terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Palminor Rodrigues Ferreira - Lápis

Palminor Rodrigues Ferreira (05/10/1942 Curitiba/PR - 11/2/1978 Curitiba/PR) foi um compositor, instrumentista e cantor brasileiro. Nascido no bairro Mercês, de Curitiba. O pai era carioca e reunia a família para cantoria caseira.

Aos 11 anos, tocava pandeiro no "Programa Ciranda Infantil", de Ubiratan Lustosa, na Rádio Marumby - ao lado do Regional do Zé Pequeno, na Rádio Marumbi.



Em 1958, formou com alguns amigos o grupo Tryanon, que se apresentava em clubes do bairro em que morava.

Em 1961, entrou para os Correios e Telégrafos. Segundo João Carlos de Freitas, em texto da Revista Música Brasileira nº 16: "a origem do apelido de Lápis deve-se ao fato de que era preto e fino".

lápis de todas as cores
tinha um lápis
só pra escrever as canções
que se perdem ar.
tinha um lápis
pra desenhar corações
numa mesa de bar.
tinha um lápis,
bom no verso, bom na prosa,
que pintava de verde e rosa
os losangos de um arlequim.
tinha um lápis
que assinava na fumaça
e batia com graça
na pele macia de um tamborim.
tinha um lápis assim.
lápis preto, lápis de todas as cores,
coloria a coroa, o coreto,
a garota da rua das flores.
se a ponta acabava,
ele logo tratava de não desapontar.
se a borracha passava,
ele cumprimentava pra não se desgastar.
se a entrada era franca,
era preto na branca.
esse lápis, não vai ter outro igual.
foi um risco, um rabisco, um corisco,
asterisco e ponto final.

Paulo Vitola


Em 1967, formou o Grupo Bitten IV ao lado de Anadir, Dalton e Fernando Maluco. Após o êxito do grupo em Curitiba, os integrantes resolveram tentar a sorte no Rio de Janeiro. Levados pelo empresário Aderbal Guimarães, o grupo lançou pela gravadora Orange um compacto simples com as músicas "Vestido branco'' e ''Paticumbá''.

Neste disco, o grupo contou com as participações de Erlon Chaves, Wilson das Neves, Copinha, Ed Maciel, entre outros. Ainda no Rio de Janeiro, o grupo participou de programas de rádio, televisão e shows. Por essa época, obtve o 8º lugar com a música "Dia de arlequim", de sua autoria em parceria com Paulo Vítola, no "Festival de Música de Carnaval do Rio de Janeiro", organizado por Ricardo Cravo Albin. O grupo se desfez e Lápis ficou no Rio de Janeiro. Trabalhou com Eliana Pittman, que gravou de sua autoria "Meu novo amor".

Seu samba "Paticumbá", foi gravado pelo Conjunto Os Originais do Samba. Por essa época, Sérgio Cabral o colocou ao lado de Rosinha de Valença no palco do Teatro Casa Grande.

Em meados da década de 1970, voltou para Curitiba.

No ano de 1976, musicou a peça "Funeral para um rei negro", que fez grande sucesso nos teatros curitibanos.

Lápis viveu em Curitiba, no bairro Mercês, entre os anos de 1942 e 1978. Morreu aos 36 anos devido a uma doença grave no coração, que o inspirou em muitas canções.


Em 2008 foi realizado o show “30 anos sem Lápis”  um tributo do Centro Cultural Teatro Guaíra ao compositor, instrumentista e cantor paranaense Palminor Rodrigues Ferreira, pelos seus 30 anos de falecimento.

Participaram do espetáculo os artistas Jazomar Rocha, no violão, cavaquinho e voz, Rubem Rolim para cantar “Estranha saudade”, música de sua extensa parceira com Lápis, Galdino Junior, Marlus Coelho, Priscila Rocha, Eliane Bastos e Antonio Eugênio Ferraz (o “Pelicano”) para interpretarem as canções de Lápis e parceiros como Paulo Vítola, José Carlos Miceli e Kaká Buono.

Os músicos Rubens Holzmann (violão/guitarra), Nelson Damiani (faluta/saxofones), Jeff Sabbag (piano), Jonas Cella (contrabaixo), João Charmak (bateria), Luciana Sicupira (surdo) e Fernando Loko (pandeiro/percussão) resgataram os arranjos escritos por Rubens Holzmann e Jazomar Rocha.

Durante o show, foi apresentada uma seleção com os melhores sambas do Lápis e seus parceiros como “Paticumbá” de Lápis e Nicolatte, “Silêncio”, “Samba de ap” e “Leva essa saudade”, de Lápis e Jorge Segundo, “Nada” de Lápis, Rubem Rolim e Bráulio Prado e “Vestido branco”, de Lápis.

O comunicador Sérgio Silva anunciou, durante o show, as músicas, intérpretes e as projeções com depoimentos e fotografias desenvolvidas por Nilson Muller Filho.

Nesses 30 anos, após a sua morte, seus principais parceiros, intérpretes da década de 70 e alguns artistas paranaenses resgatam as suas belas canções que, embora sejam muito diversificadas e em sua grande parte ainda não foram gravadas.

Uma pesquisa realizada em registros fonográficos antigos e principalmente, entre seus amigos e parceiros e, aproveitando a idéia de Galdino Alves Junior de homenageá-lo, com o auxílio do violonista e arranjador Rubens Holzmann, foram elaboradas as partituras e os arranjos para 12 de suas músicas que estão gravadas no CD-01 com o título “A Lápis”. Esse CD tem uma faixa bônus (a 13ª), chamada “samba de ap”, remasterizada, aproveitando uma gravação de 1970 do Bitten 04 (conjunto formado por Lápis, Anadir Salles, Dalton Contin e Fernando Loko).

Quatro músicas (Amor da manhã de sol, Morro do Bombrinquedo, Linha de umbanda e Rosa, a soberana flor) foram gravadas pelo Bitten 04 II com Jazomar Rocha no lugar do Lápis, e outras oito músicas (Alisa, Não te mete nisso, Três Marias, Violão sem dó, Desatino, Lençol de flores, Estranha saudade, Razão para a lua voltar) contam com as participações das cantoras Eliane Bastos e Priscila Rocha, dos cantores Marlus Coelho, Galdino Junior, Pelicano e Anadir Salles e dos parceiros do Lápis Rubem Rolim e Kaká Buono.

A base instrumental para os arranjos tem o piano de Jeff Sabbag, o contrabaixo de Jonas Cella, a bateria de João Charmak, o surdo de Luciana Sicupira Arzua, a percussão de Fernando Loko, o violão de Gerson Bientinez, a guitarra/violão de Rubens Holzmann, o cavaquinho/violão de Jazomar Rocha e os saxofones/flauta de Nelson Damiani.

O texto com a apresentação do CD foi escrito pelo compositor Paulo Vítola, parceiro do Lápis nas músicas Alisa e Lençol de flores.

"Ainda bem que o Jazomar e o Galdino tiveram a idéia de realizar este projeto. Agora quem só contava com aquela fita cassete, distribuída pela Fundação Cultural de Curitiba em 1982, para conhecer a obra de Palminor Rodrigues Ferreira, o Lápis, ou mesmo para dela se lembrar, tem nesse CD uma primeira coletânea de suas canções, gravada com cuidado profissional. Para quem não sabe, muitas músicas desse artista, que dominou a noite curitibana no período de 1960-1970, foram esparsamente gravadas. (...) Agora, no entanto, temos a oportunidade de ver, pela primeira vez, uma parte importante do trabalho de Lápis reunida neste CD. Tenho o privilégio de poder ouvir cada uma dessas canções, lembrando nitidamente do timbre da voz e da sonoridade do violão com que o autor costumava iluminar nossos encontros. Se para mim, que fui amigo e parceiro de Lápis, este CD chega com um gosto de saudade, para você, que sequer o conheceu, espero que chegue com o doce sabor das melhores surpresas".

O compositor José Carlos Miceli, que atualmente reside em Portugal, escreveu uma mensagem ao amigo e parceiro Lápis (Miceli é co-autor da música Violão sem dó).

Uma edição especial do CD com as vinte primeiras cópias foi lançada no dia 22 de maio de 2006, somente para as pessoas que participaram do CD. Palminor Rodrigues Ferreira Junior (filho mais velho do Lápis) e Cremildes Ferreira Bahr (irmã do Lápis), autorizaram as gravações das músicas.

Palminor Rodrigues Ferreira tem 120 composições registradas. Treze delas estão neste À Lápis que, infelizmente, não está à venda. Foram feitas apenas mil cópias, todas dirigidas para bibliotecas e escolas.

Onde ela mora - Lápis


FONTE

Blog Memória, Saudade, Música e Lápis -
http://lapispalminor.blogspot.com/

VÍDEO (Vídeo com depoimento do publicitário e compositor Paulo Vítola falando sobre o compositor, instrumentista e cantor paranaense Palminor Rodrigues Ferreira mais conhecido como Lápis).

http://pt.wikipedia.org/wiki/Palminor_Rodrigues_Ferreira

Dicionario MPB

Bem Paraná

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