação especial de Ivan Lins, Danilo Caymmi, Fagner, Beth Carvalho, MPB-4, Sivuca, João Nogueira e Chico Buarque.

                                                        
Em 1998, gravou o CD "Reencontro", no qual registrou suas canções "Do fundo do armário" (c/ Nelson Cavaquinho), "Meu braço de violão" (c/ Raul Ellwanger), "Joatinga" (c/ Edmundo Souto e Beth Carvalho) e "Patins" (c/ Claudio Nucci), entre outras. A faixa-título, composta em parceria com Edmundo Souto e Danilo Caymmi, remete aos 30 anos de "Andança", canção emblemática na carreira dos compositores. O disco contou com a participação especial de Beth Carvalho, Claudio Nucci, Danilo Caymmi, Fagner, Golden Boys e Ivan Lins, além da Velha Guarda da Mangueira na faixa "Ao Chico, com carinho" (c/ Edmundo Souto e Moacyr Luz), uma homenagem ao compositor Chico Buarque.       

                                            

Em 1999, participou do Festival de Inverno de Conservatória (RJ). Nesse mesmo ano, apresentou-se, com Guilherme de Brito, no Vinicius Piano Bar (RJ). No espetáculo, além de canções próprias, a parceria inédita, "Alma gêmea".                                                         

Participou, no ano seguinte, "Encontro Galego no Mundo - Latim em Pó", realizado em Santiago de Compostela.


Assinou, em 2002, a produção musical do Acústico de Jorge Benjor (CD, DVD e musical de televisão). Participou, em algumas gestões, da diretoria da União Brasileira de Compositores (UBC).

Em 2003, foi lançado o CD "O lirismo de Paulinho Tapajós", contendo canções de sua autoria interpretadas por Gerli e Haroldo Goldfarb. O disco foi contemplado, no ano seguinte, com o prêmio Melhor CD Tributo pelo "Jornal das Gravadoras".

                             
Em 2005, lançou o CD "Viola violão" (Dabliú), em parceria com Marcello Lessa, com releituras de "Andança", "Aguapé", "Cabelo de Milho" e "Menininha do Portão", sendo o restante das composições inéditas, a maioria delas em parceria com Marcello Lessa. Destaque para "Chorinho pro meu violão" e "Bonequinha Sapeca", além da música que dá título ao disco, esta em parceria com Claudio Nucci.

Este CD contou com a participação especial de Lucinha Lins, Claudio Nucci e Simone Guimarães. Nesse mesmo ano, publicou, pela editora Nova Fronteira, os livros "A lenda da vitória-régia" e "A lenda do uirapuru", abrindo a série "Lendas brasileiras".

                            
Em 2006 lançou, também com Marcello Lessa, o CD "Par ou ímpar" pelo selo Kuarup e posteriormente em nova edição pela CID, com releituras de "Sapato Velho", "Irmãos Coragem", "Cantiga por Luciana", "No Tempo dos quintais", "Coisas do Coração" e "Coração Poeta", além de inéditas em parceria com Marcello Lessa, com destaque para a música que dá título ao disco e ainda "Veludo Azul" e "Baixo Leblon". O disco contou com a participação especial de Wanda Sá, Luis Melodia, Claudia Telles e Eudes Fraga.

                             
No dia 29 de agosto de 2007, foi homenageado pelo Instituto Cultural Cravo Albin na série "Sarau da Pedra", No evento, foi afixada no Mural da Música do instituto uma placa com seu nome, a ele dedicada pela relevância de sua obra musical.


Em 2008, lançou pela CID o CD solo "Preparando a Canção", com releituras de "Pera, uva ou maçã" e "A Velha", sendo o restante do repertório composto de músicas inéditas, com destaque para "Beijos", em parceria com Cartola, "A Companheira", em parceria com Guilherme de Brito, e ainda "Coração Vadio" , "Estrela da Manhã" , Forró pra Namorar" e "Minha Guanabara", em parceria com Claudio Nucci, além da música que dá titulo ao disco, de sua exclusiva autoria.


 
 
 

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