sexta-feira, 23 de março de 2012

Otaviano de Assis Romeiro - maestro Fon-fon

Instrumentista, autor de sambas, choros e arranjos para interpretes famosos, Otaviano Assis Romeiro (Otaviano Romero Monteiro), mais conhecido como maestro Fon-Fon, foi uma das principais personalidades da música popular brasileira.

Otaviano de Assis Romeiro (31 de janeiro de 1908 – 10 de agosto de 1951), mais conhecido como Fon-Fon, foi um compositor, maestro e instrumentista brasileiro. Foi o primeiro maestro a utilizar naipes de saxofones, trombones e trompetes, dando a sua orquestra uma sonoridade especial.

Nasceu em Santa Luzia do Norte, no estado de Alagoas, onde a tradição musical é preservada e transmitida por gerações. É comum vê-se em Santa Luzia do Norte músicos de todas as idades tocando seus instrumentos musicais em diversos lugares da cidade. Seja na escola de música, em casa, no coreto ou na calçada da Igreja. Os músicos se reúnem e tocam belas melodias, para o deleite da população e dos que visitam a cidade de Santa Luzia.

Fon-fon, filho de Amaro Romeiro e Luzia de Assis, iniciou suas atividades musicais ainda criança; aos oito anos de idade em sua terra natal; tocando numa Zabumba – Banda de pífanos - grupo musica pertencente a família Mugumba que moravam no povoado do quilombo.
 
Mudou-se para Recife/PE, e entrou para o Colégio Batista, mas logo abandonou os estudos e voltou para sua cidade natal. Foi convidado a trabalhar no interior do estado de São Paulo. Lá chegando, decidiu ficar na capital, mas, sem carteira de reservista e, logo, sem possibilidade de conseguir emprego, ingressou no Batalhão de Polícia, com a intenção de fazer parte da banda musical, o que não conseguiu uma vez que não sabia ler música. Assim, ele abandonou a força pública paulista e se mudou para Maceió/AL, empregando-se como correntista de escritório e começando a estudar música.

Em 1927, mudou-se para o Rio de Janeiro e ingressou no 2º Regimento de Infantaria. Ali, aperfeiçoou seus conhecimentos musicais com o mestre de frevo Garrafinha, contramestre da banda do regimento. Aprendeu a tocar saxofone com o músico Dedé, que lhe deu seu apelido, pois ao tocar o instrumento, não tirava os agudos corretamente, produzindo apenas um simples “fon-fon”.

Abandonou o Exército três anos depois, dedicando-se apenas à música, tornando-se membro da orquestra de Romeu Silva, com quem fez uma viagem à Argentina, onde ficou por um ano. Fez sua primeira gravação em 1933, interpretando ao saxofone o choro “Cláudio”, de Paulino de Oliveira Santos, com acompanhamento de conjunto regional. Por essa época, começou a tocar em "dancings". Numa festa em que Dedé faltou, substituiu-o na clarineta, interpretando, com muito sucesso You Are Mesnt for Me.

Em 1935, criou sua própria orquestra, para atuar no Cassino Assírio, no Rio de Janeiro, que consistia de Aristides Zacarias (clarinete), Fats Elpídio (piano), Pernambuco (pistom) e Moisés Friedman (bateria), entre outros.

Fon-Fon formou outra orquestra - "com alguns alagoanos nela integrados - passou a atuar no Cassino em Copacabana, Rio de Janeiro, com arranjos especiais do maestro Radamés Gnatalli". Pioneirismo em âmbito nacional, Fon-Fon foi o primeiro maestro a utilizar naipes de saxofones, obtendo uma acústica especial. Com o mesmo estilo das orquestras de danças norte-americanas que faziam sucesso na época, como as de Benny Goodman. Tommy Dorsey e Artie Shaw, a Orquestra de Fon-Fon alcançou muito êxito entre a aristocracia/elite carioca, frequentadora do cassino.

Em 1941, ele e sua orquestra fizeram uma excursão à Argentina.

De volta ao Brasil, entre 1942 e 1947, na Odeon, sua orquestra fez o acompanhamento nas gravações de diversos artistas, entre eles, Ataulfo Alves, Jararaca & Ratinho, Dircinha Batista, Emilinha Borba, Francisco Alves, Joel & Gaúcho e Araci de Almeida.

Entre os anos 1942-47, fez inúmeras gravações para a Odeon, "acompanhando Atualfo Alves e sua academia na gravação do clássico "Ai que saudade da Amélia", de Atualfo Alves e Mário Lago.

Em 1944, gravou a pouca " Rato, rato" de Caseniro Rocha e Cláudio Manuel da Costa, o Cipó.

Em 1944, Odete Amaral gravou seu choro “Murmurando”, com letra de Mário Rossi, que se tornou um clássico do choro cantado. Curiosamente esse clássico, foi gravado pela primeira vez não por Fon-Fon, mas pela orquestra do maestro palestino Simom Bountman, em 1944, merecendo posteriomente letra de Mário Rossi, interpretado por Odete Amaral, e só depois o próprio Fon-Fon o gravou.



Murmurando
Música de Fon – Fon e letra de Mário Rossi

Murmurando esta canção
Eu sei que meu coração
Há de suplicar amor
Vem matar tanta dor
já não há lua de mel
Nem, mais estrelas no céu
Um anel de ambições
Envolveu irmãos
E será um poder fatal
Se o bem não vencer o mal.
Amor, tanta dor há de chegar ao fim´
É melhor bem melhor amar
E viver sem imitar Caim
Por que mentir, trair , matar
Em vez de amar. A missão de perdão
Será que a negra escuridão Do grande rei, o criador
Pode apagar a luz do sol? Que ao expirar
Será que o nosso coração Sobre o tabor
Pode viver sem o crisol Quiz imortalizar
E Jesus ao levar a cruz além O amor.
Não deixou de pregar
o Amor ao bem
Por essa e todas as razões
Quero mostrar aos meus irmãos

Eu sonhei que tu estavas tão linda - Francisco Alves

Em 1945, gravou com sua orquestra a valsa "Turbilhão de amor" e o choro ODEON, Ernesto Nazareth. Em 1946 gravou os choros "Um baile em Catombi", de Eduardo Souto e o famoso choro "Murmurando", de sua autoria, e também seu grande sucesso.

Em 1947, gravou com sua orquestra os choros “Urubu Malandro" , de Lourival Carvalho e "Remeleixo", de Felisberto Martins e com sua orquestra e coro Odeon os frevos canção "já vai tarde", de Nelson Ferreira e "Você não pensou", de Rotílio Santos. Gravou com sua orquestra, mais dois choros de Eduardo Souto, "No meu tempo era assim" e "é assim que eu gosto".

Em 1947, a convite do Club de Champs Elysées, ele e sua orquestra foram a Paris, França, e permaneceram na Europa por quatro anos, apresentando-se em diversos países, com imenso sucesso. Durante a viagem, eles gravaram seu único elepê pelo selo London: “Fon-Fon et la musique del Brésil”, nunca editado no Brasil.

Durante essa excursão, passando vários dias de intensa atividade, Fon – Fon adoeceu. Apresentando-se em Atenas na Grécia com a saúde já debilitada e sem o devido repouso, quando regia a sua orquetra, Fon – Fon sentiu-se mal e veio á falecer a caminho do hospital.

Fon – Fon foi o primeiro maestro de orquestra com naipes de saxofone e metais ( trombones, trompetes ), com uma sonridade característica e indetificável, contribuindo também para o sucesso de diversos cantores importantes que acompanhou e dirigiu.



FONTE

WIKIPÉDIA

http://santaluziadonorteal.blogspot.com.br

maestrofonfon

discosdobrasil

http://www.dicionariompb.com.br/fon-fon/dados-artisticos

3 comentários:

D. Fernando disse...

obrigado pela visita e referencia

Chico de Assis disse...

Gostaria de agradecer pelo trabalho de divulgar a música brasileira.
Fico muito sensibilizado pelo carinho com nossos artistas, especilamente com Fon Fon meu tio avó. Construí, juntamente com meu sobrinho o Blog ; www.maesrtrofonfon.blogspot.com.
Nosso objtivo era que as pessoas conhecessem o grande artista que foi Fon fon.
Parbéns e muito obrigado.
Chico de Assis

Chico de Assis disse...

Gostaria de agradecer pelo trabalho de divulgar a música brasileira.
Fico muito sensibilizado pelo carinho com nossos artistas, especilamente com Fon Fon meu tio avó. Construí, juntamente com meu sobrinho o Blog ; www.maesrtrofonfon.blogspot.com.
Nosso objtivo era que as pessoas conhecessem o grande artista que foi Fon fon.
Parbéns e muito obrigado.
Chico de Assis